Os programas de reaparelhamento da Marinha brasileira, a serem implementados nos próximos 10 a 12 anos, deverão demandar investimentos superiores a US$ 30 bilhões. Entre os projetos considerados estratégicos, como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e o Programa Nuclear, a Marinha também lista a construção de 20 navios patrulha de 500 toneladas, conhecido pela sigla NPa-500 e que este ano receberá um aporte de R$ 73 milhões.
Os dois primeiros navios, segundo o diretor de Engenharia Naval da Marinha, vice-almirante Francisco Roberto Portella Deiana, foram contratados ao estaleiro Inace (Indústria Naval do Ceará), em setembro de 2006, e entregues para a Marinha em 2012 e 2013. Em 2009, o estaleiro Ilha SA (Eisa) venceu o processo licitatório para a construção de mais cinco navios.
De acordo com o vice-almirante Deiana, dois navios, o Maracanã e o Mangaratiba, serão entregues este ano. Em 2015 está prevista a entrega de mais um e outro em 2016. O programa de aquisição dos navios-patrulha está orçado em cerca de R$ 2 bilhões (US$ 834,7 milhões).
Já a concorrência da Marinha para o fornecimento de 11 navios de superfície, conhecido como Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper), tem potencial para gerar cerca de 13 mil empregos diretos e indiretos no Brasil, afirma o diretor de Engenharia Naval da Marinha.
O processo, segundo informou o vice-almirante, aguarda decisão da Presidência da República quanto à seleção da empresa parceira do Brasil para ser implementado. Avaliado em € 5 bilhões (US$ 6,7 bilhões), o Prosuper está sendo disputado por estaleiros de sete países – ThyssemKrupp /Blohm/Voss, DSME, Navantia, DCNS, Damen, Fincantieri e BAE Systems.
Segundo o vice-almirante Deiana, a empresa China Shipbuilding & Offshore Internacional Co. Ltd também recebeu autorização recente do comandante da Marinha para participar do processo. “Já foram iniciadas as tratativas para que a empresa apresente a sua proposta dentro das próximas semanas”, comentou.
O Prosuper contempla a aquisição de cinco fragatas ou navios de escolta de 6 mil toneladas, cinco navios de patrulha oceânica de 1,8 mil toneladas e um navio de apoio logístico com capacidade de carga de 12 mil toneladas. De acordo com o vice-almirante Deiana, o programa inclui também transferência de tecnologia, apoio logístico, requisitos de nacionalização e compensações tecnológicas e industriais, conhecidas como “offset”.
“O modelo estratégico atual prevê que os contratos sejam assinados com um estaleiro estrangeiro detentor do projeto dos navios e suportados por acordos entre governos”, explica o diretor. Ele ressalta, no entanto, que os navios deverão ser construídos em estaleiros brasileiros, a serem escolhidos pelo estaleiro estrangeiro selecionado no processo de concorrência do Prosuper.
A previsão é que o programa seja implementado ao longo de 12 anos. Cada navio-patrulha oceânico tem um custo estimado de aproximadamente 100 milhões de euros. O navio de apoio logístico custará cerca de 310 milhões e cada navio escolta por volta de 650 milhões de euros.
O vice-almirante destaca que o montante financeiro total envolvido no programa considera ainda as estimativas para transferência de tecnologia e de apoio logístico.
O Ministério da Defesa também autorizou, recentemente, a retomada do projeto das corvetas classe Barroso, com a construção no país de quatro navios. O prazo previsto é de cinco anos para cada navio, informou o vice-almirante Deiana. O custo unitário das corvetas foi estimado em US$ 430 milhões. (VS)
FONTE: Valor Econômico
Boa tarde senhores, o assunto neste periodo de pouco mais de um ano, teve desdobramentos, que infelizmente, não foram favoráveis a MARINHA.
Lamentavlemente a falta de recursos perenes, e planejamento do GF, acabam fazendo dos planos, apenas isso, planos.
Pior, é que nem, o plano B, é muito claro, e ficamos assim, querendo reformar um PORTA AVIÕES, mas que caso seja feito, não terá escoltas a altura, é algo, que no minimo é insensato.
Os 2 navios patrulhas de 500 ton., não foram entregues ano passado, e não temos noticia de como será este ano, pelo menos o Maracanã, parece que esta quase pronto.
Já abordei em outros tópicos, e acho particularmente, que a construção com transferencia de tecnologia, com participação de industriais nacionais, acaba por encarecer demais os produtos.
Sou a favor que pelo menos as fragatas, talvez metade delas, seja construida no exterior, com engenheiros navais brasileiros participando, mas tudo feito aqui fica complicado, pois nem os patrulhas conseguimos entregar dentro do prazo, imagina uma navio maior e mais complexo.
