De acordo com o memorando, a ‘Boeing teria controle total operacional e administrativo da nova companhia’. Brasileira vai ter 20% de participação na joint venture, para divisão dos lucros. Negócio depende de aprovação do governo brasileiro.
O memorando de entendimento para criação de uma joint venture (nova empresa) entre as fabricantes Embraer e Boeing exclui a brasileira de decisões estratégicas. Isso é o que revela o documento, mantido até o início da última semana em sigilo, com informações sobre o negócio.
Nos termos do acordo de intenções, anunciado em julho, a fabricante norte-americana de aeronaves deterá 80% do novo negócio e a brasileira 20% de participação no capital social e dividendos dos lucros. A nova empresa vai operar na aviação comercial.
De acordo com o memorando, obtido pelo G1, a ‘Boeing teria controle total operacional e administrativo da nova companhia’. Ou seja, a Embraer não teria controle das operações e negócios da joint venture.
Além disso, essa nova empresa teria o conselho de administração indicado pela Boeing. ‘A Embraer indicaria apenas um membro para atuar como observador – sem direito a voto – junto ao conselho de administração’.
No memorando há ainda o período previsto de bloqueio (lock up) para venda de ações. Serão 10 anos, conforme estabelecido no documento. Essa cláusula do contrato garante que cotas das participações da Boeing e da Embraer na nova empresa não sejam repassadas a um novo sócio no período. A transação é considerada de longo prazo e também impede que alguma das partes abandone o negócio.
A criação da empresa ainda depende do governo brasileiro, que detém uma golden share – ação especial que dá poder de veto ao negócio. Presidenciáveis têm opiniões divergentes sobre o tema.
O memorando fixa 5 de dezembro, antes do fim do atual governo, como prazo para o processo de finalização dos documentos da operação, aprovações dos conselhos de administração e anúncio da operação para submissão da operação às autoridades concorrenciais competentes.
Consentimento
Pelo acordo, a Embraer, apesar de não ter membro para voto no conselho, tem direito de consentimento para temas como mudança no logo ou nome, redução de capital, transferência das operações existentes ou mudança da sede para o exterior.
A possibilidade de mudança vem sendo criticada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, que representa os trabalhadores na sede da companhia, em São José dos Campos. O assunto também é alvo de ação na Justiça movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Aprocuradoria cobra salvaguardas trabalhistas contra o possível fechamento de postos de trabalho no Brasil.
“Achamos que se fizer uma parceria comercial como outras empresas grandes, no sentido de trabalhar as duas juntas, vender aviões e repartir os lucros, é uma coisa. O que se está fazendo é entregar a empresa para os Estados Unidos. Não temos nenhuma garantia de empregos com este acordo e a Embraer também não pode defender os trabalhadores porque não tem nenhum poder de veto”, avaliou Herbert Claros, diretor do sindicato.
O Ministério Público do Trabalho, que derrubou o sigilo do memorando no último dia 11, foi procurado pela reportagem, mas preferiu não se manifestar sobre o teor do documento.
Outro lado
Sobre o memorando, a Embraer informou que ‘a parceira proposta e ainda em negociação estará sujeita, caso as empresas cheguem a um consenso em relação aos documentos definitivos da operação, a aprovações regulatórias e de acionistas, incluindo a aprovação do governo brasileiro, bem como outras condições habituais pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo’, informou.
O Ministério da Defesa, que acompanha o negócio, foi procurado, e não retornou até a publicação da reportagem.
FONTE: G1
A Embraer entrou nesta Joint-venture com toda sua linha de aeronaves, engenheiros , expertise e uma base de operadores em décadas atuando na aviação regional…
A Boeing entrou com O QUE MESMO na nova empresa????
