Por Roberto Maltchik
Após gastos de R$ 477 milhões, não há previsão para lançamento do Cyclone-4
O primeiro é cilíndrico e repousa em solo ucraniano. O Cyclone-4 é revestido por uma vasta carcaça metálica de 40 metros de comprimento e, teoricamente, seria capaz de levar satélites de quase quatro toneladas a cerca de 400 quilômetros da superfície da Terra. O segundo adormece no Maranhão. Não menos imponente, o canteiro de obras, encravado em uma área cedida pela Aeronáutica no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), serviria de base para que o foguete europeu rompesse a barreira atmosférica e completasse sua missão no espaço.
A dupla, fruto de uma parceria entre Brasil e Ucrânia, já consumiu, entre 2007 e 2014, R$ 477 milhões do contribuinte brasileiro e atingiu um impasse crítico, que reúne todos os elementos para transformá-la no maior esqueleto da história do Programa Espacial Brasileiro. Oficialmente, o governo nega que tenha jogado a toalha, mas dá pistas de que o fracasso é iminente.
Para que fosse viável comercialmente, o projeto, liderado pela binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), deveria ser lucrativo desde 2010, com o lançamento de satélites produzidos nos cinco continentes, ao preço unitário de US$ 50 milhões. Porém, passados cinco anos, o foguete nunca saiu da fábrica. Ainda não rendeu um tostão.
OBRAS PARADAS HÁ PELO MENOS UM ANO
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) reconhece que a empreitada requer “investimentos adicionais que alteram profundamente os custos iniciais”. E informa que “não há previsão” sequer para conclusão das obras em Alcântara. Muito menos para o primeiro lançamento.
As obras do complexo espacial de Alcântara estão paradas há pelo menos um ano, quando o Palácio do Planalto travou a liberação de dinheiro para o consórcio constituído por Odebrecht e Camargo Corrêa, que ganhou o contrato em 2010, sem licitação. Muitos operários já abandonaram a cidade, descrentes da conclusão do empreendimento, que chegou a reunir, ao mesmo tempo, cerca de dois mil trabalhadores.
Já o foguete está com cerca de 87% de desenvolvimento; entretanto, sua conclusão depende da evolução da contraparte brasileira — e dos ajustes que serão necessários para que ele possa disputar uma fatia do mercado. Hoje, não há mercado para o Cyclone-4. A comunidade espacial da Ucrânia, que já apostou alto no projeto, agora desdenha da parceria com o Brasil.
ORÇAMENTO TEM OUTRAS PRIORIDADES
Há seis meses, a partir de um diagnóstico devastador apresentado pelo ex-ministro Marco Antônio Raupp, o Planalto criou uma comissão interministerial para salvar o projeto. Mas fontes indicam que não há solução à vista.
Pelo contrário: o MCTI não tem dinheiro reservado para o projeto Cyclone este ano. O orçamento na área espacial está dedicado ao monitoramento da Terra, dado o impacto dos efeitos da estiagem que assola o Sudeste. Isso sem contar que o Brasil ainda não firmou o acordo com os Estados Unidos para que componentes tecnológicos americanos sejam operados no Brasil.
Apesar do naufrágio lento e gradual da missão Cyclone, sua concepção continua sangrando os cofres públicos, quase ao largo da fiscalização estatal. Em 2014, nenhum centavo entrou para pagar as empreiteiras, embora R$ 13 milhões tenham irrigado o pagamento de diretores, de conselheiros, de funcionários e de encargos administrativos.
Em parecer emitido em 9 de julho de 2014, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), ao manifestar-se sobre pontos que seriam discutidos na assembleia geral da ACS, salienta aspectos curiosos das contas da binacional, relacionados à remuneração de funcionários e às obras em Alcântara.
