Por Virgínia Silva
A Mectron, empresa controlada pela Odebrecht Defesa e Tecnologia, foi contratada pela Marinha para desenvolver o projeto de um torpedo pesado nacional em escala reduzida.
O investimento previsto no projeto, de acordo com o diretor de Sistemas de Armas da Marinha, vice-almirante Alípio Jorge Rodrigues da Silva, é da ordem de R$ 240 milhões. O prazo para o desenvolvimento do torpedo, segundo ele, é de oito anos.
O torpedo, conhecido no segmento de defesa pela sigla TPNer, é o principal armamento empregado por submarinos para atuar contra forças navais hostis.
O diretor de Sistemas de Armas da Marinha explica que os submarinos da classe Tupi e o Tikuno são armados, atualmente, com os torpedos MK-48, fornecidos pela empresa americana Raytheon Company.
O projeto TPNer integra o programa Esporão, criado pela Marinha com o objetivo de estruturar processos de transferência de tecnologia do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). A ideia do programa é contribuir para o desenvolvimento nacional e posterior manutenção de componentes do sistema de combate dos submarinos no Brasil.
“O desenvolvimento e a produção de armamentos inteligentes por empresas nacionais contribuem para tornar a Marinha independente para equipar seus meios operacionais livre de pressões externas, além de possibilitar o melhor
conhecimento sobre o desempenho da arma”, afirmou o vice-almirante.
A Mectron, segundo o oficial da Marinha, terá a oportunidade de absorver tecnologias na área de acústica submarina, comando e controle, gravação e registro, medição, avaliação e garantia de qualidade.
O vice-almirante Alípio lembrou que a Marinha vem tentando incluir outras empresas brasileiras nos projetos de desenvolvimento dos principais equipamentos que serão instalados em suas próximas unidades. “As empresas Avibras, Omnisys e Ezute, junto com a Mectron participam do desenvolvimento do míssil antinavio Man-Sup. A empresa Consub desenvolve e produz os sistemas de controle tático e de armas dos nossos navios”, afirmou.
Com este projeto, segundo informou a Mectron, o Brasil dá um passo importante para integrar um pequeno grupo de países que têm sob seu controle a tecnologia deste tipo de armamento, do qual fazem parte os Estados Unidos, a Alemanha, a França, o Reino Unido e a Rússia.
De acordo com a controlada da Odebrecht, o torpedo pesado TPNer também permitirá ao Brasil um maior controle sobre o principal armamento de seus novos submarinos. Esse submarinos estão sendo construídos para cumprimento da missão de proteção da Amazônia Azul, como são conhecidas as águas jurisdicionais brasileiras Para o desenvolvimento deste projeto, a Mectron assinou um contrato de parceria com a companhia alemã Atlas Elektronik.
O vice-almirante da diretoria de Sistemas de armas da Marinha disse que ainda não é possível saber se o contingenciamento de recursos na área de defesa irá afetar o projeto do torpedo nacional. “Os projetos que poderão ser afetados pelo contingenciamento de recursos serão avaliados a cada ano pela alta administração naval”, afirmou.
FONTE: Valor Econômico
8 anos….tudo tem gestação duvidosa, quando não nasce defasado. Verba a conta gotas no destino final e desvio no meio do caminho, sustentando duas campanhas políticas. Até quando hein!?
Ótima escolha essa, a Mectron foi contemplada no programa INOVA AERODEFESA em várias áreas, dentre elas a mesma possui programas de acústica submarina ( SONAR REBOCADO, SONAR etc..).
Então nada mais do que certo, contratar essa empresa; creio que em breve teremos notícias de um sonar rebocado, e sonar de casco nacional desenvolvido por essa excelente empresa .
Vale salientar , que recentemente a mesma desenvolveu o auto diretor ( sheeker) , do míssil Superfície/Ar nacional , e em breve teremos esse meio operacional.
Oferecendo uma defesa AAe de baixa altura aos meios terrestres e aéreos em operação no Brasil.
