Por Gen Ex Antonio Hamilton Martins Mourão (Vice-Presidente da República)
No contexto de uma campanha internacional movida contra o Brasil, ressurgiu a antiga pretensão de relativizar, ou mesmo neutralizar, a soberania brasileira sobre a parte da região amazônica que nos cabe, a nossa Amazônia.
Acusações de maus tratos a indígenas, uso indevido do solo, desflorestamento descontrolado e inação governamental perante queimadas sazonais compõem o leque da infâmia despejada sobre o País, a que se juntou, a nota diplomática do governo francês ofensiva ao presidente da República e aos brasileiros.
O Brasil não mente. E tampouco seu presidente, seu governo e suas instituições.
Em primeiro lugar porque o Brasil tem a seu lado a História, sobre a qual, em consideração à memória nacional, devemos nos debruçar.
A Amazônia que nos pertence foi conquistada no tempo em que só a ação intimorata garantia direitos.
Depois da expulsão dos franceses de São Luís (1615) e da fundação do forte do Presépio, a futura Belém (1616), corsários ingleses e holandeses foram combatidos e expulsos da foz do rio Amazonas. A União Ibérica (1580-1640) ofereceu oportunidade para que bandeirantes e exploradores rompessem as Tordesilhas, um desenvolvimento histórico que tem na primeira navegação da foz à nascente do Amazonas (1637), façanha cometida por Pedro Teixeira, seu marco definitivo.
Foram fortalezas que prefiguraram a ocupação e a delimitação da Amazônia brasileira. Foi a catequese que aglutinou os indígenas sob a proteção da cruz, favorecendo a miscigenação que fomentou o povoamento da região. A fundação do forte de São José do Rio Negro, na confluência do rio Negro com o Solimões (1663), reuniu em seu entorno índios barés, baniuas e passés, dando origem à povoação que viria a se transformar na cidade de Manaus.
Após a Independência, em nossa primeira legislatura, quando a pretensão estrangeira de impor um monopólio de navegação no Amazonas ousou atribuir aos brasileiros a pecha de ignorantes, coube ao Senado devolvê-la lembrando que cabia aos brasileiros a primazia dos descobrimentos sobre a região, conforme atestado pelo próprio Humbolt.
E no início do século XX, enquanto a Europa se dilacerava nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, um dos nossos maiores soldados, Cândido Mariano da Silva Rondon, completava sua campanha sertanista (1915-1919) no Mato Grosso levantando cartograficamente os vales do Araguaia e as cabeceiras do Xingu; descobrindo minas de sulfeto de ferro, ouro, diamantes, manganês, gipsita, ferro e mica; e o mais importante, fazendo amigas as nações nhambiquara, barbados, quepi-quepi-uats, pauatês, tacuatés, ipoti-uats, urumis, ariquemes e urupás que ao final da ciclópica empreitada apontavam para as armas dos exploradores e diziam: “enombô, paranã! Dorokói pendehê”(joguem no rio, a guerra acabou).
Epopeia consumada, mas por concluir, na qual o Brasil jamais prescindiu da cooperação das nações condôminas desse patrimônio reunidas no Pacto Amazônico, que comemorou, no ano passado, 40 anos de sua assinatura, o qual, pela sua finalidade e clareza de propósitos, dispensa protagonismos de última hora movidos por interesses inconfessáveis. Se existisse algum protagonismo nacional na Amazônia sul-americana compartilhada por nove países, algo que o Brasil nunca avocou, ele seria, pelos números, pela presença e pela História, brasileiro.
Se a História dá razão ao Brasil em qualquer debate sobre a Amazônia, cabe colocar, em segundo lugar, que ele tem a seu favor os fatos.
Não há país que combine legislação ambiental, produtividade agropecuária, segurança alimentar e preservação dos biomas com mais eficiência, eficácia e efetividade do que o Brasil. Não bastassem todos os dados legais e científicos, sobejamente conhecidos, que comprovam essa assertiva, tomem-se, não as palavras, mas os atos do governo brasileiro no sentido de combater queimadas e apurar crimes de toda natureza praticados na região amazônica, o que desqualifica as desproporcionais acusações e agressões desferidas contra o País por causa do meio ambiente.
E se não bastassem a História e os fatos, cabe apontar o que se revela nas declarações oficiais, nas confidências mal escondidas, nas entrelinhas dos comunicados e no ecorradicalismo incensado pela imprensa: a velha ambição disfarçada por filantropia de fachada.
É inacreditável que, em um momento no qual guerras comerciais e protecionismos turvam o horizonte mundial, e sejam publicamente condenados em todas as instâncias internacionais responsáveis, líderes de países europeus venham, individualmente ou em conjunto, tomar inciativas contra o livre comércio, procurando sabotar acordos históricos como o firmado entre a União Europeia e o Mercosul e entre este e os países do Efta (Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein).