Abs
Não sou especialista no assunto de defesa. Mas ou simpatizante da matéria e tenho visto o sofrimento que se impõe as forças armadas brasileiras, fruto do descaso político de nossos incompetentes gestores. Mas lembrando que não temos inimigos e nem situações, digamos estressantes, como a índia, Paquistão, China, Japão, Coréias, EUA, etc. Realmente não vejo a menor necessidade de porta aviões, neste país. É caro, construí-lo, mais caro ainda a sua composição aérea, montar a sua frota de defesa, enfim, Sou favorável a uma força de auto defesa, como ocorre no Japão. Uma força mais moderna, maior em número e defato utilizável ao nossos anseios. Convenhamos não vamos atacar ninguém, nem na AL e nem em outro canto do mundo. Na minha humilde opinião, precisaríamos de uma força aérea maior em meios e melhor, justamente para atacar os possíveis invasores, uma gama de mísseis e foguetes para nos defender e atacar os “inimigos”, ainda longe de nosso território, um exército bem equipado, com “insumos”, inclusive para equipar nosso número de reservistas. E que na minha opinião deveriam treinar não por apenas um anos, mais dois anos, como ocorre na Russia. Quanto a marinha, eu diria, que deveria construir seus NaPaOc, com armamento de defesa de ponto e armas anti submarinos, sensores, sonares, torpedos e as velhas, bombas de profundidade e seu canhão de 76 ou 57mm, e outros armamentos e sistemas que compõe um bom patrulha oceanico. Já estaria ótimo! Deveríamos investir mais em subs com AIPs, ao invés dessa foca elefante nucleada, que sairá caríssimo, quando poderíamos construir outros subs, 3 ou 4 a mais pelo preço da um nuclear, comportando nestes mísseis de cruzeiro, anfíbios multifunção 4 ou 6, LHDs e LPDs, sairíam mais baratos que os 2 NAeLs e seriam uma força representativa, para vasculhar o mar brasileiro e levar suas tropas, a qualquer parte do território nacional, inclusive para uso nas ações da ONU. Se não podemos ter os 30 meios de superfície de 6 mil tons, por não termos dinheiro?! Então deveríamos construir, dividir essas necessidades, entre, corvetas e fragatas ou destroyers, talvez 16 de cada, totalizando 32 meios ou quem sabe 18 de cada totalizando 36 meios. Agora que está muito caro a corveta a US$ 430 milhões, ah! está! Por esse preço, os coreanos ofereceram o KDX II, muito mais navio! E as escoltas por US$ 900 milhões!? Preço de Arleigh Burke! E o patrulha oceanico, “bem equipado”, US$ 150 milhões? Desde quando? Quase o preço da corveta que a Bae Systems construiu a corveta para Omã, a Q 40. Estão certos esses números? Quando se fala em número neste país, tudo vai pelo ares, o preço vai lá pra cima! Se tivermos que pagar o preço da ineficiencia industrial naval deste país, somando-se o custo Brasil + “corrupção”, então é melhor compra-los lá fora mesmo, e usarmos nossa indústria apenas para reparos. Cinco anos para entregar uma corveta? E os coreanos constroem um destroyer em 2. Que coisa, hein! Do mais é reaparelhar bem o contingente que temos, só então depois pensarmos em aumento de força efetiva. Coisa que sinceramente não vejo a necessidade neste primeiro momento e aliás, nem no segundo. O que vejo é a necessidade de criarmos a divisão de guarda costeira, na marinha, para melhorarmos este serviço. E investirmos, sériamente, na indústria nacional de defesa. Bem é esta a minha humilde opinião.
Sou leigo no assunto mas acho que pelo menos os cidadãos têm uma ferramenta pública para debater a defesa do país que é a END. Antes, se havia alguma estratégia de defesa, estava escondida em alguma gaveta ou nas cabeças de alguns iluminados!!! Se ela vai se realizar ou não, se o problema é verba ou que tipo de meios precisamos, só está ocorrendo porque temos um documento público do estado brasileiro a disposição dos cidadãos!
Só o debate que está ocorrendo aqui, para mim,que sou civil, professor, contribuinte, leigo no assunto, já é de grande valia, pois pressupõe discutir a defesa como algo constituinte da nacionalidade, da qual todos nós brasileiros devemos participar!
Nesse sentido, não acho que a END seja um “conto de fadas” e que “não serve para nada”. Portanto, vamos fazer o que nos cabe enquanto cidadãos participantes da nacionalidade: vamos debater !!!
Grande abraço a todos !!!
Zoran, este espaço não é um fórum como os que existem por aí.
Aqui você tem que apresentar argumentos, ou seja, premissas sustentadas que não formem uma falácia.
Escrever que a END é conto de fadas não acrescenta nada ao debate.
Escrever que a Coluna Mar & Guerra é uma OPINIÃO dos editores é outra, pois seus textos estão fundamentados nos principais documentos nacionais sobre Defesa.
Então, se deseja continuar a escrever aqui, fundamente seus textos.
Se quiser continuar a agir da mesma maneira, é melhor procurar um dos inúmeros fóruns que existem na internet e que aceitam que se escreva qualquer coisa.
Vinicius!
Eu já fundamentei minhas respostas sobre PA num outro post. Achei interessante vc usar parte do texto usado para contestar minha posição no outro post para contestar a posição de outro leitor. Mas se você estivesse propondo um debate justo, teria citado o post inteiro como referencia, e não somente a parte que lhe interessava.
Quanto a END ser um conto de fadas, isto é mesmo! Pois ela prevê oque devemos fazer, mas não prevê de onde virá as verbas. Foi exatamente isto que eu disse no comentário mais acima que o senhor contesta. Continuaremos dependendo da boa vontade do executivo para a liberação de verbas. Ou seja, se tiver e quando tiver verbas liberadas faz oque a END determina, se não tiver verbas liberadas, não faz nada.
Fico triste de saber que meus comentários não são bem vindos. Ao contrário de muitos, eu não acredito em conto de fadas. E procuro sim fundamentar meus comentários de forma a abrir os olhos de quem acredita em tudo que lê. Afinal, sem debate, qualquer um pode vir aqui e escrever qualquer besteira, que a mesma se torna verdade absoluta.
Zoran. Não acreditar na END é uma prerrogativa sua e o DAN a respeita. Temos certeza de que você pode se expressar de forma mais elevada sobre isso. (Conto de fadas é muito infantil para a idade que acredito você tenha).
O debate é justo no DAN, porém, EU modero os mesmos, não permitindo que “ataques” diretos ou indiretos a outras pessoas, sejam feitos. É a minha prerrogativa como moderador. Concordo com seu ponto de vista que sem verbas, a END será mais um papel sem valor e que a mesma depende do executivo para se tornar realidade. Mas a END não foi escrita para ser executada num piscar de olhos, muito pelo contrário, ela será executada passo a passo, agrade a você ou não.
Seus comentários como o de todos os outros que aqui chegam, são bem vindos, desde que desarmados e com conteúdo. Procuramos sempre interagir com nossos leitores, para que, como você mencionou, besteiras não se tornem verdades.
Quanto ao texto da Coluna Mar & Guerra ser a opinião dos editores, você está errado. Os artigos se baseiam em documentos oficiais e escrito pelo autor e comandante da mesma. Não, a Coluna não quer ser vista como “verdade absoluta”, mas creia, ela é escrita por uma pessoa extremamente conceituada para tal, pois, diferente de muitos de nós, EU incluso, ele estudou a fundo tudo o que ele escreve.
