Por Luiz Padilha
Durante a viagem do DAN à Karlskrona-SE, quando ocorreu o embarque no MCM HMS Ulvon (M 77) da Marinha Sueca, visitamos o estaleiro Saab Kockums que fica ao lado da base naval de Karlskrona, para ver o estágio da modernização pelo qual esta passando para a construção de seu mais novo produto, o novíssimo submarino A26.
O estaleiro Saab Kockums, que já tínhamos visitado anteriormente, esta se transformando com o advento da construção do submarino A26, e novas instalações estão sendo construídas para dar total suporte a este que será sem dúvida, um novo marco para o estaleiro.
Nas novas instalações, o piso interno está sendo preparado para poder suportar o peso dos módulos do novo submarino, que serão construídos em diferentes locais dentro do estaleiro e depois unidos para a montagem final no prédio principal, onde nesta ocasião se encontravam o submarino HMS Gotland, em modernização de meia vida, o MCM HMS Koster (M 73) em PMG e a corveta HMS Malmö (K 12), que deverá ser transformada em um Ocean Patrol Vessel – OPV como ocorreu com a corveta HMS Stockholm (ex-K 11 e atual P 11).
O submarino HMS Gotland está passando por uma modernização de meia vida, e além de revisões estruturais, está recebendo atualizações no seu sistema AIP Kockums Stirling.
O estaleiro Saab Kockums além de construir submarinos, caça minas, as corvetas classe Stockholm em aço e as moderníssimas corvetas “stealth” em compósito classe Visby, também é o responsável pela manutenção e modernização nos meios da Marinha Sueca, como pode ser visto nas imagens onde a corveta HMS Nykoping (K 34) está em manutenção e, o agora OPV HMS Stockholm, está sendo levado para um dos seis diques disponíveis do estaleiro.
Modernização
Com objetivo de se manter atualizado e visando o futuro, além das obras em suas instalações, o estaleiro também recebeu novos equipamentos, de forma a tornar o trabalho mais eficiente e mais rápido, diminuindo o número de homens/hora e um produto com maior qualidade.
As novas máquinas para o corte de chapas e a máquina que lixa e esmerilha as peças automaticamente, dão o toque de modernidade ao estaleiro centenário.
Submarino A26
O futuro submarino da Marinha da Suécia a ser construído no estaleiro Saab Kockums, será um submarino único, com design comprovado modular, de longa resistência, desempenho silencioso submerso e com ótima manobrabilidade.
Além de seu design “stealth”, o A26 possuirá comunicação tática avançada, permitindo sua comunicação com outras forças de defesa e agências civis, operando tanto é águas costeiras quanto em oceânicas, tendo a capacidade de ser reabastecido no mar tanto para armamentos quanto para o sistema AIP.
Com a tecnologia Ghost® (Genuine holística stealth), sua flexibilidade operacional, juntamente com um conjunto de armas abrangentes, permitirão ao A26 realizar uma ampla variedade de missões.
Nesta visita, o DAN pôde ver o início da construção do A26, porém, evidentemente, com as restrições inerentes ao sigilo industrial. Abaixo, algumas imagens do futuro A26 sendo fabricadas.
O sistema de combate do submarino A26, Saab (CMS) foi desenvolvido especialmente para este submarino. No lugar de um sistema central, onde todos os outros sistemas são integrados, o CMS é um subsistema interligado a infra-estrutura de sistema de combate (CSIS). Isso permite que sistemas integrados, incluindo o CMS, possam ser atualizados ou substituídos individualmente, reduzindo significativamente o risco normalmente encontrado com sistemas grandes, complexos e altamente integrados.
O CMS permite a troca de dados de alto desempenho através do CSIS com outros sistemas como o sonar, medidas eletrônicas de Apoio (ESM), sistemas de interface de armas e o sistema de controle do submarino. Como a maioria dos outros subsistemas ligados ao CSIS, o CMS pode ser operado a partir de qualquer MFC (consoles multifuncionais comuns) no submarino.
Apesar das imagens não mostrarem muito, a calota de vante do casco de pressão está praticamente pronta e fizemos algumas imagens ao seu redor, mostrando outras partes em construção.
O A26 pode realizar vários tipos de missão, como segurança marítima, incluindo a detectar e responder de forma adequada contra atividades ilegais, operações de inteligência em áreas hostis, acústica e visual, e a utilização de veículos marítimos não tripulados nas operações de minagem e contramedidas de minagem, como busca e remoção das minas. As operações especiais de transporte, implantação e recuperação de forças especiais, juntamente com equipamentos e veículos submarinos.
