O Severodvinsk (K329), submarino nuclear multifuncional de última geração (projeto 885 Yassen), efetuou o primeiro lançamento de um míssil de cruzeiro contra um alvo terrestre.
Os ensaios de fábrica do submarino aproximam-se do fim, esperando-se em breve, a entrada em serviço do navio na Marinha russa. O Severodvinsk será o primeiro de oito submarinos multifuncionais que a Força Naval irá receber do programa nacional de armamentos para 2011-2020.
A construção do submarino principal do projeto 885, iniciou-se ainda em 1993, mas este demorou mais de dez anos devido a falta de financiamento. Com o aumento das receitas militares, surgiu também a possibilidade de concluir a construção do submarino. Mas foi necessário aperfeiçoar o projeto, prevendo modernos equipamentos e armamentos, causando o adiamento dos pazos de construção.
Em junho de 2011, o Severodvinsk iniciou os testes de mar. O submarino tem muitos equipamentos introduzidos pela primeira vez na construção naval russa. Trata-se, em primeiro lugar, de um sistema hidroacústico Irtych-Amfora, com uma antena esférica de grandes dimensões, que ocupa toda a proa do navio, semelhante à que existe nos submarinos dos Estados Unidos. Tal solução permite melhorar consideravelmente as caraterísticas do sistema, porém, a sua instalação obrigou a alteraçao da disposição dos lançadores de torpedos que, da proa, foram deslocados para a parte central.
O armamento principal do submarino é o seu complexo sistema de lançamento de mísseis, que inclui oito rampas universais, que podem carregar até 24 mísseis de variados tipos. São mísseis anti-navios Onix, diferentes mísseis e mísseis-torpedos Kalibr, assim como mísseis de cruzeiro estratégicos Granat. A variedade de mísseis utilizados, torna os submarinos do projeto 885 muito versáteis e capazes de cumprir qualquer missão.
Sua grande capacidade, determinou também o seu alto custo, que ultrapassa os US$ 3 bilhões por unidade. Uma potencial redução destes custos, entre 20 ou 30%, poderá ser atingida à medida que se tiver o desenvolvimento em série, melhorando parcialmente esta situação. Porém, não se pode compensar a insuficiente quantidade de submarinos na Esquadra russa, através exclusivamente de grandes e dispendiosos navios.
A manutenção e modernização dos submarinos nucleares existentes, de construção soviética, podem apenas manter em parte a Marinha. O tempo de serviço destes navios não é ilimitado, enquanto que a modernização completa exige recursos que podem ser equiparados à construção de um novo submarino. A solução do problema consiste na construção de submarinos de um novo projeto, unificado com o Yassen, quanto aos principais equipamentos, mas com menores dimensões.
É possível também reduzir o custo por conta dos armamentos. Dez lançadores de torpedos e oito rampas universais de lançamento, podendo cada uma carregar até três tipos de mísseis, não são necessários para cumprir todas as missões. Um novo submarino com um custo próximo de US$ 2 bilhões e com deslocamento de até 7.000 toneladas, seria o ideal para a Marinha russa, podendo assim substituir os submarinos mais antigos.
FONTE: Voz da Rússia, adaptado por Defesa Aérea & Naval