Por intermédio do Projeto Estratégico do Exército (Defesa Antiaérea), foram adquiridos, no ano de 2015, diversas unidades de tiro do moderno sistema de defesa antiaérea RBS 70, de origem da sueca Saab, e que estão atualmente em emprego nos Grupos de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro.
A aquisição, além de reequipar os Grupos de Artilharia Antiaérea com o que existe de mais moderno no segmento de defesa antiaérea de baixa altura, terá utilização na segurança contra vetores aéreos durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.
O míssil do sistema RBS 70 possui qualidades que o tornam importante para o emprego em áreas urbanas, como a portabilidade (o sistema é composto pelo míssil e por um mecanismo de disparo), a visão termal (possibilidade de emprego noturno), o telecomando (guiado ativamente pelo atirador, por um facho de laser) e o alcance de até 5,5 km.
Com o emprego desse material, a 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, assim como o Exército Brasileiro, demonstra o seu preparo para a atuação em Grandes Eventos.
FONTE e FOTOS: 1ª Bda AAAe
Interessante mesmo é o sistema ASRAD-R da SAAB… ele usa o mesmo dispositivo do RBS-70 porém com um lançador quádruplo para o míssil Bolide e é equipado com radar AESA de 20 km, sensor IRST e pode ser montado em quase todo tipo de viatura… particularmente na Marruá ficaria excelente.
O equipamento é montado sobre uma plataforma giro estabilizada e o dispositivo de iluminação do alvo com o feixe de laser é feito automaticamente, assim uma vez o radar travado no alvo o designador começa a iluminar e acompanhar o alvo, o operador só precisa reconhecer através do IFF se é hostil ou não e disparar.
Bem mais eficaz do que fazer o acompanhamento manualmente como no RBS-70 simples… ainda tenho dúvidas se isso funciona na prática.
Posso estar enganado mas considero muito inadequado esse RBS-70… um sistema de baixa altitude, com aplicação estritamente limitada como esse tem que compensar com mobilidade para apanhar alvos de oportunidade em um cenário de conflito já instalado, coisa que pelo tamanho do aparato vemos que ele não possui.
Tais sistemas também devem ser autônomos, do tipo dispare e esqueça, para facilitar o trabalho do atirador que muitas vezes não contará com auxílio nenhum, coisa que o RBS-70 também não oferece pois usa guiagem por laser que a meu ver é muito ineficiente por exemplo contra um caça ligeiro e manobrável.
Não entendi qual o papel do RBS-70 em nossa doutrina de AAA, se já temos o Igla-S, esse sim perfeitamente aplicável com mobilidade, discrição e direção autônoma, mais barato, maior probabilidade de acerto, requer menos treinamento e menos pessoal, não possui tantas partes eletrônicas suscetíveis a descalibração e falhas, etc…
Enfim se alguém puder sanar essas dúvidas eu agradeço.
Topol,
O RBS-70, com seu guiamento laser, tem a vantagem de ser imune a contra-medidas como chaff e flare. Num cenário urbano, também minimiza-se o risco dele traquear algo que não seja a aeronave ou drone ( coisa que creio ser difícil o Igla traquear ) que está engajando… O Igla, se disparado, tá na mão do seeker… O RBS-70, por outro lado, está sob controle do operador o tempo todo. Isso, em situações de não guerra ( como é o caso da Olimpíadas ) se torna ideal, levando a praticamente zero as de um erro catastrófico. O sistema também possuí seu próprio IFF, o que o libera para uma operação segura de forma 100% autônoma, embora possa trabalhar com radares de vigilância, de uma forma ou de outra…
Quanto a mobilidade, três soldados o levam desmontado. Não é grande coisa, mas é perfeitamente transportável, de qualquer forma… Mas isso trás outras vantagens… O sistema de pedestal e a necessidade de treino específico praticamente eliminam as possibilidades do tipo ser operado por forças não regulares. Também torna inviável a operação por outra força que o tenha capturado…
A taxa de acerto do RBS-70 se provou maior que 90%. Em essência, quando se está engajando uma aeronave ou munição guiada, a tendência é pega-lo de frente, o que é essencialmente um ponto fixo no espaço. Enfim, o operador pode manter o alvo sob sua visada, identifica-lo com elevado grau de certeza, e disparar. Mesmo que o alvo manobre em evasiva, ele não irá manobrar mais que o visor ( se puder manobrar, estando a baixa altura )…
Saudações.
Grato pelos esclarecimentos prezado amigo RR.. desta forma fica claro que cada sistema tem suas vantagens e desvantagens e a principal vantagem do RBS-70, como o amigo bem frisou é o seu IFF incluso para excluir o risco de fogo amigo e a sua imunidade a contramedidas, vantagem essa que tem como preço a parcial perda de mobilidade devido ao peso do sistema e necessidade de treinamento complexo para utilização, o que também pode ser útil em caso da captura das unidades de tiro.
Agora sobre a tendência de se engajar o inimigo de frente isso depende muito de como está sendo pensado a utilização desta arma… se a mesma estiver implantada com auxílio de aviso de radar e montada em uma viatura o atirador terá sim tempo de se posicionar para engajar a ameaça frontalmente… mas por exemplo, para utilização em um cenário de guerrilha para abater alvos de oportunidade a mesma é ineficiente tanto pela falta de mobilidade quanto pelo método de guiagem complicado e demorado e de difícil acompanhamento do alvo.
Topol,
Disponha!
Ele foi pensado essencialmente para integrar um sistema de defesa convencional. Não foi pensado necessariamente para guerra irregular.
Quanto a dificuldade de acompanhar, não é difícil se se tem uma linha de visão clara para com o alvo… A rigor, a ideia, como o é em qualquer defesa AA, é coloca-lo na rota provável de aproximação, em regime de bateria. Logo, nessa situação, uma vez o visor virado na direção do alvo, o mesmo se converte em um ponto fixo para o operador… Mas mesmo se ele pegar um alvo fora da posição ideal, é perfeitamente possível, e relativamente fácil, um engajamento. O visor é amplamente móvel, permitindo amplo ângulo de cobertura. Mesmo se a aeronave adversária estiver a grande velocidade, o engajamento é possível, já que o alvo dificilmente vai estar manobrando ( e mesmo que manobre, dificilmente conseguirá faze-lo a baixa altura )… Lembre-se também que quanto maior a distância ou a altitude, maior é o efeito que se tem de que a aeronave está “lenta” em relação ao chão…
Pra mim, a maior desvantagem é que se tem que ficar iluminando o alvo o tempo todo…
Melhor que RBS seria Paraty, pelo menos mais atual . . . .
Boa noticia mas…. Ficaria mais feliz se estivesse lendo exercito brasileiro pocisiona bateria anti aérea pantsir s1 para defesa do espaço aéreo nos jogos olímpicos e paralímpicos mas quem nao tem cão vai de RBS 70 mesmo !
Sds!