Por 1º Sargento Juliano Malatesta Barbosa
Dentre as várias medidas adotadas pelo Exército, ao longo dos anos, para incentivar a importância da valorização humana, a formação dos sargentos sempre recebeu especial atenção por parte dos nossos comandantes. Uma das ações mais significantes foi a criação da Escola de Sargentos das Armas (ESA), após o término da Segunda Guerra Mundial.
Desde a formação da primeira turma em 1946, o Curso de Formação de Sargentos (CFS) foi reiteradamente reestruturado para atender às constantes evoluções do Exército. Durante a aula inaugural do CFS em 1979, o Diretor de Formação e Aperfeiçoamento – Gen Div Hermann Berckvist – proferiu a frase que se tornaria o lema do que representam esses militares para o Exército – Sargento: elo fundamental entre o comando e a tropa.
Com a evolução doutrinária e tecnológica dos últimos tempos, houve uma crescente demanda do Exército por líderes cada vez mais qualificados e aptos para atender às necessidades de preparo e emprego da Força. Por essa razão, em 2005, o CFS teve o seu tempo aumentado para 77 semanas. Com esse acréscimo na carga horária, o período básico passou a ser realizado em Organizações Militares de Corpo de Tropa (OMCT), ficando as Escolas de Formação apenas com os encargos referentes ao período de qualificação. Essas mudanças tinham por objetivo consolidar os conhecimentos e valores necessários aos sargentos.
No final do ano de 2015, através do Projeto Formação dos Sargentos de Carreira do Exército Brasileiro, a Força Terrestre deu mais um importante passo para aperfeiçoar o CFS, adequando-o à Diretriz de Pessoal do Exército Brasileiro 2016-2022.
Em 12 de dezembro de 2018, a publicação da Portaria nº 268, do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), tornou-se um marco histórico para o ensino militar. Esse documento regulamenta a implantação do grau superior de ensino para os sargentos e subtenentes de carreira. O novo Curso de Formação e Graduação de Sargentos (CFGS) Tecnólogos passou a ser estruturado da seguinte forma: primeiro ano ou período básico, com duração de 48 semanas, realizado a partir de 2019, nas Organizações Militares de Corpo de Tropa (reconhecidas como Unidades Escolares), e segundo ano ou período de qualificação, com a mesma duração do período básico, realizado nas Instituições de Educação Superior, de Extensão e Pesquisa (Escola de Sargentos das Armas, Escola de Sargentos de Logística e Centro de Instrução de Aviação do Exército). Outro incremento importante na formação dos sargentos foi a inclusão do Estágio Profissional Supervisionado (EPS). Após a conclusão do segundo ano, os alunos serão promovidos à graduação de Terceiros Sargentos; porém deverão cumprir 400 horas do EPS nas Organizações Militares de destino, como parte final do processo de graduação.
Pelas características peculiares utilizadas pela Força Terrestre na formação de seus quadros, no que se refere à carga horária, às instalações e à qualificação dos seus instrutores e monitores, as três Instituições de Educação Superior, de Extensão e Pesquisa consolidam um espetacular nível de excelência. A partir de agora, estão ao lado de renomadas instituições de graduação superior de tecnologia do País, fortalecendo ainda mais nos seus alunos o sentimento do “orgulho de ser Sargento”.
Todavia, a transformação vai além da valorização dos recursos humanos, pois também disponibilizará profissionais mais qualificados ao Exército. As rápidas transformações ocorridas no espaço de batalha exigem líderes preparados para lidar com as incertezas e os riscos das operações militares.
Dentre os conflitos mundiais ocorridos nas últimas duas décadas, a quase totalidade ocorreu por meio de guerras irregulares. A imposição do emprego das Forças Armadas nas operações básicas em situação de não guerra, seja em território nacional ou no exterior, requer um preparo especial das tropas. Além disso, as dimensões humana, informacional e física do ambiente operacional terão grande influência no processo decisório dos comandantes para planejar operações e conduzi-las ao estado final desejado.
Seguindo essa tendência, o Exército tem sido amplamente empregado em operações que possuem algumas características particulares: planejamento centralizado e execução descentralizada (até o nível grupo de combate); ações que envolvem população local comumente considerada centro de gravidade das operações; monitoramento de ações militares em tempo real (divulgação de imagens e informações na internet por parte de civis, influência da opinião pública e presença de diferentes atores estatais e não estatais) e execução de operações interagências.
Neste cenário de emprego do Exército, a graduação em nível superior de tecnologia fornecerá aos sargentos ferramentas para desenvolverem o pensamento crítico e criativo, por meio de um processo de autoaperfeiçoamento ao longo de suas carreiras, tornando-os capazes de cumprir as mais variadas missões com maior flexibilidade, adaptabilidade e resiliência.
Por fim, como resultado desse processo de valorização da carreira desses militares, o Exército estará contribuindo para a consolidação dos sargentos como os elos fundamentais entre o comando e a tropa.
FONTE: EBlog
Sobre o autor: 1º Sargento de Infantaria Juliano Malatesta Barbosa, formado na ESA – 2001; Missão de Paz no Haiti (MINUSTAH) – 2007; Curso Básico de Montanhismo – 2010; Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos na EASA – 2012; Curso Avançado de Montanhismo – 2014; Curso de Montanha Estival e Curso de Subinstrutor de Andinismo (Escola Militar de Montanha – Exército Argentino) – 2015; Curso de Sergeant Major (United States Army Sergeants Major Academy – USASMA) – 2017 a 2018. Atualmente exerce a função de monitor no Curso de Infantaria da ESA.
Que a verdade seja dita, nunca houve nem haverá valorização humana dentro das forças armadas só que esteve sabe disso o que existe é um bando de oficiais fracassados que subjugam os subordinados, numa tentativa vil de inflar o próprio ego pensando estarem ganhando respeito mas que no fim das contas só recebem o desprezo. Pobres coitados, não sabem eles que se precisarem de um subalterno no campo de batalha a última coisa que verão dele será as costas, afinal os próprios “estrelas” criaram a frase: “Quem gosta de praça é pombo”.