Florianópolis, 16.5.2019 – O projeto da Marinha para a construção de quatro corvetas classe Tamandaré pode andar com alguma dificuldade, mas não volta atrás, garantiu o vice-almirante, Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, diretor de gestão de programas da instituição, durante reunião do Comitê da Indústria de Defesa da FIESC (Comdefesa), nesta quinta-feira (16), em Florianópolis.
Atualmente, um aporte de R$ 2,5 bilhões previsto para o projeto está contingenciado na lei orçamentária (LOA), do governo federal. “Não foi cortado. Foi congelado. A nossa expectativa é de normalização no segundo semestre. Acreditamos que essa situação, que não é confortável, seja resolvida até o terceiro trimestre do ano. Essa é a nossa visão. Não vamos parar”, disse ele, ressaltando que a meta é assinar até dezembro os contratos relativos ao projeto com o consórcio Águas Azuis, que venceu a concorrência para construir as corvetas. Essa fase contratual é conduzida pela Emgepron, empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do Comando da Marinha.
Os navios serão construídos em Itajaí pelo estaleiro Oceana, integrante do consórcio Águas Azuis, que também é composto pela Thyssenkrupp Marine Systems (TKMS) e Embraer. “O Brasil e a Marinha precisam modernizar a sua frota. Isso é um fato”, afirmou, o vice-almirante, lembrando que a frota brasileira tem idade média de 36 anos enquanto a média ao redor do mundo é de no máximo 30 anos. “Navios com essa idade se tornaram obsoletos, extremamente caros e afetam as atividades de defesa da Marinha no oceano, na Amazônia Azul e nos compromissos firmados pelo Brasil em âmbito internacional. É mais um motivo para afirmar que esse projeto só anda para frente”, reforçou.
Petronio também salientou as oportunidades para a indústria fornecer para o projeto. Estima-se que entre 30% e 40% de todo o navio será montado com material nacional. “Temos uma expectativa que aumente a quantidade de conteúdo local. Isso traz no seu bojo desenvolvimento tecnológico e empregos”, avalia, ressaltando que no pico da construção devem ser gerados 1.750 empregos diretos e cerca de 6 mil indiretos. Segundo ele, em torno de 50 empresas nacionais já teriam memorandos de entendimento para fornecer ao consórcio, sendo que 28% delas estão localizadas em Santa Catarina.
O presidente do Comdefesa, Cesar Olsen, salientou que a FIESC tem recebido diversas delegações militares que vêm conhecer a indústria e apresentar as demandas. “Temos capacidade industrial e tecnológica. O classe Tamandaré é um super projeto e abre possibilidade de novos negócios”, disse.
O diretor institucional e jurídico da FIESC, Carlos José Kurtz, lembrou que esse projeto da Marinha é histórico e chamou a atenção para a dimensão tecnológica, social e de oportunidades para Santa Catarina.
FONTE E FOTO: FIESC
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