Por Leandro Prazeres e Ana Clara Costa
BRASÍLIA – No momento em que, pela primeira vez desde a redemocratização, os militares conquistaram espaço político inédito no governo federal, a previsão é que o Ministério da Defesa tenha, no ano que vem, seu menor orçamento em 15 anos. O aperto provoca insatisfação entre integrantes do alto comando das Forças Armadas. Com o presidente Jair Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão , egressos do Exército, a expectativa entre os militares era que, mesmo em um quadro de ajuste fiscal, seus projetos fossem considerados estratégicos para o país.
Os recursos previstos no Orçamento da União de 2020 para as principais ações da área militar registraram queda média de 35% em relação a este ano. Em 2019, a previsão é que esses programas consumam R$ 4,1 bilhões. No ano que vem, o governo estima os gastos em R$ 2,6 bilhões. Entre os mais afetados pelos cortes estão o programa de submarinos da Marinha, o desenvolvimento de blindados do Exército e a aquisição de caças pela Força Aérea Brasileira (FAB).
A queda nos recursos reflete um aperto orçamentário que se estende por todo o Ministério da Defesa, a previsão para o ano que vem, de R$ 73 bilhões, é a menor desde 2005, quando foram destinados R$ 69,9 bilhões (em valores corrigidos pela inflação do período). O corte nos projetos estratégicos é, percentualmente, maior do que a queda total do orçamento do ministério da Defesa para 2020, de 31,7%.
O sentimento, entre expoentes das Forças Armadas e militares que integram o governo, é de insatisfação com a profundidade dos cortes orçamentários para 2020 apresentados no fim de agosto. Generais ouvidos pelo GLOBO afirmam que havia expectativa de redução de gastos, mas a realidade imposta foi além do que se esperava.
Principais ações
Falta de reconhecimento
Há consenso nas Forças Armadas de que o Estado passa por situação de penúria e que todas as áreas devem contribuir com uma dose de sacrifício. A avaliação, no entanto, é que os valores destinados à Defesa deveriam ser encarados com algum grau de prioridade pelo Ministério da Economia. Eles citam os esforços feitos pelo contingente militar em momentos de emergência, como ocorreu este ano no rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho (MG) e com as queimadas na Amazônia, quando o trabalho imediato das forças foi necessário para conter estragos maiores e resgatar sobreviventes.
Havia uma expectativa, por parte dos militares, de que, após a aprovação da reforma da Previdência, haveria uma retomada dos investimentos nas Forças Armadas, plano que hoje, está fora do radar da Economia. A equipe econômica, na avaliação de alguns militares, não enxerga os projetos estratégicos da Defesa como empreitadas importantes.
No Ministério da Economia, há a convicção de que o desbloqueio de recursos previsto para este mês e o próximo, da ordem de R$ 20 bilhões, pode ajudar a levantar os ânimos da cúpula militar. Mas, nos quartéis, as palavras da vez têm sido “decepção e desalento”.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse ao GLOBO que o ministério está tentando obter uma suplementação orçamentária, em negociação com a equipe econômica do governo. Ele não soube informar o valor desse reforço.
É um orçamento enxuto? Sim. Terá reflexo nos nossos projetos? Com certeza. Mas nada com que não possamos lidar com planejamento, alterando prazos e, talvez, mudando o escopo de alguns projetos disse o ministro, tentando mostrar otimismo.
O levantamento foi feito pelo GLOBO com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020, entregue pelo governo Bolsonaro ao Congresso. A LOA é a estimativa do que a equipe econômica pretende gastar durante o ano.
Foram analisadas as previsões orçamentárias de seis projetos considerados estratégicos pelo Ministério da Defesa: o Guarani (produção de blindados); o FX-2 (desenvolvimento e compra e caças para a FAB); o Sistema de Monitoramento de Fronteiras do Exército; o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), o KC-390 (desenvolvimento e aquisição de cargueiro); e o sistema Proteger, de segurança de infraestruturas consideradas críticas, como pontes e rodovias.
No Exército, um dos mais afetados é o Guarani. O projeto teve início em 2012 e prevê a construção de blindados para substituir os antigos Urutus. Foram encomendadas 1.580 unidades e entregues 300. O cronograma inicial previa gastos de R$ 19 bilhões entre 2012 e 2031.
Na semana passada, no entanto, o chefe do escritório de projetos estratégicos do Exército, general de divisão Ivan Ferreira Neiva Filho, disse a deputados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara que as restrições orçamentárias fizeram com que o governo alongasse em nove anos o prazo final para a entrega dos veículos, com um acréscimo de R$ 500 milhões ao custo inicial.
