Por Virgínia Silveira
A Helibras, fabricante brasileira de helicópteros, lançou esta semana um programa de demissões voluntárias para ajustar o quadro de funcionários à queda das vendas no mercado de aviação civil e também à redução de recursos para o programa de desenvolvimento dos helicópteros EC-725, para as Forças Armadas Brasileiras, conhecido pela sigla HX- BR.
O contingenciamento de verbas feito pelo governo em 2014 afetou os projetos de defesa das principais empresas do setor, inclusive aqueles que foram enquadrados no PAC Defesa por serem considerados estratégicos. A lista de empresas com dificuldades inclui a Embraer (que ontem divulgou uma revisão para baixo na previsão de fluxo de caixa em 2014), Avibras, Odebrecht Defesa e Tecnologia, entre outras.
No caso da Helibras, segundo o apurou o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, o contrato original para a produção dos helicópteros previa o repasse de mais de R$ 600 milhões em 2015, mas no orçamento proposto pelo governo constam apenas R$ 469 milhões, além de R$ 69 milhões para atividades de manutenção. Esses valores, segundo uma fonte do setor, ainda não são definitivos e estão sujeitos a novos cortes.
A Helibras possui 800 funcionários distribuídos entre as instalações no Campo de Marte, em São Paulo; a fábrica de Itajubá (MG); e as unidades de Atibaia, Rio de Janeiro e Brasília.
O presidente da fabricante de helicópteros, Eduardo Marson, não revelou o número de empregados que será atingido pelo programa, pois prefere aguardar o encerramento do processo para ver se a adesão está de acordo com a necessidade de redução de custos da empresa.
Para os funcionários que aderirem ao programa, que a empresa chamou de “novos horizontes”, estão sendo oferecidos alguns incentivos. Os benefícios, segundo a vice-presidente de Recursos Humanos da Helibras, Ana Renó, envolvem o pagamento de um percentual do salário por ano trabalho, a extensão do plano de saúde por um período de seis meses e apoio de uma consultoria para o desenvolvimento de um plano de carreira.
O presidente da Helibras disse que o Ministério da Defesa e o governo do Estado de Minas Gerais, que tem participação acionária na empresa, através da MGI Participações, foram informados antecipadamente sobre o plano de demissões que está sendo implantado.
O executivo explicou que há seis meses a Helibras iniciou um programa de redução de custos, mas que ele não foi suficiente para atender às necessidades de adaptação da empresa a uma nova realidade de mercado. “Tivemos um segundo semestre muito ruim no ano passado. As vendas no segmento civil caíram 30%”, afirmou o presidente.
Sobre as dificuldades que vem enfrentando com os programas de defesa, Marson limitou-se a dizer que entregou sete unidades, menos da metade dos 16 helicópteros previstos para 2014. Para este ano, segundo ele, a empresa deve entregar o mesmo número do ano passado, mas o planejamento original previa um total de 13.
Em 2014, devido às dificuldades financeiras que enfrentava, a empresa precisou realizar uma operação de capitalização no valor de R$ 100 milhões. “Este ano teremos que procurar outras fontes de financiamento para a empresa”, afirmou.
FONTE: Valor Econômico
Off-topic (mas nem tanto assim) Está correndo pela internet que o EB está para testar o CH-47 Chinook e se tudo correr bem o contrato vai ser assinado ainda nesse semestre. Por acaso alguém aqui do DAN tem alguma informação sobre isso? É verdade mesmo? Ou será só mais uma fofoca de internet?
Sds.
Em breve colocaremos a posição oficial do EB para vcs.
Acho que os amigos estão se precipitando em suas colocações. Se não olharmos este projeto, como o de outros, por outros ângulos, nunca entenderão direito se foi ou não acertado frente a outros de compras de prateleira, visto que projetos deste tipo não se medem em apenas 05 anos, leva-se bem mais tempo e vocês sabem disso, aliás, nem se findam em si. O AMX que o diga, apesar de não ter sido na FAB lá essas coisas, foi um salto tecnológico e tanto para a Embraer e seus futuros projetos (EMB-123, EMB-145, EMB-170/190, etc….)
Em primeiro lugar, ninguém imaginava em 2008/2009 que haveria uma crise dessas proporções em 2014, nem crise econômica interna, nem crise do petróleo externamente (que acaba por baixar as expectativas por aqui), muito menos o tal Petrolão. E o que tudo isto tem haver?!
