Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), nesta quinta-feira (16), o Comandante do Exército, General Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, alertou para riscos de enfraquecimento da soberania do Brasil sobre a parte nacional da Amazônia. Contraditado pelos senadores, ele esclareceu que não se referia a ameaças à integridade territorial, mas a situações que limitam a autoridade do país sobre decisões estratégicas para o desenvolvimento equilibrado da região, buscando atender os interesses do país e, principalmente, da população dos estados amazônicos.
— Isso se caracteriza muito bem como os ‘déficits de soberania’ que nós estamos admitindo dentro da Amazônia — conceituou.
O comandante citou como exemplo de iniciativa capaz de comprometer a autoridade do país a recente proposta do presidente da Colômbia, Luiz Manoel dos Santos, ao Congresso de seu país. Segundo ele, Santos sugeriu a criação de um corredor ecológico na Amazônia continental, do Andes até o Oceano Atlântico, compreendendo a Amazônia brasileira. O objetivo é levar a ideia – chamada “tríplice way” – para análise da próxima reunião da Conferência de Mudanças Climáticas (CoP 21).
Riquezas intocadas
De acordo com o general, a intenção é manter toda a extensão do corredor intocado, sem exploração de suas riquezas, como contribuição para deter as mudanças climáticas. Pelo projeto, esse corredor seria implantado em até cinco anos. Antes, registrou que a Amazônia se estende por 830 mil quilômetros quadrados, em área de nove países, inclusive o Brasil (com 62% de todo o território). As riquezas são estimadas em mais de US$ 230 trilhões, com reservas de minérios raros e rica biodiversidade.
O comandante informou que a proposta de criação do corredor tem origem na Fundação Gaia, organização não-governamental instalada na Colômbia e vinculada à entidade Gaia Internacional, a provedora dos recursos para os estudos. Disse que a ideia fundamental é a de que os recursos naturais da Amazônia devem ficar congelados para sempre. Ao contrário disso, ele defendeu ao longo da exposição que é possível conciliar a preservação e o uso racional das riquezas na região.
— Esse processo [radicalismo pela preservação] é como combater fantasmas, porque a gente não sabe de onde vêm, quem são, o que fazem e quais são seus reais objetivos — comentou.
O General Villas Bôas foi convidado para audiência em decorrência de requerimento apresentado pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que também presidiu os trabalhos. O objetivo foi debater as questões da Amazônia, como a situação do controle das fronteiras, ameaças do tráfico de drogas e armas, além do nível de coordenação com as forças militares dos países limítrofes.
Reservas indígenas
O Comandante do Exército fez também restrições ao modelo de reservas indígenas, concentradas sobretudo na Amazônia. Julgou questionável a “coincidência” do estabelecimento de reservas em áreas com forte concentração de riquezas minerais, o que procurou demonstrar com a apresentação de mapas das reservas indígenas e de jazidas minerais já identificadas.
— Não sou contra unidades de conservação em terras indígenas. Ao contrário, temos que ter desmatamento zero, temos que proteger nossos indígenas, mas temos que compatibilizar essa objetivo com a exploração dos recursos naturais — defendeu.
Sem projetos para que a exploração das riquezas seja feita de modo equilibrado, sob controle e fiscalização, o general disse que tudo passa a acontecer clandestinamente. Como exemplo, citou os veios de diamantes cor-de-rosa nas terras indígenas Roosevelt, em Rondônia. Disse que os diamantes continuam sendo extraídos e saindo ilicitamente do Brasil.
— Isso é uma hemorragia; são riquezas que país perde, que sai pelas estruturas de contrabando, e o país não se beneficia em nada com isso — criticou.
Narcotráfico
De acordo com o general, o país ainda não é produtor de cocaína, mas está sendo usado como corredor de passagem de droga para o exterior. Isto, além de representar grande mercado consumidor, o segundo do mundo depois dos Estados Unidos. Até o momento, Villas Bôas disse que foram detectados e erradicados pequenos plantios dentro do país. Porém, já teriam sido captados sinais preocupantes de articulações de narcotraficantes do país e mesmo do México. Quanto ao tráfico de armas, esclareceu que essa atividade é mais presentes em fronteiras da Região Sudeste e Sul.
Por parte das Forças Armadas, segundo o general, a resposta para aumentar a proteção das fronteiras, inclusive na Amazônia, é a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). Desenvolvido pelo Exército, o sistema envolve radares, sistemas de comunicação e veículos aéreos não tripulados (Vant), com 70% de tecnologia nacional.
