Por Luiz Padilha
Após o encerramento da fase final da Escola de Fogo de Instrução AAe, o TC R1 Virgilio da Veiga Junior, diretor de Vendas da Saab do Brasil, nos concedeu esta entrevista sobre o desempenho do sistema míssil antiaéreo telecomandado de baixa altura RBS 70 da Saab utilizado pelo Exército Brasileiro.
1- Em recente exercício o EB efetuou o lançamento de alguns mísseis do sistema RBS 70, logrando êxito em todos os disparos, abatendo todos os alvos. Pode-se afirmar que o sistema que o EB opera é um dos mais modernos no mercado?
Sim. Embora seja um sistema míssil antiaéreo de baixa altura que tem sua origem nos idos de 1970, o RBS 70 passou por diversas modernizações que o tornam atual e eficiente para as necessidades de hoje e do futuro. Por exemplo, o primeiro míssil empregado tinha alcance no setor frontal de 5 Km e teto de emprego de 3.000 m de altura; já o Mk2, míssil de terceira geração adquirido pelo EB, pode abater alvos voando a até 7 Km de alcance e 4.000 m de altura. É o sistema que apresenta o maior alcance útil da sua categoria, sem contar a PKill superior a 95%, ou seja, 95 alvos são abatidos a cada 100 engajamentos realizados.
2- O sistema míssil antiaéreo telecomandado de baixa altura RBS 70 atualmente utilizado pelo Exército Brasileiro utiliza mísseis do modelo Mk2. Este é o modelo mais atual da Saab?
O modelo de míssil mais atual utilizado pela Saab no RBS 70 NG (Nova Geração) é o Bolide, que apresenta 9 Km de alcance e 5.000 m de teto de emprego.
3- Atualmente, quais países além do Brasil, operam com o sistema de defesa antiaérea RBS70?
O sistema RBS 70 está em uso em mais de 20 países, como Suécia, Tunísia, Cingapura, Indonésia e Austrália. Cabe destacar que o sistema está operacional em todas as zonas climáticas.
4- Hoje o EB possui todos os equipamentos necessários para operar o sistema RBS 70, como o simulador, dispositivo de visão noturna e equipamentos para a manutenção do sistema. Falta adquirir algum equipamento para que o EB possa operar ainda melhor o sistema?
Esta pergunta deve ser respondida pelo EB.
5– Quanto tempo leva para formar uma equipe para operar este sistema?
A prática tem demonstrado que o atirador pode ser qualificado em até 20 horas de exercícios no simulador, abrangendo todas as possibilidades de tiro que podem ser realizadas pelo RBS 70. Já a guarnição pode ser qualificada em um tempo menor, dependendo do programa de instrução de qualificação aplicado.
6- O binômio Saber M60-RBS 70 está operando adequadamente ou algo ainda pode ser feito para melhorar sua eficiência?
Esta pergunta deve ser respondida pelo EB.
7– Qual o grau de dificuldade em operar o sistema com o dispositivo de visão noturna BORC?
Após a aquisição do alvo, o dispositivo de visão noturna BORC permite que o atirador realize o tiro noturno com a mesma facilidade que o realiza durante o dia.
8- A Saab lançou o sistema de defesa antiaérea RBS 70 New Generation. O senhor poderia enumerar as diferenças entre o modelo NG e o modelo operado pelo EB atualmente?
As principais diferenças são:
– O aparelho de pontaria do RBS 70 NG pesa 10 Kg a menos que a versão anterior;
– O NG possui a função “acompanhamento automático” do alvo, que aumenta ainda mais a precisão do tiro, enquanto, na versão anterior, o acompanhamento do alvo se dá por um joystick de polegar, operado pelo atirador;
– A interface do NG é gráfica/digital, permitindo uma integração homem-máquina mais harmonizada, enquanto, na versão anterior, essa integração se dá por sinalização visual através de quatro LED’s localizados na luneta de pontaria;
– No NG, o dispositivo de visão noturna BORC está integrado internamente ao aparelho de pontaria, enquanto, na versão anterior, a junção de ambos se dá externamente, por encaixe; e
– A manutenção do NG é computadorizada e, a da versão anterior, não.
9- No caso do EB vir a optar em adquirir o sistema RBS 70 NG, a transição do equipamento atual para o NG seria simples ou há a necessidade de algum treinamento adicional?
A transição seria muito simples e, a longo prazo, também diminuiria a demanda por treinamento.
10- A Saab possui um novo sistema de defesa antiaérea a baixa altura em desenvolvimento para substituir o RBS 70 NG?
O RBS 70 NG é um sistema míssil antiaéreo de baixa altura no estado-da-arte, capaz de lidar com os desafios atuais e do futuro. Entretanto, para manter-se sempre atualizado com o desenvolvimento de novos requisitos dos sistemas de defesa antiaérea de baixa altura, a Saab está desenvolvendo uma versão do RBS 70 NG integrada a carros de combate – o Sistema de Defesa Antiaérea de Baixa Altura Móvel (ou a sigla em inglês MSHORAD).
11- A Saab pretende oferecer para as Forças Armadas Brasileiras o sistema de defesa antiaérea Bamse de média altitude?
A Saab está em constante diálogo com nossos atuais e potenciais parceiros em todo o mundo, oferecendo nossas soluções de defesa antiaérea, incluindo o sistema BAMSE. Entretanto não podemos comentar sobre solicitações específicas de clientes.
O Igla é orientado por IR, o míssil do sistema RBS 70 é orientado por um facho de laser.
Por favor me explica como são complementares e não concorrentes?
igla e rbs nao sao concorrentes, e sim complementares…hj temos 32 rbs com o exercito e mais de 200 iglas….na minha visao quase que irrisorio .
Em 2018 o exército poderia adquirir algumas unidades pois as melhorias são significativa.
Apesar de eu achar o Igla S melhor. Devido a facilidade de transporte.
Mas como o igla tem até 6km de alcance ante os 9 do RBS NG.
Vale adquirir mais unidades pois o Brasil é muito carente em Defesa anti aéreo.
Pois 56 Iglas e 16 RBS é ínfimo para as Dimensões do Brasil. Para cobrir apenas alvos sensível no país no mínimo uns 4500 unidades.
Mas duvido que um dia teremos 1000 unidades seja do igla ou do RBS.
Abraços