Empresa negocia plano de demissão voluntária para economizar U$ 200 mi. Ozires Silva falou com o G1 antes de palestra em evento em Sorocaba (SP).
Por Jomar Bellini, Do G1 Sorocaba e Jundiaí
O Programa de Demissão Voluntária (PDV) anunciado no último dia 8 de agosto pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) é uma “comida desagradável que a empresa tem que amargar para sobreviver”, segundo o fundador da companhia. Ozires Silva, considerado ícone da indústria aeronáutica brasileira, conversou com jornalistas e também com o G1 durante um evento de empreendedorismo nesta terça-feira (16) em Sorocaba (SP).
Além de fundador e duas vezes presidente da Embraer – uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo -, Silva também presidiu a Petrobras e chefiou o Ministério da Infraestrutura. Atualmente, ele é reitor da Unimonte, uma universidade particular em Santos (SP).
Conforme o anúncio da Embraer aos empregados no país, a medida, motivada pela crise, faz parte de um pacote ações que a fabricante de aeronaves vai adotar para reduzir em cerca de US$ 200 milhões ao ano as despesas da companhia.
No último trimestre, a Embraer sofreu prejuízo de R$ 337,3 milhões, revertendo resultado positivo, de R$ 399,6 milhões obtido no mesmo período do ano passado. A companhia também cortou estimativas para entregas de aviões executivos e comerciais, reduzindo a projeção de receitas líquidas.
A gente tem que amargar algumas comidas não agradáveis para manter a companhia vivendo. Ela não fez demissão em massa, mas um plano de demissão voluntário, que ao meu ver é a maneira mais decente e de maior respeito aos trabalhadores”
Redução de custos
No pacote de medidas contra a crise, a Embraer anunciou a revisão do plano anual para os próximos anos em que prevê readequação da estrutura administrativa e operacional e redução de custos em todas unidades da empresa no mundo.
“A vida de uma empresa é pontuada de sucessos e fracassos. Isso é relativo aos últimos dois ou três meses, mas a Embraer tem 46 anos de idade. Uma empresa extremamente bem sucedida, mas que não está resistindo em certos aspectos à crise imposta pelo governo. Ela está tentando se livrar das variações enormes do dólar e problemas em transações internacionais. O preço do petróleo baixou bastante, mas as linhas áreas ainda estão no vermelho. Há uma queda na demanda de produção”, avaliou.
Sobrevivência
Silva afirmou que não vê a situação como “crítica”, mas diz que as ações para contenção de gastos, como o PDV, são “uma reação de uma empresa viva que quer sobreviver e crescer”.
“A gente tem que amargar algumas comidas não agradáveis para manter a companhia vivendo. Ela não fez demissão em massa, mas um plano de demissão voluntário, que ao meu ver é a maneira mais decente e de maior respeito aos trabalhadores. Em geral damos muito mais importância aos problemas do que as soluções. Quem sabe mais tarde, quando voltar a Sorocaba, a pergunta não seja o sucesso da Embraer, que está lutando para ter o melhor possível.”
Ele, que também já foi presidente da Petrobras, também fez sérias críticas ao Governo Federal e as denúncias da operação Lava Jato envolvendo desvios de dinheiro na empresa.
“Quem criou problema foi o acionista majoritário chamado governo. Quando eu presidi a Petrobras, enfrentei uma luta muito grande para dizer que é ela uma empresa criada para servir ao povo brasileiro e não ao governo. O Ministério de Minas e Energia passou a interferir diretamente na Petrobras, inclusive nos poderes do próprio presidente. O resultado é que agora nós temos que pagar essa conta.”
FONTE: G1
Muito bem lembrado Fernando EMB! Recentemente,e tendo em vista que a EMBRAER tomou algumas decisões em defesa de seus interesses e não atendendo aos caprichos do governo de turno, passou a ser vítima de toda a sorte de inverdades e generalizações dos mesmos arautos do atraso e do estatismo que anteriormente eu havia citado.
Quanto ao veto dos EUA à venda dos STs à Venezuela, é preciso reconhecer que trata-se de uma medida correta e soberana que visa evitar que tecnologias sensíveis possam ser acessadas pelos seus inimigos. E é sempre bom lembrar que depois disso a própria USAF comprou o ST ainda que no inconsciente de alguns o que fica é que os EUA não deixaram o Chávez comprar os aviões.
Ela vende Phenom e Ejets sem precisar de autorizações… Elas se aplicam a produtos que tenham itens controlados e sensíveis. E isso vale para qualquer empresa que utilize estar itens.
Então a resposta é sim… Vende sim. Não todos os seus produtos. E mesmo assim… As vendas negadas representam uma parcela mínima.
Não podemos esquecer que os EUA já negaram a venda dos ST para a Venezuela. Então sim, a Embraer precisa de autorização dos EUA para vender seus aviões. Isso já foi provado.
Ela vende aviões sem precisar de autorização do governo americano.
Todo mundo sabe que a embraer nao vende 1parafuso sem a autorização do governo americano !!!!!!!
ZZZZ… Aí que discurso chato o seu… Gilberto.
Ainda bem que você conhece tudo da estratégia da empresa e de seus planos futuros.
Ou será que você é daqueles que moldam as notícias de modo a que caibam, ou se encaixem, com a sua visão, distorcendo fatos e criando falsas verdades?
Voto na segunda hipótese!
O Brasil está em crise econômica e EMBRAER NÃO, não vão me passar este cachorro de empresário sabujo. A EMBRAER está na liderança mundial da aviação executiva e a nova família de E-Jets está esmagando a Bombardier.
Este PDV NO BRASIL é o próximo passo de uma empresa que se prepara para se atirar nos braços da Boeing como sua nova subsidiária.
A ANOS venho dizendo que o projeto de Évora claramente é um caminho de saída do Brasil.
Ao transferir as manufatura e a pesquisa e projeto de estruturas de alumínio e compósitos de carbono para Europa NÃO HÁ MAIS NECESSIDADE de profissionais destas áreas NO BRASIL e CLARAMENTE quem trabalha nestas áreas no Brasil que são o ALVO deste PDV canalha e HIPÓCRITA de uma empresa multinacional que tem cada vez menos vínculos com seu país de origem… Quem não quiser enxergar o ÓBVIO espere o futuro… PRÓXIMO…
Em sua extrema lucidez Ozires Silva, “Pai” da EMBRAER e um dos maiores brasileiros de todos os tempos, dá o seu aval aos planos da empresa para se readequar não apenas aos problemas experimentados pelo mercado como também à crise atualmente vivida no Brasil. E suas declarações vão na contramão do discurso alarmista de alguns arautos do atraso e do estatismo desenfreado, que enxergam nas medidas da empresa uma tentativa de migrar para os EUA e se tornar subsidiária da Boeing.