Por Virgínia Silveira
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – O Escritório de Prestação de Contas do Governo dos Estados Unidos (GAO, na sigla em inglês), negou hoje o protesto feito pela empresa americana Beechcraft, em relação ao contrato que a Força Aérea Americana (USAF) fechou com as empresas Sierra Nevada Corporation (SNC) e sua parceira Embraer, para a compra de aviões A-29 Super Tucano. As aeronaves serão usadas em missões no Afeganistão.
O contrato envolve a aquisição de 20 aviões e está avaliado em US$ 427,5 milhões, mas pode atingir US$ 1 bilhão, com a compra de um total de 50 unidades.
A entrega da primeira aeronave para a USAF está programada para ocorrer em meados de 2014 o que, segundo a Sierra Nevada informou em comunicado, dá tempo para o treinamento necessário dos pilotos na nova aeronave antes da retirada dos EUA do Afeganistão.
A Beechcraft já havia contestado o resultado da concorrência, em dezembro de 2011, o que levou ao cancelamento do processo, que foi retomado no ano passado. O Departamento de Defesa dos EUA chegou a ignorar os protestos da Beechcraft este ano e manteve o contrato com a Embraer e a Sierra Nevada. A Corte Federal dos EUA também negou o pedido de suspensão temporária dos trabalhos de produção do Super Tucano feitos pela Beechcraft, logo após a decisão de compra do avião brasileiro.
“A decisão de hoje é uma vitória para os combatentes americanos e seus aliados no Afeganistão, que precisam urgentemente desta capacidade de apoio aéreo leve para cumprir nossa missão no local”, disse em comunicado conjunto com a Embraer, o vice-presidente de Soluções Táticas Integradas da Área de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento da Sierra Nevada, Taco Gilbert.
A Sierra Nevada informa ainda no comunicado que mais de 100 empresas norte americanas, em mais de 20 Estados, incluindo a Elbit Systemas, Honeywell Internacional, FLIR Systems, GE, Rockwell Collins, entre outras, fazem parte da cadeia de abastecimento do Super Tucano. No total, o contrato do programa dos aviões, batizado de LAS (Light Air Support), vai criar um número superior a 1.400 postos de trabalho nos EUA.
“Além disso, esta linha de produção norte-americana continuará a produzir a aeronave A-29 Super Tucano para outras nações, como parte dos esforços de construção da capacidade de parceria dos EUA, suportando à manutenção do emprego de trabalhadores norte-americanos altamente talentosos”, disse Gilbert.
No final de março, a Embraer inaugurou, em Jacksonville, na Flórida, as instalações para a montagem do Super Tucano nos EUA.
FONTE: Valor Econômico