O Projeto Preliminar do Submarino com Propulsão Nuclear Brasileiro (SN-BR) foi concluído, com sucesso, em janeiro deste ano.
O Projeto está sendo conduzido pelo Corpo Técnico de Projeto (CTP), no Escritório Técnico de Projetos (ETP) da Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN), localizado nas dependências do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), subordinados à Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. Na parceria com a França, a Empresa francesa “DCNS” tem, como uma das atribuições contratuais, a Transferência de Tecnologia (ToT), em Projeto de Submarinos, exceto ao que se refere à planta de propulsão nuclear, cuja responsabilidade é, exclusivamente, da Marinha do Brasil.
Ressalta-se que, no escopo da ToT, a DCNS transfere know how quanto ao Projeto de Submarinos, além de prover Assistência Técnica, Suporte e Capacitação ao CTP, por meio de treinamento e transferência de documentação técnica de referência.
O CTP conta, hoje, com, aproximadamente, 200 integrantes, entre militares (Oficiais e Praças) e Funcionários Civis da Empresa “Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A.” (AMAZUL), nos níveis de ensino superior e médio, dos quais 59 receberam treinamento em Projeto de Submarinos e Apoio Logístico Integrado (ALI), tanto na França, quanto no Brasil.
A conclusão do Projeto Preliminar foi validada pela DCNS e os seus resultados demonstraram a viabilidade e a exequibilidade do Projeto Final do SN-BR. O sucesso evidenciado ao término dessa Fase traduz um importante marco para a Marinha, transmitindo a confiança necessária para o prosseguimento das Fases subsequentes, quais sejam: detalhamento e construção do SN-BR.
FONTE: MB
Prezado Luciano, digo que a fase mais importante em um projeto (aqui entendido nao como o desenho propriamente dito, mas como o empreendimento) é o projeto basico. Se houver um erro nessa fase corrigi-lo mais tarde pode ser extremamente oneroso e muitas vezes leva ao fracasso.
A historia esta repleta de “lideres” e de “titeres”. Alguns megalomaniacos, outros ignorantes e varios admiraveis. Ha aqueles que fazem, outros que desfazem. Ha aqueles patriotas, que querem o bem de seu povo, inclusive no que tange à sua segurança. Mas ha tambem, infelizmente, aqueles que roubam em seu proveito proprio. Poucos sao aqueles que fazem acontecer. No caso do SNB os UNICOS a quem parabenizei acima são os engenheiros de projeto os quais, nem sei bem como, conseguem estar produzindo algo tao complexo, necessario à NAÇÃO BRASILEIRA.
Senhores, me traduziu como um pré projeto de engenharia inovativa ou alternativa (não citei reversa), tendo a seguinte definição, com o devido perdão da conotação e analogia simplista: tal como um chefe de cozinha recém promovido, e agora com status internacional, o Brasil é dotado do conhecimento de preparar receitas de pratos finos e sofisticados, mas não de criar, ainda. Adquiriu agora a capacidade de ajustar e definir os componentes; modificar as combinações, estabelecer controle de produção, qualidade, linha e processos de produção industrial; controle de processos de qualidade, conservação e eficiência; capacidade de auto crítica e correção, avaliação e correto diagnóstico, etc. Depois, vamos para a cozinha (provas de alto mar), sabendo que alguns pequenos ajustes e falhas inesperadas, além das melhorias, vão ocorrer. Trabalha-se como em qualquer projeto de engenharia, esperando as falhas e que os ajustes sejam apenas detalhes ou dentro dos parâmetro técnicos aceitáveis.
Nos projetos de engenharia inovadora, as falhas e os necessários ajustes e correções, muitas vezes mais parecem com o projeto do F-35 do quem com o KC 390, este que surpreendentemente tem sido assertivo.
Luciano, não sei os detalhes, essa não é a minha área, mas acredito que o projeto preliminar seja a base para o projeto de construção… não estamos no zero…
Carlos Crispim, o PNM ficou vegetativo por muitos anos… tem de dar esse desconto nesses 40 anos de jornada… mas ainda tem muitas milhas para navegar…
Abraçoa todos…
Carlos destes 40 anos a maior parte deste tempo foi como projeto de pesquisa de engenharia teórico financiado 100% pela própria MB com suas verbas orçamentárias. ALIÁS aquela maquete do SN-BR que o povo gosta de criticar tem pelo menos 25/30 anos e é o primeiro layout de projeto nuclear pensado ainda baseado na tecnologia alemã do IKL…
O Submarino Nuclear Brasileiro só começou DE FACTO, por mais que os anti-PT se roam de ÓDIO, foi quando entusiasmado pela visita a Aramar de Lula (convidado pelo então Esquadra Alte Moura Neto) ainda no seu segundo mandado e vislumbrando a IMPORTÂNCIA GEOPOLÍTICA de se ter uma unidade desta LULA deu o sinal verde para o projeto, linha de 1,1 bilhão de reais extra orçamentária da MB e mais a aquisição de 3 submarinos convencionais Scorpène, TOT com a DCNS e a construção da base de submarinos em Itaguaí a partir daquela visita em 10 de junho de 2008.