Características técnicas
Deslocamento – 1.930 toneladas
Comprimento -63 metros
Calado – 6 metros
Boca – 6,4 metros
Profundidade máxima de mergulho – > 656 pés
Tripulação – 26 pessoas
Armamento – Torpedos 533 mm (21 in) e minas
Porta Multimissão – Com diâmetro de 1,5m, é capaz de lançar e recolher veículos submarinos não tripulados e abrigar até 8 mergulhadores
Propulsão – diesel-elétrica com AIP Kockums Stirling
Autonomia – > 45 dias
Velocidade máxima contínua com snorkel – 12 nós e com AIP – 6 nós
Autonomia com AIP – Superior a 18 dias
Gabriel Oliveira Batista, tem matéria muito bem detalhada sobre a modernização do NAe, é só procurar no DAN.
A respeito de: “embarcação tão onerosa aos cofres públicos”.
Isso é o que se fala, mas você já viu algum entendido divulgar a quantia gasta até hoje?
Bardini e Gabriel.
A MB colocou no NAe São Paulo uma tripulação mínima, apenas para manter o navio “vivo”. Por qual razão?
Pelo fato da decisão para sua modernização ainda não ter sido decidida, o que levou o CM a fazer isso. Portanto, o discurso de que o navio suga verbas expressivas é papo furado.
Quanto a modernização do mesmo, as propostas estão na mesa. Tudo o que a MB pensou em fazer já foi orçado e exposto a mesma como e quanto tempo deverá levar até que termine.
Mas o país passa por um momento difícil e os outros meios da MB estão se deteriorando com o uso e a idade avançada. Por esta razão, eu acho que a MB deverá continuar postergando a modernização do NAe para digamos, poder focar em outras necessidades.
Quando sair algo mais crível sobre a modernização, nós traremos a vocês. OK?
padilha você poderia fazer uma materia sobre o processo de modernização do são paulo pois como o colega acima citou o PRONAE fiquei curioso sobre a situação dessa embarcação tão onerosa aos cofres publicos se possivel trazer noticias do estagio atual de modernização e o que pode ser feito de fato sds.
Parabéns. Excelente a matéria.
O casco é metálico?
Quando se afirma que ele tem 6,40 m de boca e 6,00 m de calado está se dizendo que ele tem 0, 40 mim de altura de silhueta?
Um submarino de águas rasas, para operar em areas acusticamente poluidas, quase na arrebentação?
Uma dúvida, segundo a matéria o A26 pode ser reabastecido no mar tanto para i AIP quanto armamentos.
Nunca vi uma matéria sobre este tipo de operação, algo parecido é feito nos submarinos brasileiros ou de nossos vizinhos?
Não, pois não operamos com AIP. Nossos vizinhos também não.
Excelente matéria! Se esse submarino se provar tão bom como outros produtos da Saab, a MB bem que poderia operar uma força mista de submarinos suecos, franceses e nacionais, pra não ficar na mão de um único fornecedor extrangeiro.
Padilha, aproveitando a deixa, queria perguntar sobre o PRONAE e o PROSUB. A MB ainda estuda adquirir novos NAe? E o PROSUB será interrompido? (Espero que não)
Abraços!
Filipe, o PRONAE está na geladeira aguardando verbas.
O PROSUB não vai parar, estive lá na UFEM e o que vi foi a galera trabalhando a todo vapor.
Denúncias existem, mas se provadas irão é colocar na cadeia os responsáveis, não o programa.
Esse submarino tem um design bem bonito, mas me veio uma duvida, pelas fotos e video ele tem capacidade de ficar “parado” no fundo do mar para retirada dos rovs e mergulhadores mas como ele faz para emergir denovo, ele vai para frente arrastando o casco?
Basta usar os tanques de lastro que ele subirá. Ele é diferente dos nossos Tupis que para ficar no fundo, ficam inclinados com a prôa no fundo.
Uma pergunta aos amigos, o estaleiro da Marinha que esta sendo construído para construção e manutenção de Submarinos, poderá construir ou fazer reformas em embarcações da Marinha, tipo Fragatas, Corvetas ou outro tipo de embarcação da mesma ?
Creio eu que seria uma maneira de ganhar tempo, se e quando sair a reforma do Arsenal de Guerra da Marinha no Rio de Janeiro.
Negativo. O estaleiro de Itaguaí é um estaleiro específico para a construção e manutenção de submarinos. Quando a MB decidir qual estaleiro irá construir a corveta Tamandaré, o AMRJ será modernizado. Para a manutenção dos meios atuais, não há necessidade de modernização, pois a mesma é necessária para a construção de novos meios.
O submarino A-26 é realmente fantástico, exceto pela velocidade e pela profundidade máxima. Mas é bastante competitivo, mesmo com essas desvantagens!!
gosto muito desse submarino a26 agora comparando ele com o scorpene qual melhor?
Ambos são excelentes. Algumas diferenças na área eletrônica, em armamento (diferentes tipos de torpedos) e autonomia. Cada um com suas qualidades.