Por Rogério Miccuci
Como sempre diz um amigo executivo de uma empresa nacional da área de defesa, ao se referir a negócios: “traga-me um problema; eu prefiro ter problemas a resolver, do que não ter um contrato e seus problemas.”
Daí minha correlação: uma Marinha que tem um porta-aviões tem um bom problema. Pior seria se não o tivesse (vide a derrocada da Armada Argentina (ARA) após dar baixa no seu 25 de Mayo).
O Brasil, face às restrições orçamentárias impostas à Marinha do Brasil (MB), vive um dilema nos dias de hoje: abolir o emprego de um porta-aviões? Modernizar o A-12 São Paulo? Ou encomendar a construção de um novo porta-aviões? Ou, ainda, dar baixa no navio capitania de sua Esquadra e comprar um porta-aviões usado por oportunidade?
A título de ilustração, abaixo tem-se uma ideia dos custos de construção de um porta-aviões.
– Gerald R Ford – US$ 13.5 bilhões
– George HW Bush – US$ 6.26 bilhões
– Queen Elizabeth (UK) – US$ 3.7 bilhões
– Charles de Gaulle (France) – US$ 3.7 bilhões
– Cavour CVH (Italy) – US$ 2 bilhões
– Hyuga DDH (Japan) – US$ 1.06 bilhões
– Vikrant (India) – US$ 762 milhões
Cabe ressaltar que os menores custos de aquisição estão relacionados aos porta-aviões de operação VSTOL (Vertical or Short Takeoff and Landing), apresentando custos mais elevados os de operação CTOL (Conventional Takeoff and Landing, estes dotados obrigatoriamente de catapultas e aparelho de parada). A MB opera os porta-aviões CTOL, desde o navio-aeródromo ligeiro Minas Gerais – A11, incorporado à Armada em 1960. Este modo de operação requer um longo período de treinamento das tripulações envolvidas para atingir-se a eficiência operacional segura.
Conforme descrito na Estratégia Nacional de Defesa (END), onde são elencados os principais objetivos da defesa, destaco para a análise desse assunto os seguintes:
– Defender os interesses nacionais, as pessoas, os bens e os recursos brasileiros no exterior;
– Contribuir para a estabilidade regional;
– Contribuir para a manutenção da paz e da segurança internacionais;
– Intensificar a projeção do Brasil no concerto das nações e sua maior inserção em processos decisórios internacionais;
– Estruturar as Forças Armadas em torno de capacidades, dotando-as de pessoal e material compatíveis com os planejamentos estratégicos e operacionais;
Além disso, conforme amplamente debatido em diversos fóruns (como no excelente artigo do CMG-CA-RM1) *Vinícius Castro, em que ele discorre sobre o navio-aeródromo, seu emprego e o caso brasileiro a luz das tarefas básicas do Poder Naval), um país com as aspirações do Brasil no cenário internacional vê-se obrigado a ter uma Esquadra forte e bem equipada, nucleada em um porta-aviões, para atingir seus objetivos estratégicos; caso contrário, corre-se o risco de:
1 – Não cumprir os objetivos de defesa quando da necessidade real de efetivo emprego das Forças Armadas (vide o conflito das Malvinas ou Falklands, onde a Royal Navy, sem a previsão de um conflito a curto prazo, havia dado baixa em suas aeronaves de alarme aéreo antecipado (AEW), e, surpreendida pela ação argentina teve que improvisar e desenvolver tempestivamente a aeronave SeaKing com o referido sistema; do mesmo modo a ARA, face a reduzida capacidade operacional de seu porta-aviões e escoltas, que sequer suspenderam dos portos devido `a ameaça de um submarino nuclear inglês no teatro de operações marítimo e, aliado a esse fato, a inexistência de uma aeronave reabastecedora tipo AAR (air-to-air refueling, como as futuras aeronaves KC-2 Turbo Trader recém adquiridas pela MB junto à US Navy e ora em fase de modernização), teve a ARA que lançar mão de vagas aéreas a partir de terra com suas aeronaves Super Étendard armadas, missões essas que se assemelharam às kamikaze japonesas da Segunda Guerra Mundial. Como já dizia Rui Barbosa “Esquadras não se improvisam”;
2 – Tornar-se um ator de pouca relevância no cenário internacional. Aliás, como sempre é propagado pelos Estados Unidos em suas campanhas midiáticas: “porta-aviões, 90.000 toneladas de diplomacia”.