Isso é totalmente nocivo. O último carro vai ser entregue em 2040 e não sabemos que cenário vai ser esse. Não é que o carro vai estar obsoleto. Talvez o conceito esteja, disse o general aos deputados.
Na Marinha, o principal impacto é sobre o Prosub, que sofreu corte de 18% e já está com o cronograma atrasado em pelo menos dois anos, informação que o Ministério da Defesa contesta. Iniciado em 2008, o projeto tinha um orçamento total de R$ 27 bilhões e previa a construção de um estaleiro e de cinco submarinos, quatro convencionais e um nuclear. As obras são tocadas por um consórcio entre uma empresa francesa e uma subsidiária da Odebrecht. O contrato é alvo de investigações da Operação Lava-Jato.
Entrega de aviões
Já o FX-2, da Aeronáutica, que prevê a construção de 36 caças Gripen pela sueca Saab, teve um corte de 52%. A primeira unidade foi entregue na semana passada, na Suécia. Estima-se que os outros 35 aviões estejam prontos em 2024. A preocupação dos militares, no entanto, é que as restrições orçamentárias reduzam o ritmo de produção dos aviões.
O diretor técnico da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Armando Lemos, disse que os cortes nos projetos estratégicos são resultado da crise e que isso está provocando impactos nas indústrias ligadas a esses programas.
“A economia de defesa está bem parada nos últimos dois anos. Não é algo que começou agora. O governo e as indústrias têm buscado saídas para manter a base industrial ativa, apesar dessas reduções. Já vemos algumas forças mudando o escopo dos programas para evitar prejuízos maiores que poderiam ser causados por uma rescisão”, diz Lemos.
FONTE: O Globo
Boa parte da sociedade, militares aí incluídos, elegeu um governo com viés neoliberal e austero, para dizer o mínimo, que preza pelo “corte de gastos”, redução de direitos trabalhistas, previdenciários, arrocho e que, ao invés de ser solução para o país, aprofunda a crise. Mais desemprego, menos consumo, menor atividade econômica, que gera mais desemprego, menos consumo, menor atividade econômica e o ciclo continua numa espiral descendente. O resultado disso tudo é uma cada vez menor arrecadação de impostos e a conta estourando no colo de (quase) todo mundo, inclusive nos programas de Defesa. Era previsível, mas muitos não enxergaram antes das eleições. Agora aguenta o estrago. Mas o que importa é o nosso soldo sagrado, não é mesmo?
Ora, ora, ora… só fazer sinal de arminha que passa! Enquanto caírem nesse discurso retórico de “esquerda demoníaca” e “direita salvadora”, de comunismo, Terra plana e outras idiossincrasias alimentadas por esse grupelho que hoje ocupa o Poder Central, vamos todos continuar a descer a ladeira. Já se passaram 9 meses, tempo suficiente para serem gestadas propostas e projetos concretos de mudança, com impacto na vida das pessoas. Mas, perde-se tempo com falácias, tuítes, retuítes e “fake news” fabricadas irresponsavelmente em nome de algo que até hoje não está muito claro. Enfim…
Os autores desse texto fazem uma mesclagem de hipocrisia e incoerência: hipocrisia por representarem uma emissora que coloca ambientalista para dizer que o Brasil deveria ter guarda costeira, alegando que não precisamos de submarino nuclear (bastando portanto a opção considerada). “Falta de reconhecimento”, “grau de prioridade”, “projetos estratégicos da Defesa como empreitadas importantes” nunca imaginei nossa mídia expressando total preocupação com nossa soberania. “Converta-se no seu contrário quantas vezes for necessário”. E cadê aquela velha ideia de que o dinheiro usado em armas deveria ser empregado em educação (na verdade ensino) e saúde? Essa tirei do baú, reconheço!
A incoerência está no primeiro parágrafo onde eles induzem o leitor a acreditar que o fato de militares estarem no poder os investimentos no setor é garantido: ser estratégico (os projetos) não quer dizer que o governo os menospreze cortando verbas. Esse tipo de manipulação faz a cabeça dos desavisados e ingênuos. Essa realidade orçamentária está longe de ser uma novidade para as Forças Armadas, além disso o Congresso também tem responsabilidade nisso ao não elevarem o grau de investimentos em 2% do pib. A mídia não considera que esses projetos são programas de estado e não de governo, tentando responsabilizar o atual governo por essa situação sem fazer nenhuma menção dos anteriores.
Rede Globo, O Globo, Band e etc… são sinônimos de mídia manipulada, hoje em dia não são fontes confiáveis, mas infelizmente os governos de esquerda e a classe política irresponsável jogaram o país no fundo do poço e como sempre, em um país que não tem compromisso de liderança geopolítica, a corda acaba arrebentando no lado mais fraco politicamente falando.
