Por Luiz Padilha
O Defesa Aérea & Naval recebe diariamente solicitações de informações sobre os planos da Marinha do Brasil quanto ao seu reaparelhamento. Para atender à essas solicitações de nossos leitores, solicitamos uma entrevista com o Almirante de Esquadra Luiz Henrique Caroli, Diretor Geral do Material da Marinha, que gentilmente me recebeu em seu gabinete e concedeu a entrevista, que esperamos, atenda os anseios de nossos leitores sobre o futuro dos meios da esquadra. A entrevista por ser muito longa, será divida por tópicos, facilitando sua leitura.
Força de Submarinos
DAN – O senhor pode nos informar como está o processo de modernização/instalação do sistema de combate da Raytheon nos submarinos classe Tupi?
AE Caroli – Dos cinco submarinos existentes, atualmente, dois estão sendo modernizados, (submarinos Tikuna e Tamoio), e outros dois já concluíram a modernização, (submarinos Tapajó e Tupi), com a instalação do Sistema de Combate. O submarino Timbira, último previsto para ser modernizado, está programado para iniciar a instalação do Sistema de Combate, fabricado pela Lockheed Martin, em 2019.
Além dos submarinos, ainda há um sexto Sistema de Combate instalado em um Centro de Instrução, para treinamento das tripulações de submarinos. Ao fim do processo de modernização, todos os cinco submarinos estarão capacitados a empregar, em exercícios ou situações de conflito, o , adquirido da Marinha dos Estados Unidos.
DAN – Na área de Guerra Eletrônica, o equipamento MAGE do IPqM poderá ser utilizado em nossos submarinos?
AE Caroli – Sim, o Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM) possui mais de 35 anos de conhecimento e domínio no desenvolvimento de equipamentos de Guerra Eletrônica, sendo o MAGE (Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica) o maior exemplo de conquista nessa área restrita do conhecimento militar. Após o desenvolvimento pelo IPqM do projeto MAGE Veicular (MAGE MK2), que encontra‐se em fase de finalização, com previsão de término em dezembro de 2018, a MB terá uma arquitetura básica para a construção de uma família de equipamentos MAGE, com tecnologia moderna, que dotará as várias classes de navios incluindo os nossos submarinos.
Dentre eles destaca-se o MAGE Defensor MK3, que será utilizado nas futuras Corvetas Classe Tamandaré, já incorporando as novas tecnologias e funcionalidades, oriundas do projeto MAGE Veicular, o MAGE MK4 para os Submarinos Classe Tupi e o futuro SN-BR. O MAGE Veicular (MK2) tem como propósito geral atender as demandas dos Fuzileiros Navais e do Exército Brasileiro, em relação à detecção e análise de sinais radar no ambiente terrestre.
Subordinado ao Centro Tecnológico da Marinha no Rio de Janeiro, o IPqM tem a missão de realizar atividades de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços tecnológicos, associados a sistemas, equipamentos, componentes, materiais e técnicas, nas áreas de: Sistemas de Armas, Sensores, Guerra Eletrônica, Guerra Acústica, Sistemas Digitais e Tecnologia de Materiais, a fim de contribuir para a independência tecnológica do Brasil, o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa e o fortalecimento do Poder Naval.
DAN – Atualmente o submarino Tamoio se encontra no AMRJ para a realização de seu PMG. Segundo informações, os submarinos Tikuna e Timbira poderiam ser enviados para realizar seus PMGs em estaleiros no exterior, possivelmente na Alemanha ou em Portugal. Essa informação procede? Não é possível realizar a manutenção de todos os submarinos em Itaguaí?
AE Caroli – Atualmente, não existe nenhum estudo no sentido de enviar submarinos para realizar reparos no exterior. Ressalta-se que os submarinos Tikuna e Tamoio encontram-se realizando o PMG no AMRJ, o que evidencia a capacidade da referida Organização Militar Prestadora de Serviço em realizar os PMG de dois submarinos simultaneamente. O submarino Timbira tem previsão de iniciar o seu PMG em 2019 no AMRJ.
O Complexo Naval de Itaguaí, quando encerrada sua construção, contará com diques e oficinas modernas e que terão capacidade para realizar as manutenções dos submarinos da Marinha do Brasil, seja os IKL ou os Scorpene.
