Os gastos militares globais atingiram em 2017 o seu nível mais alto desde a Guerra Fria, com os Estados Unidos, a China e a Arábia Saudita no topo da lista, divulgou o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (Sipri) nesta quarta-feira (2). O Brasil registrou um aumento nos gastos militares acima da média mundial, e saltou de 13º, em 2016, para 11º no ranking dos países que mais investem no setor.
De acordo com o relatório do instituto sueco de pesquisa, os gastos militares em todo o mundo totalizaram US$ 1,73 trilhão em 2017 – o que representa um aumento de 1,1% em relação a 2016. Isso significa que foram gastos aproximadamente US$ 230 por habitante da Terra.
O Brasil desembolsou US$ 29,3 bilhões em 2017 – 6,3% mais do que em 2016. O valor representa 1,7% do montante gasto pelos 15 países que encabeçam a lista. Trata-se do primeiro aumento anual dos gastos militares brasileiros desde 2014 e o maior desde 2010.
Segundo o relatório, tal incremento “surpreende dada a atual turbulência econômica e política no país”. O instituto cita que em 2017 o governo brasileiro afrouxou suas metas de déficit orçamentário até 2020 e liberou recursos adicionais (4,1 bilhões de dólares) para todos os principais setores, entre eles as Forças Armadas.
No geral, os gastos aumentaram em 4,1% na América do Sul. A Argentina registrou o maior crescimento (15%), tendo desembolsado US$ 5,7 bilhões para o setor militar em 2017.
EUA lideram lista
Os Estados Unidos seguem como o país que mais gasta com programas e equipamentos militares no mundo: US$ 610 bilhões, tanto em 2016 quanto em 2017. Os EUA são responsáveis por mais de um terço dos gastos militares globais.
“A tendência de queda nos gastos militares dos EUA que começou em 2010 chegou ao fim”, disse Aude Fleurant, chefe do programa de gastos militares e armamentos do Sipri.
O Sipri estima que a China, segunda colocada no ranking, tenha desembolsado US$ 228 bilhões, tendo sido responsável pelo maior aumento absoluto de gastos militares no mundo: US$ 12 bilhões. O instituto estima ainda que a participação da China nos gastos militares globais tenha dobrado para 13% desde 2008.
A Arábia Saudita substituiu a Rússia na terceira posição, com o gasto de US$ 69,4 bilhões em 2017. O Oriente Médio foi a região na qual estima-se que os gastos militares correspondam à maior parcela do PIB, pouco mais de 5%, embora o Sipri admita haver escassez de dados em vários países, incluindo Síria, Emirados Árabes Unidos, Catar e Iêmen.
“Apesar dos preços baixos do petróleo, conflitos armados e rivalidades em todo o Oriente Médio estão impulsionando o aumento dos gastos militares na região”, disse Pieter Wezeman, pesquisador do Sipri. Sete países do Oriente Médio estão entre os dez países com maior participação de gastos militares em relação ao PIB – entre eles o Omã, com 12%, e a Arábia Saudita, com 10% do PIB.
Queda de um quinto nos gastos da Rússia
Os gastos militares da Rússia caíram para US$ 66,3 bilhões – um quinto a menos que o desembolsado em 2016, em termos reais. Foi a primeira queda desde 1998. O Sipri atribuiu a redução a fatores como a queda dos preços do petróleo. “A modernização militar continua sendo uma prioridade na Rússia”, disse Wezeman.
Na quinta colocação do ranking, figura a Índia, que superou a França ao desembolsar US$ 64 bilhões para o setor militar. As despesas dos primeiros cinco países da lista representam 60% dos gastos militares globais.
A Europa foi responsável por um quinto dos gastos militares globais, mas houve uma queda em relação a 2016 e o valor gasto foi pouco maior do que em 2008. Quatro dos 15 países que mais gastaram com o setor militar são europeus: França, Reino Unido, Alemanha e Itália.
Ásia e Oceania foram responsáveis por cerca de um quarto dos gastos militares globais, principalmente devido à China. Outros fortes investidores bélicos na região, e que figuraram entre os 15 principais consumidores globais, foram a Índia, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália. Na África, a liderança continua sendo da Argélia, mas seus gastos caíram em 2017 devido à queda dos preços do petróleo e do gás
Os gastos contabilizados pelo Sipri incluem salários, custos de operações, compras de armas e equipamentos, assim como pesquisas e projetos de desenvolvimento.
FONTE: Terra
FOTOS: Ilustrativas
Forças armadas do Brasil são cabide de emprego e pensões gordas mais gordas que o oficialato
O Brasil pode gastar igual a china+russia+eua juntos que não consegue atingir uma capacidade dissuasória..
Praticamente 50% do nosso orçamento é destinado ao pagamento de APOSENTADORIAS.
Nosso orçamento de defesa é uma MENTIRA.
Os EUA aparecem em primeiro lugar com U$ 609 bi.
Este é o orçamento BÁSICO + orçamento para missões no exterior + reajuste para data de divulgação do estudo.
O SIPRI não inclui o DEPARTMENT OF VETERANS AFFAIRS
que é o responsável pelo pagamento das APOSENTADORIAS dos militares americanos.
Para demonstrar algo mais próximo da realidade, o SIPRI teria que fazer 2 mudanças:
1) remover do orçamento militar o pagamento de INATIVOS/APOSENTADOS.
2) exclusivo para países que adquirem equipamentos militares PRÓPRIOS, considerar o orçamento militar em DÓLAR INTERNACIONAL, através de uma conversão pelo método PPC Paridade do Poder de Compra, em vez do método tradicional de conversão para dólar americano.
Após estas medidas, o Brasil teria um orçamento de U$ 15 bi em vez de U$ 29 bi, o que faria nosso país cair várias posições no ranking.
E a China e a Rússia (convertendo a moeda pelo método PPC) passariam de U$ 228 bi e U$ 66 bi para U$ 440 bi e U$ 180 bi, respectivamente.
Ficaria muito mais claro e as pessoas entenderiam o poder militar dessas nações.
O último parágrafo do texto é bem claro: foram contabilizados dispêndios com salários, operações, compras de armas e equipamentos e pesquisa e desenvolvimento de projetos. É de se assinalar que os investimentos brasileiros em defesa em alta podem estimular uma corrida armamentista no Cone Sul, que ao que parece, já começou.
O problema é que este aumento não reflete em aumento da capacidade operacional e sim aumento dos gastos com pessoal. Como sempre, gastamos muito e mal.