Rede Globo? Péssima fonte hein!!!
O Globo
Qualquer empresa privada sempre parte para o caminho dos cortes de altos salários, despesas ”sem cabimento” ou desnecessárias e corte de funcionários. Torna-se INADIÁVEL a solução de cortes de despesas… Se quiserem partir para esse caminho: Com o Corte de 50% dos salários e despesas “lunáticas” do Congresso Nacional que ja é considerado o mais caro do mundo para ser mantido pelo povoe tem sido usado como um mercadão de negócios em benefício dos próprios deputados; depois vem o STF com um “armário de despesas lunáticas também”, aonde temos advogados “espertos” que foram colocados por antigos presidentes em retornos dos favores prestados a eles , que nunca foram juízes, nem deveriam ser, pois nunca passariam em concursos públicos para juiz. por fim é necessário também um corte EFETIVO de parte dos 700.000 ou mais funcionários públicos, é sabido que muitos estão la porque foram colocados, apenas para “receber salários”. Por que por todos é sabido que aumentar os impostos da população que ja contribui com uma pesada carga tributaria. Já sabemos que “aumentar os impostos hoje” não será continuado por muito tempo, sem que seja NOVAMENTE necessária elevar a carga tributaria ou ainda criar mais algum impostos para “queimar no sistema totalmente voraz e sem nexo do governo” . Sabemos todos também que a economia do Brasil esta EM DEPRESSÃO ECONÔMICA a uns 8 anos, isso não permite futuro nenhum para algum investidor internacional, devido a uma total insegurança jurídica um congresso nacional que trabalha contra a viabilidade do Brasil e aos altos impostos ….. A SOLUÇÃO É SIMPLES ou não se faz nada…. e depois espera EXPLODIR o pais la na frente ….
Perfeito amigo. É administração, matemática; senão a conta não fecha.
É isso que estou falando. O resto e é querer angariar cacife político. É péssima a administração militar. Precisam reconhecer os erros para corrigi Los. Não há outra saída. O país numa crise horrível e o caras que nesse momento, por puro oportunismo, aumentar os salários.e reformular as carreiras. Eu tô maluco ou é isso mesmo que eles querem? Os mesmos caras que vão bater em professor quando vão pedir aumento. Estão achando o salário baixo? Que tal experimentar o mercado privado sem nenhum privilégio? Já que são tão bons os patrões vão pagar mais por isso. Ora ora.caiam na realidade!
Um dos nossos problemas aqui no Brasil é que todo mundo só pensa no próprio umbigo. Dia a quem doer. Só pensamos em privilégios. Posso tecer depois uma infinidade de elogios. Mas o momento e circunstâncias requere críticas mesmo. Espero que ao menos os sãos da cabeça me compreendam
Eu já não confio no Globo e ainda vêm uns idiotas com ataques aos militares como se fosse um casta? Eles fazem milagre com pouco. Deve ser o próprio estagiário do Globo vindo aqui causar mais intriga. A mídia quer causar celeuma e divisão no governo! Vide o MEC e o ciência e tec. Fazem um furdunçio e aí a situação se revela bem menos grave! Mídia canalha.
O problema não é o dinheiro pouco são os 75% desse montante que vai para pagar os inativos ,ativos ,pensões nos EUA não chega nem a 30% se não mexer realmente na ferida a modernização das nossas forças vai ser a passo de tartaruga.
Os leitores dos blogs sobre assuntos afetos à Defesa deveriam deixar de lado seu ranço ou ignorância para melhor debaterem o assunto… há espaços para críticas e muito a ser aprimorado, reconheço… mas repetir esse “mantra” de privilégios, casta etc… nada soma… quem perde é o debate…
Perfeito XO. Eu até gostaria de debater mas perco a vontade. Não sei se terão boa vontade para ler.
Eles querem aumento, dinheiro para comprar brinquedos novos, todos os privilégios e mais um pouco só para eles e serem tratados como excepcionais. Fala sério!
Vivem num bolha. Acham que sabem de tudo e são muito inteligentes. Logo eles, militares que são conhecido por tudo, menos por serem inteligentes.
Querem brinquedos novos? Paguem do seu bolsos, que o contribuinte não aguenta mais tanto dinheiro jogado fora pela péssima administração dos recursos públicos, e um belo exemplo disso é os gastos com defesa
Temos aí a opinião daquele tipo de cidadão coalhado de preconceitos: brinquedos novos, privilégios, excepcionais, conhecidos por não serem inteligentes, paguem dos seus bolsos… como debater com um cidadão tão estreito de pensamentos como esse? O tipo de gente que destila ódios e tem opiniões extremadas sobre aquilo que não tem a menor idéia do que seja. Lamentável.
