A nova abordagem dos EUA para a América Latina prioriza o papel das Forças Especiais e da inteligência na região
Washington aumentou consideravelmente nos últimos anos a presença de suas Forças Especiais , de sua inteligência e de aviões não tripulados na América Latina, principalmente na América Central. Sob a égide da luta contra o tráfico de drogas, os EUA tem investido na região uma valor que atinge o montante de 12,5 bilhões de dólares desde 2000. Os dados foram coletados de um relatório publicado pelo Centro de Política Internacional (CIP), Grupo de Trabalho para Assuntos Latino Americanos (LAWGEF) e o Escritório em Washington para Assuntos Latino Americanos (Wola), sob o título de “Tempo para Ouvir : Tendências em Assistência de Segurança dos EUA para a América Latina e o Caribe” .
Segundo constam em suas páginas, esta “intervenção” norte americana não vaza para a opinião pública, uma vez que a maioria das operações se fazem com muito secretismo, e o objetivo final não seria “a construção de bases militares ou pacotes massivos de assistência”. Menos assistência não significa necessariamente menos envolvimento dos EUA com forças armadas e policiais da América Latina. Mas a natureza desse envolvimento está mudando. Em vez de construir bases , usar a Quarta Frota ou utilizar pacotes de ajuda de “grande escala”, como o Plano Colômbia ou a Iniciativa Mérida, o envolvimento dos militares dos EUA está se tornando mais ágil e flexível mas, de acordo com esta análise, menos transparente.
O relatório refere-se a um aumento constante do desdobramento das forças de operações especiais dos EUA , ao que se há somado nos últimos tempos “uma política de uso de drones que justificam as execuções extrajudiciais”. No que diz respeito ao desdobramento de Forças Especiais , destaca a importância que teve , no início de 2012, a “Operação Martelo”, que lançou um plano de contenção e ataque contra os traficantes da América Central, e que foi apresentado como um sucesso, embora em 2013 tenha sua euforia se reduzido pelos cortes orçamentários e de pessoal impostos ao Pentágono.
Ele descreve também o desenvolvimento e o incremento de alianças entre efetivos dos EUA e unidades militares especiais latino americanas e de outras forças de elite “que trabalham com apoio de bases na Guatemala, Honduras, Nicarágua ou Panamá. Todas elas remodeladas a partir de recursos dos Estados Unidos”. “Esse tipo de parceria”, continua o relatório, é uma fórmula para que os gestores americanos mantenham “um mecanismo de baixo custo que garanta sua influência na região”.
Entre os Corpos que se destacam por sua presença na América Latina, citou o “FAST” (Equipes de Apoio em Assessoria Destacadas no Exterior) em países como Haiti , Honduras, República Dominicana ou Guatemala , programa capaz de por em operação 10 oficiais do DEA (Direção de Fiscalização de Drogas ) em todo o mundo. A diferença para os comandos militares é que estes somente podem entrar em combate em autoproteção. Inclui também o papel das Unidades de Investigação Confidenciais do DEA (SIU).
Em termos econômicos, a assistência às forças militares e policiais da maioria dos países da América Latina e do Caribe tem diminuído desde 2010, ao diminuírem os consideráveis pacotes de ajuda destinados para a Colômbia e para o México. Atualmente, somente está crescendo de maneira significativa a assistência dirigida à América Central. Embora a abordagem atual para a América Latina do Pentágono não inclua a construção de bases importantes ou novos pacotes maciços de assistência, Washington fornece quantidades significativas às forças armadas e policiais na América Latina em termos de assistência e treinamento. Além das operações antidrogas em larga escala, a região está testemunhando um aumento nas visitas de treinamento por parte das Forças Especiais dos EUA, uma maior presença do pessoal de inteligência e drones (embora os países estejam comprando seus próprios drones, fundamentalmente de outros países que não os Estados Unidos), e um emprego cada vez maior de instrutores militares e policiais de terceiros países, especialmente da Colômbia, detalha o estudo.
As diretrizes de defesa do presidente Obama estabeleceram novas prioridades para as forças armadas dos EUA. A nova abordagem as “pivotaria” em grande medida em direção à Ásia. Na América Latina, em lugar disto, o Departamento de Defesa enfocaria no emprego de capacidades de menor envergadura e mais facilmente mobilizáveis, ou com um “impacto mais ligeiro”, incluindo o uso de outros instrumentos como aviões não tripulados, ataques cibernéticos e Forças Operações Especiais, destaca o estudo. Esta política teria assim, de acordo com o relatório, cinco efeitos diretos: aumentaria o número de Forças Especiais, maior presença da comunidade de inteligência (CIA), maior uso de drones e da robótica, mais ênfase na segurança cibernética e financiamento a outros países para levar a cabo treinamento em nome dos EUA , prática esta que está se expandindo rapidamente por meio da Colômbia.
Fonte: Defensa.com – Javier Martínez
Tradução e Adaptação: Defesa Aérea & Naval
Senhores,
o oficial, de 4 estrelas que lidera o Comando de Operações Especiais, o almirante William H. McRaven, já em 2012 pressionava o governo americano por um papel maior para as suas unidades de elite que tradicionalmente operam nos cantos escuros da política externa norte-americana. A ideia era criar mecanismos para poder mover suas forças mais rápido e fora dos canais normais do Pentágono. O plano lhe daria mais autonomia para posicionar suas forças e seus equipamentos de combate onde os eventos de inteligência e guerra globais indicassem serem mais necessários.
Este movimento também permitiria que as forças de Operações Especiais, expandirem sua presença em regiões onde eles não têm operado em grande número durante a última década, especialmente na Ásia, África e América Latina.
Hoje poderia se dizer também, que este é um novo modelo americano para a guerra em uma época de diminuição nos orçamentos do Pentágono.
De acordo com os novos conceitos(segundo rápida pesquisa feita), um número significativo de forças de Operações Especiais(projetada em 12.000 homens) permanecerão desdobrados em todo o mundo. Boa parte deste efetivo estarão destacados em missões de treinamento com países conveniados, além de serviços de ligação reunindo informações para ajudar a prever riscos de segurança nacional.
Na visão americana, há uma ligeira alteração no matiz de ameaças à sua segurança nacional. E neste caso, um maior envolvimento das forças de Operações Especiais é um movimento correto a fazer.
Segundo consta, os altos comandantes de Operações Especiais, prometeram principalmente a área diplomática de seu país, que seus esforços serão coordenados com o representante diplomático sênior em cada país. De acordo com estas autoridades, buscar-se-á trabalhar com as forças de segurança locais sempre que possível. A exceção seria quando um governo local for incapaz ou sem vontade de “cooperar” com uma missão americana autorizado, ou se não houver nenhum “governo responsável” no poder com o qual trabalhar.
A ideia de desdobrar forças de Operações Especiais nos quatro cantos do mundo, permitiria que os Estados Unidos possa estar pronto para responder mais rapidamente a uma ampla gama de ameaças. As diretrizes atuais permitem que o Comando de Operações Especiais possa realizar missões por conta própria. O objetivo é ter “agilidade em escala global.”
Agora mesmo, podem estar em funcionamento vários black holes na America Latina…
Grato.
Ps. Segue link do vídeo de apresentação do Tactical Light Operator Suit (TALOS) em desenvolvimento, TALOS é um esforço do USSOCOM para fornecer as forças de Operações Especiais tecnologias que proporcionem maior mobilidade e proteção.
http://www.youtube.com/watch?v=ePl9TC2ySUY