O sistema que colocaria o satélite sino-brasileiro CBERS-3 na velocidade correta parou de funcionar 11 segundos antes do tempo correto, já no último estágio do lançamento, provocando a queda do artefato.
“É como um estilingue. Você puxa e coloca a pedrinha. Se não puxar bem o elástico, a pedrinha cai bem na sua frente. Se esticar direitinho, ela vai longe”, comparou, em tom decepcionado, o vice-diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Oswaldo Duarte Miranda.
Segundo ele, a propulsão, prevista para ser interrompida depois de 16 minutos, funcionou bem por 15 minutos e 49 segundos. “Infelizmente, esses 11 segundos foram fatais”, resumiu.
O satélite, o quarto feito em parceria com a China, não conseguiu atingir nem a velocidade nem a órbita corretas.
Ele deveria ter sido liberado a 776 km de altitude, mas acabou parando antes, a cerca de 720 km.
“Se o problema fosse só a altitude, isso poderia ser corrigido. Os satélites têm combustível já prevendo esses ajustes. O problema foi a velocidade horizontal, que deveria ser de 7 km a 8 km por segundo. Tudo indica que ele o CBERS-3 estava bem abaixo disso”, dise Miranda.
As causas da falha, no entanto, ainda estão sendo apuradas.
Em conversa com jornalistas na sede do instituto, responsável pela construção da parte brasileira do satélite, o vice-diretor e outros representantes do Inpe se mostraram decepcionados com o desfecho da missão, que chegou até a ser comemorada como sucesso nos primeiros minutos.
“É como perder um amigo”, disse José Carlos Neves Epiphanio.
Eles afirmaram que não consideram que a missão foi um fracasso.
“Não houve fracasso. Depois do lançamento, o satélite foi liberado, fez os procedimentos que se esperava dele. Liberou o painel solar, abriu de forma completa, testou o computador de bordo. Os testes indicaram que energia, telemetria e telecomunicações, tudo estava funcionando”, disse Oswaldo Duarte Miranda.
FOGUETE CHINÊS
A falha no lançamento do CBERS-3 foi a primeira do foguete chinês Longa Marcha 4D. Ainda assim, após o problema, algumas pessoas criticaram a qualidade do veículo de lançamento chinês. O Inpe nega problemas na qualidade e diz que o sistema é confiável.
“Os chineses tiveram de vencer muitos preconceitos, mesmo entre os cientistas, mas o Longa Marcha é muito confiável. A respeitabilidade dos lançadores chineses aumentou muito quando eles colocaram um astronauta em órbita. É algo que não tem tanto valor tecnológico, mas chama a atenção do mundo.”
Segundo o vice-diretor do Inpe, o instituto trabalha para tentar adiantar agora o lançamento do CBERS-4, que está previsto para 2015.
“Queremos minimizar o tempo de lançamento, mas sem comprometer a qualidade. Mas tudo vai depender também dos chineses”, disse Miranda.
O próximo satélite será um gêmeo do CBERS-3, por isso, o Inpe já tem todos os equipamentos prontos, uma vez que eles foram produzidos simultaneamente.
O problema é a integração com os componentes chineses. Pelo acordo, o próximo satélite deverá ser montado no Brasil. Segundo uma estimativa do Inpe, para adiantar o cronograma de lancamento seriam necessários cerca de 50 engenheiros do país asiático trabalhando no Inpe para integrar os satélites.
FONTE: Folha de São Paulo
Devemos continuar insistindo. E cá pra nós se o sistema estivesso todo OK, os críticos não existiriam e tudo teria dado certo. O que não ocorreu. E quando é que vamos lançar o foguete com o satélite de Alcantara? É disso que precisamos, tudo ou quase tudo, sendo desenvolvido e produzido aqui, com lançamento do foguete e satélite, sendo gerenciados pela AEB, ITA e INPE. E por aí vai…
A SOLUÇÃO seria integrar este segundo satélite na CHINA.
A integração no Brasil seria SE o lançamento tivesse dado certo.
SE for possível se produziria um novo satélite CBERS-3 para integrar no Brasil.
Insistir AGORA em integrar o SPARE no Brasil seria de uma atitude IDIOTA.
Talvez este acidente até venha para BEM uma vez que o “EXCESSO DE SUCESSO” do programa tenha colocado o lado brasileiro muito descansado…
O Vice-presidente do INPE deu uma declaração SEM NOÇÂO uma vez que são os chineses que tem que ESPERAR os brasileiros no programa, pelos erros no satélite e por demorar ou desviar recursos do programa.
É mais fácil os chineses imporem um cronograma de trabalho e de disponibilização de recursos que se aparte brasileira não cumprir ELES fazem o satélite SOZINHOS. Depende de quão necessários sejam estas imagens PARA ELES.
Por mais que tenham sido necessárias para o Brasil isso não foi SUFICIENTE para que o governo disponibilizasse mais recursos para apressar o passo.
COM CERTEZA o prosseguimento do programa CBERS depende muito mais do comprometimento temporal e econômico do Brasil do que da China…
O programa espacial do Brasil vem sofrendo um inferno astral desde a tragédia de Alcântara, depois de centenas de lançamentos bem sucedidos tivemos o azar de o foguete chinês vir a ter sua primeira falha justamente com o nosso satélite. Cortesia dos fornecedores de peças defeituosas americanas pois se não fosse isso o lançamento teria se dado em 2011 com sucesso pois o foguete que seria usado na data para lançar o CEBERS lançou outro satélite com total sucesso.
engraçado a China lancou recentemente um satélite se não me engano, com êxito total, agora
com o Brasil houve fracasso.
muito estranho
Então foi culpa dos chineses, não do Brasil, pois o Brasil só é responsável pelo satélite, não pelo propulsor…….
tem seguro?