Voltando ao dilema brasileiro, todas as perguntas têm soluções exequíveis de serem adotadas: abolir o emprego de um porta-aviões vai de encontro à consecução dos princípios de defesa acima elencados e descritos nos diversos documentos condicionantes, como o Plano Estratégico da Marinha (PEM) e o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha (PAEMB); a modernização do A12 requer aproximadamente quatro anos após tomada a decisão; a aquisição de um novo porta-aviões demanda pelo menos cinco anos após a assinatura do contrato com um estaleiro, desde que haja um estaleiro disponível para um encomenda dessa envergadura; uma aquisição por oportunidade de um porta-aviões CTOL de propulsão convencional, (modo de operação a ser mantido em função da escolha pela Força Aérea do caça sueco Gripen NG o que, por comunalidade operacional entre as duas aviações, implicará na adoção pela MB do futuro caça naval Sea Gripen NG), recai sobre uma única alternativa viável no momento: o USS John F. Kennedy (CV 67), de aproximadamente 80 mil toneladas, descomissionado em 2007.
Portanto, a solução dependerá do grau de comprometimento do estado brasileiro com a área de defesa e no estado de prontidão que o Brasil deseja para emprego de sua Marinha a curto, médio e longo prazos. Ter um porta-aviões ainda é um bom problema para o Brasil!
FONTE: T&D
*Rogério Miccuci é Aviador Naval da reserva da MB
*CMG (RM1) Vinicius Castro é colaborador no DAN através de sua Coluna Mar & Guerra
NOTA DO EDITOR: O autor menciona o USS John F. Kennedy (CV 67) como uma opção, porém, esta classe de porta aviões, além do custo elevado para ser recolocada em atividade, a tripulação básica do navio é de 3.297 homens, numero este que com o DAE, chegaria aos 5.000. Ou seja, para os padrões da MB, ele teoricamente estaria super dimensionado. Outro fator importante é que o navio se encontra em transição para ser usado como um memorial e museu nos Estados Unidos.
Charles de Gaulle vale a pena comprar, é compatível com a aviação embarcada brasileira, quem sabe encomendar um dele e vender ou transformar em museu o A12.
A MB quer, mas a União não tem a “atitude financeira” esperada”, não só nessa crise atual, mas em toda a historia deste país, nunca houve uma atitude realmente patriota, coisas como Abraham Linconl fez, O Brasil nunca investiu como se deve. Parabenizo FAB pelo belÍssImo contrato com a SAAB,
Com todo respeito: quando o autor do texto supôs que a derrocada da Armada argentina tinha relação com a baixa do 25 de Mayo, eu parei de ler!
Na verdade o ex-USS John Kennedy não é alternativa, já que desde
2006 não era considerado seguro para operações aéreas devido à
falta de recursos para mante-lo e finalmente foi descomissionado
em 2007.
O mais correto seria considerar o ex-USS Kitty Hawk, este sim, ainda
permanece na reserva em Bremerton desde que foi descomissionado
em 2009 e especula-se até o ano que vem quando será comissionado
o futuro USS Gerald Ford.
Mas, é apenas uma questão de semântica , já que ambos NAes seriam
proibitivos para a marinha brasileira.
