São Paulo, a capital da industrialização do país, poderá receber o maior evento internacional sobre atividades espaciais, em 2024. A oficialização da candidatura do Brasil como sede do principal evento de astronáutica do planeta acontecerá em outubro, quando a delegação brasileira, liderada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), participará da 72ª edição do International Astronautical Congress, o IAC, (Congresso Internacional de Astronáutica), entre os dias 25 e 29, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Este ano, a Federação Internacional de Astronáutica, da qual o Brasil é membro, por meio do Congresso, abrirá as portas para a comunidade espacial global, realizando o evento pela primeira vez em um país árabe, desde a sua criação em 1950. No Brasil, a escolha de São Paulo para sediar a edição de 2024 do IAC considerou aspectos relevantes, como o fato da cidade ser um dos mais importantes centros financeiros do mundo e possuir uma localização estratégica para o aprimoramento da indústria espacial no país, além de oferecer amplas possibilidades para o desenvolvimento de novas parcerias e expansão do setor junto aos países latino-americanos.
“A participação do Brasil nesta ‘concorrência’ é muito importante, pois nos preparamos, institucional e estruturalmente, para o que chamamos de Legado Espacial Brasileiro, que queremos que o mundo conheça e que façamos cooperações e parcerias. Tivemos o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas com os EUA, efetivamos o Centro Espacial de Alcântara, aprovamos legislações, revisamos decretos e legislações, potencializamos políticas públicas convergentes, que contribuirão para o ecossistema aeroespacial, como, por exemplo, IoT, IA, Marcos Legal de Startups, Lei de TICs, Inovação, Promoção e Politização da Ciência para formar as próximas gerações para as carreiras do futuro e, em gestão, conseguimos definir bases sólidas no MCTI e em articulação com a nossa Agência Espacial Brasileira, vincula ao nosso ministério, para impulsionar projetos focados em toda a cadeia aeroespacial. Digo, com muita certeza, que o Brasil é o candidato ideal para sediar o IAC em 2024, pois tudo o que fizemos agora estará bem maturado e interessante. Sem desmerecer nossos concorrentes, mas temos muito a mostrar e contribuir neste setor”, relata o astronauta Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações.
A atuação do Programa Espacial Brasileiro, nos últimos dois anos, destacou-se no cenário internacional, desde a assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que permitiu a ampliação da utilização do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, para as atividades espaciais, expandindo para uso comercial da infraestrutura, como também outros feitos conduzidos pela Agência, como os lançamentos do satélite nacional Amazonia 1 e outros quatro nanossatélites, utilizados principalmente para coleta de dados para preservação e prevenção de riscos ambientais.
A escolha da capital paulistana observou a qualificação de toda infraestrutura e os atrativos necessários para que organizadores e participantes do Congresso contem com a otimização entre o conforto e a competência para organização de megaeventos como esse. A exemplo de experiências semelhantes, o Brasil já sediou os Jogos Olímpicos, Rio 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016.
Esta será a segunda oportunidade de o Brasil sediar o IAC. A primeira ocorreu em 2020, no Rio de Janeiro. Mais uma vez, a AEB ressalta a chance de inspirar a próxima geração, para arquitetar o futuro, a expansão e o desenvolvimento do ecossistema crescente do setor espacial no país, com especial expectativa para novas parcerias entre as nações latino-americanas.
IAC 2021 – DUBAI
A Organização Anfitriã do IAC 2021 – o Centro Espacial Mohammed Bin Rashid (MBRSC), membro da IAF desde 2012, foi estabelecida pelo Governo de Dubai para servir como um dos principais pilares para impulsionar o estabelecimento da economia do conhecimento e o desenvolvimento sustentável nos Emirados Árabes Unidos. Com o tema “Inspire, inove e descubra benefícios para a humanidade”, o IAC 2021 objetiva contribuir para a humanidade e para a ciência, fortalecendo e aprimorando a cooperação entre todos os países no setor espacial.
O interesse dos Emirados Árabes Unidos pela astronomia e ciências espaciais remonta à década de 1970, cerca de 20 anos depois do ingresso brasileiro no setor, quando o Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan se reuniu com a equipe da NASA, responsável pelo pouso da Apollo na Lua. O encontro desencadeou uma ação nacional com foco no espaço, que começou há quase três décadas e levou ao nascimento de um setor espacial nacional nos Emirados.
Nos Emirados Árabres, o Congresso chega em um momento singular, quando ocorrerá o lançamento da Emirates Mars Mission (Hope Probe), a primeira nave de exploração espacial árabe em Marte.
A data também marcará o aniversário do retorno do primeiro astronauta dos Emirados da Estação Espacial Internacional e o segundo aniversário do lançamento do KhalifaSat – o primeiro satélite de observação da Terra produzido totalmente pela Emiratis. Essas conquistas simbolizam o início de uma nova era na região, uma oportunidade para discutir sobre como a ciência e a tecnologia espaciais podem contribuir para o progresso de uma nação.
FONTE: AEB