O baixo crescimento econômico de 2012 e as perspectivas pouco animadoras para 2013 podem prejudicar os projetos da Marinha do Brasil. No período 2012-15, a previsão de recursos para o fortalecimento do Poder Naval (inclusive o Programa Nuclear da Marinha) é de R$ 29,785 bilhões, sendo R$ 6,398 bilhões em 2012; R$ 6,878 bilhões em 2013; R$ 8,131 bilhões em 2014; e R$ 8,378 bilhões em 2015.
Foi transferido para o setor operativo, em 5/9/2012, o navio-patrulha (NPa) Macaé. O Macau, segunda unidade desta classe, encontra-se pronto a ser entregue, com mais cinco (de um total de 27 inicialmente previstas) em construção. Em 14/11/2012, foi entregue ao setor operativo o navio-patrulha oceânico (NPaOc) Amazonas. Duas outras unidades, Apa e Araguari, entrarão em operação em 2013. As 16 lanchas de patrulha ambiental recebidas em 2012 serão empregadas na segurança do tráfego aquaviário e na fiscalização da pesca.
Em 27/7/2012, entrou em operação o aviso hidroceanográfico (AvHo) Rio Tocantins, cuja construção foi financiada pelo Projeto Cartografia da Amazônia. Três outras unidades, Rio Xingu, Rio Solimões e Rio Negro, serão entregues no primeiro trimestre de 2013. A obtenção de um novo navio de pesquisa hidroceanográfico (NPqHo) de 5.600 toneladas, com entrega prevista para 2013, deve ser financiada por parceria dos ministérios da Defesa (MD) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com as empresas Petrobras e Vale.
Prosseguem dentro dos cronogramas o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e o Programa Nuclear da Marinha (PNM). A Lei 12.706, publicada em 8/8/2012, autorizou a criação da empresa pública Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), a fim de viabilizar a construção de submarinos e a produção de equipamentos de propulsão nuclear. Já no final do ano, foi prontificada a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), localizada em Itaguai (RJ).
Aguarda definição o Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper), para construção de cinco fragatas de 6 mil toneladas, cinco NPaOc de 1.800 toneladas e um navio de apoio logístico (NApLog) de 23 mil toneladas. Este programa inclui requisitos de transferência de tecnologia, apoio logístico integrado, índice de nacionalização e offset (compensação industrial, tecnológica e comercial).
Para complementar as fragatas polivalentes previstas no Prosuper, um lote de quatro novas corvetas de 2.600 toneladas, baseadas na classe Barroso, deve ser construído a partir de 2014. A substituição de dois navios de desembarque doca (NDD), um dois quais já deu baixa, é a prioridade do Programa de Obtenção de Navio Anfíbio (Proanf). A ampliação do número de unidades de superfície é necessária, para viabilizar a criação de uma segunda esquadra.
O navio-aeródromo (NAe) São Paulo concluiu modernização em 2012, com a revisão dos sistemas de propulsão e de catapulta lateral, além da instalação do Sistema de Comando e Controle Tático (Siconta) Mark IV. Até 2018, deve ser substituído por uma unidade de construção nacional, sob os auspícios do Programa de Obtenção de Navio-Aeródromo (Pronae). Para participação nas três fases deste projeto, inclusive para treinamento de pessoal, foram solicitados orçamentos de seis empresas estrangeiras.
Haviam sido entregues, até o final de 2012, quatro helicópteros multiemprego MH-16 Sea Hawk (de um total que poderá chegar a 12) e dois helicópteros de emprego geral UH-15 Super Cougar (de um total de 16 encomendados). Entre fevereiro de 2014 e julho de 2015, devem ser entregues 12 aeronaves de interceptação e ataque Skyhawk (nove monopostos AF-1 e três bipostos AF-1A) modernizadas. Um lote de quatro aeronaves de reabastecimento em vôo e transporte C-1A Trader está sendo modernizado.
