Por Tatiana Russakova
Empresa brasileira irá, juntamente com o conglomerado europeu MBDA, desenvolver um sistema de defesa antiaéreo de média altura próprio. Projeto conjunto pode comprometer planos do Palácio do Planalto de adquirir o sistema russo Pantsir-S1.
A empresa brasileira Avibrás e o principal fabricante europeu de mísseis, MBDA, anunciaram em meados de novembro a decisão de desenvolver em conjunto um sistema de mísseis antiaéreos de média altura. Segundo a revista “Jane’s Defense Weekly”, a decisão poderia influenciar a decisão do governo brasileiro de comprar os sistemas de defesa antiaéreo russo Pantsir-S1.
Embora os detalhes do projeto AV-MMA (Avibras Medium Altitude Missile) ainda não tenham sido divulgados, sabe-se que a base do sistema será a família de mísseis modulares antiaéreos CAMM. A ideia é desenvolver uma versão específica adaptada às condições climáticas do Brasil, com ampla utilização de componentes e tecnologias de propriedade da Avibrás (por volta de 70%, segundo fontes internas).
Especula-se que o módulo de combate poderá ser implantado sobre um caminhão militar Rheinmetall MAN, de design alemão, ou sobre a plataforma TATRA, a qual já é a base da nova geração brasileira de lançadores de mísseis e foguetes, Astros 2020. Segundo a “Jane’s”, o projeto da Avibrás será capaz de concorrer com os sistemas consagrados já em operação de média e baixa altura.
“O surgimento de um concorrente direto do sistema russo, no mesmo nicho de utilização, tem o potencial de alterar a decisão de compra do Pantsir”, aponta a revista. Atualmente, Brasil e Rússia mantêm negociações sobre a compra de três baterias do sistema antiaéreo Pantsir-S1 (12 a 18 lançadores) e, de acordo com o chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro, general De Nardi, as conversações incluem transferência de tecnologia para a produção do Pantsir no Brasil.
O vice-diretor do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias, Konstantin Makienko, confirma que a Rússia está pronta para transferir tecnologia de armamentos inteligentes ao Brasil. “No entanto, o país tem preferência por tecnologia ocidental. Além disso, o Brasil tem um PIB quase que equivalente ao da Rússia, o que os tornam concorrentes geopolíticos globais. Isso cria de certa forma problemas para o aprofundamento da cooperação técnico-militar entre os países”, afirma Makienko.
A assinatura do contrato para fornecimento do sistema antiaéreo Pantsir-S1 estava planejada para outubro de 2014, mas não há previsão ainda de quando o acordo será fechado. “Apesar de haver um contrato com as intenções de compra do sistema russo, o risco do fracasso das negociações é sempre iminente.”
Aposta arriscada
A família de mísseis modulares CAMM foi desenvolvida primeiramente para a Marinha da Inglaterra. A MBDA tenta desde então vender o sistema não apenas para utilização marítima, mas também em plataformas terrestres. “O sistema será colocado em serviço ativo no Reino Unido a partir de 2015-2016, mas a exportação dele é considerada essencial para os fabricantes originais. O anúncio do desenvolvimento conjunto de um novo sistema antiaéreo deve estar preparando terreno para a introdução do míssil no mercado externo”, diz o editor-chefe do jornal de defesa “Vestnik PVO”, Said Aminov.
Segundo ele, o sistema russo Pantsir, que é utilizado não só pela Rússia, mas também por países como Argélia, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Síria, não possui análogos no mundo: sob um único chassi blindado, o módulo de combate é composto por dois tipos de armamentos – canhões e mísseis que se complementam no tiro contra alvos aéreos e terrestres distantes até 20 km a uma altitude de 15 km.
“Os brasileiros estão correndo um risco técnico em apostar em um sistema não testado”, avaliou o editor-chefe. “Há uma grande probabilidade das Forças Armadas brasileiras adquirirem o Pantsir, mas não excluo a possibilidade de no futuro o Brasil ter dois sistemas de defesa antiaérea para diversificar os fornecedores de armamentos.”
