O 3º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado (3°GAC Ap), Regimento Mallet, deslocou uma seção para o campo de instrução de Formosa, que fica a 90km de Brasília.
Apoiados pelo 4ºBLog, o Regimento Mallet realizou a concentração estratégica de uma seção de artilharia (Dois M109A5+BR; três M113 e um M577), com a finalidade de participar da Operação Paranhos.
Em Formosa, a IMBEL realizou a instalação do Sistema Digitalizado de Artilharia de Campanha (SISDAC) que consiste em um sistema computadorizado de direção e controle de tiro, cuja finalidade é aumentar a rapidez, precisão e a eficiência na execução das missões de tiro.
A capacidade incorporada aumentará a eficiência da busca de alvos, coordenação do Tiro e desencadeamento das missões de tiro, mantendo o Regimento Mallet na vanguarda da Artilharia.
Prezado India-Mike,
Estou meio desatualizado, a ferrugem já me toma boa parte da mente e do corpo, mas nunca me afastei da Força e sempre interajo com velhos e novos amigos da ativa.
Trocamos experiências e algumas informações.
Espero não lhe decepcionar!
O conflito na Ucrânia tem causado perplexidade no EME, e está acontecendo algumas mudanças em alguns planos e projetos.
No que tange aos M109, é que mesmo com as dificuldades de implantação das novas tecnologias, é o que temos de melhor a curto e médio prazo.
Sendo superado pela futura VBCOAP SR.
O que se comenta nos bastidores é que a distribuição dos M109 A5 será feita da seguinte forma:
32 peças M109 A5+ BR já modernizadas, distribuídas a 16 bocas de fogo por Grupo.
Sendo estes o 3° e o 5° GAC AP
48 VBCOAP M109 A5 distribuídas em 04 GAC, 04 na AMAN, 02 no CIBld e 01 pra ESA perfazendo um total de 55 peças em carga que posteriormente serão elevadas ao padrão A5+ BR
Esse Grupos são:
15° da AD 5
22° da 2° Bda Cav Mec
29° e o 27° da AD 3
Destes Grupos supracitados, apenas o 27° de Ijuí, pertencente a AD 3 ainda opera o M114 e os 15° e 29° já receberam seus M109 A5 por completo e o 22° está em fase de implantação, aguardando um novo lote de viaturas a serem revitalizadas.
Todas as peças M109 A3 vão ser concentradas no parque/3, tendo em vistas que o parque de manutenção/5 se prepara pra modernizar oitro lote de viaturas as elevando ao padrão A5+ Br.
Estes A3 vão receber uma atualização e revitalização, tendo em vista que são peças que se encontram com um bom estado mecânico e uma longa vida do tubo, justificando sua permanência na Força.
A fortes rumores de que essa modernização sera feita em parceria com a BAE SISTENS através de kits fornecidos via FMS, ou como off-set da Elbit no caso dos Israelenses saÍrem vencedores na disputa pela VBCOAP SR.
Estas peças do A3 passarão a se chamar A3+ BR e serão distribuídas aos Grupos orgânicos das Bda Cav Mec.
Sendo eles:
9 GAC AR de Nioaque MS da 4 Bda Cav
Mec mobiliado com M101.
19 GAC AR de Santiago RS da 10 Bda Cav
Mec mobiliado com M101.
25 GAC AR de Bagé RS da 3 Bda Cav Mec
mobiliado com M101.
E 01 pro CI Bld
Ao final de todo processo de modernizações, teremos:
87 M109 A5+ BR
37 M109 A3+ BR
Com relação a VBCOAP SR, inevitavelmente estas peças serão pros Grupos pertencentes as brigadas mecanizadas, tendo em vista que as peças AR não consegui acompanhar os elementos de manobra das Bda na mesma velocidade.
Partindo dessa premissa, creio que se forem confirmadas as aquisições das 36 peças, as mesmas serão divididas pelos três Grupos.
Por mim, concentraria as peças em dois Gruposcom a dotação padrão de meia dúzia de bocas de fogo.
Passamos anos sonhando com Grupos completos, três BO a meia dúzia, mas hoje por conta da famigerada contingência de recursos pra área operacional, vemos um monte de Grupos incompletos ou complementados por morteiros 120mm. Bda sem GAC orgânico, e com essa necessidade da criação de turmas de manutenção e o aumento da incorporação de pessoal especializado, vai ter Grupo que vai perder sua 3° BO pra ceder vagas pro novo QCP das unidades.
Desculpe pela demora em respondê-lo, estive fora esses dias e só pude lhe dar retorno agora.
Uma dica, o Santamariense (antigo, Flanker) tem bom conhecimento e boas relações com o pessoal da FAB e do EB.
Um forte abraço!
Artilharia, a última ratio Régis!
Caros Santamariense (não sabia que eras o Flanker 😉 ) e sobretudo Silvio, muito obrigado pela riqueza das informações e ainda mais pela cordialidade e paciência.
Silvio, muito interessante esse projeto da Artilharia com a modernização integral das peças AP (salvei inclusive esse seu comentário — melhor que muitas matérias — aqui nas minhas notas) mas senti falta de uma citação ao 13° GAC em Cachoeira do Sul. A idéia é que ele permaneça AR ou seria ele um candidato à conversão em Bia de busca de alvos? Ou uma terceira opção?