Muita coisa, pois não havendo a crise nestas proporções (especialmente o GF tendo que abrir os cofres com projetos eleitoreiros pra eleger a Presidente) este projeto, como o de outros, ainda estaria sendo tocado normalmente, mesmo com o problema da MGB ter atrasado as entregas de 2013 e 2014 (mais um fator que ocasionou às entregas às FFAA).
Outro fator que pesou contra foi a briga velada da Arábia Saudita contra o petróleo de xisto nos EUA (além de uma ajudinha aos EUA para derrubar os preços, com objetivos geopolíticos ante à Rússia), este fator tem atrapalhado sobre maneira a exploração em águas profundas, nicho de mercado de helicópteros como o EC-225 e S-92.
Temos que levar em conta, também, que mesmo não havendo o projeto H-XBR como hoje o conhecemos, mas tão somente uma compra de prateleira de helicópteros de médio porte, e se mantivermos todos os problemas citados (fraco desempenho da economia nacional e problemas com os preços de petróleos e de exploração), nada indica de que não haveria problemas orçamentários para manter tais projetos de aquisição, ou seja, o orçamento das FFAA poderia ser ainda pior, gerando a mesma coisa de conhecimento técnico que outrora tínhamos, ou seja, NADA. O único discurso que ainda teríamos como o que está acontecendo agora, é justamente contra o atual GF e seu partido.
Mas a pergunta é, e o pós crise, como ficaria quando a economia voltar a crescer como dantes? Como ficará quando o preço de petróleo voltar a crescer, quando os custos de exploração em águas profundas compensarem? Seria melhor reagruparmos os projetos que agora estão em compasso de espera, ou o melhor seria retornarmos com compras de prateleiras, gastando ainda mais no exterior, sem retorno econômico, financeiro e tecno-industrial nenhum?
O que eu percebo é a persistência de um discurso de que iria dar errado e que, na primeira oportunidade e um ou outro problema, quererem vender este discurso como algo finalístico: “pronto, está tudo acabado!” Quantas vezes lemos e ouvimos dizer que projetos nos EUA, depois da crise de 2008 não iriam pro vinagre porque não havia dinheiro no momento?! Desculpe senhores, mas acho que vocês estão cantando vitória antes do tempo, parece até aquele desenho animado de Carangos e Motocas.
Volto a escrever, uma coisa é ter um diminuição na produção por um ou dois anos, outra coisa é ter a linha de montagem totalmente fechado e o projeto finalizado, até lá é torcida de futebolística.
Até mais!!!
Pois é, a eleição passou e a realidade começa a bater na porta das empresas de defesa no Brasil, nada que ninguém já soubesse, exceto os militantes do ParTido, mas no fundo eles já sabiam, só estavam fazendo o que sabem fazer melhor, MENTIR. Não é só a helibras que esta passando por dificuldades não, a embraer mesmo como já foi dito aqui tem uma fortuna para receber do GF( esse foi o motivo da baixa contábil de 400 milhões de dólares no seu resultado divulgado ontem). Ela bancou sozinha o KC-390 no ano passado e só recebeu uma pequena parte do que ela investiu, as modernizados do F-5, dos A-1 do E-99 estão totalmente paralisados.E o pior é que isso é só o começo, esperem e verão com os próprios olhos.O único programa que deverá continuar são os submarinos e mesmo assim porque se parasse a multa seria pesadíssima.
A única dificuldade REAL que a Helibrás passou foi ter projetado mal o gearbox do rotor principal do EC-725 e seu irmão civil e ter demorado mais de um ano para achar a solução definitiva.
Isto que atrasou as entregas dos helis das FFAAs em 2014 e reduziu as vendas no mercado civil, a incompetência da matriz da Helibrás…
Tem gato nesta tuba, a redução dos pagamento não chega a 1/3 mas a previsão de entregas do EC-725 foi menos que a metade (7 de 16) .
A reportagem passa a impressão que a crise se deve a redução de pagamento e de vendas mas elas só caíram 30% no mercado não militar.
Tá mais com cara de pressão política ou crise de competência da empresa…
A pessoa tem que ser muito louca para investir em industria de defesa no Brasil sabendo que aqui a gente não leva sério investir em defesa as empresas sobrevivem vendendo seus produtos paras as forças armadas se eles não tem direito para comprar as empresas morrem de fome.
Uééé Dilma ?? Não está tudo bem com a geração de empregos ???
Xiii…
Mas antes da eleição não estava tudo bem com o emprego?
Exatamente! Mas aonde o gramunhão de 9 dedos mete a mão, não nasce mais nem erva daninha…