Obra do Estaleiro de Construção dos submarinos do Prosub evolui rapidamente para a conclusão da primeira etapa no final de 2014 e entrega do estaleiro integrado em novembro de 2015
O Estaleiro e a Base Naval do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub-EBN)compõem um projeto de grande complexidade tecnológica e construtiva, com elevados níveis de segurança para o atendimento à questão nuclear inerente à construção e manutenção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear – o objetivo fim do Prosub.
Trata-se de um empreendimento inédito no Brasil, cujo desenvolvimento teve início em dezembro de 2008, com a assinatura do Acordo firmado entre o Brasil e a França, o qual prevê a Transferência de Tecnologia e Prestação de Serviços Técnicos Especializados destinados a capacitar a Marinha a projetar e construir submarinos convencionais e nucleares, com exceção de tecnologia na área nuclear.
A partir daí, a Marinha do Brasil, a principal responsável pelo gerenciamento e condução do Prosub, passou a desencadear um intenso processo de desenvolvimento produtivo e tecnológico no País, com a participação direta da própria Marinha e de instituições e empresas públicas e privadas do Brasil e da França.
Para gerenciar a implantação e construção do Estaleiro e Base Naval em Itaguaí-RJ, a Marinha criou a Coordenadoria do Programa de Desenvolvimento de Submarino de Propulsão Nuclear (COGESN), que conta com a participação de diretorias e órgãos especializados da Marinha, entre estes, a Diretoria de Obras Civis (DOCM) para o acompanhamento do projeto e das obras civis e o Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo, o CTMSP, para os assuntos referentes à parte nuclear e o apoio de assessorias externas, tais como, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC).
A execução do empreendimento, por sua vez, está sob a responsabilidade da Odebrecht Infraestrutura, sendo acompanhada pela Itaguaí Construções Navais (ICN), empresa responsável pela construção dos submarinos, e pela estatal francesa DCNS, parceira tecnológica da Marinha no Prosub.
Na COGESN, a Marinha centraliza a coordenação do empreendimento e o gerenciamento de todo o projeto, o que envolve o acompanhamento do licenciamento; das contratações; da obra; do cronograma; dos custos; da qualidade; da segurança; entre outros pontos e exigências inerentes a um programa da natureza e porte do Prosub. Na COGESN, também está concentrada a interface entre todas as partes atuantes no empreendimento – DCNS, diretorias da Marinha, Odebrecht, ICN e demais empresas ou instituições contratadas pela Marinha.
Com o desenvolvimento do programa, tanto na execução da infraestrutura física, quanto da construção dos primeiros submarinos convencionais, a Marinha se prepara para a etapa mais complexa da obra que consiste a implantação das áreas nucleares do Prosub-EBN.
“Ao longo do último ano, obtivemos um amadurecimento muito grande na interface entre todos os envolvidos no projeto da área nuclear do EBN – Marinha, Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e empresas – e, por se tratar de um processo evolutivo, especialmente em complexidade e volume de demandas, a Marinha reestruturou a sua equipe e criou uma gerência dedicada à área do complexo radiológico do EBN”, explica o Contra-Almirante Newton de Almeida Costa Neto, Gerente do Empreendimento Modular da Construção do Estaleiro e da Base Naval.
“Paralelamente, a Odebrecht e o CTMSP também criaram gerências específicas para os assuntos da área nuclear do EBN, resultando maior evolução no projeto e desenvolvimento de todos os requisitos exigidos pela CNEN.”
Na área nuclear do EBN se concentra toda a complexidade da obra e o ineditismo do projeto. Outros estaleiros já foram construídos no Brasil, com a expertise brasileira e por empresas nacionais, porém o Prosub-EBN é a primeira instalação do gênero destinada à construção de submarino com propulsão nuclear. Soma-se a este fato, a premissa de que o estaleiro deverá atender todos os requisitos da tecnologia brasileira: do reator nuclear, da planta propulsora, do submarino e, também, de segurança para instalações nucleares, exigidos pela CNEN, em atendimento à legislação brasileira e às normas internacionais.
“O conhecimento e a experiência das pessoas que compõem as equipes dedicadas à área nuclear do EBN têm sido fundamentais para desenvolvermos o projeto do EBN com toda segurança. Temos que nos adequar ao projeto do submarino, portanto, a concepção da área nuclear do Estaleiro amadurece em paralelo com o projeto da planta propulsora e do próprio submarino, com os quais o EBN deverá estar totalmente integrado”, observa o Contra-Almirante Newton.
A experiência de países que construíram instalações nucleares semelhantes ou que detêm tal tecnologia certamente é referência importante para a condução do projeto do EBN e, tais informações são mundialmente divulgadas por agências e fóruns que tratam de temas da área nuclear. O Contra-Almirante Newton explica que, com o desenvolvimento da tecnologia nuclear nas últimas décadas, os parâmetros internacionais pertinentes à segurança e ao meio ambiente tornaram-se crescentes e mais rigorosos e, consequentemente, o compromisso da Marinha no Prosub é maior e mais complexo.
“Os parâmetros atuais são bastante diversos daqueles adotados em muitos outros estaleiros nucleares já construídos no mundo, cujo momento se diferencia em muito, do contexto atual e da perspectiva futura. Por esta razão, perseguimos a concepção de um projeto que incorpore os novos requisitos para que a obra possa ser realizada com toda a solidez e segurança.”