Em resumo, caro Zoran, desta vez você se enganou, seu comentário não foi deletado, apenas editado para que EU pudesse responde-lo.
A mensagem dada a você sobre a opção de ir a fóruns na internet ( não preciso citar pq sei que vc faz parte de alguns), é porque neles, as agressões gratuitas correm soltas e aqui EU não as permitirei.
Simples assim. Fique a vontade para comentar ou não, a partir de agora. Mas saiba que, se o que for escrito sair do padrão que nós do DAN entendemos como educado e pertinente, me verei obrigado a intervir, o que sinceramente, espero não ter que fazer mais nos seus.
Forte abraço
Padilha
Complementando a resposta do Padilha, a parte do texto utilizada com outro leitor é de MINHA AUTORIA, usada como argumento para responder os questionamentos enviados deste OUTRO LEITOR, e eu não tinha, ou tenho, obrigação alguma de citá-lo, pois você não estava envolvido no debate.
Prezado Carlos, permita-me continuar com nosso debate.
Primeiro gostaria de desfazer um equívoco imenso em seu post, o de que não temos interesse de atacar ninguém a grande distância, que nosso interesse é somente defesa costeira. Veja, nossa ESTRATÉGIA é DEFENSIVA, mas o que isto significa? Significa que temos fronteiras claramente reconhecidas, que não temos pretensões territoriais sobre nenhum território alheio, que nossa Constituição determina a não ingerência em questões externas e que usaríamos a diplomacia como meio de resolução de diferendos. Significa que não atacaremos ninguém, se não formos atacados. Mas termos esta postura não significa que outras nações a terão conosco. Caso a opção militar seja considerada por outros países contra nós, teremos que responder com meios militares também, e que nestas ações DEFENSIVAS, pois não teríamos atacado primeiro, OPERAÇÕES OFENSIVAS contra o poder militar adversário existirão, pois não podemos ficar na posição do boxeador que só se defende, fadado a perder a luta.
A END prevê claramente isso para a MB, que tem a missão de interditar o trânsito de qualquer Força inimiga o mais longe possível de nosso litoral.
E por qual motivo?
Simples. Vou transcrever parte do texto de outro artigo da Coluna Mar & Guerra e peço paciência por isso.
“Nosso país possui mais de 8,5 mil quilômetros de fronteira marítima.
A costa norte leva-nos ao Caribe e à parte norte do Atlântico. Nela situa-se a foz do Rio Amazonas, cuja bacia permite a penetração, em todo o nosso território amazônico, de quem vem pelo mar, e aqui começamos a entender parte do problema com que se deparam nossos planejadores e a determinação para uma nova articulação territorial de forças.
A costa nordeste projeta-se em direção à África, estreitando o oceano e reduzindo a distância entre os dois continentes para cerca de 2,8 mil quilômetros. Durante a Segunda Guerra Mundial o “estreito” entre o nordeste brasileiro e a África foi de vital importância para os aliados. Qualquer força naval extracontinental que pretenda influenciar em assuntos sul americanos transitará, obrigatoriamente, por esse “estreito”, como pudemos ver durante a guerra das Malvinas.
As costas leste e sul levam-nos ao Rio da Prata, à Antártica e às passagens de Drake e do Cabo da Boa Esperança, únicas alternativas para a navegação em caso de interrupção, por qualquer motivo, do tráfego nos canais do Panamá e de Suez, transformando as mesmas em matéria obrigatória de estudos nos Estados-Maiores das Marinhas de alcance global.
Diretamente relacionado com o objetivo de interdição de qualquer força inimiga a maior distância possível de nosso litoral, e como resultado de uma colonização que veio pelo mar, verificamos que 80% da população brasileira, 93% da produção industrial, 78% da receita, assim como 85% do consumo de energia elétrica das principais cidades concentram-se a menos de 200 km de nossas costas, ao alcance das modernas armas navais.
Em relação ao transporte marítimo, passou a ser lugar comum afirmar que mais de 95% do nosso comércio exterior é transportado por via marítima, mas poucos se dão conta da magnitude que este dado encerra, significando bilhões de dólares em exportações e importações, tráfego este que, se interrompido, paralisaria a vida econômica do país. Todo este comércio se dá por um dos 75 portos marítimos organizados existentes ao longo do litoral brasileiro.
Mas não é somente o valor financeiro que conta, pois, em tempos de globalização, os próprios produtos brasileiros empregam insumos importados, de tal sorte que interferências com nosso livre trânsito sobre os mares podem levar-nos, rapidamente, ao colapso. O Brasil depende que suas Linhas de Comunicação Marítimas permaneçam abertas.
O petróleo e o gás natural são duas grandes riquezas extraídas de nosso mar e das quais somos extremamente dependentes. O Brasil prospecta no mar, cerca de 90% de seu petróleo. Novamente não é só o valor financeiro que deve ser levado em conta. Privados desse petróleo, a decorrente crise energética e de insumos paralisaria, em pouco tempo o País. O petróleo proveniente do mar é uma riqueza, portanto, vital para o Brasil. Quanto ao gás descoberto em nossa plataforma continental, o mesmo permitirá a diminuição progressiva de nossa dependência externa deste insumo.
Existem, ainda, potencialidades menos tangíveis, como os nódulos polimetálicos no leito do mar. Eles são, basicamente, concentrações de óxidos de ferro e manganês, com significativas concentrações de outros elementos metálicos, economicamente importantes, como níquel, cobre e cobalto. Conhecidos desde o século XIX, sua exploração é ainda economicamente inviável. No entanto, considerando-se o exemplo do mineral mais explorado nos oceanos, o petróleo, que aplica a mais sofisticada tecnologia e apresenta os mais altos custos da indústria extrativista de bens minerais do mundo, a exploração dos nódulos polimetálicos tem amplas perspectivas de se viabilizar no futuro.”