Em 31 de dezembro de 2013, a ACS acusou a Agência Espacial Brasileira de não repassar R$ 132,6 milhões para pagar gastos assumidos na base de lançamento, teoricamente, sob responsabilidade do Brasil. Porém, a auditoria independente contratada para analisar as contas daquele ano apontou que Brasil e Ucrânia sequer haviam definido o tamanho da responsabilidade brasileira no projeto, ou dos custos e o retorno financeiro na empreitada.
“Não obtivemos evidências totais sobre definição técnica, acerca dos orçamentos da origem financeira e de capital suficiente para retomada e conclusão das obras. Em vista disso, não temos como opinar, como não opinamos, sobre o referido saldo, sobre os efeitos que a incerteza poderá ocasionar na capacidade de continuidade operacional da Binacional, devido à falta de definição da retomada das obras, dos recursos totais necessários para realização do projeto, do orçamento do fluxo de caixa e, consequentemente, sobre o retorno dos investimentos realizados, podendo ocasionar reduções relevantes no ativo e no resultado da Binacional”, diz a auditoria.
No que diz respeito ao pagamento de honorários, a PGFN concluiu que, em 2013, a ACS superou em R$ 12 mil o limite de R$ 4,49 milhões com o pagamento de 22 diretores e conselheiros, fiscais e de administração, dos quais metade é brasileira e a outra, ucraniana. Nesse parecer, a PGFN explicou que os administradores da ACS recebem gratificação natalina, adicional de férias, seguro saúde e auxílio moradia.
No parecer, é citada a necessidade de “fixar em um décimo da remuneração média” dos dirigentes os honorários pagos aos conselheiros, bem como de “vedar o pagamento de qualquer item de remuneração não liberado” pela assembleia geral. A PGFN não detalha a razão dessas observações. Ainda frisou que a remuneração do atual exercício foi apresentada sem “manifestação favorável do Ministério Supervisor nem do Conselho de Administração”.
O GLOBO procurou o MCTI, a PGFN e a Controladoria Geral da União ( CGU) para saber quem fiscaliza os gastos da ACS. A CGU e a PGFN asseguraram, por escrito, que não têm mandato para fiscalizar a empresa. O MCTI não respondeu quem fiscaliza a ACS. Também não se manifestou sobre como avalia a eficiência e o controle dos recursos públicos usados no projeto.
Nenhum representante da política espacial aceitou falar sobre os desdobramentos do projeto Cyclone-4 e o que pode ser feito para salvá-lo.
FONTE: O Globo
Trabalhar com Rússia ,Índia e China e aqui mesmo com nossos vizinhos e amigos ,EUA ,não podem ser convidados nem parta visitarem a Base ,aquele que assinar qualquer Acordo com os EUA ,deverá ser Execrado e chamado de TRAIDOR PERPETUA DO BRASIL !!
A obra foi paralisada em março/13 e ainda são necessarios R$ 1bi para conclusão da obra
O governo estadunidense faz no calado suas pressões. Responsável pela boa parte da vendas e das ações da Embraer, entre tantas outras, através do fundo de investimentos, tem condições de levar a crise financeira uma das poucas empresas de tecnologia no Brasil, a Embraer.
Veladamente, após as reações do GF no escândalo da espionagem, pega parte do que espionou e entrega as sujeiras da Petrobrás, esperando que a oposição seja muito grata e submissa ao voltar ao governo, e tudo isso vai acontecer. Estão doidos para acabar com a hegemonia da Petrobrás no pre-sal e entrar nas compras governamentais, e isso, vender e tornar-se submissos, os partido de oposição sabem muito bem fazê-los, basta ver o psssado.
O Brasil não precisa ser agregado necessariamente a este ou aquele bloco. É grande demais e precisa de um governante que saiba negociar em igualdade de personalidade com santinhos empresários estadunidenses, partidários ideológicos chineses, corruptos russos, oportunistas e exploradores europeus, entre outros. Vajam um exemplo: a Índia é quase uma verdadeira nação independente politicamente, negociando com judeu, muçulmanos, cristãos, ateus, evangélicos e macumbeiros.