o porta-avioes indiano saiu por menos de 800 milhões de dólares? tai uma saída para a nossa marinha e quanto ao tal kc-2 em vez de gasta em mas uma sucata por que nao compra o v-22 e mais caro mas tambem e mais novo e poderia além de opera no porta-avioes tambem em navios de assalto anfíbio e no futuro versões anti-submarinas de alarme aéreo
…………o A12 deve ser reformado,equipado e mostrará bom trabalho ao longo dos anos.. se for pra comprar um novo,custará os olhos da cara e é bem melhor te-lo reformado pelo seu próprio fabricante por 1bi por mais 15/20 anos que pagar beem maaais por um novo em folha…essa crise não durará pra sempre e as corvetas e fragatas podem esperar, se não se comprar algumas meia vida de Marinhas que queiram vender…tem-se A4 e Tracker modernizados(aliás quase da mesma idade do A12) que caem como uma luva pra êle….então tudo nos “conformes”…….o que ocorre é que devido a crise financeira o pessimismo vem agarrado ao fatalismo e todos querem mandar o véio Sampa pra morrer na Ìndia…nãooo…..êle não merece isso…devemos dar-lhe um voto de fé! nesses anos necessário à sua reforma nenhuma potência nos invadirá….. quem invadiria o país do samba,futebol e carnaval….o próprio povo não crê nessa invasão..então quem? …quem??
Kkkkk muito bom!
Na minha opinião, a prioridade é a defesa do nosso litoral, adquirindo no mínimo 4 fragatas e 5 corvetas novas, além dos patrulhas classe Macaé que já aguardam liberação de verba para serem produzidas.
A situação da FFAA brasileiras é grave. O porta aviões, é bom para escoltas, e também mostra superioridade na América Latina e no mundo. Brasil único país que tem porta aviões, melhor respeitar eles. Mas o jeito que governo trata as FFAA, não tem como manter ou ter uma força, respeitável no nível global. Um governo que aumentou em quase R$1 bilhão dinheiro para os partidos políticos. Governo que emprestou quase R$5 bilhões para países outros países. Um governo que mantem mais de 100 mil cargos comissionados e 40 ministérios, gastam 400 milhões de reais por ano. Mais de R$90 bilhões roubados da Petrobrás. Se pegasse todo esse dinheiro e investisse no Brasil e nas forças armadas, estariamos com Gripe NG mais rápido possível, tinhamos submarinos nucleares logo, tinhamos várias fragatas. Além de ter um país em amplo crescimento econômico gerando vários empregos e tributos para o governo.
Resultado hoje, um forças armadas fracas, Brasil no 3 ano seguido de recessão, desemprego, inflação alta, corrupção.
O comandante naval vai ter que abdicar do porta aviões, na minha opinião. Adianta ter porta aviões senão tem ótimos caças. Nesse governo eu acho díficil sair os caças Gripen. Porque são piores que gafanhotos, aonde passam comem todo dinheiro, aí fica díficil.
Sds.
Pessoal…
Receio que dificilmente a MB poderia efetivamente operar um monstro como um NAe americano; não sem um grande investimento, que certamente ultrapassaria a casa dos bilhões de dólares…
Primeiramente, a MB, pelo que me consta, nunca esteve dimensionada para operar um navio como esse, como bem alerta o editor em sua nota.
A seguir, sabe-se lá em que estado o navio realmente está… O custo de reativação de uma embarcação como essa não é brincadeira…
Enfim, temo que o NAe São Paulo daria menos dor de cabeça…
Concordo com todas as opiniões. Porém, devemos pensar que, escoltas dependem de um Porta-aviões e Porta-aviões, dependem dos escoltas. Faltando um, ou faltando outro, qualquer marinha deixa de ser uma marinha verdadeira e passa a ser somente uma “guarda costeira”. No cenário atual, cobertura aérea é tudo.
Abraços.
Senhores, algumas opiniões aqui mostram algum desconhecimento; o dinheiro “economizado” com a possível aposentadoria do A-12 não vai para aquisição de escoltas.
A verba de reforma vem do orçamento para custeio e a verba para possíveis compras tem que ser solicitada e aprovada e com isso duas verbas completamente diferentes e que pelas suas origens não se ligam.
Abraço.
Se nada vai mudar na estrutura e administração da Marinha, o A-12 tem que ser retirado de serviço urgentemente.
Não é ser contra termos um PA, mas sim ser contra termos um PA se não temos Escoltas, se não temos navios de apoio logístico, se não temos nem aviões para colocar no A-12.
