O Defesa Aérea & Naval visitou as instalações do BRABAT 26 e acompanhou o treinamento dos militares do último contingente brasileiro na MINUSTAH.
Por Guilherme Wiltgen e Rubens Barbosa
Ao chegar ao Forte Ipiranga, sede do 6º Batalhão Infantaria Leve (6º BIL), OM subordinada a 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), localizado na cidade paulista de Caçapava e onde se concentra o BRABAT 26, a impressão que se tem é de que o Haiti é aqui, face ao nível de realismo que se reproduziu nas instalações. Tudo isso feito sob a coordenação do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), que está conduzindo o Exercício Avançado de Operações de Paz (EAOP).
Cabe ao CCOPAB capacitar as tropas a operar sob a égide da ONU, para isso, nossos militares precisam passar por uma “concepção azul”, como explicou o Major F. Nascimento, da Divisão de Comunicação Social do CCOPAB, que nos acompanhou durante o incidente simulado em Caçapava. “Tudo é feito para que o militar enfrente de forma simulada, as condições mais próximas das que enfrentarão no Haiti. Para isso, reproduzimos com o máximo de detalhes, as características do local e os procedimentos executados. Nos incidentes simulados, que contam com militares e universitários locais. A língua utilizada durante o incidente é o francês, para que as tropas se ambientem, bem como são utilizados os fardamentos iguais aos da Polícia Nacional Haitiana (PNH) e da Polícia das Nações Unidas (UNPOL)”, completou o Maj. F Nascimento.
No Posto de Comando do Centro de Operações do BRABAT 26, montado no Forte Ipiranga, o DAN foi recepcionado pelo Cel. Vasconcelos, Chefe da Comunicação Social, que fez uma explanação sobre o BRABAT 26. Enquanto conversávamos sobre a missão, o tráfego de aeronaves da Aviação do Exército era frenético, com aeronaves HA-1 Fennec, HM-1 Pantera e HM-4 Jaguar apoiando as tropas, o que nos transmitia uma sensação de realidade muito grande, com os “capacetes azuis” chegando e saindo em comboios e as aeronaves pousando no heliponto instalado bem próximo do PCCO.
Exercício Avançado de Operações de Paz (EAOP)
O EAOP é um exercício aplicado ao final do período de preparação no qual o Batalhão ou Companhia de Engenharia recebe uma Área de Responsabilidade figurada. Dentro de sua área de responsabilidade, a tropa deve desenvolver e participar de diversas atividades sincronizadas, conforme uma matriz de eventos. Esses eventos não são de conhecimento prévio dos militares, que chegam ao local sem saber o que vão encontrar pela frente, assim como acontece numa situação real. Tudo acompanhado de perto pelos avaliadores, que são militares que já serviram no Haiti e que orientam, em tempo real, durante a execução do exercício, que também é acompanhado por observadores estrangeiros, que estão atuando pelo CCOPAB.
O Exercício conta com o apoio de acadêmicos de diversos segmentos, órgãos de utilidade pública e profissionais de imprensa inseridos no contexto do exercício. Além das atividades previamente planejadas são criadas situações fictícias, essenciais ao exercício e que são desencadeadas com o auxílio destes profissionais e da própria população local, de forma que o Ambiente Operacional esteja o mais próximo possível do que os nossos militares vão enfrentar no Haiti.
Ao fim de cada exercício, é realizado a Análise Pós Ação (APA), quando os avaliadores mostram os erros e acertos na condução do incidente, o que está bom e o que pode ser melhorado, visando capacitar ao máximo os militares do BRABAT 26, baseado nas experiências reais desses militares no Haiti e das diretrizes elaboradas pelo CCOPAB.
O EAOP dura entre uma e duas semanas e tem por objetivo avaliar o preparo, o adestramento e a eficiência profissional em uma operação de paz, consolidando o espírito de corpo e o sentimento de cumprimento de missão entre os integrantes do contingente.
A primeira semana tem como foco avaliar o preparo, o adestramento e a eficiência profissional das frações nível Grupos de Combate e Pelotões, consolidado o aprendizado técnico das pequenas frações. Na segunda semana do exercício, as atividades de avaliação e adestramento prosseguirão, com foco nos trabalhos realizados pelo Estado-Maior e pelas Subunidades orgânicas como um todo.
CCOPAB avalia de acordo com normas internacionais
O objetivo do CCOPAB no EAOP é certificar o preparo do BRABAT 26, de acordo com as normas das Nações Unidas. Tais normas norteiam a certificação de todas as tropas que são empregadas em missão de paz.
A sistemática de avaliação consiste em acompanhar as frações do Batalhão durante o evento, observar como a tropa se comporta e avaliar os procedimentos feitos, a fim de gerar oportunidades de melhorias.
