Por Luiz Padilha
A convite do Consulado francês, o Defesa Aérea & Naval – DAN, visitou o Navio Patrulha Oceânico L’Adroit da Marinha francesa, atracado no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Fomos recebidos a bordo do navio pelo capitão de fragata Nicolas Guiraud, que gentilmente respondeu algumas perguntas sobre o navio. A visita foi acompanhada pelo Embaixador da França Sr. Laurent Bili , pelo Adido Militar da França, CMG Yannick Rest e pelo representante da DCNS, Sr. Philippe Missoffe.
O navio partiu em janeiro para realizar mais um tour por vários países, demonstrando o conceito da nova família Gowind com design stealth da DCNS. Após o Brasil, o navio seguirá para o Uruguai, Argentina, África do Sul e Moçambique. Seu retorno à França deverá ocorrer em Maio.
O capitão de fragata Nicolas Guiraud, informou que o navio tem uma tripulação de 33 homens mas que durante uma missão como a atual, onde passará longo tempo longe de sua base, a mesma foi acrescida com mais 15 homens, com possibilidade de receber mais alguns, caso necessário. Com o novo sistema de combate Polaris desenvolvido pela DCNS para navios médios (OPVs e corvetas), o navio é a vitrine da empresa para novos clientes.
Após a venda de quatro corvetas Gowind 2500 para o Egito e seis para a Malásia, a DCNS espera negociar mais OPVs e corvetas da família Gowind, e o L’Adroit visitará potenciais clientes que necessitam deste tipo de navio para suas Marinhas.
O passadiço do navio possui uma visibilidade de 360º, uma característica interessante para a sua função, com o seu COC (Centro de Operações de Combate) agregado, facilitando o trabalho de seu comandante. O controle de máquinas também é executado/monitorado no passadiço. O mastro integrado é acessado por uma escada no passadiço e é de fácil acesso.
Do passadiço seguimos ao hangar que possui boas dimensões e pode receber um helicóptero de até 5 toneladas (Esquilo, Dauphin e Super Lynx), porém, o mesmo não possui uma grua/guicho, para manutenções de maior envergadura, limitando ao pessoal da ala aérea a pequenas manutenções. Já o seu convoo pode operar com helicópteros médios de até 10 toneladas como o NH-90, Super Puma e o Sea Hawk.
Perguntado sobre a capacidade marinheira do navio, o CF Guiraud disse que o mesmo possui um sistema de estabilização passiva, realizada através de seus tanques de água, e isso proporciona ao navio, boa estabilidade até mares de nível cinco ou seis, com operações aéreas limitadas à mar nível cinco.
Na sequência fomos até a prôa do navio onde foi possível observar um canhão de 20mm operado manualmente e dois lançadores óctuplos de “chaff”. O navio possui também como armamento, duas metralhadoras .50 instaladas nas asas do passadiço.
O L’Adroit possui a bordo uma lancha Zeppelin equipada com um motor Honda 90 de 4 tempos para embarque e desembarque rápidos executados por boreste. A ré o navio estava equipado com dois diferentes RIBs Zodiac, um deles o Hurricane H935 Mach II para o embarque de forças especiais para intervenções onde seja necessário.
Ao final de nossa visita, respondendo a uma questão levantada sobre o futuro do navio e eventual aquisição pela Marinha do Brasil, o Sr. Missoffe disse que no momento alguns países estão avaliando a possibilidade de adquirir o navio e, que para a DCNS, a aquisição de OPVs não é alta prioridade para a Marinha do Brasil neste momento, mas que alguns dos sistemas do navio poderiam ter utilidade em projetos de desenvolvimento brasileiro.
Saiba mais sobre esse tour do OPV L’Adroit abaixo:
Navio Patrulha Oceânico ‘L’Adroit’ (P 725) visitará o Rio de Janeiro
Santos Lab apresentou Vant Carcará em navio francês
Refizeram o quantitativo tripulante da Tamandaré, não é? 165 homens? Não dá! E sobre a Sword C90? Moderníssima não é? Porque não se espelhar em seu design para “atualizar” a Tamandaré? Mas pelo visto…..Por aqui é só blá blá blá, onde papel aceita tudo. Mas meios novos mesmo? Nada! Ainda acho que foi um erro o programa do sub nuclear. Não que não fosse necessário. Mas pelo orçamento que engole, um monte de meios poderiam ser adquiridos ou produzidos com o programa nuclear. Preferiria ter dado outro destino ao montante. Mas agora é tarde demais.
Boa DAN/Padilha. Na atual situação da MB, poderia ser uma aquisição de oportunidade para complementar a força distrital, embora a necessidade de desenvolvimento da classe de patrulha Tamandaré não pode ser mais postergada. Oxalá um equilbrio político-financeiro possa definir esta condição.
Forte abraço.
Amigo Padilha, em primeiro lugar grato pela reportagem, agora, poderias me dizer se o OPV francês está aberto a visitação???
Infelizmente não. Foi aberto apenas para a imprensa.
Caro Padilha,
Excelente matéria. Parabéns ao DAN.
Obrigado.
Tanto a Classe Amazonas quanto a Gowind são melhores que uma futura classe tamandaré…eu pessoalmente sou fã da industria naval Britânica
Gabriel,
Depende do que está a falar…
A Tamandaré será a nova classe de corvetas da MB, e serão navios de quase 2800 toneladas. A única classe construída até aqui, que é uma descendente distante da classe River ( da qual a Amazonas também é uma derivada ), e que é próxima da Tamandaré, é a Khareef, que é mais leve do que a Tamandaré pretende ser… No geral, nada leva a crer que o navio brasileiro será inferior…
E o NaPaOc-BR será um navio consideravelmente diferente, mais pesado que a Amazonas, sendo baseado na classe Tamandaré.
A L´Adroit, exposta na matéria, é um derivado da proposta de OPV da classe Gowind, sendo um navio bastante específico, mais leve, sendo otimizado para essa tarefa de OPV… Até poderia receber mais armas, mas a raiz da L´Adroit é ser uma OPV… Já a Gowind construída para o Egito é uma corveta de 2500 toneladas, um pouco mais leve que a Khareef, mas nem por isso aparenta que será menos capaz que esta ultima ou a Tamandaré…
Em suma, no papel, todas essas corvetas entregam basicamente o mesmo que a Tamandaré entregará… E penso não haver comparativos possíveis entre OPVs como a Amazonas e L´Adroit, e as corvetas de 2500 toneladas em diante…
Geralmente nós discordamos em alguns pontos, mas dessa vez eu concordo 100% com você.
Vc acha mesmo que o projeto das tamandarés não sofrerá corte de verbas ?
Eu já vi esse filme e me recuso a ser enganado duas vezes….papel aceita tudo mas o mundo real não.
Sem possibilidade de o Caracal (11 tn.) operar no convoo. De qualquer modo, OPVs devem estar em último na lista de prioridades da Marinha.
Augusto,
Poder operar, creio que pode… Mas operar ‘full’ é outra história…
Eu já penso que OPV são tão ou mais importantes quanto as escoltas, já que elas permitem dividir melhor as tarefas… E sendo a OPV um vaso mais em conta, seria até mais lógico investir nelas primeiro em tempos mais “austeros”…
Padilha, o preço do L’Adroit é muito superior aos nossos NPaOC Amazonas?
Eu tenho quase certeza que sim , mas ao que tudo indica o projeto Francês é uma corveta e estaria numa categoria ligeiramente acima…mas compor uma força de uns 20 navios com a classe amazonas é muito mais vantagem para nós.