Esta história de se manter doutrina é piada. Não temos mantido doutrina nenhuma de emprego de Porta Aviões nos ultimos quase 10 anos. Há quanto tempo um A-4 não decola ou pousa no A-12? Os oficiais que tinham experiencia em operar no A-11 e que pouco operaram no A-12, hpje já foram promovidos, já fazem outras funções no comando de alguma unidade ou em funções administrativas, já não tem mais nem idade para isto. Voltar a operar o A-12 é praticamente começar do zero. Não há pessoal apto. na realidade nem a doutrina de emprego dos anos 70 (que dominávamos de certa forma) dominamos mais. E ainda temos sim que questionar que modernização seria feita no A-12. Pra fazer algo “meia boca”, sem uma modernização completa, teríamos um PA ultrapassado, que pouco colaboraria para desenvolvermos uma doutrina moderna.
Quanto à administração da Marinha, a primeira coisa que se faz, ao ter seu orçamento reduzido, é cortar pessoal. No caso da MB fazemos o oposto. Há pouco tempo tivemos um aumento de efetivo de cerca de 50.000 militares para mais de 84.000 militares. Uma aumento de mais de 60% no efetivo!! Fico me perguntando se “cabe” todo esse pessoal embarcado nos navios da Marinha. Nem 1/3 disto deve de fato trabalhar embarcado. São mais de 200 OMs na Marinha. Poucas delas destinadas mesmo à defesa do país. É muita gente para mandar, muita verba gasta com administração, um monte de edificios pelo páis para manter e poucos navios navegando.
Se não mudar nada na organização da Marinha, sou totalmente contra a modernização do A-12, bem como sou contra ao Prosuper. Uma marinha que não consegue fazer PMG de Inhaúma, não pode operar escoltas de 6.0000t. Isto é sonho, não é pra gente.
É MUITO MELHOR manter e reformar o A-12 e comprar um dúzia de escoltas de oportunidade e depois aguardar uma melhor ocasião de retomar os planos de construção dos escoltas ou manter este planejamento em ritmo mais lento.
Melhor ocasião?
Tipo, um aumento no orçamento?
É muito triste ver os cortes no orçamento da defesa. Mas mesmo sem este corte no orçamento, não judaria muito. Talvez tivéssemos mais disponibilidade das unidades, um PMG aqui, outro lá, mais algumas Macaé e mais nada.
A Marinha, como tudo que é “do governo” é mal administrado. Compare nosso orçamento com os demais países da América do Sul e oque eles operam. Você irá ver como fazemos muito pouco, com muito dinheiro. Nosso orçamento de Defesa representa (obviamente que não estou contando os cortes recentes) 47% do gasto total do continente.
A melhor ocasião só virá com alguma mudança dentro das próprias FAs. Aumentar o orçamento, seria um absurdo enorme. Temos uma mania de sempre achar que o orçamento é pequeno, tanto para defesa, educação, saúde e por aí vai. Existem diversos estudos, alguns inclusive que foram materia de discussão no congresso, apresentados por estudiosos das respectivas áreas, que gastamos muito mal a receita destinada à saúde e educação. Um destes estudos chega à conclusão de que saíria mais barato para o governo acabar com o SUS e pagar a cada brasileiro um plano de saúde (que não é as mil maravilhas, mas é muito melhor que o SUS).
A discussão na sociedade está começando a andar neste sentido. Hoje já se questiona muito como nossos impostos são gastos. O funcionalismo público (e aí incluo os militares) existe para servir o povo e não para se servir deste.
Descon
O NAE São Paulo se constitui num baita problema para a Marinha do Brasil. Este navio foi utilizado a exaustão pela armada francesa enquanto aguardava o efetivo comissionamento do NAE Charles de Gaulle.
Diversos reparos e modernizações não foram realizados durante esta transição pois os franceses julgaram que não valeria a pena investir altas somas na manutenção e modernização de um meio naval que eles planejavam simplesmente desativar e baixar do inventário (na época cogitavam que nehuma marinha estrangeira iria se interessar pela aquisição do NAE Foch).
