Por Danilo Moliterno
O Brasil tem a partir de 2024 três frentes para desenvolver um foguete nacional. Além da iniciativa pública por um Veículo Lançador de Microssatélite (VLM), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) selecionou e passa a financiar dois projetos da iniciativa privada por um Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP).
Apesar de cada uma das três iniciativamms perseguir uma solução tecnológica própria que permanecem majoritariamente em sigilo, o objetivo é o mesmo: desenvolver um veículo de pequeno porte para inserir um satélite em uma órbita estável, explica Rodrigo Leonardi, diretor de gestão de portfólio da Agência Espacial Brasileira (AEB) em entrevista à CNN.
As frentes abertas na iniciativa privada são as principais novidades. Em dezembro do ano passado a Finep e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgaram as empresas selecionados, em edital aberto no final de 2022, para o desenvolvimento dos foguetes nacionais.
Um dos consórcios escolhidos é liderado pela Cenic Engenharia Indústria e Comércio Ltda, que receberá R$ 190 milhões; outro, pela Akaer Engenharia S.A, que fica com R$ 180 milhões. O investimento é não reembolsável e o prazo para as entregas é de 36 meses a partir da assinatura dos contratos ou seja, os foguetes devem estar prontos em 2026.
Para a iniciativa pública, Rodrigo Leonardi evita cravar prazo, mas indica que o projeto está mais adiantado que os demais. A trilha de desenvolvimento é a seguinte: deve acontecer neste ano o segundo tiro em banco com o motor-foguete S50. Caso haja sucesso, será projetado um veículo suborbital VS-50, que em uma terceira etapa resultaria no VLM.
Leonardi indica que apolítica espacial brasileira tem como diretriz o desenvolvimento destes foguetes. O técnico destaca gargálos, como a falta de financiamento, que impediram essa entrega. Também menciona trauma deixado pela explosão, em 2003, de veículo que levaria um satélite nacional ao espaço. A tragédia em Alcântara (MA) matou 21 profissionais.
Apesar deste histórico, o diretor afirma que o Brasil tem atuação de sucesso no campo de suborbitais — que podem superar os 100 km de altitude e chegar ao espaço, mas não se sustentam em órbita. O VSB-30, desta categoria, vai ao espaço, é produzido regularmente e, inclusive, exportado.
“Diria que estamos muito orgulhosos dos feitos da tecnologia brasileira no suborbital. O que queremos agora é ter um veículo com capacidade de inserir um satélite em órbita ao redor da terra”, disse.
Os projetos
O projeto do VLM visa o lançamento de cargas úteis em órbita equatorial igual ou superior 300 km de altitude. A tecnologia do foguete foi desenvolvido em conjunto pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e pela Agência Espacial Alemã (DLR). Haveria capacidade para lançar satélites com massa de 30 quilos.
O foguete conta com três estágios a propelente (combustível) sólido na sua configuração básica: dois estágios com o motor S50, com cerca de 10 toneladas de propelente, e um estágio orbitalizador com o motor S44. Veja imagem abaixo:
As especificações técnicas para o VLPP, que consta em anexo do edital de contratação das empresas privadas, também foram definidas pela AEB. A ideia é de que seja desenvolvido um veículo com capacidade de lançar pelo menos cinco quilos de carga útil na órbita equatorial de 450 km.
Para Leonardi a entrada da inciativa privada é “bem-vinda”, não apenas por gerar concorrência saudável com o projeto público, mas também pelas características do “New Space”. A expressão denomina as transformações do setor espacial, com perda de protagonismo do Estado e crescente presença de atores privados.
O técnico ressalta liturgias que devem ser seguidas no ramo público para a realização de projetos e vê o New Space com potencial para levar avanços ao setor. Ele não descarta, inclusive, que os VLPPs se utilizem do legado tecnológico do VLM. Leonardi não menciona sua data, mas crê que este será o primeiro veículo a ser lançado.
FONTE: CNN
Desculpe. Mas com a Avibras a ponto de ser perdida, acho este lindo texto um desperdício de bits e tempo.
o pessoal deve esta achando os valores altos, porem essa grana em reais nao da quase nada em dollars. No exterior tem empresa que gasta 1B so para desenvolver um veiculo obrital minimo viavel, bora ver se os nosso darão certo
PS: tem que por uma $$ para contratar os voos, teria que ser no minimo 3x de cada projeto pra que as correções possam ser feitas e finalmente termos foguetes nacionais operacionais.
O único probleminha aqui é que a iniciativa estatal do VLM está baseada no motor foguete S-50 que foi fabricado pela Avibrás.
Além de se encontrar em recuperação juducial, a empresa considerada estratégica de defesa, se encontra em negociações para SE VENDER a um grupo Australiano bem pouco conhecido…
Com a ausência do governo, do Ministério da Defesa e do Comando do Exército nesta questão CRÍTICA poderemos restar apenas com os projetos privados brevemente…