Explicou que o Sisfron começou a ser implantado pelo Mato Grosso do Sul, com previsão de conclusão em 2023, ao fim de dez anos. No entanto, admitiu que o projeto pode atrasar, em razão de cortes orçamentários. Segundo o comandante, mesmo se o sistema tivesse apenas 1,5% de eficácia, poderá contribuir em dez anos para uma economia de R$ 13,5 bilhões em gastos com segurança, recuperando todo o investimento.
Com grande participação de senadores, a audiência foi concluída com a promessa de apoio para incremento de recursos que permitam acelerar a implantação do Sisfron.
FONTE e FOTO: Agência Senado
Se as forças armadas reduzissem um pouco os gastos com pessoal, elevassemos o investimento para 2% do PIB ( Padrão minimo da OTAN) e criando o percentual minimo de investimento em equipamento dentro do orçamento do MD . Estaríamos com oitenta por cento do caminho para a resolução do problema.
Nos falta rumo , precisamos saber onde queremos e precisamos chegar !
Esses deputados entrevistas, devem estar querendo ganhar algum agrado desses ONG’s, nos eleitores temos que votar em candidatos comprometidos com a defesa da Patria.
temos que apoiar urgente as forças armadas no controle na amazônia
eu acho interessante algumas entidade querer manter em pleno século 21 querer que índios fiquem no estado natural sem desenvolver e integral a civilização e condições de vida melhor.
é estranho .o congresso deve liberar uma porcentagem maior do PIB( no mínimo 5%)para forças
armadas. para que os equipamento necessário as força armadas chegue mais rápido
Meus prezados companheiros essa constatação feita pelo nobre comandante do EB não é um problema recente, ao longo de décadas as Forças Armadas do nosso país, assim como outros órgãos, vem alertando para essa questão( a perda domínio sobre a Amazônia). O que o general está fazendo neste momento é utilizar-se do princípio da oportunidade e denunciar mais uma vez, o inconsequente e até criminoso sucessivo descaso dos governos com uma região tão importante e necessária para a consolidação do progresso e desenvolvimento do nosso país e do nosso povo em geral.
Podemos constatar, através da leitura atenta do texto que os parlamentares presentes ao evento não acompanharam o raciocínio crítico e lógico do convidado ou se fizeram de desentendidos no tocante a abrangência do conceito de soberania. É um golpe! e muito bem orquestrado. Está em andamento uma trama macabra para se tentar tirar do nosso país o direito de decidir as melhores formas de políticas públicas de condução e utilização das nossas reservas florestais naturais, minerais e biológicas na região considerada.
Como se pode denotar na argumentação do general Villas Boas, não se trata apenas de implantar o SISFRON, aumentar efetivos, adquirir armas, aviões, drones, etc. tem que haver conscientização política da sociedade e dos políticos quanto a necessidade de fazer valer os nossos interesses dentro do nosso território, utilizar a soberania de fato e de direito e não apenas como retórica. Não podemos permitir que governos mercenários e corruptos tanto lá como aqui, a serviço de quem quer que seja e sejam quais forem os motivos, frustrem a nossa liberdade de opção, de escolha de liberdade para decidir. Vamos à luta! Ou deixar a pátria livre, ou morrer pelo BRASIL.
É isso mesmo Maxtedy, suas colocações estão certíssimas! Eu como um amazonida que sou, pois vivo no Acre, falo com propriedade dessa problemática. Querem deixar intocáveis nossas riquesas naturais, pois sabem que o país mesmo aos troncos e barrancos tem crescido e será inevitável o país chegar ainda ao roll dos países desenvolvidos e prosperos e para isso precisamemos de nossos recursos naturais e minerais, então querem mais uma vez nos sabotar e evitar que nós mesmos usufruamos das nossas riquesas que a muito tempo veem sendo pilhadas e saqueadas pelos que se consideram donos do mundo! Ongs nada mais são que estensões disfarçadas e mau intensionadas dos que nuncam preservaram coisa alguma, mas sempre exploraram os recursos dos outros!
Nossa! É o que mais torcemos resolver os problemas de nossas fronteiras de modo racional e lúcido! Quase toda a casa do senado foi ouvir o general sobre o tema, então vemos que algo pode ser realizado. Acelerar o SisFron é imprescindível.
Tem razão o nobre general e guerreiro da selva, como se já não bastassem os problemas existentes, novos estão surgindo, e precisam ser resolvidos.
Para melhor entender do que o General Villas Bôas estava falando, vejam no link que se segue a reportagem que fala sobre esse Triplo A – Andino, Amazônico e Atlântico que o presidente mui amigo da Colômbia propôe. Nas terras da Colômbia quase nada mas nas do Brasil quase tudo. Vejam no link: br.sputniknews.com/20150605/1223696.html
Marcos