Por Nikolai Litovkin
País é o segundo maior exportador de equipamentos militares do mundo e forneceu sistemas de mísseis até para países da Otan.
No início de abril, o presidente russo Vladimir Putin discorreu sobre a cooperação militar e técnica do país na arena internacional. Segundo ele, em 2019, Moscou exportou armamentos e equipamentos militares que somam quase 15 bilhões de dólares, enquanto a carteira de encomendas para 2020 é de mais de 55 bilhões de dólares. Mais de 100 países estão entre os possíveis compradores de armas russas.
“Obviamente, a experiência bem-sucedida do uso em combate das armas russas, especialmente na Síria, é um fator favorável. Sua eficácia, precisão, confiabilidade e despretensiosidade são as qualidades que determinam a demanda no mercado global de armas”, declarou Putin.
Hoje, a Rússia está ocupando o segundo lugar no mercado mundial de exportação de armas, atrás apenas dos Estados Unidos. Os fabricantes de armas russos estão tentando competir com os EUA na Ásia, no Oriente Médio e na África, segundo a empresa estatal de armas e altas tecnologias Rostec.
“As empresas de defesa russas estão constantemente renovando o catálogo de exportação de produtos militares adicionando novos equipamentos: meios de defesa aérea, sistemas de mísseis, veículos de combate, veículos aéreos não tripulados e outros. Graças a este trabalho, a Rússia conseguiu reforçar as suas posições no Sudeste Asiático, no Oriente Médio e na África”, lê-se no comunicado da estatal Rostec.
Quem compra armas russas
Nos últimos anos, a Rússia produziu mais de 630 novos caças Su-30, tanto para as Forças Aéreas russas, como para a exportação para Argélia, Armênia, China e Índia.
Nova Deli, que já tem 41 caças MiG-29K/CUB, tornou-se o principal importador de caças Su-30, adquirindo mais de 300 novas aeronaves russas. O valor do contrato não foi divulgado.
Moscou também está negociando o fornecimento de caças de geração 4++ Su-35 para China, Egito, Emirados Árabes Unidos e Turquia.
Em 2019, a Turquia, que é membra da Otan e a principal compradora de armas dos Estados Unidos, tornou-se a maior cliente das fábricas de equipamentos militares russas. A Turquia foi um dos primeiros países a receber os sistemas de defesa antiaérea S-400 Triumf. Ancara adquiriu quatro baterias desses sistemas, totalizando quase US$ 2,5 bilhões.
Cada bateria é composta por quatro lançadores que, por sua vez, têm quatro mísseis cada. No total, uma bateria tem 16 anti-mísseis capazes de abater caças de quinta geração e mísseis de cruzeiro a até 200 quilômetros de distância.
Além dos próprios sistemas, a Rússia forneceu à Turquia munições de reserva, veículos de transporte e de carregamento, estações de radar, um posto de comando, diversos veículos de apoio e prometeu treinar os artilheiros antiaéreos turcos.
Em 2019, os Emiratos Árabes Unidos assinaram um contrato com a Rússia no valor de US$ 2,71 milhões sobre a modernização dos veículos de combate de infantaria BMP-3 que Abu Dhabi adquiriu no início dos anos 2000.
O Iraque, por sua vez, adquiriu sistemas de lança-chamas pesados TOS-1A Solntspek, helicópteros Mi-28N e Mi-35, sistemas de mísseis antiaéreos Pantsir-S1 e tanques T-90. O valor total da compra é de US$ 1,7 bilhão.
FONTE: Rússia Beyond
A única tecnologia russa interessante que o Brasil poderia cogitar adquirir é a da defesa anti-aérea.