Por Alex Rodrigues
O ministro da Defesa, Gen. Fernando Azevedo e Silva, disse ontem (15), em Manaus, que o projeto de criação de um míssil brasileiro capaz de alcançar 300 quilômetros de distância até seu alvo final está “em fase final de desenvolvimento”.
“Falta muito pouco para ele complementar a artilharia de foguetes do Exército brasileiro, dando-nos um poder dissuasório muito grande”, respondeu o ministro ao ser perguntado sobre o atual estágio de produção do Míssil Tático de Cruzeiro AV-TM 300 – cujo desenvolvimento, junto com o Foguete Guiado SS-40, faz parte do Projeto Estratégico Astros 2020, lançado em 2011, um sistema com alta mobilidade e capaz de lançar mísseis e foguetes a longas distâncias.
Com alcance de até 300 quilômetros de distância e uma precisão de até 30 metros, o armamento desenvolvido pela Avibrás ampliará o poderio bélico brasileiro, podendo ultrapassar os limites do território nacional e atingir alvos estratégicos muito além da capacidade dos foguetes hoje em uso no Brasil. Atualmente, a família de foguetes Astros compreende quatro modelos com menor alcance que variam entre 30, 40, 60 e 80 quilômetros.
O principal objetivo do AV-TM 300, conforme sugere o ministro ao mencionar o “poder dissuasório” do armamento, é desencorajar eventuais ameaças externas. Além disso, o projeto Astros 2020 prevê outras iniciativas para dotar o país de “meios capazes de prestar um apoio de fogo de longo alcance, com elevada precisão e letalidade”. Entre estas iniciativas está a implantação de unidades militares de mísseis e foguetes, de um centro de instrução e de bases administrativas.
A previsão inicial era de que as primeiras unidades do AV-TM 300 fossem entregues ao Exército ainda este ano, mas ao ser questionado sobre os prazos, o Ministro respondeu acreditar na “possibilidade” de serem entregues entre 2021 e 2022.
Exercício
Uma bateria do sistema de lançadores múltiplos de foguetes Astros 2020, já em uso pelo Exército, foi deslocada de Formosa (GO), a cerca de 90 quilômetros do centro de Brasília (DF), até a região de Manaus, onde, até o próximo dia 23, efetivos das Forças Armadas participam de um exercício militar coordenado pelo Exército.
Batizado de Operação Amazônia, o treinamento envolve cerca de 3.600 militares, e simula um ataque externo à região amazônica. “Fiquei impressionado com a concentração estratégica dos meios, particularmente do Exército brasileiro”, comentou o ministro da Defesa, que chegou ontem (14) à região para acompanhar o exercício militar.
De acordo com Silva, foram necessários dois meses para transportar a bateria do sistema de lançadores de foguetes pertencente ao 6º Grupo de Mísseis e Foguetes de Formosa até próximo a capital amazonense. “Foram dois meses de deslocamento até ele ser posicionado nos pontos para treinamento. O que demonstra a mobilidade dos meios do Exército.”
Presente no exercício, o comandante do Exército, Gen Edson Leal Pujol, destacou a importância dos militares brasileiros estarem aptos a atuar na região. “A preparação para estarmos aptos a defender este rincão da Nação é extremamente importante. É um esforço muito grande, mas é nosso dever para com a sociedade brasileira nos prepararmos e treinarmos para se, um dia, houver a necessidade de defendermos nossa Amazônia. Por tudo que ela representa em termos de riquezas minerais, biodiversidade, para a economia e para a vida dos brasileiros”, disse Pujol.
FONTE: Agência Brasil
Alguma chance deste MTC AV-TM300 se transformar em mais uma “comédia pastelão” tipo A-Darter? Mais um sorvedouro de recursos gigantesco que ao final vai dar em nada?
Pessoal. Tenho certeza que se tratou de uma informação truncada, que confunde o entendimento público. Seia impossível, em caso de guerra, esperar dois meses para chegarem tais baterias. Tem razão quem afirmou acima, que tanto tempo assim faria com que o país fosse completamente invadido. Ademais, os Millenium têm capacidade para transportá-los. Acho que os profissionais de informação do Exército precisam de uma reciclagem, e que o Ministro da Defesa não vá a público dizer mais bobagens.