A escolha dos parceiros é um ponto relevante no desenvolvimento do Prosub-EBN, visto que são corresponsáveis pelos resultados obtidos. Neste campo, outro comprometimento importante da Marinha é a busca constante de empresas nacionais para participar do programa, especialmente fornecedores de bens e serviços nas diversas modalidades e itens existentes no projeto. Paralelamente à nacionalização, a Marinha procura também fomentar a expertise das empresas brasileiras para que estas possam se desenvolver, com qualidade, em níveis tecnológicos e produtivos.
“De pouco adianta uma indústria produzir um equipamento, mas não ter a capacidade de evoluir na tecnologia empregada naquele item. Nosso propósito é, portanto, apoiar as empresas na ampliação de suas respectivas capacitações para atender não somente ao Prosub, mas a todo o Brasil. Este é o maior valor agregado de todo esse processo de nacionalização, um arrasto tecnológico difícil de ser quantificado em cifras, mas que, seguramente, beneficiará outros setores da cadeia produtiva nacional.”
Partindo da experiência obtida na obra da UFEM, o processo de nacionalização na obra do estaleiro está mais proveitoso, visto que a participação de várias empresas brasileiras na UFEM representa um credenciamento para novos fornecimentos ao EBN.
O Contra-Almirante Newton avalia que, para a Marinha e para todos os envolvidos no Prosub-EBN, o aprendizado com a UFEM foi muito positivo não só neste campo, mas no projeto como um todo. “A revisão dos erros e acertos na UFEM proporcionou maior amadurecimento nas discussões e na busca de melhores soluções para as etapas seguintes – o projeto e a construção do Estaleiro e da Base Naval. Em outra esfera, a experiência com o Prosub-EBN já está sendo útil em outros empreendimentos no Brasil, como pudemos constatar em visita ao Estaleiro Enseada de Paraguaçu, Bahia, onde a Odebrecht utiliza várias soluções de engenharia adotadas na UFEM e no estaleiro da Marinha. Este é um indício importante dos desdobramentos da nacionalização no Prosub-EBN.”
Segundo o Contra-Almirante Newton, a Marinha vem desenvolvendo há anos, a cultura para atuar na área nuclear com a evolução da planta propulsora e do submarino e, vem incorporando também, uma série de empresas e pessoas especialmente capacitadas em diferentes áreas, no Brasil e no exterior, para junto com a Marinha alcançar o objetivo do Prosub.
“A construção do submarino brasileiro com propulsão nuclear é um projeto autônomo, promotor de tecnologia, de capacitação e de novas oportunidades para o País. Tenho certeza de que, no futuro, muito mais do que hoje, estes resultados serão mais visíveis e irrefutáveis.”
FONTE: Technonews
Mesmo em fase de construção a obra já impõe respeito!
Belíssima série de reportagens. Para coroá-la somente falta a comparação do cronograma projetado e do realizado, bem como um vídeo atual do estágio das obras dos complexos. Parabéns ao DAN pelo trabalho e à MB pelas obras.
é apenas a 2ª vez que comento aqui, mas acompanho o site e outros sítios que falam sobre matérias militares, e quando vejo esse tipo de matéria sobre os submarinos dá muito orgulho, sei que temos problemas e as coisas no Brasil não é nada fácil.
Não sei se iremos de fato conseguir fazer tudo como está programado, como patriota espero q sim, mas oq eu vejo em vários sites é uma negatividade quando se fala sobre esse assunto de scorpene e sub nuclear que chegar ser impressionante, é um complexo de vira lata que chega dar nojo!!
E apenas uma observação, não sou anti nada, e nem aficionado por algum país (EUA, europa, china e Rússia) sou apenas BRASILEIRO e quero o melhor para o meu país, mas a maioria que fala mal desse projeto é aficionado por algum país, é americanófilo, russófilo, ou por algum país Europeu, é impressionante as maldades que falam só pq o seu país queridinho não foi escolhido nesse projeto e isso vale para outros projetos tbm como é o caso do FX-2
aprendi na vida que tudo q é demais é péssimo, e de menos tbm, mas é uma má vontade com as coisas que dá vontade de mandar essa gente tomar naquele lugar, sabemos que nosso país é problemático e nossos politicos não presta, mas será que não dá pra ser um pouco mais otimista e dar mais valor no Brasil e diminuir um pouco esse complexo q temos dos outros ?
é apenas um desabafo isso e não vale para esse site, aliás está de parabéns o DAN, vcs são um dos poucos sites que fazem uma ótima cobertura sobre esse tema, mas fica aki o meu registro e desgosto com outros sites q tbm são muito conhecidos pela mídia militar, que seus membros são negativistas e vêm com esse papinho de que são apenas “realistas” não é não!!! são um bando de PUXA SACOS de outros países que não sabem ser imparciais e não aceitam ver o Brasil escolher como parceiro seu país predileto.
E dou nomes aos sites: Editado (O DAN prefere não expor os nomes). A maioria das pessoas que comentam lá são passionais e torcem para países como se fosse um time de futebol é RIDÍCULO isso, somos brasileiros e devemos ficar sempre ao lado do q é melhor para o nosso país!
Gostei do seu comentário Heron e lógico da matéria também, devagar mas o negócio está andando, isso é ótimo.
Parabéns ao DAN pela reprodução destas matérias que têm grande importância para todos nós. As imagens dão o tom de como tudo tem evoluído conforme o planejado. Aguardemos ansiosamente a entrega do primeiro Scorpene!