Por Dilson Pimentel
“O Exército não para. Tenho que estar em condições de cumprir toda e qualquer tipo de missão”, garante o comandante Militar do Norte, general de Exército João Chalella Junior. Para ele, a Amazônia é tão importante para o Brasil que, antes, havia na região só o Comando Militar da Amazônia, que cuidava da parte ocidental e oriental do território. “Fruto dessa importância estratégica e de algumas diferenças entre as duas ‘amazônias’, foi criado o Comando Militar do Norte (CMN), em 2013. A missão do CMN é a defesa e proteção da Amazônia Oriental”, detalha Chalella.
O general cita o trabalho realizado pela instituição na fronteira, o combate ao ilícito transnacional e ações em apoio a diversos órgãos federais e instituições, além da ajuda em logística, fornecendo transporte, por exemplo. “O Exército não opera sozinho, opera com a Força Aérea, com a Marinha, com as agências, Ibama, Funai, entre outras. Somos o braço forte e temos uma outra faceta, que é a mão amiga. A nossa mão amiga é muito presente. Temos ainda outras operações em apoio às nossas comunidades indígenas”, afirma. Ele também destaca o apoio à Defesa Civil, com as enchentes, por exemplo, em Marabá, que afetam centenas de moradores.
Entre várias importantes, Chalella lista a Operação Ágata, na faixa de fronteira; a Verde Brasil, no combate ao desmatamento e garimpo; e a Operação Bailique, para apoiar órgãos municipais e instituições civis no armazenamento, embarque e distribuição de água aos moradores do arquipélago do Bailique, no Amapá, onde, nessa época do ano, há falta de água potável, porque ocorre a salinização das águas do rio Amazonas, um fenômeno causado pela estiagem.
A principal dificuldade para executar essas missões, na Amazônia, é o transporte. “Temos estradas que, às vezes, não são transitáveis o ano todo e as nossas distâncias são enormes. Eu tinha uma unidade operando a 1.400 km de sua sede, então, na ação, temos que integrar todos os modais, inclusive com helicóptero, quando necessário”, diz. Segundo o general, a pandemia não prejudicou as ações do Exército. “Estamos sempre preparados para as missões extremamente difíceis. A covid foi uma grande operação logística. Entregamos diversos cilindros de oxigênio, medicamentos. Isso fez parte do nosso trabalho”, ressalta.
Chalella destaca que, para enfrentar os desafios, garantindo a defesa e a proteção da Amazônia Oriental, é fundamental, primeiro, preparar a tropa. “Para a defesa e proteção da nossa Amazônia Oriental, temos que ter equipamentos, meios e pessoal habilitado e em condições de ser empregado a todo e qualquer tempo. Braço forte e mão amiga empregados na garantia da soberania, da lei, ordem, defesa da pátria. Mas eu também tenho que estar em condições de apoiar a nossa população junto com os demais órgãos aqui da área”, afirma.
O Comando Militar do Norte engloba os estados do Pará, Maranhão, Amapá e norte do Tocantins, atuando em 20% do território nacional.
FONTE: O Liberal
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