De um modo geral, o desenvolvimento de um sistema nacional próprio também tende a ser caro e demorado. “O desenvolvimento de um sistema como anunciado exigiria o investimento de 1,5 a 2 bilhões de dólares em um período de pelo menos 5 anos. Analisando a conjuntura atual, não parece a melhor escolha para o Brasil”, diz Makienko, do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias.
FONTE: Gazeta Russa
Na minha opinião o Brasil deveria ter desenvolvido junto com a Denel variantes VL terrestre e naval do A-Darter com orientação por IR e por Radar exemplos não faltam como o VL MICA, Spyder, RAM entre outros e seguindo com o desenvolvimento do Marlin com a Denel dando maior valor agregado a indústria de defesa brasileira e não correr o risco de embargo de armas ou componentes para algum país que no caso pode acontecer com a versão brasileira do CAMM.
No meu ver isso não impede a compra do sistema russo mesmo porque esta compra é mais por questões políticas e econômicas já que existe um déficit na balança comercial favorável ao Brasil especialmente no comércio de carne. A compra do sistema russo é uma exigência russa para diminuir esta diferença. Então a decisão será política para defender interesses comerciais brasileiros.
A opção mais em conta até que tenhamos o nosso pronto:
http://www.tecnodefesa.com.br/materia.php?materia=1062
http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=14627
Se querem algo razoável (não muito custoso), já empregado pela FFAA brasileiras (a MB já possui e sabe operar já algum tempo), então que decidam-se pelo Aspide 2000 até termos pronto e operacional o nosso próprio sistema anti-aéreo.
Hoje já sou contrário a aquisição do Pantsir quanto do CAMM. O preferível é aprofundar a relação da Mectron (esta sim a Missile’s House brasileira), Bradar (radares), Avibras (plataforma Astros) com a sul’africana Denel. Os US$ 1 bilhão a ser gasto com este Pantsir e mais o que a MB pretende gastar com o CAMM dariam de sobre pra desenvolver uma versão superfície-ar do A-Darter, além de acrescentar o desenvolvimento de outro míssil como o Marlin. Teríamos um efetivo projeto nacional para a defesa anti-aérea terrestre e naval.
Uma basic question, os misseis da Europa seguem a orientação da OTAN ? . . . sei lá, vai que estes misseis só disparem para um lado . . . . A Geopolitica hoje é tão importante quanto a tecnologia . . . .
Concordo …
“””””””Exocet- Mas tais garantias – que pareceram apenas retóricas e desceram com dificuldade pela garganta dos ingleses – não iludem a vigilância dos responsáveis pela segurança das Falklands.
A equipe da Embaixada do Reino Unido em Buenos Aires – chefiada pelo veterano diplomata John Freeman, um especialista em mísseis e armas químicas – considera plenamente possível que o Brasil esteja cooperando secretamente com a Argentina na produção de armas sensíveis.
Nos últimos meses, especialistas europeus da indústria de armamentos tiveram sua atenção despertada para a campanha de testes realizada pela Marinha do Brasil, nos meses de maio de 2012 e de agosto de 2013, com um motor de fabricação nacional para o míssil superfície-superfície MM-40 Exocet, de origem francesa. Cinco meses e meio atrás, O Instituto de Pesquisa Científica e Tecnológica para Defesa do governo argentino e a própria Armada Argentina, admitiram que também estão desenvolvendo o motor do míssil anti-navio Exocet.
Em maio os argentinos realizaram uma prova de bancada com o booster do motor do míssil. A próxima etapa é testar a resistência do receptáculo de suporte do motor. Os militares de Buenos Aires querem aprender a construir o grupo propulsor dos modelos MM-38 e MM-40 do Exocet – serviço que, em tese, os habilitaria a, mais tarde, desenvolver os seus próprios mísseis navais.”””””””
Sistema desconhecido, não plenamente desenvolvido, não testado, não recomendado e ariscado ???
Ou é espelhinho ou cavalo de tróia …parabéns pra quem mesmo. ??
Acho dificil desistir da compra com os russos, afinal, isso levaria anos, e precisamos dos sistema ja para 2016!!