As consequências da irresponsável e míope aquisição pelo governo FHC do navio no estado em que se encontrava pela “bagatela” de USD 12 milhões ocasionou todos as mortes e problemas que até hoje afligem o navio. Na época desta malfadada aquisição foi oferecido pelos franceses via DCNS um contrato de modernização e reparos urgentes no valor de EUR 120 milhões + EUR 30 milhões em peças de reposição constantes do inventário da armada francesa que foi rejeitado pelo governo FHC deslumbrado pelo negócio da China representado pelo dispêndio de apenas USD 12 milhões.por um “porta-aviões”.
Passados 15 anos de sua aquisição, o desgaste e obsolescência de seus sistemas se agravaram sobremaneira tendo sido identificados graves problemas em todos os seus sistemas e subsistemas, notadamente nos motores e sistemas de propulsão, nas caldeiras geradoras de vapor principais e auxiliares, nas linhas de distribuição e de recuperação de vapor, sistemas de geração de energia, sistemas de bombeio, filtragem e de armazenagem de combustíveis, sistema CTOL, sistemas de tratamento de água e de efluentes, sistemas de navegação e giroscópios, sistemas de radares e de detecção de ameaças, sistemas de comunicação interna e de malhas de dados, substituição do sistema de gerenciamento de combate, reforma e reforço do convôo para possibilitar o emprego de aeronaves mais pesadas no futuro (ex: Sea Gripen?), além de outros sistemas de menor monta que necessitam ser reparados, modernizados e/ou substituídos.
Os R$ 1 Bilhão inicialmente orçados muito provavelmente se mostrarão insuficientes no decorrer das obras para atender as reais necessidades do NAE São Paulo.
Na minha opinião a aquisição do velho e desgastado NAE norte-americano também iria se constituir numa aposta arriscadíssima do tipo caixa de Pandora.
A melhor opção no momento é dar baixa no A-12 e utilizar os recursos que ficarão disponíveis na manutenção da frota de superfície ora existente e envidar esforços para que o GF desperte e disponibilize as verbas necessárias a renovação de nossa armada.
A MB sabia no que estava se metendo quando adquiriu o Foch, tanto que ele SEMPRe foi encarado como de manutenção de doutrina. O que as pessoas reiteradamente ESQUECEM é que a MB tinha recém convencido FHC de remover os impedimentos legais da época da ditadura que IMPEDIAM a MB de operar aeronaves de asa fixa. A MB comprou PRIMEIRO os A-4 e DEPOIS o Foch que era o único casco disponível e naquele preço. O A-12 SEMPRE foi um risco calculado e necessário para a MB para recuperar o status de pleno operador de Porta-Aviões.
Coisas que os meninos de fora cansam de não ENTENDER o grau de desejo da força de manter e ampliar este Status que diferencia a nossa MB em âmbito mundial. Sem a operação do A-12 a MB SUMIRIA do mapa mundial naval.
Concordo. Mas na verdade o Foch era o reserva da marinha francesa. Tal politica que mantinha um porta aviões operacional enquanto o outro (foch), mais novo era o reserva, porta helicópteros ou navio escola.
A situação da Marinha é tão grave que não tem como escolher entre prioridades, isto porque simplesmente tudo é prioridade… Os submarinos são prioridade, as escoltas são prioridade, os Patrulhas Oceânicos são prioridade, as CV-3 são prioridade, o A-12 é prioridade, os Super Lynx são prioridade, o armamento, os fuzileiros, o apoio logístico, a substituição dos helis de emprego geral…
No meu ponto de vista não vai dar para conciliar todos esses investimentos só com o orçamento e nenhum dos projetos é supérfluo a ponto de ser descartado… Será necessário mais repasses e urgente, nem que para isso tenha de haver protesto, paralização etc… nunca vi forças armadas fazerem greve mas acho que agora vai ser o único jeito, mobilizar a opinião pública…
E tem mais uma, é necessário uma reforma dentro da própria MB… definir um percentual maior dos repasses para investimento e colocar o pessoal da reserva para receber do INSS e não dos recursos da MB…
Topol,
A prioridade dos meios depende do nível em que se quer combater.
Como nem sempre é possível ter as verbas para tudo, o jeito é pensar em fazer o possível com o que já se tem. E a lógica sugere que primeiro se deve negar o mar para depois domina-lo.
