A Jornada de Estudos Estratégicos, promovida pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), do Ministério da Defesa, discute nesta quarta edição, o tema “Pensamento Estratégico de Defesa no Brasil”. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, discursou nesta quinta-feira (26), durante a abertura do evento, no auditório do Comando Militar do Planalto, em Brasília (DF).
Inicialmente, o ministro falou sobre a vocação do País como líder e potência regional, em um regime democrático e pluralista. “Se um país em si próprio pretende ser uma liderança em sua região e voltada para a paz, sobretudo para as relações diplomáticas e respeito a seus vizinhos, certamente este país tem que aspirar uma capacidade dissuasória em termos regionais”, afirmou Jungmann.
Segundo o ministro, ter uma capacidade dissuasória não significa utilizá-la contra os vizinhos, mas assegurar uma estabilidade regional e também manter afastada a hipótese de problemas e conflitos de terceiros.
Jungmann também disse que é necessário despertar na sociedade o interesse pelo tema defesa mesmo estando fora de regiões de conflitos. “Primeiro equívoco é a ideia de permanência. Nós vivemos uma grande transição, do qual o tripé básico é uma mudança socioestrutural profunda onde os paradigmas, que anteriormente explicavam o presente e o futuro, já faliram”, alertou o ministro.
Para o ministro o segundo e terceiro tripés são as área de ciência e tecnologia e ambiental. “O que eu tenho percebido ao longo deste período à frente do Ministério da Defesa é que as Forças Armadas são as guardiãs do tempo. O que seria isso? Por ter um compromisso histórico com a questão da soberania e da defesa nacional, as Forças Armadas ainda que contando com a não percepção da sociedade, guardam os interesses nacionais, com imenso comprometimento da nossa integridade territorial”, justificou.
Ao terminar sua mensagem, Jungmann lembrou a aprovação, na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, do parecer favorável para as versões atualizadas da Política e da Estratégia Nacionais de Defesa, além do Livro Branco de Defesa Nacional. O ministro também destacou avanços importantes com linhas internacionais de crédito para a compra de produtos nacionais de defesa e os fundos regionais de desenvolvimento para incrementar a produção do setor.
Coube ao subchefe de Política e Estratégia, almirante Carlos Eduardo Horta Arentz, dar boas-vindas aos participantes da Jornada. Ele destacou, em seu pronunciamento, os assuntos que seriam tratados no evento “defesa e desenvolvimento”, “defesa e diplomacia”, e “estudo e pesquisa em defesa”.
A jornada é dirigida a integrantes do Ministério das Relações Exteriores, do Gabinete de Segurança Institucional, da Escola Superior de Guerra, do Instituto Brasileiro de Estudos em Defesa Pandiá Calógeras (IBED), Escolas de Guerra Naval e de Comando e Estado-Maior do Exército, além de outras entidades militares, universidades e institutos.
Participaram da cerimônia de abertura, o chefe do EMCFA, almirante Ademir Sobrinho; o vice-chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Marcos Silva Rodrigues, representando o comandante da Marinha; o comandante Militar do Planalto, general Luiz Carlos Pereira Gomes, representando o comandante do Exército; o chefe da terceira subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica, brigadeiro Jefson Borges, representando o comandante da Aeronáutica; o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), Carlos Frederico Queiroz de Aguiar; além de oficiais generais da Marinha, do Exército e Aeronáutica, professores, adidos e oficias militares.
FONTE e FOTOS: MD