E isto quem falou foi um Almirante do programa nuclear que deu uma palestra aqui em Rio Grande.
Nem Dilma, nem FHC e muito menos Michel Temer teriam a inteligência e CORAGEM de fazer o que Lula fez em relação ao SN-Br.
Se ele for realidade será necessário que Lula volte e termine o que ele mesmo começou…
DUVIDO que os políticos frequentadores da Embaixada dos EUA em Brasília apontados pelo WIKILEAKS, sejam capazes de aprovar a construção do SN-BR….
Depois de 40 anos apresentam um projeto ‘preliminar’ e ainda tem gente que acredita em subnuc brasileiro, que piada!
Amigo, antes tarde do que nunca. Não seja tão pessimista.
Olá Aurélio, de minha parte nem questiono se somos capazes de construir um bom reator ou não, mas temos que pensar que nem sempre se acerta na 1ª vez e então teríamos que reprojetá-lo, mudando talvez suas dimensões e gastando mais dinheiro e tempo, alterando também o esboço do SN – não só a questão do diâmetro, mas também as próprias tecnologias embarcadas que poderiam ficar obsoletas pelo atraso que ocorreria. Não quero que dê errado, muito pelo contrário, mas a prudência e o racionalismo devem imperar nesses casos. Abs
Amigo XO, também agradeço sua atenção. Eu sei disso, só coloquei a declaração do comandante da Marinha p/ dar uma ideia do quanto de chão ( ou de mar, nesse caso ) que ainda teremos que percorrer p/ termos somente um protótipo do reator do SN-BR – ano 2023. E meu questionamento é se o mais importante do projeto ainda está tão ‘verde’ o que efetivamente pode ser feito nesse projeto preliminar ? Pelo que vc colocou entendi como algo bem genérico, já pelo que o Rommelqe disse seria algo mais específico e mais difícil de obter diante de tantas coisas que dependem da comprovação que podemos fabricar um reator compacto seguro e potente p/ instalar num SN. Obrigado a todos. Abs.
Luciano, suas indagações sobre o reator nuclear naval, são pertinentes. Eu também me faço estas mesmas perguntas. Se o reator nuclear naval, não funcionar como o esperado, adeus submarino nuclear brasileiro. E mais, seria uma prova da incompetência brasileira. Aliás , temos um exemplo desta incompetência , com o sonhado veiculo lançador de satélites, o VLS , que nunca funcionou . Espero , que a MB tenha um projeto de reator nuclear naval que funcione, talvez adquirido, secretamente da própria França.
FERNANDO, isso quer dizer que estamos capacitados a projetar o SN-BR… como disse o texto, foi demonstrada a viabilidade e exequibilidade do projeto.
Luciano, quanto ao reator do SN-BR, todos os testes a que você se refere serão realizados no LABGENE… somente após a conclusão e validação no LABGENE, partiremos para o reator a ser empregado no SN-BR.
Abraço a todos…
Caro Rommelqe, obrigado pela atenção, mas como definir uma série de coisas que vc colocou se ainda não temos definido o reator – quem garante que o RMB vai funcionar corretamente, principalmente no tocante a potência e a segurança, se ele ainda não foi nem fabricado, quanto mais, testado ? E se tivermos que reprojetá-lo aumentando o seu tamanho, por exemplo, o diâmetro do casco terá que ser aumentado também, e assim muito que foi definido vai p/ o espaço. Sou apenas um leigo interessado nos assuntos de história, defesa e tecnologia, o que comento é baseado no que já li ou de documentários que assisti ( e em mais de 35 anos foi muita coisa ), se estiver falando alguma bobagem, me desculpe.
Obs.: Essa de ser ‘O’ hélice eu já sabia, rs.
Abs.
Pessoal, deixando de lado todo e qualquer vies politico-partidario, ideologico, economico, etc e tal, quero aqui deixar o meu muito obrigado e meus PARABENS ao pessoal dedicado ao projeto. Ao longo de dezenas de anos tenho visto e sido testemunha do profundo profissionalismo, dedicação e competencia de voces. OBRIGADO!!!