Outro problema neste GF é sua vocação a afazeres doméstico, que se pese não ter nada a ver ao fato de ser uma mulher. Mas ela simplesmente não gosta e é irresponsável na política externa também, dado o tamanho do Brasil, para não se envolver em polêmicas. E conseguiu? Foi alvo das maiores espionagens, mesmo querendo ser “anjinho” para os EUA.
Aqui no Brasil, qualquer governo que invista pesado em tecnologia de lançamento de foguetes, entre outras tecnologia , vai ser chamado para um “beliscão de orelhas” e/ou sofrer restrições financeiras, econômicas e na exportações. Por quê? Falta de diversificação de política exportadora e comercial.
E ainda que a expressão seja bastante infantil – “beliscão”, é dessa forma que no comportamos junto a esses players. É por isso que fomos chamados pelo ministro israelense de “anão nanico”.
Retificando: anão político.
A solução da ACS é simples, é só enterrar o morto insepulto.
Desde o início o maior opositor do projeto foi o governo dos EUA, foi ele que inviabilizou o projeto a proibir que qualquer satélite americano fosse lançado pela ACS em Alcântara.
De qualquer maneira o governo deveria terminar a nossa parte da ACS que é a torre de lançamento para o Cyclone 4.
SE o governo americano era contra ANTES imagine se este projeto tem ALGUMA chance hoje quando a Ucrânia está em gerra civil aberta e o governo de Kivev é um títere satélite do governo americano que financiou e ajudou a colocar a turma NAZI-ucraniana no poder…
Será que não tem NINGUÉM no Itamaraty para explicar ao governo Dilma que este projeto é um ZUMBI que tem que levar uma bala nos miolos e ser colocado na sepultura de onde já devia estar ?
A solução para Alcântara é simples e está muito próxima.
O Brasil tem de aceitar a proposta de participação na futura estação espacial BRICS (BRICSSS).
Uma vez no programa da Space Station, o papel mais óbvio que poderia caber ao Brasil seria viabilizar um menor custo ao projeto utilizando a base de Alcântara.
A proposta seria aproveitar o projeto atual da torre de lançamento da ACS e junto com os russos desenvolver uma lançador novo para esta torre que possa lançar economicamente os atuais módulos de atracagem automática de reabastecimento russos que são usados para a estação espacial internacional.
Lançados por Alcântara aproveitando a proximidade da Linha do Equador, poder-se-á projetar um veículo menor e mais barato para fazer o mesmo serviço atual para as capsulas de suprimento e talvez pequenos módulos de construção para a futura estação.
Esta é a minha sugestão…
Transferência de tecnologia desse nível é piada pronta, só tem interesse de quem não tem condição financeira ou capacidade (quer aprender em conjunto, nós com o dinheiro e eles com o know-how). Não tem Russia, Ucrânia, EUA, China nem nada, quem se ilude com esses projetos milagrosos não tem noção da importância dessas tecnologias. Ou é oferecido algo aquém da tecnologia atual ou é pra financiar o projeto pesadamente com ganho mínimo nosso. Se o PT não tivesse sabotado o acordo de 2000 por politicagem pelo menos teríamos o uso da base hoje, gerando recursos, gerando empregos, gerando aprimoramento da industria, aprimoramento da infraestrutura e talvez poderíamos ter algum ganho tecnológico. Mas mesmo sem, poderíamos pelo menos contar com essas melhorias para podermos investir por conta própria num projeto nacional. Enterraram o projeto e 15 anos e meio bilhão depois ta aí a resposta. Isso me lembra a crise de Cochabamba na Bolívia, tinham uma infraestrutura de saneamento horrível fornecida por uma estatal, resolveram privatizar exigindo uma pancada de investimentos, pagamento de dívidas e expansão, isso pra um sistema quase inexistente. Só uma empresa quis se arriscar, e ainda assim exigiu aumentar a tarifa pra pagar parte do investimento e da dívida. O povo se revoltou, protestou sendo usado pelos malandros de sempre, entre eles Evo Morales, acabou morrendo gente nos embates e no final desfizeram a privatização. Até hoje, 15 anos depois, o povo continua sem água, sem projeto, culpando os americanos e dependendo de bombas de quase 100 anos pra ter água 4 horas por dia (pra elite). É assim que funciona há séculos na América Latina.
