As fabricantes de aviões Boeing e Embraer ainda acertam os detalhes da compra da empresa brasileira pela norte-americana. Pelo acordo preliminar anunciado em julho, a Boeing pagará US$ 3,8 bilhões por 80% da área de aviação comercial da Embraer. A brasileira manterá as atividades de aviação executiva e defesa.
Contrário ao acordo, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), cidade-sede da Embraer, quer uma saída diferente e polêmica: a reestatização da empresa -privatizada na década de 1990. Segundo Herbert Claros, diretor da entidade, essa seria a melhor alternativa para o futuro da empresa.
Outras grandes empresas do ramo são estatais, como na Rússia e na China. Isso daria uma garantia maior de sustentabilidade à Embraer”, disse.
Para o sindicalista, o governo poderia comprar a Embraer de volta pagando os mesmos US$ 3,8 bilhões oferecidos pela Boeing. No entanto, ele não soube dizer de onde sairia esse dinheiro, já que o governo tenta cortar gastos para equilibrar as contas públicas.
Defendemos que o Brasil pense como potência, e não como colônia. Temos de acreditar no nosso potencial.
Herbert Claros, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
Essa seria uma solução viável na prática e possível legalmente? O UOL Economia ouviu especialistas sobre. Veja a seguir o que dizem:
Estatização afastaria investimentos, diz especialista
Uma eventual estatização da Embraer teria um custo financeiro muito alto, além de gerar perda de credibilidade no mercado, segundo Mario Nogueira, sócio do NHM Advogados e especialista em fusões e aquisições. Para ele, a medida poderia fazer com que as empresas parassem de investir no Brasil por medo de serem nacionalizadas a qualquer momento.
Os investidores iriam ver o país como um lugar instável e todos ficariam com o pé atrás. Seria preciso muito tempo para recuperar a confiança no país.
Mario Nogueira, do NHM Advogados
Além disso, uma estatização obrigaria o governo a indenizar os acionistas. De acordo com Nogueira, sem uma compensação financeira, o governo estaria se apropriando indevidamente da empresa. “Seria um roubo. O Estado tem de pagar pelo que está sendo tomado”, afirmou.
Próximo presidente pode estatizar a Embraer?
A estatização da Embraer seria uma tarefa difícil até mesmo para um presidente de esquerda que eventualmente vencesse as eleições de outubro, de acordo com Fabio Falkenburger, sócio de infraestrutura do escritório Machado Meyer Advogados e especialista em aviação. Ciro Gomes, do PDT, e o economista do Márcio Pochman já se posicionaram contra o acordo Embraer-Boeing.
Falkenburger disse que o presidente teria de comprovar interesse público muito grande -como a defesa da soberania brasileira, por exemplo- para estatizar a empresa. Além disso, o tema teria de passar pelo Congresso, o que demandaria um esforço grande para conquistar apoio.
Num ambiente econômico como o do Brasil hoje, acho muito difícil [estatizar]. É algo que não cabe no regime democrático e de livre economia em que vivemos.
Fabio Falkenburger, do escritório Machado Meyer Advogados
Plebiscito popular seria mais justo, diz sindicato
Outra sugestão do sindicato é a realização de um plebiscito popular para decidir sobre a venda da Embraer à Boeing. Segundo Claros, essa seria uma maneira mais justa de decidir sobre o assunto. “O povo deveria representar a União”, afirmou.
O governo brasileiro detém uma “golden share”, classe especial de ação que dá poder de veto em decisões importantes, como a venda de controle da empresa, na Embraer. Por isso, a venda para a Boeing precisa do aval da União.
Essa possibilidade, no entanto, também seria de difícil execução devido ao tempo e ao custo. Segundo Nogueira, da NHM Advogados, seria necessário, no mínimo, um ano para que a população pudesse opinar sobre a venda da Embraer.
“Seria como uma campanha eleitoral, teria de haver debates com opiniões contra e a favor, propaganda em rádio e TV, distribuição de urnas eletrônicas. É algo complicadíssimo e caro de se fazer”, disse.
Para Falkenburger, do Machado Meyer, não faz sentido fazer um plebiscito para uma decisão de caráter técnico, como a venda de uma empresa. “É um custo gigantesco para uma decisão que não cabe ao cidadão decidir”, afirmou.
FONTE: UOL
FOTO: Embraer
Se estatizarem a EMBRAER em dois anos ela vira uma FaDeA e em quatro ela fecha! No mais sindicalistas continuam sendo sindicalistas ou seja, defendendo os próprios privilégios.
Se a Embraer for vendida pedem esquecer, vai se juntar Engesa , ina,fnv,rede tupi,mafersa etc.
kkkkk e mais kkkkllkkkkk , imaginem uma cobra que a duras penas engoliu um porco_espinho , conseguiu mercado e prestígio, agora aparecem membros da OrCRIM sugestionando estatiza-la ? Regurgitar este almoço é uma sentença de morte .
A Embraer deveria se tornar publico-privada.
Não há força politica e nem financeira no Brasil para estatizar a Embraer, o máximo e é o que esperamos ´que ela continue sendo Brasileira, comandado por brasileiros e continue com suas principais linhas de fabricação e montagem no Brasil, dando retorno a todo investimento que nós povo brasileiro fizemos através de linhas de credito para exportação e financiamento a s vendas inclusive a estrangeiros, o preço pago pela transferência de tecnologia nas importações feita pela FAB que foi repassando de graça e ainda com contratos onde a Embraer ganha um bom dinheiro com isso.