E realmente o que está acontecendo na Ucrânia — não considerando a catástrofe humanitária que representa — já está fornecendo, e pelo visto vai continuar fornecendo por um bom tempo, amplo material de estudo em praticamente todos os aspectos da guerra. Ainda bem que podemos aproveitar desse conhecimento e experiência com um impacto relativamente pequeno ao nosso país.
Obrigado novamente
“E quanto aos A3 em Uruguaiana, o objetivo é que sejam substituídos por A5?”
O 22⁰ GAC/AP opera M109 A5 desde dezembro de 2022.
Padilha, Wiltgen, demais colegas::
Sabemos que o 3 GAC AP tem 16 M109 A5+BR mas qual seria a dotação de veículos de C2 e OA como o M577 e M113, assim como de remuniciadores M992?
Obrigado
Prezado india-Mike
Inicialmente o projeto VBCOAP M109 A5+ BR, discriminava que cada BO tivesse 06 peças do M109 mais os elementos de apoio da Bateria.
Estas viaturas de apoio seriam 03 M113, 03 M 992 e 2 M577.
Depois decidiu-se dotar inicialmente cada BO com 04 bocas de fogo e posteriormente modernizar mais peças do M09 A5, as elevando ao padrão M109 A5+ BR e completar a dotação das Baterias de Obuses.
Hoje o que temos em cada uma das quatro BO de um grupo equipado com o M109 A5+ BR são, 04 bocas de fogo e como elementos de apoio, 02 M992, 02 M113 e 01 M577.
Na BC 02 M577 e dois M113.
Há previsão de recebimento de mais viaturas M113 e M577, mediante modernização das mesmas.
E se encontra em estado avançado as negociações com a BAE Sistens para atualizar um novo lote de M109 A5, mas esbarra na falta de recursos.
A implantação dos A5+ BR, deu novo fôlego pra arma de Mallet, mas tivemos muitas dificuldades em encontrar e capacitar artilheiros para empregar e manutenir estes meios, tendo em vista a baixa qualidade de conhecimento nos campos da eletrônica e mecatrônica dos efetivos incorporados.
Foram criadas turmas de manutenção com a finalidade de proporcionar uma atenção mais acurada aos meios, inclusive alterando o QCP das unidades, recebendo um número maior de graduados e oficiais com conhecimentos nestas áreas.
Cabe destacar que ate hoje os RCC e as duas Bias AAAe AP, tem a mesma dificuldade com as guarnições do Leopard 1A5 e do Guepard.
Num passado recente, tivemos muita dificuldade em operar os L118, tendo em vista o mesmo ter um mecanismo de percussão elétrico, e as nossas guarnições não empregavam os mesmos de forma correta, acarretando numa baixa disponibilidade das peças.
Com o passar do tempo e depois de alguns intercâmbios esse problema foi solucionado.
Mas o impacto da incorporação de novos meios a Força Terrestre, particularmente a mim, causa muita preocupação, tendo em vista que a Força não recebe mão de obra qualificada pra operar meios modernos.
Outro aspecto é o financeiro, pra uma instituição que estava acostumada a planejar seus gastos operacionais se baseando em meios como o M56, M101, M114, e M 108, o inclemento dos L118 na decada de 90 e o M109 A3, no inicio dos anos 2000, já foi um grande impacto.
Fico imaginando os novos desafios dos operadores dos M109 A5+ BR, do Astros e o MTC, o novo obuseiro auto propulssados sobre rodas, a criação das Bias de busca e aquisição de alvos, os indispensável radares de controle de fogo e contra bateria, os MTC. E também os futuros substitutos dos M101 e M114.
Um forte abraço!
É com fogo que se ganha as batalhas!
10 de Junho, dia da arma de Artilharia!
Silvio, muito obrigado pelas informações e sobretudo pelo relato de sua experiência em primeira pessoa.
Realmente imagino o desafio que está sendo e vai ser para o EB o recebimento desses meios muito mais modernos. Acredito que outro exemplo que causará grande dificuldade será o recebimento dos Centauros que o EB pretende espalhar por 10 OMs onde no meu entender deveriam ser concentrados em no máximo 4-5 OMs pois facilitaria enormemente a adaptação, treinamento, manutenção, logística, etc.
Se eu puder abusar um pouco mais da sua vivência, quando vc menciona atualizar um novo lote de M109A5, vc quer dizer trazer pro setor operacional um número maior de obuseiros do que os 24 M109A5 atualmente em uso nas ADs (dentro daquele lote de cerca de 60 adquiridos) ou a elevação dessas 24 unidades ao padrão A5+BR? E quanto aos A3 em Uruguaiana, o objetivo é que sejam substituídos por A5?
E sobre as futuras VBCOAP SR, pelo que vc relata, acredito que o ideal seria que as 36 peças fossem distribuídas em 2 GACs de 18 ao invés de 3 de 12 peças, confere? Ainda, no seu entendimento quis GACs deveriam receber esses obuseiros? O 26° e o 32° por exemplo ou o 9° tb entraria nessa disputa?
Obrigado novamente