Por Roberto Caiafa
A brasileira Avionics Services realizou o lançamento oficial da aeronave remotamente tripulada (ARP) “Caçador”, classificada como classe 4, no dia 30 de junho último. O evento foi realizado no aeródromo municipal de Botucatu, interior do Estado de São Paulo
Durante a apresentação das capacidades do projeto, feita por especialistas da Avionics Services, destaque para o grande potencial em missões táticas de inteligência pelas forças armadas (estratégicas com o advento do sinal de satélite), segurança pública, defesa civil, policiamento ambiental e agro negócio. A ARP “Caçador” é baseado no UAV Heron-1, desenvolvido pela empresa Israel Aerospace Industries (IAI).
O tipo já se encontra em uso no Brasil há mais de 5 anos, sendo operado pelo Departamento de Policia Federal (DPF). A aeronave já cumpriu todos os regulamentos e obteve todas as permissões exigidas pelas autoridades governamentais brasileiras, sendo a única ARP classe 4 nacional até o momento.
Todo suporte de manutenção e serviços é realizado pela própria Avionics no Brasil, o que favorece o pós-venda. O programa abre boas possibilidades de negócios nacionais e internacionais. Segundo João Vernini, presidente da Avionics, o mercado interno pode absorver de 15 a 20 sistemas até 2021 e para o mercado externo projeta vendas de 20 a 30 unidades no mesmo período de cinco anos.
Há 3 anos, a IAI e a Avionics Services trabalham em conjunto para estabelecer uma base industrial brasileira consistente no mercado de sistemas não tripulados. O processo incluiu transferência de tecnologia para garantir uma maior independência da indústria nacional e domínio dos complexos e avançados sistemas.
Após as apresentações das autoridades civis e militares presentes, foi feito um voo com duração aproximada de 60 minutos. O Caçador sobrevoou o aeroporto, a região e suas estradas, transmitindo as imagens para um telão no interior do hangar. A pilotagem dentro da cabine de controle também foi demonstrada durante o voo. Uma rápida cerimônia de “batismo” com o tradicional banho de champanhe contou com a participação de João Vernini e Henrique Gomes, presidente da IAI do Brasil.
Valores e curiosidades técnicas
Um sistema não tripulado completo é composto por três ARP Caçador, três imageadores aéreos MOSP (torretas giro estabilizadas), uma estação de controle e uma antena de comunicação ponto-a-ponto para cada aeronave. O treinamento de efetivos para esse pacote abrange pelo menos 6 pessoas e pode chegar a 30 milhões de dólares. A antena ponto-a-ponto está montada em um reboque e possui suprimento próprio de energia.
Um opcional estratégico é a antena satelital que aumenta de 300km para 1.000km o raio de ação do equipamento. Este recurso deverá estar disponível ao Governo Federal brasileiro após a entrada em serviço do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), prevista para ocorrer antes do final do primeiro semestre de 2017.
A estação de controle móvel, montada em um container padrão, possui gerador próprio e pode ser ligada a corrente elétrica 110V ou 220V trifásico, o que facilita a instalação. Também dispõe de baterias no-break, para-raios, ar-condicionado e aterramento. Cada cabine pode operar simultaneamente dois aparelhos, que demandam dois pilotos cada um. A estação de controle pode receber ainda um chefe de operações e mais um piloto.
O container de transporte do Caçador permite que asas, fuselagem, sensores, equipamentos de apoio em solo, ferramentas e outros materiais, após a desmontagem do ARP, sejam carregados e preparados para transporte de forma rápida e segura.
O Caçador está equipado com motor Rotax 914, com 115 HP, tem carga útil de sensores de 250 kg, leva 600 litros de combustível e voa a uma velocidade máxima de 112 kt (207 km/h). A velocidade de estol é de 50kt (um número surpreendente propiciado pelas enormes asas), e sua velocidade de cruzeiro ideal é de 65kt, alcançando 40 horas voadas ininterruptamente nesse regime até uma altitude de 30.000 pés (9,2 km de altitude).