Para se negar o mar, no que tange a Marinha, submarinos e unidades de superfície de menor tonelagem são a prioridade, além de meios aéreos ASW ( o que já está garantido com o SeaHawk e Super Lynx ). Para tanto, manter a construção dos submarinos convencionais o máximo possível dentro do cronograma já é um avanço. A seguir, uma classe de corvetas bem armadas ( creio que este ultimo meio em particular deva ter como prioridade a luta ASW, com alguma capacidade anti-superfície e apenas defesas aéreas de ponto ). E é isso, por enquanto… Escoltas de maior tonelagem ou qualquer investimento maior, é coisa somente para depois que esses meios acima citados estiverem assegurados.
Para mim a MAIOR prioridade de todas fora dos Submarinos é a escolha e construção de um novo estaleiro que comporte um MB 3 a 4 vezes maior que a atual docando 3 a 4 escoltas ao mesmo tempo e permita a docagem de até um PA de 100 Kton ou dois de 50 Kton para ser a estrutura de base e manutenção do próximo século e além. Quem sabe no litoral paulista para aproveitar o parque industrial de São Paulo. Uma parada para apostar no futuro como os antigos fizeram na construção do Dique Alte Régis.
Sou contra uma modernização do A12, pois o ideal seria mesmo a construção de um novo, de preferência no exterior, porque essa modernização “prevista” em 1 bilhão provavelmente demoraria muito mais que o previsto, levando em conta itens que não são mais produzidos entre outros, além do mais que alguma empreiteira iria tomar frente dessa modernização(corrupção), ai atingiria valores absurdos…………
Os Chineses e os Indianos que aplicam muito mais recursos que o Brasil ANTES de se meter a projetar um NAe preferiram fazer um treino de engenharia com cascos antigos e aperfeiçoar suas capacidades técnicas primeiro.
O Brasil já tem o casco do A-12, tem o dique Alte Régis para docá-lo e com a perspectiva REAL do desenvolvimento do Sea Gripen no BR não tem NENHUMA LÓGICA em desistir de reformar substancialmente a nosso NAE e mantê-lo em pleno serviço militar por mais duas décadas ou mais para planejar com toda CALMA e sem pressão de GAP na operação de PA como no Reino Unido ou aguardando por uma época de maiores recursos para iniciar a construção de uma ou duas unidades maiores de 50Kton***.
*** Obs: Antes de querer construir estes novos PAs de 50Kton, a MB terá de obter um dique para a MB COMPATÍVEL com o seu porte para poder não só construí-lo como ter um local SEU para fazer as manutenções previstas e emergenciais desta nova classe de navios e/ou que permita docar 3 ou 4 escoltas de mesma classe POR VEZ diminuindo os navios parados e dando um maior escala aos reparos de unidades de mesma classe fazendo mutirões de manutenção o que permitiria aumentar a escala dos escoltas. Este NOVO super dique que permita para a MB do futuro o Que o Alte Régis permitiu até hoje para a MB até o A-12 São Paulo.
É melhor então entregar a administração do país a alguma nação séria. Na verdade o Brasil precisa ter tudo que for necessário para se manter independente. Se for necessário 3 PA com 80 caças, que tenhamos então. Até porque não vejo ameaça no cenário sul americano. Vejo ameaça nas grandes potências por interesse em nossas riquezas. Ou leva a sério a defesa do país ou vai ter que aprender ligeiro um novo idioma, além de emprestar a sua namoradinha ou esposa para saciar o apetite sexual do invasor. Essa é a decisão.
Muito se fala em não reformar o ‘São Paulo’, para podermos investir em escoltas. Mas onde já se leu que essa realmente é uma possibilidade, deixar de gastar X milhões em um projeto, para gastar em outro? Essa sim é uma opção inviável, pois se não for feito o investimento para algo que já se tem, não será feito para algo que não tem.
E digo mais, isso não seria decisão da MB, mas sim do Ministério da Economia, ou mesmo da Presidência, em dizer que não há verba para tal, como já foi dito em relação ao PROSUPER.
