Embraer espera converter até o final do ano boa parte de cartas de intenção de Farnborough
Por Alberto Alerigi Jr.
A Embraer espera converter em pedidos firmes grande parte das cartas de intenção de compra de aviões da empresa assinadas durante a feira britânica de aviação de Farnborough, afirmou o vice-presidente financeiro da empresa, Nelson Salgado, nesta terça-feira.
Segundo o executivo, essa conversão em pedidos firmes deverá elevar a carteira de pedidos até o final deste ano. A Embraer assinou na feira britânica, há duas semanas, cartas de intenção envolvendo até 300 aviões, dos quais 100 unidades do modelo E-175 para a norte-americana Republic Airways, que ainda acertou direitos de compra de mais 100.
Salgado afirmou ainda que a Embraer está “avançando bastante” na elaboração dos contratos definitivos para venda do controle de sua divisão de jatos comerciais para a norte-americana Boeing. A empresa assinou memorando de entendimento com a Boeing no início deste mês.
A conclusão do negócio depende ainda de aprovação de autoridades que incluem o governo brasileiro e acionistas das empresas. Na véspera, a Embraer informou que é alvo de uma ação popular que pede suspensão das negociações com a Boeing. O processo foi proposto pelos deputados petistas Paulo Pimenta (RS), Carlos Zarattini (SP), Nelson Pellegrino (BA) e Vicente Cândido (SP).
As ações da Embraer subiam cerca de 3 por cento às 10h48, revertendo perdas do começo da sessão, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 0,82 por cento.
Salgado afirmou que a Embraer não considera que um incidente ocorrido em maio durante testes em um dos protótipos do cargueiro KC390 possa afetar as perspectivas para o acordo com a Boeing.
A empresa divulgou nesta terça-feira que a entrega do primeiro cargueiro para a Força Aérea Brasileira (FAB) passou deste ano para 2019 em função do incidente, que também obrigou a empresa a reconhecer um estorno de cerca de 100 milhões de dólares em receita que derrubou o faturamento da unidade no segundo trimestre.
“Não vemos o incidente como algo que possa significar algo negativo para a Embraer, faz parte da vida neste tipo de negócio”, disse Salgado durante teleconferência com jornalistas. Ele explicou que episódio com o protótipo, em que o avião saiu da pista de testes sofrendo danos em trens de pouso e na fuselagem, fez a empresa usar o primeiro modelo que seria entregue à FAB para concluir os testes do avião e que por isso a primeira aeronave a ser despachada para a FAB será a quarta montada pela companhia.
“O protótipo dois continua voando normalmente. Ele fez seis demonstrações de voo em Farnborough. (O incidente) foi uma questão operacional relacionada ao planejamento do ensaio e isso está demonstrado pela utilização do avião”, disse Salgado.
Sobre descontentamentos manifestados por alguns acionistas minoritários sobre o acordo com a Boeing, o executivo afirmou que a transação, em que a companhia norte-americana terá 80 por cento da divisão de aviação comercial da Embraer, “vai trazer ganhos operacionais e vai beneficiar todos os acionistas”.
“Não há cenário de oferta pública de aquisição ou alteração de controle da Embraer na nossa interpretação”, acrescentou.
FONTE: Reuters
FOTOS: Ilustrativas
Vejam bem é pura suposição minha mas acredito que esse atraso seja porque no momento não há pedido firme da compra de KC-390, sendo assim entrega os 2 da FAB (protótipos) e a linha de produção dele ficaria estagnada. Eu acredito que devem ter consultado a FAB e Governo e no momento não há condições financeiras de efetivar a compra dos KCs então o recurso é reduzir o ritmos da homologação da aeronave. Pura suposição minha, se eu fosse gerente na empresa faria isso e voava no pesços dos vendedores.
Não velho,a compra já foi efetivada, o dinheiro já foi pago desde 2016. Não é relacionado à isso, foi o acidente que atrapalhou o cronograma, já que agora terão que construir novos aviões