Por Miriam Rezende Gonçalves
O setor espacial é essencial para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil, além de ser um pilar estratégico para garantir nossa soberania e aumentar a competitividade no cenário global. Países que investem de forma consistente em seus programas espaciais conquistam avanços significativos em ciência e tecnologia, impulsionando setores estratégicos como comunicações, monitoramento ambiental, defesa e pesquisa científica.
Contudo, o Programa Espacial Brasileiro enfrenta grandes desafios. Nas últimas duas décadas, vivenciamos abandono de investimentos e má gestão, resultando na paralisação ou interrupção de projetos importantes. A dependência excessiva do orçamento público e a burocracia estatal impediram a continuidade das iniciativas, deixando o país atrasado em relação a nações que enxergaram o setor como uma prioridade estratégica. Esse cenário colocou o Brasil em uma posição vulnerável e longe das grandes potências espaciais.
Em meio a esses desafios, surge a ALADA, Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil. Trata-se de uma iniciativa inovadora voltada para viabilizar e revitalizar o Programa Espacial Brasileiro. O grande diferencial da ALADA é sua independência financeira: ela não depende de recursos públicos para operar, o que lhe confere maior agilidade e eficiência, além de torná-la menos suscetível a mudanças políticas, má gestão, perseguições políticas e instabilidades orçamentárias. Com esse modelo de negócio o Programa Espacial estará blindado.
A ALADA foi pensada para promover parcerias estratégicas com fornecedores e operadores privados, oferecendo uma nova abordagem para coordenar lançamentos e contribuir na modernização do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. O foco é trazer soluções eficientes, por meio de ações estratégicas que fortaleçam o setor espacial e ampliem a capacidade operacional do Brasil.
Reinvestimento no Programa Espacial: uma estratégia sustentável
Uma das inovações mais importantes é a forma como os recursos obtidos com a operação da Base de Alcântara serão geridos. Diferentemente de outros modelos, os valores arrecadados com o aluguel da base não serão direcionados para o Tesouro Nacional. Com a ALADA à frente, esses recursos serão integralmente reinvestidos no próprio Programa Espacial, garantindo que cada avanço tecnológico e estrutural tenha impacto contínuo e sustentável. Essa abordagem assegura que o programa tenha autonomia financeira para se desenvolver a longo prazo.
O avanço exponencial das tecnologias espaciais trará novos desafios e oportunidades. Hoje, a localização da Base de Alcântara, próxima ao Equador, ainda é uma vantagem estratégica, mas essa relevância pode diminuir com o tempo. Precisamos considerar que tecnologias emergentes permitirão lançamentos eficientes sem depender de proximidade geográfica.
Antecipando-se a essas mudanças, o Brasil precisa pensar em alternativas. Criar novas bases de lançamento ainda mais próximas do Equador pode ser uma solução estratégica para manter a competitividade no mercado global de lançamentos. Essa visão de longo prazo será fundamental para assegurar que o país continue relevante no setor espacial, independentemente das crescentes inovações tecnológicas.
A Urgência de viabilizar o Programa Espacial Brasileiro
Viabilizar o Programa Espacial Brasileiro é mais do que uma questão técnica ou econômica — é uma decisão estratégica. Exemplos internacionais, como Índia e Nova Zelândia, mostram que a convergência entre esforços públicos e privados pode transformar o setor espacial em um motor de crescimento econômico e inovação.
O Brasil precisa agir rapidamente para recuperar o tempo perdido e aproveitar as oportunidades que ainda estão ao nosso alcance. A ALADA representa a esperança, investimentos em nosso potencial humano, um novo caminho, onde eficiência e independência financeira se unem para impulsionar o programa espacial. Não se trata apenas de olhar para o espaço como um desafio, mas como uma oportunidade de transformar o futuro do nosso país.
A janela de possibilidades está aberta, e o Brasil precisa decidir, se deseja assumir um papel de protagonismo na nova era espacial ou e permanecerá à margem das nações que souberam aliar ciência, tecnologia e estratégia econômica para conquistar o futuro. E só existe um caminho: A ALADA! A estatal surge como uma esperança no horizonte do Programa Espacial Brasileiro.
Miriam é Jornalista, formada em Comunicação Social, Escritora e Pesquisadora com mais de 20 anos de atuação no Programa Espacial Brasileiro, além de colaboradora do portal “Defesa Aérea & Naval”.
A FAB se mostrou tecnicamente incapaz de tocar o programa de desenvolvimento de foguetes, o pessoal da AEB está mais preocupado com simpósios e menções em artigos de pesquisa. Se a criação desta empresa representar a união de um bom corpo tecnico com ações mão na massa, que de fato faz as coisas acontecerem, então será uma boa iniciativa.
