O governo brasileiro deu um passo decisivo para ampliar a cooperação na área militar com Cabo Verde. Na última terça-feira (19), o ministro da Defesa, Celso Amorim, inaugurou o Núcleo da Missão Naval Brasileira no país, em cerimônia realizada na embaixada do Brasil em Praia, capital da república insular africana.
A inauguração da Missão é vista pelos dois países como o elo que faltava para dar impulso à já existente cooperação entre as duas nações no setor de defesa. “A cooperação entre os nossos países atingiu níveis significativos”, comemorou o ministro da Defesa cabo-verdiano, Jorge Tolentino, durante o evento que oficializou a instalação da Missão.
O trabalho será inicialmente focado em ações de formação de militares do país africano, oficiais e praças, em escolas das Forças Armadas brasileiras. Essa necessidade foi apontada como prioritária pelas autoridades cabo-verdianas, uma vez que o país realiza, nesse momento, a modernização de suas forças de defesa, especialmente da Guarda Costeira, instituição que cuida da segurança marítima e da defesa aérea do arquipélago.
O detalhamento do quantitativo de vagas a serem oferecidas pelo Brasil aos militares de Cabo Verde será definido em reuniões que ocorrerão nos próximos meses no âmbito da Missão Naval, comandada pelo capitão- de-mar-e-guerra da Marinha do Brasil, César Augusto Dallacosta Nogueira.
Na avaliação do ministro da defesa brasileiro, entre outros aspectos, a formação de oficiais e sargentos de Cabo Verde no Brasil, em especial de pilotos e mecânicos de aviação, auxiliará o país a melhorar sua capacidade de proteção de seu espaço aéreo. Cabo Verde tem expectativa de receber a doação de dois aviões Bandeirantes (C-95) da Força Aérea Brasileira (FAB). As tratativas para a doação estão em curso e dependem, agora, de autorização do Congresso brasileiro.
Novas ameaças
A cooperação com Cabo Verde em matéria de Defesa começou a ganhar impulso em 1994, com a assinatura do acordo bilateral de cooperação técnico-militar. Desde então, os dois países iniciaram uma série de ações setoriais, incluindo a realização de exercícios militares.
Em 2012 e neste ano, dois dos novos navios-patrulha oceânicos adquiridos pela Marinha brasileira passaram por portos do país africano, onde realizaram exercícios navais com os militares da Guarda Costeira de Cabo Verde. Em outubro do ano passado, a FAB enviou ao arquipélago dois aviões-patrulha P-3 para realização de exercícios conjuntos de patrulhamento aéreo no mar.
Outro aspecto relevante da cooperação foi a recente doação, pelo Brasil, de uniformes aos membros da Guarda Costeira cabo-verdiana. Na viagem oficial, o ministro Celso Amorim visitou as novas instalações da sede da instituição militar, na cidade de Mindelo. Na ocasião, os integrantes da força naval já estavam utilizando os novos uniformes.
Amorim e comitiva também foram recebidos, com honras militares, na sede do Ministério da Defesa, em Praia. Ali, o ministro brasileiro participou de reunião bilateral com seu contraparte cabo-verdiano. No encontro, além de tratar dos pontos relativos à formação militar, conversaram sobre a possibilidade de auxílio da Marinha do Brasil no processo de definição da extensão da plataforma continental de Cabo Verde, a exemplo do que ocorreu com Namíbia e Angola.
Os ministros também falaram sobre cooperação na área de formação de pessoal para participação em missões de paz, e concordaram com a necessidade de ampliar a troca de informações sobre tráfego marítimo internacional (Cabo Verde possui um centro de operações de segurança marítima) com o objetivo de aumentar a vigilância no Atlântico Sul.
Amorim e Tolentino manifestaram ainda o interesse comum em fortalecer mecanismos de prevenção e combate às chamadas “novas ameaças”, tais como pirataria, pesca ilegal e tráfico de drogas e pessoas no Atlântico Sul, área que é importante rota marítima para o comércio de ambas as nações.
A delegação brasileira também participou, durante a visita oficial, de reunião na sede do Estado-Maior das Forças Armadas de Cabo Verde, e de visita ao novo navio-patrulha incorporado à Guarda Costeira do país. A comitiva brasileira contou com a participação do comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, e de oficiais-generais do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). Os trabalhos tiveram o auxílio do embaixador do Brasil em Cabo Verde, João Ignácio Oswald Padilha, e equipe.
FONTE: Ministério da Defesa – Ascom
É Nelson, parece que esta seria a única resposta que se encaixaria neste quebra cabeça hediondo que esta se transformando a politica deste pais…
Parece que vai acabar assim mesmo…
Senhores,
a necedade infelizmente é fato em qualquer lugar, particularmente na web. Obviamente nem tudo que envolve tratados, ou cooperação na área militar é de conhecimento público devido a singularidade do assunto.