Então, se formos “defender-nos” somente em águas costeiras, já teremos perdido uma das principais vertentes da guerra, a econômica.
E para defender-nos, no âmbito de operações ofensivas contra um inimigo, o NAe é de vital importância. Ele, como você transcreveu, permite termos a “capacidade de utilizar seus meios aéreos a grande distância, atacando sem poder ser atacada, de proteger sua Força sem permitir que um suposto inimigo se aproxime, de controlar o ar, a superfície do mar e o ambiente submarino.”
Você escreve que nunca venceríamos potências nucleares, mas elas utilizariam armamento nuclear contra um país desnuclearizado? Nada valem os exemplos de países que derrotaram estas mesmas potências?
Você escreveu que nossos inimigos reais fazem fronteira conosco, o que discordo. Hoje, a Estratégia brasileira é Cooperativa com nossos vizinhos e, junto com os mesmos, Dissuasiva em relação a potências extracontinentais. Tudo isto podemos ler nos documentos oficiais que balizam nossa defesa.
Acredite, o NAe é instrumento imprescindível para a defesa do Brasil.
Se o atual não é o que gostaríamos, outro virá para substituí-lo adiante, um de 50.000 ton, mais capaz, com melhores meios, em uma MB mais reaparelhada.
Esperemos e confiemos.
Um forte abraço
A cada anos eles renovam os planos para os próximos 10 anos. E assim a vida continua. O plano de reaparelhamento da Marinha é discutido à mais de uma década e só o projeto de submarinos está em curso.
Quanto aos navios de patrulha, não compramos o projeto da classe Amazonas? O plano não era construir mais unidades da classe?? Mas, pelo que informa o texto acima, parece que vamos comprar de uma nova classe. Se isto se confirmar, é o famoso desperdício de dinheiro público, comprar um projeto e não utiliza-lo…
Quanto às escoltas de 6000t: precisamos de escoltas em quantidade e não somente em qualidade. Não seria interessante termos mais navios do porte de nossas Niterói do que somente 5 escoltas de 6000t? Nosso litoral é enorme e para variar, vai faltar navio!!!
Não compramos projeto algum. Ele nos foi dado. A compra foi de oportunidade e o projeto é inferior aos requisitos da Marinha. Por esta razão, os OPVs ou Navios de Patrulha Oceânicos, continuam no Prosuper.
A classe Amazonas é excelente, mas a MB tem outras necessidades, caso contrário, não haveria razão de ainda constar OPVs no Prosuper..
Isto é relativo…
Parece promoção das Casas Bahia. “Comprou uma TV ganhou uma câmera digital”. O preço da câmera está incluso no preço total, simples assim.
Nada foi dado, compramos 3 navios que estavam prontos e sem compradores. Foi uma compra de oportunidade, sem dúvida. Mas o projeto estava incluso no preço, mesmo que tenha sido com um bom desconto.
Bem, sou teimoso, ainda acho que é preciso priorizar gastos, quando esses recursos são poucos e as necessidades são muitas; hoje em dia todos nós sabemos que defesa é também prioridade, mas é preciso formar combatentes de qualidade e para isso é preciso boas escolas em todos os níveis (básico, médio e superiores e também os pós); é preciso saúde pública digna e que atenda a população mais carente de forma adequada e honesta, sem falar em segurança pública com policiais valorizados, bem treinados e remunerados adequadamente, a base de qualquer FFAA, são soldados, marinheiros, etc e para isso precisamos dar ao nosso povo o melhor e não apenas o possível em educação, saúde, segurança pública, sem falar em infraestrutura, moradia, etc…
Quero dizer com isso que defesa é muito importante, mas não podemos partir de parâmetros de países com maior poder econômico, vamos ter o possível no momento e quando tivermos mais recursos disponíveis, investiremos mais em defesa é só isso.
Senhores, a possibilidade de escolha de equipamento Chinês é real, ou somente estão participando para compor número?
Não seria um problema de logística e mesmo operacional uma vez que sempre contamos com equipamentos ocidentais em nossos meios navais?
Hoje a China está construindo um navio de pesquisas para o Brasil. O fato de um estaleiro chines vir a vencer o Prosuper, não implica em problemas logisticos, pois os navios serão contruidos no Brasil e o recheio quem escolherá, será a Marinha.
Padilha, penso mesmo os equipamentos básicos como motores/turbinas/e sistemas de comunicação. Deveriam ser todos nacionais ou ocidentais também? O que o chineses entregariam além do casco destes navios? Pergunta de leigo, pois sei que a simples importação de um lubrificante especial para turbinas ou motores impacta na logistica destes equipamentos.
Obrigado. E já que tirei este bandaid, as nações ocidentais deixariam equipar estes navios com suas tecnoologias?
Wolf, tudo vai depender da proposta. Hoje, os chineses na área naval fabricam tudo. As turbinas, os motores diesel(ambos sob licença sem nenhuma parte estrangeira), os sensores são todos desenvolvidos por eles, enfim, são auto-suficientes. Esta auto suficiência é que deveriamos ter, mas não temos verbas. As verbas estão todas comprometidas com a Copa do Mundo e com as olimpíadas ( Muito mais importantes, não acha?). Então, para não ficarmos parados no tempo e no espaço, é melhor começar o quanto antes do jeito que for possível.
Os navios chineses caso fossem escolhidos, viriam com a propulsão original deles, e ai, como são motores/turbinas feitas sob licença, acho, eu disse, ACHO, que desde que estejam em produção no mundo, não teriamos problemas de peças como temos hoje com as Olympus.
Carlos B. Crispim:
‘Nosso inimigos reais, todos fazem fronteira conosco…’
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Meu caro, isto simplesmente é falso e incorreto.
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“Nossa melhor possibilidade de defesa ficará restrita ao interior do nosso imenso país, onde fugiríamos para organizar as defesas, ou seja, precisamos de tanques (MBT’s) capazes, não os Leopard 1 usados que compramos.”
