Por Guilherme Wiltgen
Em 28 de abril em uma cerimônia em Hobart, o Governo australiano assinou um contrato com a DMS Maritime, para a entrega, operação e manutenção de um ASRV (Antarctic Supply Research Vessel) com capacidade de quebra-gelo.
O navio será construído pela Damen Shipyards Group e fará parte integrante da Divisão Antártica Australiana (Australian Antarctic Division – AAD) nos próximos anos.
Após estar pronto no estaleiro da Damen em Galati, o navio seguirá para o Damen Schelde Naval Shibuilding (DSNS), em Vlissingen na Holanda, onde está prevista a entrega do ASRV australiano em Abril de 2020.
FONTE: Damen
Assim como a Austrália, outras nações estão atualizando seus navios polares:
2016 – A CHINA está construindo, com meios próprios, um segundo quebra-gelos (já possui o Xue Long). O novo navio deslocará 8.000t, terá casco polar PC-3 e se espera que esteja concluído ainda neste ano. Como tudo o que envolve a China, é difícil se obter maiores informações, especialmente quanto aos custos. Sabe-se que o projeto foi desenvolvido pela finlandesa Aker.
2017 – o CHILE deverá ter concluído sua Karpuj, lancha científica antártica de 105t e 24,5m, que apresentou problemas de estabilidade após o comissionamento, no verão passado.
2017 – Na ARGENTINA promete-se que o quebra-gelos Irízar (14.900t, 121m) finalmente voltará à atividade no próximo verão, depois de 10 anos parado. O navio incendiou-se em 2007 e foi inteiramente reformado e modernizado, em um processo caro e dispendioso;
2017 – O PERU deverá receber o BAP Carrasco, com 6.000t e 97m de comprimento, que está em construção nos estaleiros Paulino Freire, de Vigo, na Espanha e custará 88 milhões de dólares. Foi lançado ao mar no dia 06/05/2016. Terá casco reforçado (PC-7), mas não será um quebra-gelos.
2017 – A FRANÇA também substituirá o L’Astrolabe, por um quebra-gelos com o mesmo nome, com capacidade de carga de 1.200t, e a ser construído pelo estaleiro Piriou (o casco, certificado pelo BV como icebreaker 5, será de responsabilidade da polonesa CRIST), a um custo de € 50 milhões.
2017 – A NORUEGA receberá o Kronprins Haakon, de 9.000t, 100m de comprimento e casco Polar 10 (DNV). Projetado pela Rolls Royce Marine e construído nos estaleiros Fincantieri, terá um custo de US$ 170 milhões (NOK 1,4 bilhão).
2019 – O Reino Unido, que possui dois quebra-gelos (HMS Protector, da Royal Navy e Ernest Shackleton, da BAS – British Antarctic Survey), além de um navio de casco reforçado (James Clark Ross, da BAS), deverá construir, até 2019, mais um quebra-gelos, a um custo de £ 200 milhões (equivalentes a US$ 280 milhões). Comenta-se que o novo navio, Sir David Attenborough substituirá os dois da BAS, pois o JCR é de 1991 (bastante usado, para os padrões europeus) e o Shackleton, na realidade, é arrendado da Noruega e será devolvido em 2019. Deslocará 15.000t e sua capacidade polar será superior à dos dois navios da BAS. O trabalho será feito pelo estaleiro Cammel Laird.
2021 – O CHILE pretende substituir o envelhecido Almirante Viel, de 1965, por um novo quebra-gelos de deslocamento muito superior (13.000t), com projeto da Vard e a ser construído no estaleiro chileno Asmar, a um custo de US$ 120 milhões.
Outros países também tendem a se mover nesse cenário. A Índia anunciou que irá adquirir um quebra-gelos nos próximos anos, de modo a atender às suas três estações polares (duas na Antártida e uma no Ártico). A Alemanha vem planejando a substituição do Polarstern, de 1982, mas ainda não há nada definido. Os EUA dependem demais do Polar Star e do Healy, da Guarda Costeira, e vêm há anos adiando a compra de um novo quebra-gelos.