Está prevista a obtenção ou o desenvolvimento de diversos tipos de armamento, assim como a criação ou transformação de diversas organizações militares (OM) operativas e de apoio. Foi adquirido, no final de 2011, o sistema de lançadores múltiplos de foguetes Astros 2020 para o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) encontra-se em fase de definição da arquitetura.
A renovação do Poder Naval não se limitará à obtenção de novos meios ou à modernização dos existentes, pois será preciso atender à demanda de pessoal qualificado. Em decorrência da Estratégia Nacional de Defesa (END), o efetivo autorizado de pessoal militar da Marinha poderá ser ampliado, dos 65.528 oficiais e praças existentes (80.507 autorizados) em 2012 para um total de 115.370 em 2030. O pessoal civil também deve ser ampliado, dos 6.666 existentes (12.917 autorizados) em 2012 para 21.020 em 2030.
A Lei 12.216, sancionada em 11/3/2010, autorizou a ampliação dos quadros de pessoal militar da Marinha, com a criação de 21.507 vagas (para 3.507 oficiais e 18 mil praças adicionais) até 2030. Com isso, o efetivo autorizado da Marinha do Brasil passaria de 59,6 mil para 80,5 mil oficiais e praças (aumento de 36%). Seriam criadas, em média, 218 vagas para oficiais e 771 para praças por ano, resultando em despesas adicionais de R$ 27,9 milhões em 2010, de R$ 72,1 milhões em 2011 e de R$ 118,5 milhões em 2012.
Em 2012, foram tomadas medidas para viabilizar a expansão progressiva dos efetivos de pessoal militar e civil da Marinha, levando em consideração os fluxos de carreira. Está previsto o reajuste das Tabelas de Lotação (TL), em quatro períodos de cinco anos. Os efetivos autorizados poderão ser ampliados, para atender a demandas adicionais, decorrentes dos projetos que constam do Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (Paed).
Por Eduardo Italo Pesce
Especialista em Relações Internacionais, professor no Cepuerj e colaborador permanente do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Escola de Guerra Naval (Cepe/EGN).
Nae novo até 2018 nem com reza brava…
Mias uma peça de livro de ficição cientifica, patrocinado pelos duentes mentais que hoje, infelizmente respondem pelos destinos da outrora efeiciente, pragmática OPERACIONAL MB, hoje nem sombra do passado…..
Grande abraço
Pra piorar, esse pronae ainda depende do FX2. De que adianta ser a sexta economia do mundo se não tem condições de pôr em prática seus principais planos estratégicos – não só em relação á marinha? Esse prosuper também esta demorando muito, enquanto os Niteróis e Greenhalgs envelhecem. Se o Brasil continuar participando de missões de paz com uso de fragatas está mais que na hora do governo investir nessas embarcações.
olha gente ate agora so tenho visto as compras de oportunidades ; e o programa de submarinos ,no mais ;e estamos engatinhando ; o pior q no nosso PAIS parece ser td p/ AMANHA { Futuro} e esta td escrito no papel ta bom.mas vamos ver qdo vai sair tudo do papel e tornar se real;ex.os dois naes pois serao duas esquadras,o fx2,o sigaas etcss .Espero sim q possamos ver este PAIS com 2 boas Esquadras.uma Força aerea realmente moderna ,um Exercito Moderno ;Pois esta Naçao nao merece ser tao desrespeitada como esta atualmente.abrçs a tds.
Então vamos comprar um PA usado? Onde tem um a venda ou que dará baixa até lá ? “Até 2018, deve ser substituído por uma unidade de construção nacional, sob os auspícios do Programa de Obtenção de Navio-Aeródromo (Pronae).”
O autor cita que “haviam (sic) sido entregues”, até o final de 2012, “dois helicópteros de emprego geral UH-15 Super Cougar”, mas essa informação não procede. A Marinha ainda não recebeu a segunda unidade até o momento.