A Taurus, uma das maiores fabricantes de armas do mundo, oficializou nesta quarta-feira (30) um convênio com a Universidade de Caxias do Sul (UCS) para realizar pesquisa e desenvolvimento de armamentos com grafeno.
O material à base de carbono é considerado um dos mais leves e fortes do mundo (tido como 200 vezes mais resistente do que o aço), e pode ser adicionado à composição de inúmeros produtos para aprimorá-los. Também é considerado o material mais fino que existe (da espessura de um átomo ou 1 milhão de vezes menor que um fio de cabelo). O grafeno caracteriza-se por ser de elevada transparência, leve, maleável, resistente ao impacto e à flexão, entre outras propriedades.
A parceria entre a Taurus e a UCS acontecerá através da UCSGRAPHENE, primeira e maior planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina instalada por uma universidade e que faz parte do TecnoUCS – Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação. A estrutura – junto aos demais laboratórios de pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico de toda a universidade, assim como atuação do centro de tecnologia e equipe técnica da empresa parceira ZextecNano – permitirá a rápida realização de testes e desenvolvimento de protótipos de armas.
De acordo com o coordenador da UCSGRAPHENE, professor Diego Piazza, o grafeno é o futuro para inúmeras áreas, incluindo a indústria de armas. “Armamentos contendo grafeno em sua composição são mais leves e resistentes. Essa parceria da UCS com a Taurus abre portas para a pesquisa e fabricação de produtos muito mais modernos e tecnológicos”, pontua Piazza.
Por ser uma tecnologia disruptiva, o grafeno tende a competir com tecnologias existentes e substituir materiais com décadas de uso. Suas aplicações permitem desenvolver produtos com alta resistência mecânica, capacidade de transmissão de dados e economia de energia. Como material de alta engenharia, o grafeno é um dos principais recursos da atualidade em nanotecnologia, sendo utilizado por exemplo na produção de telas e displays LCD, touchscreens, componentes eletrônicos com altíssima capacidade de armazenamento e processamento de dados, baterias de recarga instantânea, entre outros.
Para o CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, a utilização do grafeno na produção de armas de fogo será uma revolução neste mercado. “O principal pilar estratégico da Taurus é a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação que são capitaneadas pelo CITE (Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia). A aplicação de grafeno elevará ainda mais a qualidade e eficiência na produção dos nossos produtos. O desenvolvimento de aplicações de grafeno nas armas de fogo será um divisor, um fato muito relevante, para o mercado mundial de armas curtas”, afirma Nuhs.
Hipoteticamente se o grafeno puder ser dopado por outro elemento que faça com que as finas camadas hexagonais de carbono se firmem, impedindo que elas deslizem e/ou se não se desgastem muito rapidamente poder-se-á obter de início um cano alma lisa de atrito baixíssimo. Além do baixo atrito um cano de grafeno deve ter maior eficiência térmica, esquentando mais lentamente e retirando menos energia de cada disparo.
Seria o primeiro estágio de desenvolvimento, uma carabina de alma lisa com cano de grafeno.
Algo que pode aumentar muito a velocidade inicial do projetil na boca do cano com a mesma carga do cartucho normal.
Não sei se um cano de alma raiada de grafeno será viável em termos de duração e desgaste…
ESTE é real desafio de tecnologia… Muito maior e mais difícil de alcançar…
SE for viável será uma revolução! Algo que realmente valerá muito…
Demais peças de GRAFENO APESAR DE LEVES serão de nicho pois o preço será proibitivo, coisa de marketing sem ampla aplicação…
Tem material compósito quase tão leve e muito mais barato…
Só agora eles perceberam e tiveram essa ideia? Bom antes tarde do que nunca.
É na ousadia que muita coisa se aprende. Aliás, a Taurus está se saindo muito bem durante essa pandemia. Tenho lido muita notícia boa envolvendo-os. Parabéns Taurus!
Já agradeceu também a taurus por ter feito lobby para você não poder importar armas por um preço mais barato para ela assim manter o monopólio do mercado brasileiro enquanto lá fora ela compete sem problemas com outras empresas?