Por Luiz Padilha
A convite do SINAVAL (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), o presidente do estaleiro indiano Goa Shipyard Ltd (GSL), Contra-Almirante (RET) Shekhar Mital, realizou uma palestra para representantes de empresas ligadas ao sindicato e para jornalistas.
O CA Mital iniciou sua palestra destacando que o momento é excelente e uma grande oportunidade para que Índia e Brasil iniciem uma parceria de longo prazo, onde o contrato para construção de quatro corvetas classe Tamandaré, seria o passo inicial para outros projetos no Brasil, na Índia e na América do Sul.
Sobre a possibilidade de vir a ser o vencedor para a construção das corvetas Tamandaré, o CA Mital enfatizou que eles estão trabalhando duro para poder cumprir todos os requisitos inerentes ao programa e apresentar a proposta definitiva no prazo estipulado pela Marinha do Brasil (MB).
Perguntei se o GSL possui um projeto próprio para ser apresentado e o CA Mital disse que o GSL seguirá o projeto da Marinha do Brasil que foi concebido pelo Centro de Projeto de Navios (CPN) da Diretoria de Engenharia da Marinha do Brasil (DEN) e teve seu detalhamento feito pelo estaleiro VARD, porém ainda falta um longo caminho até que se tenha o design definitivo do navio, pois isso depende dos sistemas que serão implantados nele.
Sobre a possibilidade do GSL vir a se instalar no Brasil, o CA Mital disse que a intenção é se associar a um estaleiro brasileiro e assim poder trabalhar em conjunto neste e em futuros projetos. A agenda do presidente do GSL estava apertada justamente porque ele e sua equipe estão no Brasil verificando as opções existentes para então poder finalizar sua proposta.
Um dos fatores apresentados pelo CA Mital em sua apresentação, é que o GSL pertence ao governo indiano, o qual apoia e provê todo o suporte necessário ao estaleiro que ao longo de seus 60 anos, já construiu mais de 200 embarcações para a Marinha indiana, Guarda Costeira, clientes privados e governos estrangeiros.
A busca por assegurar à Marinha indiana o suprimento de modernos meios navais, sistemas e armas embarcados, é o mesmo objetivo traçado pela MB, e para o CA Mital, essa experiência que o GSL possui, pode ser transferida à MB pelo contrato da corveta classe Tamandaré através de seu departamento dedicado a pesquisa e desenvolvimento (R&D), atestada pelo governo indiano. Isso permitiria que técnicos do GSL revisassem e validassem o projeto da nova corveta brasileira, tendo em vista ela ter nascido no CPN da MB.
Uma das empresas indianas que proveem a Marinha indiana com radares, sistemas eletrônicos e demais sistemas, é a Bharat Electronics (BEL). Dentro do processo é esperado que a BEL se associe a uma empresa brasileira para poder repassar suas tecnologias e assim poder suprir as corvetas ao longo de sua vida operativa.
Em suas palavras finais, o CA Mital lembrou que para o GSL, o Brasil é muito maior do que apenas uma concorrência para 4 corvetas, que o compromisso com o Brasil e com a América Latina é de longo prazo, com a atuação em conjunto com a Indústria Naval e de Defesa local, indicando um novo caminho Bidirecional, com o Brasil sendo uma base exportadora do GSL.
O CA Mital agradeceu ao Sr. Sergio Leal, Secretário Executivo do Sinaval pela oportunidade, e se despediu para dar continuidade em sua agenda.
SE ano que vem não for eleito um governo de direita ele terá uma grande CHANCE.
Talvez será o único licitante que usará o projeto da MB.
A tendência de todos os demais é usarem projetos próprios para baixar custo.
Se a MB quiser usar o seu projeto ou isto der pontos significantes na disputa, os indianos tem ALGUMA chance…
Até dói ler essa matéria completa. Aqui a opção foi desmontar a indústria naval. Nem exportar aço dá mais. Tem que entrar na cota do seu Trump. E tem gente feliz como o material de segunda mão do FMS.
Ahhh indiano ? pelo amor de Deus !! ehh Brasil que só anda para trás!!
Eh brasileiro que não entende o que lê. Interprete o texto Rafael! Frases como “a possibilidade de vir a ser escolhido vencedor da licitação” e “apresentar proposta” indicam que a fase do projeto e licitação é embrionária ainda. Sem falar que isso é preconceito com os indianos que tem até bomba atômica (e o Brasil arrasta a décadas nosso projeto nuclear – e nem está concluído ainda!!!!!!). O estaleiro é dirigido por um Contra-almirante, portanto alguém que entende de navios, o que já é uma vantagem!
Ele tem concorrentes de peso e tradicionais do almirantado brasileiro Rafael, não será fácil para o indianos. O importante é que o vencedor atenda as expectativas da Marinha e não quem é o estaleiro. Se a Marinha aceitou a participação deles na concorrência é porque estudaram o histórico do interessado, portanto não estão ali por acaso.