Discordo totalmente de sua visão de defesa nacional, enxergo nela a “estratégia do tatú”, que fica fugindo e se escondendo embaixo da terra…Ficar tentando se defender no centro do país, de forma passiva,sem contra-atacar, entregando toda infra-estrutura,portos, todos os meios de produção e 90% das principais cidades…Apanhando por todos os lados e confiando em meros blindados?
Esta é a receita perfeita para a derrota, o desastre e a destruição do país, porque com as modernas tecnologias de guerra aérea, as distancias e obstaculos naturais, perderam seu antigo poder natural de defesa, suas táticas não seriam eficientes nem no século 19, antes da invenção do avião…!
Porque o ataque sempre fez parte da defesa e a capacidade de retaliação às forças militares atacantes, enquanto ainda distantes e também diretamente ao país agressor, sempre fizaram parte de qualquer estratégia de defesa eficiente.
E também a capacidade efetiva de retaliação por um ataque sofrido é por sí só, um poder dissussivo contra eventuais intenções de aventureiros agressivos.
E esta capacidade de infligir dano a quaqlquer eventual atacante, mesmo que não seja capaz de infligir derrota à um agressor com poder bélico superior, sempre terá um importante peso. Porque as guerras sempre são feitas por interesses econômicos/estratégicos e tem elevado custo…A capacidade de retaliação (poder de dissuassão) se trata justamente disto, elevar os custos, o preço a pagar por uma aventura bélica, em suma:
Tornar a relação custo/benefício de uma agressão, desfavorável, dando um prejuízo que à torne inviável e desinteressante para o agressor.
Para este tipo de defesa ativa, dissuassiva, precisamos de mísseis com alcance de milhares de kilometros, entre outros meios…
Sem falar que um porta-aviões é um ENORME alvo, é um prêmio que todos querem afundar, quando conversei com marinheiros americanos, a maior preocupação deles é perder um porta-aviões nuclear, por isso estão sempre cercados por um grupo de batalha, que inclui um submarino nuclear de ataque. Ou seja, mais uma vez, para termos porta-aviões precisamos de escoltas de primeira linha!!!! È uma coisa a se pensar, é uma proposta ousada esquecer os porta-aviões, mas é preciso se pensar nela e mudar o paradigma, é tão difícil quanto fazer nossos generais aceitarem o sistema bullpup nos fuzis, simplesmente não querem abandonar a configuração padrão de décadas que deu certo. Na marinha é a mesma coisa, força de batalha centrada em porta-aviões é um dogma, precisamos escolher o que vai ser, se abandonamos definitivamente os porta-aviões, sua doutrina e conceito de guerra, e montamos defesas formidáveis em terra, o que é muito mais factível, ficando prioritária também a defesa das fronteiras terrestres, para mim as mais vulneráveis.
Carlos, temos os dois mundos. Nações que pensam sua defesa territorial, apenas pensam suas fronteiras abandonaram os Porta Aviões, como Austrália, Canadá, e por mais alguns anos talvez Itália e Espanha. No entanto, observamos que a reação rápida requer um Grupo Tarefa com Porta Aviões, como visto em todos os grandes conflitos atualmente: desde Malvinas, Iraque, Afeganistão, Líbia. Depende dos objetivos de cada Governo e Nação. Se temos interesses ultramarinos, vale a pena manter um NAe, em condições de realizar esta tarefa não o São Paulo. Por sinal, dois NAes. Sim, seriam alvos preferenciais em um conflito, o que também não é de todo ruim, deslocaria grande número de naos inimigas em sua procura e perseguição. Temos por exemplo Índia com NAe e Paquistão sem NAe. A Índia poderia combater o Paquistão em dois fronts ao mesmo tempo em caso de conflito. Possibilidade dada pelo NAe. Você pode se adiantar a ameaça. Imagine se o 25 de Maio estivesse pronto, disponivel e com todos seus meios bem treinados no início do conflito das Malvinas em 82, e tivesse surprendido o Grupo Tarefa Inglês ao largo da Costa Africana ou Brasileira? Bastaria um ataque para colocar a pulga atrás da orelha dos Ingleses, atrasaria sua ofensiva ou a escalada se daria de outra forma. São armas estratégicas como os submarinos, não táticas.
Pessoal, obrigado pelas excelentes dicas de leitura, vou ler tudo com calma, eu ADORO porta-aviões, estive no USS Abraham Lincoln (CVN-72) e no falecido NAel Minas Gerais, conheço as doutrinas e conheço as belonaves de perto (estive nelas como disse), MAS… Acho que as pessoas são um pouco emotivas com relação aos porta-aviões, seria MARAVILHOSO tê-los, contudo são caros, não temos tripulações suficientes (o Abraham Lincoln tinha na ocasião 6.000 tripulantes – Ala aéra + tripulação de marinha!!!!), não temos aviões, enfim, não temos NADA. Quanto mais conheço um porta-aviões mais chego a conclusão que ele não foi feito para nós. Do que li até agora que vcs me indicaram, destaco: “Uma marinha que possua um NAe possui a capacidade de utilizar seus meios aéreos a grande distância, atacando sem poder ser atacada, de proteger sua Força sem permitir que um suposto inimigo se aproxime, de controlar o ar, a superfície do mar e o ambiente submarino. Também a presença de um NAe abre uma segunda frente para as FA inimigas, pois a possibilidade do uso de seus meios aéreos em qualquer parte, vindos do mar, não pode ser negligenciada, como vimos na guerra das Malvinas com a força aérea argentina alocando meios para proteger Buenos Aires de um possível ataque da Força Tarefa inglesa.” Lendo somente este trecho percebo claramente que o Brasil não precisa de porta-aviões, não temos nenhum interesse em atacar ninguém a grande distância, seria somente para defesa costeira, e para defesa temos nossas bases aéreas. Não temos ilhas do porte das Falklands para disputar, as poucas que temos não despertam nenhum interesse, nossos potenciais inimigos ultramar são as potências nucleares que NUNCA venceremos, se quiserem arrasam o Brasil em poucas horas. Nossa melhor possibilidade de defesa ficará restrita ao interior do nosso imenso país, onde fugiríamos para organizar as defesas, ou seja, precisamos de tanques (MBT’s) capazes, não os Leopard 1 usados que compramos. Nosso inimigos reais, todos fazem fronteira conosco, a exceção do Chile e Equador, que não tememos, embora o Chile tenha as FAs mais preparadas. Enfim, quanto mais leio mais dúvidas aparecem.