A realidade é: faz-se a reforma e segue a vida, pois se não fizer, não terá nem um nem outro.
A MB poderia seguir o exemplo dos ingleses que ficaram anos sem ter porta aviões e vão ter dois modernos vão gastar 1bilhaõ de dólares nessa reforma agora e provavelmente vai ter de gastar mais dinheiro para conseguir ficar operacional até 2040. Esse recursos poderia ser usado na construção de um novo mesmo com essa reforma ninguém garante numa eventualidade se precisamos do A12 se ele consegue da conta do recado .
Eata aí um exemplo a não ser seguido no tema porta-aviões os INGLESES, eles estão mais perdidos que cachorro em tiroteio.
Abandonaram o seu conceito Harrier por um incerto F-35B e perderam-se várias vezes nos dois PAs que agora são um PA e outro um PHelis.
Prefiro os exemplos da China e da Índia….
Me desculpem, mas o objeto da análise é equivocada, a meu ver.
Reformar-se uma belonave de 55 anos de incorporação, é um contrasenso, sob qualquer prisma que se olhe. Teremos, ao final de mais 5 anos e mais de 1Bi gastos, um guerreiro geriátrico de 60 anos, que começará a mostrar sinais de desgaste em outra áreas.
Um exemplo clássico disso é o programa P3. Além de ser necessário deixar uma célula parada para ser canibalizada pelas demais, agora verifica-se que as antigas asas não aguentam os esforços, e precisarão ser trocadas. Tanto que a linha de fabricação das mesmas foi reaberta.
Minha proposta para o problema não é simples: A França tem hoje dois enormes problemas, que são os Mistral encomendados pela Rússia, e que não serão entregues. O contratante não aceita a entrega dos navios a nenhum opositor da Rússia, e neste caso apenas Índia e Brasil se enquadrariam. Prevê-se um gasto perto de R$ 1Bi para a reforma do A12, e esse dinheiro seria melhor utilizado na entrada de um dos Mistral. O restante poderia ser incorporado no contrato do PROSUB, também com a DCNS.
A incorporação de um navio como esse resolveria uma grande parcela de problemas da MB: de cara mandaria A12 e o Ceará para o desmanche, acabando com dois poços sem fundo de recursos. Permitiria assim que a MB se concentrasse no que realmente interessa, que é a renovação da frota se superfície.
Cancelaria também a insanidade que se chama KC-2, outra pérola dos tempos da brilhantina. Seria também uma Nau Capitânea para a frota, permitindo aos almirantes manter seus cargos. Como ala aérea operaria os 8 helicópteros de ataque marítimo do projeto HBx, em desenvolvimento em Itajubá pela Helibrás, além dos S-70 Seahawk. Reduziria-se a reforma dos A1 do VF1 de 12 para 6 ou 8 unidades, apenas para manter-se a “proficiência” do esquadrão.
Só uma pergunta, num hipotético confronto de uma esquadra inimiga com a defesa marítima brasileira, onde operariamos esse mistral com helicópteros de ataque. Esses meios seriam capazes de confrontar a altura um porta aviões com caças de quinta geração? Ou pelo menos fazer um estrago considerável a ponto de as perdas inimigas servirem de motivos persoasivos pra eventuais inimigos com porte maior não atacar-nos?
É mesmo reformar um casco antigo é um BAITA contra-senso….
As marinhas da CHINA e da Índia discordam frontalmente da tua tese.
E eu também.
ANTES de querer construir um NAe, reformar e modernizar uma unidade existente é um passo de aprendizado necessário.
Só é contra o PMM do A-12 quem quer ou admite uma MB sem operar Porta-Aviões e depois de 40 anos de luta pela asa fixa na MB ainda tem aluados que ACHAM que a MB vai jogar no RALO toda sua atual geração de pilotos de caça só porque é difícil e caro remodelar o A-12.
Só podem estar de BRINCADEIRA…
Esse porta-aviões estadunidense já deve está muito surrado!! O certo seria reformar o querido Opalão A-12 para navegar o mais depressa o possivel, e já ir empreendendo a montagem de um novo.