Com essa performance, o modelo é virtualmente indetectável e seguro, pois apresenta baixíssima assinatura infravermelha e sonora e pode operar fora do alcance de sistemas MANPADS e canhões antiaéreos guiados de curto alcance, as principais ameaças vindas do solo contra ARPs no cenário sul-americano.
Essa capacidade é complementada por seus sensores, como ficou patente na demonstração. Mesmo voando afastado do aeroporto de Botucatu, a grande altitude, o Caçador transmitiu imagens do hangar da Avionics Services, no solo, a quilômetros de distância, sendo possível reconhecer as pessoas no telão tal a definição das imagens geradas pelo MOSP (a cores).
Isto mesmo marcio cadê o falcão? Deve ser muito bom e o melhor é descontinuar mesmo quando no experimento. O de fora sempre é melhor.
Sobre o Vant Falcão da Avibras foi para a gaveta mesmo?
Parece que foi… morreu junto com a tal Harpia Sistemas, tramóia da Elbit/ AEL.
Que siga o projeto para colher frutos do que foi desenvolvido até agora!
Que venham encomendas logo : FAB , Exército e Marinha .
Caramba, mal saiu do chao e equipado pelo menos c bons sensores e ja estao querendo q carregue bombas, foguetes, rsrsrrs que tal misseis ou canhoes 20 mm……….rsrsrsrsrsr…….paciencia pessoal, primeiro uma encomenda das FAs para depois acertar estes detalhes, afinal, ninguem esta la para fazer caridade. Sds
Não é nada fora da realidade, até relativamente simples, e só aumentariam a chances de conseguir clientes.
Carl, compreendo seu pensamento, mas a verdade mesmo eh que somente o cliente pode especificar os meios q deseja e cabe entao ao fabricante disponibilizar ou nao estes dispositivos (armas). Sds
Celso
Entendo seu ponto de vista, mas o que estou dizendo é que o projeto deve está disponível para o cliente. Um modelo armado e outro desarmado seria muito interessante para a própria empresa.
Certamente que estamos avançado muito, mas enquanto não tivermos esse produto israelenses, americanos e chineses vão ganhando mercado e confiança de seus clientes. Quanto mais demorar mais difícil será de concorrer.
O seu comentário foi pertinente foi o comentário do outro colega que me pareceu um tanto desagradável.
Ou talvez carregado com uma ogiva nuclear tática.
O Predador, por exemplo, usar armamento para a ataque mas não nuclear. Fernando você poderia nos dá um exemplo de aeronave não tripulado com as características do ARP Caçador que usa armamento nuclear?
Aliás, você parece muito familiarizado com o assunto e poderia nós dizer por qual razão não seria possível ou viável o ARP usar armamento leve?
Seria falta de clientes, mas aí como explicar a venda do Predador para Itália, Marrocos, Turquia entre outros?
Seria algo impossível fabricar veículo aéreo não tripulado capaz de usar armento de ataque, mesmo já existindo outros?
Falta de cliente, talvez seja por isso que você fez esse comentário super inteligente (carregar uma ogiva nuclear)? Uma versão armada seria mais cara, mas aí não seria o caso de oferecer o mesmo veículo mas sem a capacidade de usar armas?
Espero sua resposta quero aprender, e aparentemente você tem muito conteúdo para compartilhar…
Tomara que não seja mais um voo de galinha.
Muito bom, mas bem que poderiam está armado com dois casulos de 7 foguetes cada um de 70mm ou 2 bombas guiadas. Não é para ganhar mercado então…
Foguete de 70 mm? Em um UAV?
O MQ-1 que tem características parecidas com o Caçador e carregar dois misseis AGM-114 cada um pesando algo em torno de 45-49kg, no total 90-98kg. Foguetes guiados de + ou -16kg ou não guiados de + ou -7kg não seria nada fora da realidade.
Esse meu comentário gerou muita polêmica, mas não existe nada de especial em equipar um VANT/UAV com armas. A configuração só depende da empresa que fabrica, e ao usar foguetes que são muito mais baratos que misseis (mesmo os guiados) você aumenta a chances de venda.