O caminho a se seguir é esse mesmo, temos que partir para um programa de desenvolvimento de sistemas de armas, cabendo a cada força uma área .
Armas de tubo e comunicações , cabe ao exército; armas submarinas e de superfície , cabendo a Marinha; e mísseis e guerra eletrônica , cabendo a FAB.
Nesse desenvolvimento já seria desenvolvido versões para as 3 forças, esse programa de desenvolvimento tem que ser iniciado para ontem, cabendo ao MD a função de exigir versões de emprego desses sistemas de armas para as 3 forças .
Será que temos condições de desenvolver um projeto destes nacional? Qual as chances de um projeto assim no mercado internacional? Pois produzir apenas para marinha brasileira acredito que seja economicamente inviável!
O mais crítico no projeto de um torpedo é o seu ambiente de ação o mar e no caso de um torpedo anti-submarino o fundo do mar. O conhecimento crítico nesta arma é a acústica submarina. E neste item o Brasil tem excelente conhecimento consolidado na Petrobrás-Coppe-UFRJ graças as pesquisas de levantamentos submarinos. Será apenas um redirecionamento de conhecimento para uma aplicação militar. A parte de guiagem e propulsão do torpedo o Brasile tem condições técnicas mais que suficientes para o projeto. O problema será o de sempre recursos num montante suficiente e num fluxo continuado para o desenvolvimento do projeto.
Projeto essencial pois existe mercado para compra de torpedos estrangeiros para submarinos convencionais, mas a
Marinha do Brasil tem razoável certeza que a permissão de compra estrangeira de modernos torpedos pesados para uma unidade de Submarino Nuclear Brasileira é altamente improvável e qualquer tentativa de dotá-lo de torpedo adquirido para unidades convencionais sem a permissão do vendedor seria o fechamento imediato de novas compras do antigo fornecedor.
É um programa tão ou mais prioritário que o próprio Submarino Nuclear que sem ele e/ou mísseis de cruzeiro lançados por Tubo de Torpedo é militarmente INÓCUO.
Dificilmente a MB cumprirá qualquer meta de contingenciamento NESTE projeto.
À propósito este projeto é para a MB, se der certo e for bom o suficiente a tendência seria integrá-lo a todos os submarinos (convencionais) assim que os torpedos estrangeiros anteriormente adquiridos perderem sua validade operacional. A venda de torpedos nacionais só seria viável se passaremos a produzir para exportação nosso próprio modelo de submarino convencional (é improvável que exportemos nosso submarino nuclear). Vender torpedos desassociado do submarino é só para os fabricantes muito tradicionais. Não é impossível mas seria improvável pois demandaria vender torpedos a país que não tem acesso aos fornecedores tradicionais Irã, Coréia do Norte, Venezuela e etc.
Espero que a Mectron participe no desenvolvimento do Denel Marlim e entrando em outro seleto grupo de países que podem desenvolver mísseis ar-ar BVR.
e a partir destes o desenvolvimento de misseis terra-ar, talves ate mesmo misseis terra-ar com possibilidade de serem guidos contra alvos em terra
Ótima notícia! O negócio agora é perseverá e não deixar que outros interesses extra-nacionais interfiram neste e em outros projetos de armamentos.
Até mais!!!
Corretíssimo senhor Wellington Góes, estamos avançando em várias áreas, não defendo o atual governo, mais temo um governo nada patriótico. Lembro da década de 90 onde as nossas FA foram sucateadas. Estamos aos poucos nos reequipando. Isso tudo tem virar projeto de Estado urgente.
É verdade, no governo FHC ficaram na miséria, sou contra o atual governo, mas tenho que admitir que nunca se comprou e desenvolveu tanto armamento, tem que dar o crédito!
Mto boa noticia, mais tbm não seria uma boa ja desenvolver um de categoria mais leve, como por exemplo torpedos menores para poder equipar mais unidades por unidade transportadora?
Muito bom. Tomare que esse projeto não dure decadas. A China não produz os proprios torpedos ?