Senhores concordo com todos. Precisamos ser realistas quando o assunto é o NAE A12. Neste momento acho que poderia continuar a investir no nicho de submarinos, que neste caso é uma força de dissuação. Duvido que qualquer outra nação em sã conciência entraria em um mar cheio de de subs, nucleares ou não.
É uma questão de dinheiro e tempo, se optarem por modernizar o n.a.e sp como fica o restante da esquadra ??? O autor do texto menciona que se abrissemos mãos do n.a.e correriamos o risco de tornar-se um ator de pouca relevancia internacional, eu pergunto como ? se os unicos navios empregados em missoes internacionais hoje na marinha sao as fragatas, navios anfibios e os patrulha.
O autor disse que ter um Nae é um bom problema, mas o São Paulo não é um problema para a Marinha, ele é MAIS um problema da Marinha, entre tantos outros, nossa armada esta toda sucateada e precisamos decidir prioridades para que a mesma fique com o mínimo de operacionalidade, de modo a dar segurança ao país e aos operadores dos nossos meios navais !
Um Nae é um equipamento para projetar força no estrangeiro, no além mar, e é sabido por todos que o BRASIL não possui possessões em outros continentes que justifiquem a manutenção dessa embarcação,alguns querem que dispamos toda nossa armada só para vestir o São Paulo,para mim isso é um erro, uma falta de humildade, pois há outras coisas mais importantes a se resolver na Marinha, antes de se gastar MAIS dinheiro com o São Paulo !
Outra coisa que me deixa pasmo é essa estória de ficar usando a Guerra das Malvinas, como exemplo só para nos assustar, essa guerra só serve para nos alertar que precisamos planejar as coisas ser independentes e não partimos para aventuras irresponsáveis como os generais argentinos fizeram,oque provocou a derrocada das forças argentinas foram as decisões erradas e irresponsáveis de seus comandante que se aventuraram em uma guerra sem estarem devidamente preparados !
Por fim o Nae São Paulo é um problemão para o país, e que pode esperar,enquanto resolvemos coisas mais importantes !
Cézar Pereira, só para entender: o que seria mais viável, estratégica e economicamente falando. Um Porta-aviões ou uma série de bases aéreas totalmente equipadas e espalhadas pela costa?
Acredito que um PA não seja somente para projetar força além de nossas fronteiras. Com suas aeronaves, ele é a primeira linha de defesa.
Um grande abraço.
No nosso caso meu caro Afonso, seria uma série de bases aéreas totalmente equipadas espalhadas pela costa, pois um Nae não se sustenta sozinho ele precisa de uma escolta para lhe dar suporte, para defende-lo !
Eu quero deixar claro que eu não estou dizendo que o BRASIL não possa ter um Nae,claro que o país pode ter, mas em momento adequado e um Nae que valha a pena, pois esta nítido que o São Paulo já deu oque tinha que dar,investir nesse trambolho é jogar dinheiro fora é remendar pano podre,vamos gastar uma fortuna nesse Nae e no fim ficaremos sem dinheiro e sem embarcação !
Concordo com você Afonso. E digo mais, há pessoas que só imaginam boas pespectivas pra o futuro, onde o Brasil um país pacífico e sem inimigos, nossas riquesas minerais e naturais não são cobiçadas por ninguém né! Se uma potencia nos ameaçar, com toda certeza seus porta aviões serão a grande ameaça aos nossos meios navais superficiais!
A melhor opção é modernizar o São Paulo.
Seguindo o dilema americano :”Porta aviões-90 mil toneladas de diplomacia” , reconheço que sim , é um fator importante , mas acho que não vale a pena abrir mão de uma melhor frota de combate , mais numerosa , por um unico navio que irá operar só por mais algums anos , comprar um novo nem pensar , se formos olhar as pretenções internacionais do atual comitê de Re. Ex. , porta aviões não vai fazer diferença alguma , o governo só quer ajudar os compadres sul americanos ( Venezuela e tals ) , portanto , porta aviões nem de longe devia ser prioridade aqui por essas terras.
Otimo post , continuem assim!!!!