E o programa espacial Brasileiro, dorme eternamente em berço esplêndido.
Com esses 477 milhões, terminariamos o VLS, missão Aster, motor L-75 /L-15 etc…
Enquanto isso, as empresas nacionais que oferecem serviços e produtos ao programa espacial estão morrendo de inanicão.
Vamos da um Parabéns a esses políticos irresponsáveis e ao nossos PEB ( PROGRAMA ENGANA BOBOS), e AEB ( AGÊNCIA ENGANOSA BRASILEIRA).
mais um bode na sala……..rsrsrsrsr ja, ja estoura mais este escandalo….
Senhores.
Essa parceria é somente para extrair dinheiro do contribuinte brasileiro e nada mais, essa programa é uma verdadeira milonga….
A a incompetência praticada pelos gestores do programa espacial brasileiro é tamanha que nem o VLS foi lançado apos o acidente…. olha que faz muito tempo que se arrasta este programa e nada…
Optamos errado em fazer parceria com os ucranianos, aliás, optamos errado em não dar a devida prioridade com o VLS. Dividimos esforços, tempo e dinheiro com um projeto paralelo que atrapalhou nosso projeto próprio. Já dizia o ditado, quem quer tudo ao mesmo tempo, acaba sem nada.
Até mais!!!
Essa parceria já nasceu morta desde o começo é aquela velha história em vez de mexer com o dono dos porcos foi mexer com quem os crias. O tanto dinheiro que já foi enterrado nesse projeto se tivéssemos um pouco de inteligência poderíamos ter seguido o exemplo da china e índia que começaram seus projetos espaciais depois de nós e já conseguiram grandes feitos eu não ficaria surpreso se eles conseguirem mandar uma missão tripulada a marte enquanto aqui não conseguimos lançar esse VLS. A gente aqui fica numa alegria danda porque lança alguns Buscapé parece uma criança quando ganha um doce.
Lamentavel.
O maior problema desse projeto e esse foguete que usa toneladas de hidrazina ,um combustivel altamente toxico , que em caso de acidentes pode trazer graves consequencias.
Como eu havia dito antes, esse projeto já estava morto a muito tempo, só haviam esquecido de enterrar o cadáver. Acaba logo com essa parceria que nunca existiu de verdade e coloca o dinheiro no VLM que o Brasil vai ganhar muito mais com isso.A Merkel vai aparecer por aqui em Agosto o DLR alemão já disse que esta disposto a bancar até 25% do projeto. Estamos esperando o que para da o ok para essa parceria com os alemães
N sei o q ta faltando pro Brasil abraçar um parceria com os russos (convite esta de pe desde 2008!!! .. e recentemente .. n sei tb se e verdadeira … convite pra uma estação espacial dos BRICS…proposta russa )…. esse tipo de noticia q revolta … q isso
Deveríamos ter feito parceria com a Rússia e não com a Ucrânia , que se deixou pressionar pelos EUA , mas podemos recomeçar com um Acordo com a Rússia , convite nunca nos faltou e com ela quero ver os EUA meterem as Caras !!
Culpa dos americanos? Pare de culpar os outros por nossa incompetência.
Isso ae se chama má gestão, irresponsabilidade do Estado quanto a assuntos estratégicos.
Além disso, a Ucrânia está no meio de uma guerra civil, não haveria como prosseguir com esse acordo.
Incrível nossa eficiência em jogar dinheiro no lixo.