É lamentável que diga isso sem o menor conhecimento de causa. Engraçado que em caso de enchentes, tragédias ou pra defender o país, são estes mesmo militares, com seus “Brinquedinhos” que socorrem a sociedade civil. Toda crítica é bem vinda quando feita de forma construtiva. Atirar pedra no telhado alheio é fácil, difícil mesmo, é limpar o seu próprio.
é como o Padilha mesmo diz: chega a ser desmotivador mesmo.
Eles são pagos para isso. Não estão fazendo nenhum favor.. não dá pra pagar essa gente toda só para comer, dormir e brincar de soldadinho é e colocar fotos no Facebook
Só para eu entender. Você quer dizer então que as FFAAs são só para ter selfie no Facebook? Você não come? Você não dorme? Qual o motivo para você destilar tanta revolta contra os militares?
Faça melhor. Coloque aqui sua sugestão construtiva para o uso de nossas Forças.
No lugar de criticar, vamos passar para a parte onde você tem a solução. Eu gostaria de ler suas sugestões pois suas críticas já bastam.
Vamos lá. Pense bem antes de escrever.
Padilha, eu admiro seu trabalho, mas às vezes o site parece um site e elogios as forças armadas. Enas forças armadas tem sim gente excepcional, uma minoria que não tem espaço no meios das vaidades e dos conchavos. Os generais puseram todo o prestígio das forças armadas que mais humilha as forças armadas. Isso é um fato. Não são isentos, são atrasados mesmo. Quem vive na caserna sabe que o dia a dia é pouquíssimo produtivo, é só um bater de cabeça pra resolver problemas que eles mesmos criam. A Marinha é uma Marinha de terra e papel. Gasta se um absurdo de dinheiro com picuinhas, o exército gás tá também com um monte de recruta só pra limpar banheiro e pintar parede. A FAB é de longe a mais profissional e produtiva.
Amigo tem que cortar o pessoal, cortar os privilégios, prender e expulsar das forças armadas aqueles que se envolvem com política na ativa, e profissionalizar as ffaa.
É um mundaréu de gente fazei nada. Um segura o trinco, um empurra pra baixo e o outro empurra a porta. Ficam criando OMS e cargos pra agraciar os amigos se turma e agregar poder. Se fosse cumprir a lei, o que tem de militar que deveria estar preso e e ser expulso… Amigo essas são as sugestões óbvias. Tudo passa por uma boa administração. Quanto aos privilégios dos oficiais, basta ver a traição dos oficiais com os praças. A briga tá feia, pois ele querem tudo pra eles e só pra eles. Sinceramente, são péssimos administradores. Isso é uma ciência. Não adianta querer fazer o que se quer por causa de uma patente. Procedimentos errados levam a resultados.indesejafos!
Têm que parar de bravatas e trabalhar para o que são pagos ao invés de trabalhar pela própria carreira. O Santos Cruz quis fazer o certo e veja o que deu.ae um quarto dos oficiais generais fossem da qualidade daquele cidadão, as ffaa seriam outras. Mas não são. São ridiculamente vaidosos.
Contudo, meu respeito e meu apreço àqueles que servem ao Brasil, não a um partido, político, empresas ou aí próprio ego
Grande parte dos investimentos, e não gastos com equipamentos volta para o país. Porque você não vai falar essas bobagens que você disse para os deputados que subiram o dinheiro deles para campanha para 4 bilhões?
Eles são tropas federais Aldebaran, portanto o dinheiro do bolso deles é proveniente de impostos. Só essa observação já é suficiente para demonstrar a total falta de noção do tema que esta tratando – sendo desnecessário comentar o resto..
Esqueci que o dinheiro da união vem de uma plantação de dinheiro, não do contribuinte
Aldebaran,
Seria interessante, e esclarecedor, você colocar aqui a sua sugestão para resolver está questão.
Coloque os seus argumentos, ideias e a solução.
Acredito que elevaria o nível da discussão.
No aguardo.
Administração! Projeto. Gastaram uma fortuna no são Paulo pra depois jogar fora. Que paga a conta daquilo? Isso é só um exemplo. Sei que tem gente boa e bem intencionada. Mas é preciso aproveitar melhor os recursos. Cansei de ver essa dica aqui, até como um mantra. É muito dinheiro mal gasto. Sei que no meio disso tudo tem as decisões que fogem do controle das ffaa. Pois justamente por isso é que tem que se ter uma administração de excelência. Não dá pra mandar um navio ficar bom e ameaça lo de prender só pro que é um Almirante. O navio velho e obsoleto vai quebrar e dar despesas. Dá pra fazer melhor com o que se tem.