A AEB nunca entregou resultados concretos. Não existe um programa espacial efetivo, e o setor New Space parece se limitar a especulações. Se estão criando uma nova empresa, isso indica que há uma enorme lacuna a ser preenchida nesse campo.
Cabide de emprego é a AEB, tem das-4, cargo de confiança que já está lá há 08 anos e nunca entregou resultado. O órgão está cheio de denúncias na CGU, inclusive, a Ouvidoria da AEB está sob investigação da CGU. Parece piada, mas é real. Triste constatação, a AEB não deu conta do recado. Só má gestão, descontinuidade e perseguições .
É fundamental que haja um planejamento sólido e ações efetivas para realmente desenvolver o potencial do setor espacial.
Sempre fica uma dúvida de como será e se vai realmente alavancar como estão esperando, meus votos são que superem as expectativas e com isso possamos retomar programas e assim crescer neste setor que esta bem aquecido mundo afora.
É dar tempo ao tempo, não é fácil nem rápido mas que venham os resultados para ai sim sabermos se os investimentos foram acertados.
Mais um ralo de dinheiro publico
Sim. E colocaram uma pessoa reconhecida no meio para falar bem dessa pseudo empresa.
Importante que todos saibam que a anos a FAB tenta emplacar a ALADA.
Apenas uns 20 anos.
Como o Colombelli falou, será outro cabide de empregos.
Ainda falta saneamento basico no pais.
Nao tem como competir com as empresas privadas com SpaceX, Amazon, etc… Nem a NASA consegue concorrer…
Seria melhor liberar o uso da base de Alcantara para quem quisesse lancar seus foguetes em troca de parceria a barateamento do lancamento de satelites brasileiros.
Ter politicos envolvidos no processo sabemos por experiencia que sera ineficiente e perda do dinheiro do povo que esta faltando.
Arrume a casa primeiro (financas do pais) antes de alcar voos mais altos.
A mentalidade dos brasileiros não consegue compreender a importância da ciéncia e da tecnologia, então nosso país simplesmente não sabe o que desejar ou esperar de um programa espacial.
O fato do orçamento desta Alada não ser definido e ficar na dependência de eventuais contratos de uso da base de Alcântara (que deverão sofrer limitações porque o Departamento de Estado americano tem sérias restrições quanto ao uso de qualquer valor usado para o aluguel da base para o nosso programa espacial, o que impactará eventuais empro desas americanas interessadas) mostra que não existem objetivos definidos a atingir, mas apenas a intenção de tentar reduzir a dependência política do programa.
E nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde quer navegar.
Quero acreditar mas é difícil num país como o nosso que coloca políticos na frente de cientistas e pesquisadores. Torço pra estar totalmente errado.
Pelo exposto o GovBr arrendou a base Alcântara para a Alada poder fomentar no mercado a utilização destas instalações e sua localização a iniciativa privada…Uma mistura de Engepron com terminais arrendados nos portos públicos…Oxalá seja uma excelente idéia…FA ao DAN
O país está ruindo em todos os sentidos, em especial na economia, essa agência como tantos outros órgãos criados por esse governo não passará de mais um cabide de emprego.
A Embraer, avibras ou akaer poderiam construir foguetes para AEB.
A AVIBRAS está devendo três (que na verdade deveriam ser cinco se não fosse uma “manobra” de alguns oficiais da FAB) S50.
Esqueçam essa empresa. É carta fora do baralho já.
Criar uma empresa pública é uma iniciativa inovadora!!!! Show.
“ela não depende de recursos públicos para operar”
Bom, isto responde aos criticos que pensaram compreensívelmente que seria mais uma estatal nas nossas costas.
Usar os próprios recursos gerados pela operação comercial da Base de Alcântara para alavancar nossos projetos.
Claro que isto não deve excluir algum aporte de verbas públicas em caso de algum projeto muito relevante.
No papel as idéias e pretensões são excelentes. Estamos muito atrasados no setor espacial e façamos votos para que esta empresa possa decolar nas mãos de uma gestão moderna e competente.
E a AEB ?
Esta nova agência, ALADA, ficará subordinada a AEB ?
A ALADA será mais um cabide de emprego de militar da reserva remunerada da Aeronáutica , só que pendurada na outra empresa estatal aeronáutica, a NAV Brasil. O caminho é outro, gente! Criar uma empresa estatal brasileira SpaceBRAS não será eficiente por falta de recursos financeiros só isso. O Estado brasileiro já era.
Faz de novo a Parceria com a Ucrânia