Militares de todo o Brasil, que já foram ao Haiti em outros contingentes, auxiliam a avaliação do 26º BRABAT. O objetivo é que no final do exercício, todo o 26º BRABAT, do Comandante ao soldado mais moderno, obtenha êxito na certificação.
NOTA do EDITOR: O DAN agradece a 12ª Brigada de Infantaria Leve Aeromovel, pelo convite para acompanhar o exercício, na pessoa do Maj. Luiz Cláudio (Chefe da ComSoc da 12ª Bgd.). Agradecemos também ao Cel. Vasconcelos (BRABAT 26) e ao Maj. Felipe Nascimento (CCOPAB).
Obrigado pela explicação caro Guilherme, então devemos avisar ao USB ARMY; que utiliza atores de em seu centro de treinamento cenográfico.
Assim como especialistas em efeitos especiais de Hollywood para replicar o mais real possível o ambiente de combate para os recrutas.
Desculpe a sinceridade; mas utilizar ambiente urbano na qual não se pode ter o verdadeiro controle da situação; é sim um tremendo improviso.
Sugiro a todos a procurarem o programa denominado Maravilhas modrrnas; onde se relata dentre outras tecnologias esse centro de treinamento do Us Army.
O EB possui verbas e área para tal fassanha, antes que alguém diga que não.
Basta vontade e visão para isso !
foxtrot,
Você realmente não entendeu a matéria e está querendo comparar duas coisas distintas.
Mas, vamos lá! Isso não é um treinamento de tropas que vão para guerra. Para esse treinamento sé utiliza cenários controlados e que nossas FA’s possuem. Como te escrevi anteriormente, este cenário existe no 6 BIL.
Isso é um treinamento de Força de Paz, onde a tropa vai aprender a ter controle emocional e não utilizar o uso desproporcional da força. Ninguém está ali para aprender a entrar em um local e enfrentar insurgentes e resgatar eventuais reféns. Não é esse o objetivo do EAOP!
Ressalto mais uma vez, o CCOPAB é um centro de excelência e nada do que está sendo feito ali é de improviso, muito pelo contrário, é o resultado de muito estudo e experiência, o que o transformou em referência contando hoje com vários militares estrangeiros que lá estão servindo.
A Constituição prevê claramente o emprego das FFAA… portanto, não é “o que o Exército fará”… sem respaldo, não tem legitimidade… ai, já viu… veja que a questão não é omitir-se, mas ter a certeza de que o emprego eventual está calcado na lei… isso evita questionamentos e protege o militar que está em campo…
Deveriam mandar esses homens tão bem treinados para Fortaleza…
Se bem que lá não pediram auxílio.
Talvez o Estado sinta que pode controlar a situação.
Mas essas facções de âmbito nacional continuam atuando.
O que o exercito fará a respeito?
Mandando soldados em missão de paz enquanto o Brasil está em estado de guerra?
O Brasil precisa é de lei para punir os bandidos e não de leis feitas por bandidos, com toda a corrupção que tem eu me pergunto: Será que não tem políticos que ganharam caixa 2 do PCC? E depois fazem leis que beneficiam o crime organizado? Fica a pergunta no ar.
Ao invés do EB utilizar bairros de cidades , deveria construir uma cidade cenográfica para esse tipo de treinamento; tanto para operações de paz quanto para treinamento em operações urbanas.
Utilizar atores de teatro locais e ex combatentes; o que dará maior realismo e transmitirá aos “novatos” experiências de combate vividas pelos ex combatentes e participantes de diversas operações que participaram.
Nem sempre o improviso é a melhor solução !!!
Foxtrot,
Acho que você não entendeu a matéria, não tem nada de improviso nesses treinamentos, tudo é pensado e arquitetado pelo CCOPAB antes de ser realizado.
A ideia de se usar o cenário urbano, proporciona ao militar em preparação (alguns já estiveram no Haiti), um nível de realidade muito maior do que se utilizado o cenário urbano existente no Forte Ipiranga, por exemplo.
Não se usa atores em um exercício militar em que se busca uma realidade no nível apresentado e sim militares da ativa que, inclusive, já passaram por essa experiência no Haiti. Tudo avaliado em tempo real pelos militares do CCOPAB, compostos por militares brasileiros e estrangeiros com larga experiência em missões de paz.
O que nós estamos vendo aqui, é um treinamento de altíssimo nível executado por um centro de excelência, que é o CCOPAB.
Abs,
Na verdade, o Brasil precisa mais do exército nas ruas do que o Haiti.
60.000 homicídios por ano.
E precisa também do exército agindo nas fronteiras.
Não é possível que as drogas continuem entrando no país e as forças armadas não façam nada para impedir.
Que tal 20 ou 20 mil homens trabalhando para valer?
Barcos, helicópteros e tanques?
E a inteligência do exército agindo, inclusive para desbaratar essas quadrilhas que explodem caixas eletrônicos…