Fico feliz com a possibilidade de virmos a desenvolver um sistema de míssil sup-ar de média altitude, agora, precisamos de um para ontem. Hoje em dia o desenvolvimento de mísseis levam pelo menos uma década.
Ou seja, na melhor das hipóteses, se começarmos hoje, só teremos o míssil operacional em 2024. Até começar a linha de produção e até nos equiparmos, já terá chegado 2030.
Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Precisamos de um sistema hoje e pode muito bem ser o Pantsir.
Sem falar que o Pantsir e o CAMM não são concorrentes diretos já que são de conceitos diferentes, cada um com seu nicho específico dentro das necessidade diversas estabelecidas por doutrinas diversas.
Antes tarde do que nunca, será a Avibrás já não sabia a tempos do interesse do EB na aquisição de antiaerea do tipo Pantsir e somente agora que parece que ocorrerá o negócio eles acordaram para a possibilidade de desenvolver algo do mesmo tipo??? Bem, Bem, tomara que o projeto siga em frente e as FAs o adquiram, pois não somente o exército tem interesse em antiaereas, presumo que FAB igualmente tenha interesse e até a Marinha, claro no caso da Marinha seria uma versão naval ( tá bom, tou sonhando ) . Sonhar não ofende mas infelizmente em um País como o Brasil onde a classe política tá nem ai para as FAs, esse sonho infelizmente nunca passará de sonho …
No meu entender, esses sistemas não necessariamente concorrem entre si.
O CAMM, pelo que já foi exposto, será muito provavelmente algo mais similar ao Spyder MR israelense, sendo mais adequado, portanto, a defesa de meios estratégicos.
O Pantsir, por outro lado, é um sistema eminentemente tático, próprio, por exemplo, para acompanhar tropas em deslocamento ou defender zonas remotas.
Assim sendo, a aquisição de um não necessariamente inviabiliza a aquisição do outro. Pelo contrário… Ambos podem subsistir, agregando as forças brasileiras suas características/capacidades particulares.
Só uma pergunta, se o acordo de venda for fechado com os Russos, qual é mesmo a empresa brasileira que irá receber a ” Transferência de Tecnologia “, para produção local do equipamento ?
provavelmente a avibras em conjunto com a mectron
Exatamente Pedro, a Avibras e a Mectron ou melhor a Odebrecht Defesa e Tecnologia. Sinceramente, isso tá mais parecendo um Lobby (MBDA) disfarçado. São sistemas diferentes, além do que é um sistema que vai precisar de mais desenvolvimento ou seja $$$$$$, ao meu ver, o Brasil não pode se dar ao luxo de esperar por isso, o Pantsir-S1 é uma plataforma testada e eficiente no que se propõe a fazer. Agora, nada impede a Avibras de seguir em frente com essa parceria, a não ser é claro $$$$$$$, que parece que ela como empresa não tem.
Avibras não é da Odebrecht
Claudio, eu me referi a Mectron ser uma das empresas da Odebrecht Defesa e Tecnologia, não a Avibras !
Excelente! Saber que vamos poder diversificar! Seria muito ruim só ter uma fonte de aprendizagem e fornecimento! É ótimo para nossa industria e defesa!
Excelente, americanos e europeus se sentem os donos do mundo, porém, quando o assunto é Russia, eles tremem, pois a tecnologia russa está bem à frente no que se refere a tecnologia militar. Viva os BRICS
Caso levem á cabo esse projeto, isso demonstra o interesse da Avibrás em ingressar de vez por todas nos sistemas de mísseis; pois até então a mesma só fabricava foguetes; sem nenhum guiamento.
Isso explicaria a visita dos diretores da Mectron e as especulações de compra da Avibrás pela Odebrecht Tecnologias .
Mas concordo com o Premier Russo, não podemos apostar todas as fichas em um único fornecedor; sou mais , a aquisição do Pantisir-s1 ( CASO, REALMENTE OS RUSSO TRANSFIRAM A TECNOLOGIA), assim teríamos conhecimentos em Software, hardware eletrônica etc…
Que não é de conhecimento e domínio Europeu ou Americano, dando nos um certo sigilo e independência nessas importantes áreas .