Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2019 – A Itaguaí Construções Navais comemorou hoje, 21/08, os dez anos de criação da empresa, que é responsável por executar o PROSUB, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil. A data marca uma década da assinatura do estatuto da ICN, formada pelos sócios Naval Group e OEC (Odebrecht Engenharia e Construção). A comemoração ocorreu nas instalações do estaleiro, localizado em Itaguaí (RJ), com a presença dos dois mil integrantes, além de representantes da Marinha do Brasil e da ICN.
O PROSUB prevê a fabricação simultânea de quatros submarinos convencionais, os mais modernos do mundo nesta categoria, e do primeiro submarino com propulsão nuclear da América Latina, que alçará o Brasil ao grupo de apenas seis países que detêm essa tecnologia. Em outubro deste ano ocorrerá a integração do segundo submarino convencional, o Humaitá. Em dezembro de 2018, a primeira embarcação do programa, o submarino Riachuelo, foi lançado ao mar e iniciado os testes de comissionamento dos equipamentos.
Durante a solenidade de hoje, o presidente da ICN, André Portalis, enfatizou que o grande mérito do trabalho destes dez anos foi a capacitação técnica, a evolução contínua da empresa e o apoio da recebido da Marinha do Brasil:
– Somos orgulhosos do êxito alcançado, sobretudo, com a integração de equipes, com o programa de transferência de tecnologia e o estímulo permanente recebido da Marinha brasileira, da qual somos uma ferramenta industrial e é a nossa razão de existir. Nosso projeto já atingiu vários marcos importantes desde 2013, quando iniciamos a operação na fábrica da UFEM (Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas) até o lançamento do submarino Riachuelo, no final do ano passado.
A UFEM é o complexo fabril, com 45 edificações e 57 mil metros quadrados, construído para abrigar a fábrica de componentes dos submarinos do PROSUB. Além da área administrativa, a UFEM também é composta por um prédio principal, com diversas oficinas e o almoxarifado. A Unidade foi inaugurada em março de 2013.
O engenheiro Pedro Moreira, diretor de contrato do Estaleiro e da Base Naval (EBN), espaço do complexo ICN onde os submarinos são construídos, e representante do sócio OEC, lembrou que a ICN se tornou um polo de desenvolvimento tecnológico do País.
– Os nossos integrantes desenvolveram competências técnicas que não estavam disponíveis. Esse é um dos grandes méritos do PROSUB para o desenvolvimento econômico do Brasil e reafirma a enorme capacidade da engenharia nacional.
O contra-almirante Celso Koga, gerente da Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, lembrou como eram grandes os desafios de dez anos atrás:
– Criar a ICN, uma empresa privada para construir os nossos submarinos, não se mostrava um projeto o simples. Mas a companhia se mostrou resiliente e capacitou sua mão de obra nas mais diferentes áreas. Estamos no caminho certo para alcançar nosso objetivo maior que é a construção do Álvaro Alberto, o primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.
Durante a cerimônia, o contra-almirante Paulo Demby, chefe de Relações Institucionais e Comunicação da Diretoria Geral Nuclear e Tecnológica da Marinha, lembrou que, além de estratégico para o País, o PROSUB estimulou o desenvolvimento de toda a região sul do Rio de Janeiro, onde está a ICN está instalada.
– Uma notória região deteriorada da Baía de Sepetiba se transformou em um moderno estaleiro, com espaços com tecnologia de ponta da indústria naval mundial, como o simulador e o ship lift (rampa de lançamento dos submarinos).
Transferência de tecnologia
O PROSUB gerou o desenvolvimento de toda cadeia produtiva no País, a partir do programa de transferência de tecnologia militar entre a França e o Brasil, ajudando a impulsionar a indústria naval de defesa, a capacitar o mercado de trabalho nacional e a gerar milhares de empregos com alta especialização técnica. Mais de 100 empresas nacionais atuam como fornecedoras de tecnologia e produtos para o desenvolvimento dos submarinos e das obras. Cerca de 90% de todos os equipamentos usados no Estaleiro Base Naval são adquiridos de empresas instaladas no Brasil. As obras, sob responsabilidade da OEC, também estimularam o desenvolvimento de novos equipamentos, feitos sob medida para o desafio lançado pelo programa.
FONTE: CDN