E ainda tem brasileiro colonizado que acha que isso não passa de uma deslavada entrega de um patrimônio de décadas do país…
O SILÊNCIO dos brigadeiros e da FAB é CONSTRANGEDOR…
Bem, temos que observar que o C-Series da Bombardier foi construído fora das normas da OMC, o que gera a possibilidade de indenização, mesmo após a compra pela Airbus. Será que a Boeing ajudará a Embraer neste processo, inviabilizando a produção dos C-Series? Esta indenização ficará no Brasil ?(O governo Brasileiro atua sempre nestes casos). Poderá a Embraer criar uma nova divisão de jatos e/ou turbo hélices (= ATR) após a fusão? A Boeing não comprou os jatos, comprou os engenheiros como a Microsoft fez por diversas vezes. Temos o DCTA e o ITA, como fontes de engenheiros de alto nível. Podemos criar um novo núcleo empresarial por aqui complementar à Embraer. É sabido que os jovens americanos tendem a ir para a administração e/ou informação, a maioria dos engenheiros top formados nos EUA são asiáticos. Este dinheiro (da OMC – se o Trump não detonar tudo!) com estes engenheiros e com o apoio do governo, tendo uma “política de estado de longo prazo” em tecnologia e $$$$, poderiam fazer a Embraer ter uma grande sobrevida, inclusive desenvolvendo o concorrente eficiente do Boeing 737 e A 320. (A Embraer não seguiu crescendo pelo risco envolvido, a meu ver um grande erro). A questão maior é a China e Russia, amiguinhas do PT, que não seguem a OMC e têm reserva de mercado para seus produtos ( detonaram a Embraer da China) e continuarão fazendo das suas. Estas barreiras influem também na decisão da Boeing – talvez muito mais fortemente do que a aliança Airbus- Bombardier .
Perguntinha básica :
Será que o governo do EUA permitiria que uma empresa chinesa comprasse a Boeing ou a Lockheed Martin?
É 100% de certeza que não!
Só os ignorantes e/ou ingênuos, acreditam que o “mercado” entre nações é livre, limpo
e justo…é uma verdadeira guerra, onde o forte come o fraco, especialmente os fracos de espírito, que se entregam com gosto, como ovelhas confiando nas “boas intenções do lobo” !
O incrível disso tudo é como existem brasileiros que não sabem valorizar o que temos de bom no país. Acham normal pegar uma empresa que já tem mercado internacional, um certo potencial tecnológico entre outras tantas façanhas, e vender pra uma gigante americana que não quer ficar por baixa da sua concorrente no setor, e ainda tentam justificar tal venda. Nem se ela estivesse quebrando, o que não é o caso, a questão aqui são as condições oferecidas pra essa aquisição. Eu não questiono nem a porcentagem na lucratividade, porque se vc investe mais, consequentemente você tem que ter maior participação nos lucros, isso é premissa, mas excluir a participação em qualquer ação tomada? Isso é um assalto a mão armada. Mas essa é a nossa cultura, de sempre concordar com tudo o que é imposto sem questionar nada. Por isso somos pequenos e motivo de chacota para o mundo porque não defendemos nem o que temos de melhor aqui. Continuamos pobres de entendimento.
A cada novo detalhe que surge sobre esta proposta lesa pátria eu me torno cada vez mais contra este acordo ….!!!
Senhores esta joint venture [venda casada] DA FORMA COMO ESTA chega a SER HUMILHANTE .
Essa joint venture proposta pelos EUA, me lembra aqueles patrões que ”contratam” um funcionário sem carteira assinada,sem horário de almoço e tudo quanto é direitos trabalhistas, e depois dizem que ajudaram o empregado ,mas na verdade só sugaram e enriqueceram explorando o saber dos outros !
Se alguém tinha dúvidas das intenções da Boeing com a Embraer, ai esta a resposta !
Qualquer sócio de 20% nao apita. Não manda. Não decide.
Se a nova empresa for realmente formada, a Embraer será figurante. É uma imposição do governo brasileiro que aprova o negócio nessas condições.
Setor de defesa, portos, aeroportos, construção naval, aeronáutica…quem quiser tentar comprar ou ser sócio de qualquer um deles nos EUA sendo estrangeiro, pode tentar. Vamos ver se o Congresso e o Tesouro americanos aprovam.
A Embraer tem a Sierra Nevada lá. A Ficantieri também. Porque os americanos querem essas operações e esses negócios lá. Para atender interesses deles lá.