Crispim, todos falamos que o Chile tem as Forças Armadas mais bem preparadas da América Latina. Eu gostaria realmente de entender este pensamento, que as vezes tenho também. Seria real esta dianteira do Chile, ou é o poder de dissuasão, propaganda, presente nos Leo2 e F16Blk52, coisa desprezada por aqui com equipamentos muitas vezes pensado em manter o respeito mas não assustar?
Não vejo outro motivo para tanto tempo, que não seja pelo fator de geração e mantenimento da empregabilidade em longa escala.
Apresentação da MB sobre esta fase de reaparelhamento dos meios navais.
http://www.camaras.org.br/Arquivos/Download/Upload/442.pdf
Boa leitura!
Cronograma e números.
Prezado Carlos Crispin, o bom de existir um espaço como o DAN é podermos ler a visão de outros, com outros argumentos, outras explicações.
Nisso, a maneira democrática do DAN de permitir, com respeito, que todos se manifestem é elogiável.
Neste intuito, gostaria de sugerir a leitura de dois artigos disponíveis aqui no site.
O primeiro está disponível em: http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=11930
O segundo, uma posição oficial da MB, está disponível em: http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=11992
Seu pensamento tem uma falha fundamental, a que o NAe só serve para Projetar Poder.
Vou transcrever, com sua vênia, um texto que escrevi como comentário em outro artigo publicado:
“Eu lhe sugeri ler o artigo que trata de NAe na Coluna Mar & Guerra porque lá poderia entender um outro equívoco que comete em seu texto.
Um NAe não serve somente para Projetar Poder.
Projetar Poder é uma das quatro Tarefas Básicas do Poder Naval. As outras são Controle de Área Marítima, Negar o Uso do Mar e Contribuir para a Dissuasão. Como podemos ver nos artigos da Coluna, uma Marinha que não cumpra as quatro tarefas pode ser chamada de qualquer coisa, de Guarda Costeira, de Prefeitura Naval, de qualquer coisa, menos Marinha.
No Brasil, a principal Tarefa do São Paulo é o Controle de Área Marítima, ampla ou restrita, móvel ou fixa. Não vou expandir os conceitos, que podem ser lidos na Coluna, para não cansar os demais leitores.
A Projeção de Poder é outra das Tarefas que pode ser cumprida pelo navio, não só por ele.
Esta questão merece ser melhor explicada, e mostrado que podemos sim ter que realizar tal tipo de Tarefa. Veja, a END especifica que a Estratégia do Brasil em âmbito regional é a de cooperação e que para âmbito extrarregional é a dissuasão.
Dentro de uma estratégia dissuasória, e defensiva, pois não temos intenção de atacar ninguém, onde só usaremos o poder militar para nos defendermos de um ataque, se a dissuasão falhar, teremos que realizar operações ofensivas contra o agressor, ou estaremos na situação de um boxeador que só se defende, estando fadado a perder a luta. Aqui cabem as operações de projeção.
E a terceira Tarefa cumprida pelo navio é Contribuir para a Dissuasão, o que faz operando, mostrando, como já fez internacionalmente, nossa capacitação em empregar o meio.
Desta forma, a afirmativa de que o NAe só serve para Projetar Poder está totalmente equivocada.
A necessidade de possuirmos NAe foi reconhecida pelo poder político da nação. Quando a MB apresentou sua concepção estratégica, estava prevista somente uma Esquadra, com um NAe. Foi o Poder Político que determinou à MB que previsse a segunda Esquadra, nucleada em outro NAe.
Não posso, e não vou, transcrever este conceito estratégico, pois estaria incorrendo em crime, mas este dado talvez lhe convença da importância do meio para o país, não para a MB em si.”
E mais um comentário:
“Você escreveu que “A função principal do PA é projetar poder. É poder levar a guerra ao inimigo. Quanto ao controle da área marítima, isto é feito de maneira muito melhor e mais barata por uma frota suficiente da aeronaves de patrulha. Ainda mais que temos um litoral tão extenso, como o senhor mesmo disse. Bases aéreas no litoral, com caças, aviões revo, e aviões de patrulha (que podem ser desdobrados em questão de horas), são capazes de garantir a segurança de nossos litoral de maneira muito mais eficaz…”.
Já lhe mostrei que a função principal do NAe aqui no Brasil não é Projetar Poder. Isto não é achismo, é realidade, é estratégia naval pura, não é falácia. Esta Tarefa é a principal em nações cuja estratégia é ofensiva, é atuar em outros países, é agredir, é enviar força para o exterior, o que não é nosso caso. Mostrei que podemos fazer isto sim, se formos atacados e precisarmos realizar ações ofensivas contra o agressor.
Quanto ao Controle de Área Marítima citado por você, a MB e a FAB, nos anos 80, realizaram uma série de exercícios para provar esta teoria. Uma Força Naval sofria ameaça aérea, acionava os meios aéreos em terra, que nunca chegavam a tempo. As duas Forças chegaram a uma conclusão conjunta, a de que isto não funcionava.
Imagine uma ameaça submarina, onde você, usando somente meios aéreos, em pouca quantidade e com equipamentos que não são eficazes 100% na detecção desta ameaça. Você descobrirá esta presença em sua área de interesse somente após um ataque, mas então o estrago está feito.
Você não leva em consideração o controle de nossas Linhas de Comunicação Marrítimas, extensas, afastadas do litoral e vitais para a sobrevivência do país.
Não pode arriscar a vida de 30.000 brasileiros que trabalham diuturnamente nas plataformas de petróleo no mar. Somente a presença física, visualmente comprovável, de navios de superfície, podem garantir o controle e a proteção deste patrimônio brasileiro. Ou, poderíamos fazer uma comparação com um batalhão da PM, lotado de gente, mas que não sai para as ruas, onde os ladrões saberão que estão desprovidas de proteção e agirão à vontade.”
