Por Virgínia Silveira
As mais de cem pequenas e médias empresas que compõem a cadeia aeroespacial brasileira poderão contar, a partir deste ano, com uma infraestrutura de ponta inédita para o desenvolvimento de pesquisas e projetos, a um custo 30% menor em relação ao mercado privado, informa Marcelo Sáfadi, diretor de planejamento do Parque Tecnológico de São José dos Campos, em São Paulo.
Neste Parque, onde as principais empresas do setor estão instaladas, foi inaugurado nessa quarta-feira um Centro de Desenvolvimento de Manufatura (CDM), com equipamentos que atuam no conceito de “indústria 4.0”. O termo engloba as principais inovações tecnológicas nos campos da automação, controle e tecnologia da informação aplicadas aos processos de manufatura.
O centro – uma OS (organização social) sem fins lucrativos – é resultado de uma parceria entre Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Prefeitura de São José dos Campos (SP) e governo do Estado de São Paulo, que investiram R$ 4,3 milhões no projeto. O custo para desenvolvimento de pesquisas e projetos é menor porque os equipamentos foram doados pelo Estado e BID. Por este motivo não é necessário transferir o custo do investimento para o preço final ao cliente.
A infraestrutura tecnológica do Parque contempla ainda dois outros laboratórios de referência, nas áreas de estruturas leves, simulação e sistemas críticos. Somados, os investimentos feitos nos três laboratórios e em um novo laboratório de interferência eletromagnética, que será inaugurado ainda este ano no Parque Tecnológico, são superiores a R$ 75 milhões.
Sáfadi, que também é diretor do Cecompi (entidade que apoia o arranjo produtivo aeroespacial e de defesa local), disse que a presença de universidades e centros de pesquisas como Unifesp, Fatec e ITA tem favorecido o desenvolvimento conjunto de projetos com empresas como Embraer, Akaer, Thales Alenia, Boeing, Airbus, entre outras.
Duas empresas controladas pela Embraer, a Visiona Tecnologia Espacial (joint venture com a Telebras) e a Atech também estão instaladas no Parque. No mesmo local, a Embraer participa de projetos de pesquisa para o futuro, focados em tecnologias em estágio pré-competitivo, como sistemas de comando e controle, sistemas de comunicação satelital, sistemas para segurança pública, comandos de voo e simulador reconfigurável de engenharia e avião virtual.
“A nossa cadeia aeronáutica não tem estrutura de pesquisa e desenvolvimento como as grandes empresas. Com a infraestrutura disponível hoje no Parque, as pequenas e médias empresas poderão desenvolver novos processos e produtos de alto valor agregado que as ajudem a conquistar novos mercados”, disse Sáfadi.
Para o diretor geral do Parque, Marco Antônio Raupp, a estrutura laboratorial vai ajudar no desenvolvimento não apenas das empresas residentes ou associadas aos clusters do Cecompi, mas também de toda a região do Vale do Paraíba. O CDM, por exemplo, poderá prestar serviços nas áreas de engenharia, processos de design e manufatura. Possui máquinas de controle numérico computadorizado para usinagem complexa e impressora 3D para prototipagem rápida.
FONTE: Valor Econômico
O BRASIL precisaria ter uma outra empresa aérea além da Embraer,poderia ser até uma empresa voltada para produção de aeronaves turboélice que nos são tão necessários, quem sabe esse centro possa nos proporcionar o desenvolvimento das demais empresas do setor aéreo do nosso país !
Este projeto é a grande oportunidade para o fomento de uma nova indústria aeronáutica dedicada à aviação militar. Infelizmente estamos fazendo o favor de concentrá-la mais ainda em torno da Embraer.