A implementação do Distrito Industrial Municipal (DIM) de Anápolis foi tema de audiência pública, na última quarta-feira (23), na Associação Comercial e Industrial do município (Acia). O superintendente do Desenvolvimento do Centro-Oeste, Nelson Fraga, participou do evento em que o prefeito Roberto Naves palestrou sobre o plano da administração para uma nova área para instalações de empresas de transformação na cidade.
O evento contou também com a presença do deputado estadual Coronel Adailton e o do deputado federal Marcos Abrão, atual secretário da Fazenda do município; e do titular das pastas do Desenvolvimento Econômico e da Agricultura de Anápolis, Adriano Baldy. Também estavam presentes lideranças empresariais da cidade, como o vice-presidente da Acia, Ronaldo Luiz de Miranda, o presidente do Comitê da Indústria de Defesa e Segurança de Goiás (Comdefesa-GO), Anastácios Dagios, e membros das duas instituições.
Uso sustentável dos recursos naturais
O projeto de instalação do DIM, explicou o prefeito, “vai beneficiar a população da região Norte de Anápolis com oportunidades de emprego e renda mais perto de suas casas”. Além disso, por estar próximo à Área de Proteção Ambiental (APA) do Piancó, “o distrito tem viés tecnológico e sustentável, capaz de irradiar uma cultura de uso sustentável dos recursos naturais”.
Na abertura do evento, o superintendente Nelson Fraga falou sobre o papel da Sudeco de promover o desenvolvimento do Centro-Oeste e contribuir para o do Brasil. “O papel da instituição tem sido inovar para buscar alternativas com um olhar de futuro.” Fraga citou iniciativas com as de cidades inteligentes e parques tecnológicos, como contribuições para uma visão mais prospectiva do desenvolvimento.
Exportações com valor agregado
Outro assunto debatido no evento foi a necessidade de uma política nacional para promover maior agregação de valor aos produtos brasileiros e do Centro-Oeste. Atualmente, o país é um grande fornecedor de matérias-primas, como grãos e minérios, para o mercado internacional de commodities. Com isso, os produtos nacionais são beneficiados em economias mais desenvolvidas, que ficam com a maior parte do valor agregado, resultando em perdas de emprego, renda e arrecadação para o Brasil. “Isso fez com que nós voltemos a um nível de industrialização dos anos 70”, apontou.
Durante a audiência pública em Anápolis também foram debatidos os impactos dos projetos de infraestrutura nacionais para o desenvolvimento do estado. As ferrovias Norte-Sul, que transportará grãos produzidos em Goiás para o porto de Santos, e Centro-Atlântica se conectam em Anápolis, o que vai gerar impactos para a economia local. Também fica em Anápolis o porto seco do Centro-Oeste, cujo terminal alfandegado permite o envio de mercadorias para exportação via porto de Santos prontas para o embarque.