A Fiat comprou a Chrysler. Formou a FCA. O negócio vai mal. Os italianos querem vender. Os americanos não facilitam. Como não facilitaram a vida da Embraer na China.
O que é bom para os americanos é bom para os americanos. Claro que haverá demissões e fuga de empregos em SJC. Antes de começar essa história diziam os especialistas aqui no DAN que a Embraer poderia valer de 15 a 20. Foi aparecer a oferta da Boeing e a Embraer passou a valer 4 bilhões.
Tem que vender porque o futuro é incerto? Quem é capaz de construir um cenário para 2050? Quem pode afirmar sem medo de errar que daqui a 30 anos os mercados ou os países ou o consumo ou os negócios estarão melhores ou piores?
A Embraer precisa de capitalização? Não.
A Embraer tem estoque ou inventário encalhado? Não.
A Embraer tem receitas? Sim.
A Embraer dá lucro? Sim.
A Embraer tem dificuldades em colocar seus lançamentos nos mercados? Sim. Como qualquer empresa.
A Embraer está com dificuldades para vender o KC390? Sim. A própria Boeing em nota aqui no DAN afirmou que sem a Boeing a Embraer não vende o KC390.
Passado o chilique do Gripen, o que ficou sobre o ToT e a lorota de transferência de tecnologia dos suecos? As empresas brasileiras não tem grana para pagar por transferência de tecnologia. Das 200 candidatas ao ToT do Gripen sobraram a israelense AEL e a Embraer Defesa.
Os suecos transferem partes da fuselagem e das asas. O resto nem pertence a eles. Vamos montar e só. Nada mais.
Novidades? Nenhuma. As empresas brasileiras não tem capital para competir X capital americano ou europeu. A Embraer recebeu uma oferta. É uma empresa de capital aberto. Se os sócios decidirem vender, vendem. Mas…considerando o setor, os produtos, o mercado, as carências do país, a extrema má vontade dos americanos com tudo que fazemos…pra que vender?
Pega 4 bilhões de dólares e mostra pra Embraer. Faz os americanos aumentarem a oferta. Ou não vende.
A meu ver é uma bola de neve pois depois da venda de 80% do setor de aviação comercial a Embraer não vai conseguir sustentar o setor de defesa que depende exclusivamente de vendas governamentais com os 20% de participação que este acordo prevê. Já temos um acordo com os americanos na produção e venda dos tucanos onde os aviões vendidos por eles são fabricados lá na Flórida e a meu ver no caso do KC 390 vai acabar sendo a mesma coisa. Nenhum país vende empresas estratégicas de tecnologia para outros países e os americanos são o maior exemplo, o governo brasileiro por sorte ainda detém uma Golden share que poderia impedir acordos deste tipo.
Humildemente entendo que há certas empresas que são, ou podem ser, estratégicas para um país… para bom entendedor, meia palavra basta…
Alguém aqui é dono da EMBRAER ou recebe rendimentos dela? Caraca, mas é cada patuscada nacionalista que irrita. Ou vende ou quem mantem o poder de mercado quebra com ela, se 80% do avião é de tecnologia externa que diabo de empresa nacional é esta ou qualquer outra aqui dentro? Parecem crianças bobas que veem passarinhos cor de rosa.
Seu argumento e tão pífio e infantil que fica difícil rebater ele, a Embraer não é uma mera montadora como seu comentário da a entender, a Embraer PROJETA aviões de 70 a 140 assentos, coisa que a Boeing não faz e quando fez fracassou. A Boeing se fosse começar a fazer uma família de aeronaves regionais agora levaria no mínimo 5 anos para colocar o protótipo no ar para começar os testes, fora que em um momento onde ela tem o 777x e o projeto de uma aeronave média para competir com o A321, começar um projeto de famílias regionais agora seria a ultima das prioridades , é por isso que ela tá fazendo tanta questão de COMPRAR a Embraer
Você esqueceu que existem brasileiros que ganham seus sustento trabalhando na Embraer,a empresa tem 49 anos de existência produzindo aeronaves com 80% de tecnologia externa (segundo você diz Moyses Falcão) e até hoje vem tendo sucesso, não quebrou, então porque devemos nos livrar dela ?