Dois meses inclui todo o planejamento do evento, e não o deslocamento em si.
Dois meses? É pra comemorar mesmo?
Padilha,
Explica aí esses 2 meses .. se contratassem minha empresa, fazia esse frete com uma semana !
Mobilidade, precisão e prazo de entrega COM RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS…
Isso tá me lembrando as piadas do Casseta & Planeta….
2 meses? Não é possível.
Dois meses de deslocamento e os caras estão se vangloriando, meu Deus, o que acontece com esse país que todos tem felicidade em ser incompetente?
Pior é se vangloriar da precisão de 30m do míssil, imagina usar o GPS do teu celular com essa “precisão”, agora imagina isso em um míssil de cruzeiro. É a historia da velhinha que queria se matar e foi ao médico perguntar onde fica o coração, ele disse para ela que ficava dois dedos abaixo do peito, a velhinha quando chegou em casa, pegou a arma, e atirou no joelho…
Na teoria, ele ele seria uma versão mais simples do Tomahawk, que possui nível de precisão de 10 metros.
Possuirá dois sistemas de orientação enquanto o Tomahawk possui cinco.
É o primeiro projeto de missel longo alcance.
Comparar a precisão de localização de celular em um ponto estático com a precisão de míssil disparado a 300km+ impulsionado por um propulsor sólido e um turbo jato e totalmente incompatível.
Levantando um outro ponto no debate, acredito que esse deslocamento foi realizado com a finalidade de realizar estudos logísticos e possíveis gargalos até o objetivo em questão! Porém em caso de agressão esses mesmos meios poderiam ser transportados por via aérea no C-390 Millenium. Há um tempo atrás o EB fez o mesmo com um M-60 do 20° RCB (Campo Grande) até Roraima, foram gastos 11 dias. Quem conhece a região sabe que a logística na Amazônia é muito complicada.
Pois é Gutierrez pode até ser complicado mas levar 2 meses é demais, tenho certeza que se os americanos resolvem invadir e tomar a Amazônia de nós eles colocam pessoal, tanques, lançador de mísseis e mais um monte de coisas em 1 semana (tirando a parte de mar, somente o percurso em terra). Eu fico abismado com as comemorações feitas como esta, outro dia vi uma reportagem do pessoal exaltando um grupo que acompanhou os A29 que foram pras Filipinas como algo extraordinário, gente isso é coisa básica e não devia ser assim bem como mudar estes lançadores de Goiás para a Amazônia deveria ser algo de uma semana no máximo.
Realmente vejo que não estamos tão prontificados assim como falam e acho que não é falta de treino, isso me parece algo bem mais crônico e relacionado a mentalidade dos nossos comandantes, já imaginou se invadem o Brasil pelas praias do nordeste e ao mesmo tempo pelo norte? Quando pegarmos nas armas para nos defendermos o invasor já tomou inclusive o Rio Grande do Sul salvo se os traficantes do Rio não der um trabalho pros invasores pois estes sim estão o tempo todo armados, atentos e prontos pra roubar alguém. Prontidão não é só ter um planejamento bem pensado, é executar este planejamento em um tempo curto pra pegar o inimigo com as calças na mão.
Concordo com você, o meu contraponto foi que o foco dessa mobilização talvez não tenha sido a velocidade na concentração dos meios e sim em um possível emprego de não só uma bateria mas dos 2 grupos que ficam sediados em Formosa! Pontos de apoio, reabastecimentos e etc. No meu ponto de vista, teríamos que ter o planejamento de quantas horas de vôo, equipagens e aeronaves seriam necessários para deslocar essa mesma bateria, fazendo assim uma concentração de meios estratégica.
Até porque se tivermos uma situação semelhante à do ano passado, onde a Venezuela estacionou os S-300 na nossa fronteira e fechou o espaço aéreo de Boa Vista, seria impossível transportar os Astros 2020 de avião.
é uma mobilidade monstruosa, passar dois meses para deslocar uma bateria autopropulsada de astros para o amazonas