Quanto à definição do que seria um projeto preliminar, caro Luciano, ha varias interpretações, varias nomenclaturas. Mas eu me atrevo a tentar interpretar isso, ate porque ja tive a honra de estudar e trabalhar junto com diversos amigos e colegas submarinistas. Um projeto “preliminar”, como entendo ter sido aqui tratado, muito frequentemente pode receber a denominação de projeto basico. Ao terminar essa fase, todos os elementos necessarios para permitir o detalhamento executivo de projeto para fabricaçao e montagem, incluindo as
Especificações tecnicas que definem desde de materias primas tais como chapas de aço, componentes forjados/fundidos, cabos eletricos, tubulações, componentes eletronico, componentes tais como bombas (neste caso é importante frizar que são as hidraulicas…), compressores, motores, disjuntores, inversores de frequencia, paineis eletricos, transformadores, tintas, eletrodos de solda, elementos mecânicos, sistemas para desalinização de agua salgada, sistemas de tratamento de esgoto, ventilação e ar condicionado, sistemas de descontaminaçao de fluidos, baterias, luminarias, etc, etc, etc, mas principalmente temos PRONTO O LAY OUT GERAL do submarino, onde fica definido quais sao as areas e compartimentos em geral, onde ficam a sala de comando, os sistemas de armas, os locais destinadis à tripulação, rotas de fuga, camaras de descompressao, tanques de combustiveis, isolamento de areas de maior risco de incendio, sanitarios, cozinhas, e assim vai. Quando findo o projeto prelimiar (ou projeto basico) esta tudo pronto para … comecar o deralhamento ou projeto executivo. Um projeto preliminar (ou basici) costuma representar um custo da ordem de dez porcento do que vamos gasar np rojeto executivo (note que aqui chamo de “custo” o esforco necessario em termos de recurso s humanis na area de prijeto). Tambem é comum algumas empresas chamarem o processo de finalização do projeto preliminar como sendo o “design freeze” , ou seja, congela-se as definiçoes basicas do projeto e NIGUEM MAIS MUDA NADA DE ESSENCIAL. Nem mesmo o almirantado deveria poder mudar, por exemplo, a qantidade e disposição fisica de
de torpedos ou silos para misseis, qual é a potencia e massa dos reatores, qual a geometria hdrodinamica do casco e propulsores e assim sucessivamente. Vamos pegar so um pequeno exemplo neste contexto: OS HELICES (nunca atrevasse a chamar isso de a helice na frente de um naval; vc corre o risco de ser colocado no tubo de torpedos e ser efetado pro mar…rsrsrs). O helice nesse momento ja teve sua geometria definida (por exemplo sete pas, passo variavel e/ou velocidade variavel por meio de inversores de frequencia) mas ainda precisa ser definido como sera fundido, seu tratamento termico, como sera usinado, quais revstimentos protetores anti cavitação, etc, etc., quem sera o fornecedor, como vai ser manipulado e montado no eixo, como é a vedaçao do eixo….e asim vai. Acredito que o projeto de um submarino nuclear ja considerado limpo de qualquer senao durante os trabalhos, intervençoes piliticas/partidarias/ideologicas/belicosas/emocionais/ esptc e que tais, deva consumir algo em torno de 5 milhies de homens hira. (Nao estou considerando, por exemplo, recursis dedicados em paralelo para detalahar estaleiros, fabricas de componentes metalicos, desenvolvimento dos reatores, etc..). Espero ter ajudado um pouco. Abs
Desculpem minha ignorância, mas do que se trata exatamente esse ‘projeto preliminar’ ? Minha dúvida se concentra no fato do comandante da Marinha ter declarado na LAAD que o RMB ( Reator Multipropósito Brasileiro ) que será o protótipo do reator a ser utilizado no SN-BR deverá entrar em operação até o ano de 2023, ou seja o coração do SN é o reator ( ele será construido em função das suas dimensões e potência ) e se esse ainda não foi nem construido e testado, o que efetivamente pode ser validado pela DCNS e comemorado ? Não estou querendo jogar pedras no projeto, quero realmente entender o que de fato representa essa notícia.
Faloi e disse, Gilberto
Falou e disse, Gilberto!
Só falta agora um governo brasileiro de verdade e com disposição e decisão política nacionalista para decidir (contra a oposição dos EUA) de iniciar e financiar até o final a construção do SN-BR.
Quem sabe em 2020…
Furo?
Excelente notícia, ainda que extensamente tardia. A experiência da França em construção e operação de submarinos nucleares, entre eles os Estratégicos, é bem vinda para a marinha do Brasil ainda mais levando em consideração o histórico do PNM.
Uma sociedade que não sabe a importância da soberania nacional é responsável por esse vergonhoso e inadmissível atraso do submarino nuclear brasileiro (jamais submarino de “propulsão” nuclear, ou “elemento combustível”). Também conhecido como submarino atômico. Esse mimimi de politicamente correto é outra frescura que a mídia nos impõe.
Espero que se tivermos uma próxima geração de submarinos atômicos pelo menos que a empreitada seja mais fácil, por que essa foi de envergonhar. Mais sucesso aos engenheiros e demais envolvidos.
Alguém poderia explicar para um leigo o que significa??