Uma aeronave, não é um Lego que se compra no exterior monta e pronto,se fosse assim estava fácil,qualquer um faria ,a Embraer tem méritos ! Existe uma cadeia produtiva por trás dessa empresa que devemos protegê-la !
Dá pena de ler o que você escreveu. Não sou dono mas gostaria de ter sido. Veja a EMBRAER como o Brasil que deu certo, o que vejo hoje como uma das pouquíssimas coisas que deram certo. Aqui (EMBRAER) vemos a engenharia brasileira, os técnicos, os projetos, tudo com inicio nos anos 60 nas mãos de verdadeiros aventureiros apaixonados pelo Brasil e pela aviação, seguidores da i´deias e paixões do maior dos Brasileiros, Santos Dumont, que boa parte destas gerações mais jovem desconhecem por culpa destas políticas culturais imbecis.
Fazer o quê? Se aprovar a “joint venture”, a Embraer vai acabar; se não aprovar o negócio com a Boeing, a Embraer, a médio e longo prazo, também vai acabar. Essa é a realidade. Depois da compra da Bombardier pela Airbus, o futuro da Embraer ficou incerto. Ninguém sabe exatamente o que fazer para a empresa sobreviver a esse novo cenário do mundo da aviação.
A Airbus não comprou a Bombardier, ela comprou 51% do PROJETO C-Series, a Bombardier comercial continua existindo de forma separada, junto com a divisão de jatos executivos e de trens
Meu caro, da mesma forma que a Embraer não está sendo comprada. A Boeing esta adquirindo a divisão de E-Jets, por assim dizer. O fato é que da forma como a indústria aeronáutica (civil) mundial está configurada hoje, um duopólio de mega corporações, a Embraer (que há muito não é mais controlada por brasileiros) não irá sobreviver. Então, sendo bem pragmático, se eles forem manter a fábrica aqui como foi veiculado, não vai ser tão diferente. Pelo menos os empregos, ou muitos deles, serão mantidos aqui. Let us pray.
Que argumentos você tem que comprovem de maneira cabal,que a Embraer irá sucumbir a médio ou longo prazo diante da união Airbus Bombaedier ? Isso é tudo especulação, puro chute, a Embraer tem um produto de sucesso já testado e aprovado, ela tem tudo para se manter no topo !
Sempre fui contra essa ” tal ” parceria , é o fim da Embraer infelizmente ! Empregos só la nos EUA .
A farsa da “joint venture” foi desmascarada, isso ai é simplesmente uma venda travestida de JV. Que JV onde a Embraer não pode dar pitaco de nada?
*é essa onde
Começo a ver negativamente este negócio viu !!!!!
Com um governo sério e patriota se mantém a Embraer como está e se investe na EDS com novos produtos para nossas forças armadas.
É impressionante a subserviência. Como diz Ciro uma estatal estrangeira pode comprar uma estatal brasileira, mas o Brasil não pode ter estatais. Ah e quando os entreguistas justificam sempre citam a Noruega e a Finlândia. ?
O que tem a ver com o caso?
A Boeing é estatal por acaso pois a Embraer já não é faz anos e anos ??
Quer estatizar mais instituições pra fazerem o mesmo q fizeram com a Petrobrás???
É claro que neste mato do mercado entre nações, tem muito lobo disfarçado de ovelha, tratando de convencer as ovelhas das “boas intenções do lobo” …
Os defensores da venda da Embraer, deveriam ler, e principalmente entender o que está escrito, mas uma vez está provado que estamos entregando tudo sem nenhum direito, isto para quem entende não é jointventure, e sim venda direta, vc é sócio, mas só pode olhar as coisas erradas que seu parceiro faz??? Pensem bem eles só querem a parte lucrativa, a Embraer aviação militar não interessa ( por enquanto) caso o kc venha ser campeão de vendas eles ficam vendendo e lucrando. Eles são tão bonzinhos………