Como é inacreditável que pessoas que até pouco tempo ocupavam cargos públicos se esqueçam de uma das linhas mestras da diplomacia do Brasil, a de preservar a liberdade de interpretar a realidade do País e de encontrar soluções brasileiras para os problemas brasileiros, conforme colocadas pelo Chanceler Horácio Lafer em 1959.
Nada disso prevalecerá. O Brasil não tem tempo a perder. Com trabalho, coragem e determinação ele encontrará o seu destino de grandeza: ser a mais pujante e próspera democracia liberal do Hemisfério Sul.
E por qualquer perspectiva, da preservação ao desenvolvimento, da defesa à segurança, da História ao Direito, a nossa Amazônia continuará a ser brasileira.
E nada exprime melhor isso do que a canção do internacionalmente reconhecido Centro de Instrução de Guerra na Selva:
“À Amazônia inconquistável o nosso preito,
A nossa vida por tua integridade
A nossa luta pela força do direito
Com o direito da força por validade”
FONTE: O Estado, via Gen Hamilton Mourão
Que isso? Um grupo de escoteiros?
A rainha das guerras, a França, tem experiência e material e coragem para destruir nações. Agora sob o comando de um certo boizinho sem noção, a França se torna mais perigosa. Eles tem até um genocídio nas costas, Ruanda. Ele já deixaram de entregar um navio semi pronto a Rússia e podem fazer o mesmo conosco. Pena que não temos forças armadas dignas. Temos um bando de senhores que amam condecorações por ser amigo de fulano, por ter ido passear em Israel, por apoiar o partido tal. Afff. Adiram uma cerimônia, um coquetel e um cargo com um nome comprido e esquisito. Com esses escoteiros o máximo que podemos esperar é um desfile meia boca no 7 de setembro e muita bravata dignas r adolescentes que assistem filminhos de guerras
A França, diz a história, nunca venceu guerra nenhuma. Contra o Brasil jná pelejou por diversas vezes, desde a colonização portuguesa, e sempre levou a pior.
Pra quem não sabe a França já perdeu a Guiana para o Brasil colônia, de 1809 a 1917, tendo cedido parte de seu território em troca da devolução da Guiana para eles.
A última empreitada foi na década de 60 quando recuou na guerra da lagosta. Se tentar novamente será vencida novamente.
Excelente texto.
A tentativa infame, mau caráter, mentirosa e covarde de nos sabotar já está frustrada. Temos o apoio dos mais fortes, principalmente dos EUA e a maioria virou as costas para o vil conspirador.
.Na Guerra da lagosta sabemos de que lado estão , estabelece se interesses que se não participamos não podemos cobrar “”Dão Pedro enquanto estivermos sobre julgo e domínio de interesse que não são os nossos ,estaremos sobre domínio de outros interesses que não são o povo Brasileiro …
Guilherme,
recentemente a MB criou no que acredito ser uma organização, CoNavOpEsp (Comando Naval de Operações Especiais), aparentemente reunindo ou gerindo os Comandos Anfíbios e Mergulhadores de Combate. A ativação desse novo comando foi recente, a pouquíssimos dias, mas a MB/CFN não realizou nenhuma notificação a respeito… e o fato curioso é que a criação dessa organização foi nos recentes ataques políticos por parte da França e da UE! Vocês possuem algum conhecimento a respeito do tema ou podem buscar informações com a Marinha/CFN para disponibilizar informações a respeito do tema? Grato.
Camarada,
O Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp), foi criado no dia 16/08/19, com o propósito de contribuir para o aprestamento e o emprego das Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais.
O CoNavOpEsp está subordinado ao Comando de Operações Navais (ComOpNav).
Realmente a MB não divulgou nada a respeito.
Abs,
Não estava sabendo disso! seria uma especie de comando conjunto de operações especiais igual como o exército fez em goiânia??
Emanuel,
As informações que eu tenho é que será mais amplo. O CoNavOpEsp já incorporou o CGEM também…
Guilherme vc pode fornecer mais informações de como isso irá funcionar? tudo leva a crer que a mb irá reunir as tropas de operações especiais em um mesmo local (om) ou quiça unificar o comanf e o mec em um só, criando uma nova tropa com a junção das duas.
Roberto,
Ainda não…
Parece que dentro de alguns dias terá alguma reunião envolvendo capitães de mar-e-guerra e almirantes a respeito disso dentro do Batalhão Tonelero! Fiquei sabendo disso a 3 dias…
já foi criado por meio de uma portaria! mas tem algumas coisas para resolver ainda…
Boy a criação desse comando é novíssima! saiu do forno e ainda está quente! as autoridades competentes precisam se pronunciar a respeito…
“À Amazônia inconquistável o nosso preito,
A nossa vida por tua integridade
A nossa luta pela força do direito
Com o direito da força por validade”
Um retrato histórico verdadeiro exposto pelo General Mourão.
Parabéns pela matéria.