Espero que compreenda, se aceitar as sugestões de leitura que fiz, a outra visão.
Quando terminar, estarei aqui sempre que possível para continuarmos o debate.
Um abraço.
Já que foi citado de passagem a questão da nossa segurança pública… Farei só numa breve intervenção comparativa para destacar o poder dissuasão observado pela perspectiva do psicológico… Basta que tomemos como exemplo o que aconteceu com os VEROSSÍMEIS índices de criminalidade desde que se começou neste país uma campanha de desarmamento que suprimiu de quase todos os CIDADÃOS o poder de atuar como + um elemento de dissuasão… E, ainda, se apelou para uma demagógica e irresponsável (no mínimo) empreitada midiática para convencer ao Povo que a melhor forma de se proteger era simplesmente – pasmem! – NÃO REAGIR…. Resultado: A CRIMINALIDADE EXPLODIU E PREDADORES DE TODA ORDEM OU SORTE, mais do que nunca, SE SENTIRAM ENCORAJADOS À MOSTRAREM AS SUAS GARRAS… Pois bem!… Com as questões ligadas à DEFESA e SOBERANIA NACIONAL, este tipo de POLITICAGEM DEMAGÓGICA pode trazer consequências ainda mais devastadoras… Por tanto concluo que todos os elementos dissuasores plausíveis e alcançáveis jamais devem ser negligenciados… Pois, O MAL EXISTE em diversas formas e estará sempre à espreita…!.. 😉
Vinicius Castro,
Apenas complementando seu excelente comentário:
NAe leva poder aéreo onde a aviação baseada em terra não pode chegar.
Outro parâmetro: o porta-aviões garante tempo de reação muito menor na área a ser defendida sobre o mar, haja visto ele poder aproximar-se com sua “pista de pouso” do ponto a ser defendido…
Saudações.
Eu li a opinião de um colega de outro fórum que bate exatamente com a minha, o Brasil não precisa de porta-aviões, o Brasil é um porta-aviões natural! Se nós não queremos projetar poder em nenhum lugar ultramar, se não temos pretensões imperialistas, se não queremos invadir ninguém, um porta-aviões é absolutamente desnecessário! A força aérea e o exército é que deviam ser fortes, acho que a prioridade é ter muitos aviões capazes, em bases no litoral, o que impediria qualquer potência de se aproximar do Brasil. Para defender as 200 milhas é suficiente ter bastantes aviões prontos e lança-mísseis terra-mar espalhados pela costa em pontos estratégicos. O Brasil não tem possessões distantes da costa, o único território distante será a Antártica, quando esta for dividida entre os países que lá estão, e para isso não precisamos de porta-aviões, bastaria uma marinha com algumas belonaves bem armadas, que nós não temos, talvez alguns LPD novos classe New York ou, no máximo, LHA’s modestos, não precisa ser igual aos da classe América, que é enorme, mas tão-somente LHA porta-helicópteros, somente. É a minha visão.
Eu sugiro que você leia este texto da Coluna Mar & Guerra aqui do blog: http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=11930. Talvez você tenha uma visão completamente diferente sobre esse poderosos navios e os motivos para que tenhamos um ou dois no futuro.
A discussão vai entrar no Porta Aviões novamente.
A END é um conto de fadas, assim como nossa constituição. As pessoas esquecem de que é necessário dinheiro para tornar os sonhos realidade. Porta Aviões para o Brasil atual é um desperdício de dinheiro. Fora a quantidade de navios necessários somente para apoiar e garantir a segurança de um PA, que também não temos
Quanto à coluna Mar & Guerra, é um excelente texto, mas que só mostra a opinião dos editores do Blog. Não existe nenhum texto na coluna citada, com uma opinião contrária. É fácil escrever sua própria opinião e citar a mesma como se fosse uma verdade absoluta. Sendo que a necessidade de se ter ou não um Porta Aviões não é consenso, muito menos uma verdade absoluta.
Vamos com calma
Com estas construções novas, teríamos uma Marinha forte? Ou ainda tudo isso é bem pouco? Me parece que estão se voltando atenção para a Defesa novamente, como há muito tempo não se via, será só impressão ou realmente está ocorrendo? Ainda sou leigo no assunto, por isso tantas dúvidas rs
Agora tá explicado o motivo daquela frota chinesa ter dado uma passadinha por aqui. Acho inteligente a marinha permitir a participação dos chineses, assim ela pode pressionar os outros estaleiros que participam do prosuper a abaixar o preço um pouquinho. Vi essas fragatas quando estavam aqui no Rio e confesso que fiquei impressionado com elas. Achei o desenho delas bem moderno.
Larri, seu comentário permite que eu possa debater sobre alguns tópicos de estratégia naval, alguns já discutidos na Coluna Mar & Guerra, mas que podemos resumir aqui.
Antes da ocorrência de um Conflito Armado, ou Guerra, ocorre o que chamamos de Crise Internacional Político-Estratégica, a que se dá entre países, onde os mesmos tentarão impor sua vontade ao contendor, ainda sem escalar para ações bélicas.
Este período que antecede a guerra não se presta aos submarinos.
Numa crise, a vontade de seu condutor (Presidente em nosso caso) em mostrar que irá às últimas consequências por um Objetivo Nacional de que não podemos abrir mão, soberania sobre um pedaço de nosso território, por ex., tem que ser “mostrada” ostensivamente, com a presença de barcos da Esquadra na área de disputa, fazendo uma sinalização clara. Estes navios podem “escalar” uma crise sem chegar às vias de fato, como determinando que suas aeronaves façam sobrevoo, ligando radares de direção de tiro, determinando que outras embarcações saiam da área em disputa, etc.