O escopo da cooperação na área militar nem sempre num primeiro momento contempla a venda de material bélico. Isso é consequência natural da abrangência da cooperação firmada, que mais uma vez alerto, nem tudo será de domínio público devido a peculiaridade envolvida. Em primeiro plano o ganho político, geopolítico é a congruência de uma estratégia maior…
Grato.
Sim, meu caro PRAEFECTUS… Também é isto!… Maaassss, NÃO somos ingênuos para achar que é SÓ “ISTO”!… Pois vc destacou/observou apenas o aspecto sob a perspectiva estratégica da Defesa projetada para atuar no atual e futuro cenário geopolítico mundial (ex: A preocupação com a expansão da área de influência da China no Continente Africano e, também por conta disto, o empenho em evitar que os EUA se sinta impulsionado à atuar militarmente no Atlântico Sul e em países da costa oeste da África caso o Brasil não assuma um papel efetivo de liderança ocidental-regional e de contraponto ao avanço asiático nestes cenários abaixo da linha do equador!… No entanto, também não podemos ignorar que por trás destas manobras existe a perspectiva empresarial “brasileira”, com propósitos nem sempre nobres se levarmos em conta a típica ganância dos muitos mercenários apadrinhados do GF… Inclusive o próprio interesse da recém ressuscitada indústria de Defesa brasileira que precisa de parceiros investidores e/ou de ampliar sua carteira de clientes para manter os atuais e alavancar os futuros projetos… Além disto, tem o intento “turvo” e megalomaníaco do GF de conquistar/GANHAR uma cadeira de membro permanente no CS da ONU (Sim!… Este intento do GF é uma mera cartada partidária, política e ideológica que está longe de significar uma PRIORIDADE NACIONAL ou mesmo o melhor para o Brasil na sua atual conjuntura de uma Nação em que seus sucessivos mandatários ainda NÃO se prestaram à cumprir CORRETAMENTE com o “dever de casa” e tendem de forma inconsequente, temerária, e “ESPETACULOSA” queimar etapas essenciais para o processo de qualquer país que tenha a pretensão de interferir diretamente no destino mundial)… Enfim, existem SIM muitos jogos de interesses por trás destas parcerias estratégicas e transferências/doações de recursos para outros países ou para seus governos… Algumas são importantes… Já as muitas outras… (?!?!?)… Só sei que a clara percepção de muitos CIDADÃOS BRASILEIROS e de países “parceiros” é que, na maioria das vezes, o que sobra para o POVÃO nestas “políticas externas de governos” são, SOMENTE, as CONTAS À PAGAR, enquanto os volumosos “dividendos” engordam as contas correntes e bancam a “farra” de um punhado de TIRANETES e CORSÁRIOS eleitos pelo “rei”… ASSIM NÃO DÁ…!… :[
Cooperação com Cabo Verde???
O Que o Brasil ganha com isto???
Me parece mais uma cooperação do tipo da Namíbia, na qual o Brasil estranhamente, treinou, transportou, aquartelou todos no Brasil, os 466 marinheiros e oficiais, para iniciar a marinha da Namíbia, forneceu os uniformes, forneceu a antiga V23 PURUS restaurada, construiu um navio patrulha classe Grajau e dois classe Marlim para eles, COOPERAÇÃO COM DINHEIRO DO BRASIL ou com dinheiro do BNDES que é o nosso dinheiro!!!.
E depois ????
A China é que lucrou, com a venda de um navio militar para eles.
Pergunto: o que o Celso Amorim foi fazer lá?
A quem interessa a remessa de mais dinheiro do Brasil para fora, ou para a tal cooperação com países virtualmente inexistentes economicamente, parte 2.
A nossa pátria é que não é.
É, Marcelo… O lance é o seguinte: Se os planos da “revolução bolivariana” idealizada no Foro de São Paulo forem por “água abaixo” (… e, irão!) aqui pelas bandas das terras brasilisis… Digo: Se o BICHO RESOLVER PEGAR FEIO PRO LADO “DELLES”… os agentes promotores e revolucionários amantes do charuto cubano terão que garantir, além de uma rota de fuga segura, alguns “buracos” ao redor do mundo para se enfiarem (afinal a Ilha dos Castros fica muito longe da Europa e perto demais dos EUA), além de alguns recursos financeiros para estimular uma boa receptividade e hospitalidade por parte das anfitriões locais… Enfim, “elles” só estão fazendo o próprio pé de meia (com nosso dinheiro) para possíveis e/ou indesejáveis tempos bicudos… E, A GENTE SÓ ASSISTINDO DA GERAL A ESBÓRNIA NEFASTA NOS CAMAROTES…! 🙁
Pois é meu povo, “alguém” procurou atrapalhar nossos planos na Guiné Bissau em 2012 quando alegando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos(ali estacionados para prover treinamento aos militares guienenses em acordo assinado pela então situação), parcela de militares se sublevaram e depuseram o governo.
Mas, felizmente estamos caminhando bem com Cabo Verde…
Saudação.