DAN – Com os constantes cortes nas verbas destinadas à Defesa, haverá algum atraso na construção dos submarinos Scorpene contratados no PROSUB?
AE Caroli – Em Programas de Estado estratégicos e de longo prazo, como o PROSUB, ajustes de metas e de cronograma são muito comuns e mesmo necessários. No caso do PROSUB, a Marinha está constantemente, atualizando o seu cronograma, com o objetivo de adequá-lo ao orçamento disponível.
Atualmente, o lançamento ao mar do primeiro submarino convencional, o Riachuelo, está previsto para o segundo semestre de 2018. Os outros três submarinos convencionais têm previsão de lançamento em 2020, 2021 e 2022, respectivamente, e essas datas deverão ser cumpridas.
DAN – Qual o estágio atual do SN-BR e do Protótipo de reator para o Submarino de propulsão nuclear? Como os cortes no orçamento estão afetando estes programas? Eles continuam dentro dos prazos? Qual a atual previsão para lançamento ao mar do SN Álvaro Alberto (SN-10)?
AE Caroli – Em janeiro deste ano foi concluído, com sucesso, o projeto básico do primeiro submarino com propulsão nuclear brasileiro, um importante marco no Programa. No momento, estamos no período chamado de “interfases”, durante o qual é feito o detalhamento do projeto, que antecede o início da construção.
Ao mesmo tempo, está em construção, no Centro Industrial Nuclear de Aramar, na cidade de Iperó (SP), o laboratório de geração de energia nucleoelétrica (LABGENE), que é o protótipo em terra da planta de propulsão do submarino, e o seu comissionamento deverá ocorrer em 2021. Portanto, os Programas seguem no rumo certo, e o Álvaro Alberto tem previsão de lançamento em 2029.
13 anos de roubalheira e o responsável é o judiciário e o MP, é isso? Curioso que o senhor não citou o partido político responsável pelo maior assalto ao erário público e tampouco as empreiteiras que se esbaldaram com o tal partido.
Faça-me o favor, rapaz! Não está falando com crianças!
Olá Doug385, é exatamente isso. Nossos IKL permanecerão na ativa por mais algum tempo, sendo substituídos, possivelmente, pelo segundo lote de Scorpenes BR, mas isso ainda está em estudo pela MB, de como será realizada essa transição.
Doug…
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apesar de não ser oficial o que foi passado é que o “Tupi” serviria até mais ou menos 2024 dando baixa com cerca de 35
anos, quando então todos os 4 “franceses” já terão sido incorporados juntando-se aos 4 “alemães” remanescentes,
então por algum tempo se terá 8 submarinos dos dois tipos operando, até o primeiro submarino de propulsão nuclear ocupar o lugar do “Tamoio” por volta de 2030…depois disso a especulação torna-se muito maior.
Enquanto o Povo brasileiro , continuar na Inercia de somente protestar em Redes de Internet e tão somente contra os Políticos , o JUDICIÁRIO , MPs, E POLÍTICOS avançam como LOBOS no Erário Público , e vejam o judiciário é a PIOR DESGRAÇA de todas , e o povo não tem nenhum poder contra eles , aos Políticos ainda os Pode tira-los em eleições , já os demais estão fazendo o que querem e bem entendem , Atenção e Cuidado com o Judiciário e MPs !!
Ótima matéria, mas ficou uma dúvida: essas 4 unidades dos Scorpene visam substituir os atuais IKL ou manteremos ambos operando juntos e substituiremos os IKL mais para frente?
Enquanto os políticos querem 4b público para financiar campanha eleitoral não teremos fragatas novas nem na década de 30, com o submarino nuclear sendo cada vez mais protelado.
Essa besteira de enviar submarinos brasileiros para fazer manutenção em Portugal é inaceitável! Se fosse na Alemanha seria restritivamente compreensível. Não existe se quer estudo para uma sandice dessa! Como o estaleiro de Itaguaí tem previsão para ser concluído em 2018, porque o Timbira fará a manutenção no AMRJ?
Não entendi essa. Tem a ver com a mão de obra local, logística, ferramentas desse estaleiro, cláusula contratual?
Sobre o MAGE, fico orgulhoso de termos forças armadas dedicadas e capacitadas na área científica, que além de vital para eles, também se reflete em um país mais preparado independente desse desenvolvimento ser dual.