Por Sylvia Martins
Com destinos Paramaribo, no Suriname, e Georgetown, na Guiana, os ministros da Defesa, Raul Jungmann, da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sérgio Etchegoyen, participaram de reuniões bilaterais nos dias 8 e 9, para tratar de assuntos relacionados à segurança regional e a de fronteiras, com foco no combate de ilícitos transnacionais, intercâmbio de inteligência e cooperação em matéria de defesa e policial.
Após a passagem por Boa Vista (RR), para verificar junto ao governo local, a situação dos imigrantes venezuelanos no País, o ministro da Defesa seguiu com a comitiva oficial para Suriname. Acompanhado do embaixador brasileiro Laudemar de Aguiar Neto, Raul Jugmann reuniu-se com o presidente do país vizinho, Dési Bouterse, e o seu contraparte, Ronni Benschop. Manteve ainda, com os ministros do MJSP e GSI, reunião conjunta com a ministra dos Negócios Estrangeiros Yldiz Pollack-Beighle e da Justiça,Ferdinand Weldijn.
Entre os assuntos tratados pelas autoridades, convênios técnicos estabelecidos desde 1975, crimes transnacionais, formação e treinamento militar, indústria de defesa, intercâmbios em escolas militares brasileiras e o êxodo venezuelano nos limites com o Brasil. Neste último, Jungmann destacou que se não houver uma solução pacífica para a Venezuela, isso poderá desestabilizar toda a região fronteiriça.
Outra área de cooperação citada foi a política de segurança cibernética, que se traduz em dois protocolos: compartilhar em tempo real incidentes cibernéticos e qualificação de pessoal.
O ministro Jungmann, durante o encontro, reafirmou que a cooperação entre Brasil e Suriname precisa da troca de informações e ações de inteligência para combater ameaças à Constituição, à democracia. “O crime se nacionalizou e se internacionalizou, não basta combater nos limites do país”, lembrou.
“Devemos tomar conta sempre dos mecanismos de ambos os lados para que tenham continuidade”, disse o presidente Dési Bouterse, se referindo aos acordos estabelecidos entre as duas nações.
Para isso, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) do Ministério da Defesa brasileiro tem acompanhado os trabalhos realizados. “Nesta viagem nós procuramos estreitar os laços com o Suriname, país que nós já temos acordos de cooperação há bastante tempo, tanto de formação de pessoal como de treinamento. Aproveitamos também para tratarmos de assuntos relacionados às questões de fronteira, contrabando, mineração ilegal e outras de cooperação”, destacou o chefe do EMCFA, almirante Ademir Sobrinho.
As mais altas autoridades militares das Forças Armadas do Suriname já realizaram cursos no Brasil, entre eles o próprio ministro da Defesa Ronni Benschop.
Hoje, no Brasil, dois militares surinameses encontram-se em intercâmbio, um cadete na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), estabelecimento do Exército, e um sargento realizando curso de controlador de tráfego aéreo, na Força Aérea Brasileira. A partir de março deste ano, a Marinha enviará 4 militares para a formação do Corpo de Fuzileiros Navais do Suriname.
Como integrante da comitiva, o chefe do Estado-Maior do Exército, general Fernando Azevedo, lembrou da criação, em janeiro, da 22ª Brigada de Infantaria de Selva, Brigada da Foz do Amazonas, para aumentar a presença militar na região e guarnecer a área da Amazônia Oriental, fronteira com Suriname e Guiana.
Em ambos países vizinhos, Suriname e Guiana, adidos militares do Brasil cumprem o papel de cooperar com o corpo diplomático no relacionamento com o país na área de defesa, que facilita o entendimento entre os países.
FONTE: Ascom
FOTOS: Tereza Sobreira/MD
Se tem uma coisa que a 22a Bgda Inf Sl não irá fazer é aumentar o dispositivo militar na fronteira com aqueles países. E por um simples motivo: nunca houve e nem há previsão, e muito menos planejamento, para isso. “Continua tudo como dantes na casa de Abrantes”.
abs.