Um submarino não se presta à uma Crise para não violar sua maior vantagem, a ocultação. Caso um submarino se mostre, acaba sua vantagem principal. Outra coisa, um submarino não pode “regular a força” em uma Crise, como podem fazer os navios da Esquadra, dando tiros de advertência, não sobre o contendor, mas a uma distância que mostre uma clara intenção de escalar a Crise se necessário. Os submarinos possuem como armas torpedos e mísseis, os primeiros armas de destruição, e os segundos de neutralização que, se usados, levariam a Crise à seu próximo patamar, a Guerra.
Por isso todos os países precisam de uma Marinha Balanceada, que cumpra com as quatro Tarefas Básicas do Poder Naval, precisam de submarinos, de NAe, de Fragatas, de transportes, de Navios-Tanque, etc.
Então, não nos bastam OPVs e alguns navios um pouco maiores, como citado por você.
Os prazos de construção de meios navais são equivalentes em todos os países. Se verbas são contingenciadas, prazos são dilatados.
Todo este planejamento da MB é para investir em tecnologia nacional, usando o maior número possível de equipamentos já fabricados no Brasil, ou obter a tecnologia do que ainda não fabricamos. Vide o que ocorre no PROSUB.
Sim, já estamos investindo em caças e precisamos investir em navios, em carros de combate, etc.
Outra coisa, o EB está comprando 2.044 Guaranis por um valor de R$ 6 bilhões; aprovou o SISFRON a um custo estimado de US$ 6 bilhões (de dólares); aprovou o novo fuzil IA2 da Imbel, além de muitos outros programas. Isto de primo pobre deixou de existir a muito.
Para finalizar este comentário, o condutor de uma nação tem vários problemas em sua gestão, educação, saúde, moradia, segurança, DEFESA NACIONAL, etc. Cabe a ele decidir onde investir, pois todos são importantes, todos são prioritários, ou a defesa da pátria não merece atenção?
Um abraço.
PERFEITO!!!… Explanações professorais!… 🙂
Vinicius, exemplos de sua esplanação são vistos a toda hora na Ásia com China, Japão, Tawain, Filipinas, Coréia e Russia disputando limites territorias, ilhas e inclusive rotas comerciais aéreas. Aqui na América no Sul disputas entre Venezuela e Guiana, e entre Peru e Chile, Argentina e Chile, Argentina e Grã-Bretanha. Somos abençoados por não ter contendas territorias, mas lembro que grande parte de nosso mar territorial não é reconhecido pelas grandes potências.
Ao meu ver esse PROSUPER da MB só sai se houver mais descobertas de petróleo em nossa costa ou com a exploração de minérios no fundo mar e se for viável caso contrario pode esquecer. Vai acontecer a mesma coisa que aconteceu com a FAB vão decidir quando os nossos navios tiverem afundando de velhice. Esse PROSUPER já vem se arrastando deste 2008 quando se cogitou as FREMM italianas para MB de lá para cá só muito conversa fiada.
Prazos longos demais, custos muito altos; não sei o reaparelhamento da marinha é caro, é muito caro, talvez se a marinha se contente com submarinos diesel-elétricos, com AIP (a marinha não encomendou) e nuclear, porque no mar realmente furtivo é o submarino o resto com satélites, drones, etc não tem como se esconder. E na superfície bastariam embarcações menores como OPV da navantia, citado acima, os classe grajaú, e macaé e algumas barroso atualizadas, porta aviões, fragatas, contratorpedeiros (destroyer) atuais são caros demais sem falar no recheio eletrônico de sensores e armas guiadas, etc…
Já estamos investindo em caças (FAB) e no exército sem falar em outras aeronaves e no enorme GAP tecnológico que o primo pobre que é o exercito precisa descontar e o EB sempre que pode investe em tecnologia nacional é preciso lembrar mais do EB e apoiar a FAB na minha modesta opinião, não esqueçam o cobertor é curto não dá para todos. É preciso ser pragmático o Brasil ainda tem muitos problemas de ordem social, segurança pública, Saúde e Educação, vamos com calma.
Fred, tenha em conta que os navios podem ser construídos simultaneamente.
Entendo, más neste caso não serão 5 anos “para cada navio”….E acho mais razoável pensar que se tenha querido dizer que em cinco anos seja o prazo previsto ,contado a partir do começo da construção, para que as 4 Barrosos sejam produzidas.
Claro que em projetos como este, sempre podem ocorrer atrasos provocados por cortes de verbas, mudanças de governo e mudanças de suas prioridades etc…Torço para nenhum grande atraso ocorra e que em 6; 7 ou 8 anos, no máximo! Vejamos as 4 Barroso navegando!
Prezados amigos Fred e Vinicius.
Temos ainda que considerar a esfera política em todos os projetos militares, inclusive EB e FAB, haja vista que, existe uma forte possibilidade de troca do comando em virtude dos protestos que todos vimos no ano passado.
Não sabemos como ficará o cenário.
Em caso de permanência da atual presidente (Dilma), ou um novo sucessor. O que serão destes projetos, destas aquisições?
não duvido a barroso levou mais de dez anos para ser concluída, resultado já passa por atualização.
“O Ministério da Defesa também autorizou, recentemente, a retomada do projeto das corvetas classe Barroso, com a construção no país de quatro navios. O prazo previsto é de cinco anos para cada navio, informou o vice-almirante Deiana.”
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Caramba!
Para fazer 4 corvetas serão 20 anos! Isto está correto?
Em um mundo onde a tecnologia evolui cada vez mais rápido, quando estiver concluindo a 3ª Barroso, seu projeto original já estará velho e ultrapassado…
Esta é novidade: os chineses entraram mesmo na disputa!
Poderia também estar nesse acordo ai um porta aviões novo, e pelo menos um navios de desembarque dos tipos porta helicópteros ou caças VTOL (quem sabe um dia teremos um F-35B, até os Harriers são bem vindos srsrsrs), também poderia ter ai orçando a compra e modernização de alguns destroyer, cruzadores e contra-torpedeiros para dar pelo menos um chance de defesa a nossas águas brasileiras e também armar melhor nossos barcos que maioria nem misseis dispara ou dispõe de um sistema de defesa anti-missel.
Proteção não se faz só com submarino nuclear!!!