Os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, se reuniram nesta terça-feira para reafirmar o compromisso de fortalecimento de parceria estratégica em defesa.
Entre as varias áreas de possíveis parcerias, o maior destaque foi o da cooperação naval, com a implementação do Programa de Desenvolvimento do Poder Naval de Angola (PRONAVAL), por meio da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) da Marinha do Brasil.
O Programa Naval angolano inclui, além da construção de estaleiros em Angola, a aquisição de seis navios-patrulha de 500 toneladas, a capacitação de recursos humanos para a construção, manutenção e operação dos navios, estaleiros e sistema de vigilância marítima.
O ministro Celso Amorim ressaltou que o país africano é um parceiro estratégico, o “vizinho mais próximo do outro lado do Atlântico Sul” e, neste aspecto, a cooperação marítima é imprescindível.
Os ministros também assinaram uma declaração conjunta com a finalidade de estreitar relações e cooperações em temas como ensino e treinamento, saúde militar, operações especiais, missões de paz, sistemas de vigilância marítima, construção de estaleiros e aquisição navios-patrulhas, entre outros.
“Essa cooperação é muito intensa em áreas como petróleo, construção civil, educação e cultura”, disse Celso Amorim lembrando dos mais de 30 entendimentos já acordados durante a primeira reunião do Comitê Interino Conjunto de Defesa, ocorrida em maio, na capital Luanda, em Angola.
“Sabemos do papel de Angola em organismos africanos e o apreço que outros países têm por Angola e no esforço para manter a paz na região”, acrescentou.
O ministro angolano, João Manuel, ressaltou valores comuns entre os dois países, como a língua e a harmonia de pensamento que aproximam as duas nações. Ele falou sobre o interesse em adquirir equipamentos e meios para dar segurança marítima à região, combater a pirataria no Atlântico Sul e manter a Angola livre de ameaças e de outros ilícitos.
Além disso, João Manuel declarou que Angola tem especial interesse em intercâmbios na formação profissional e saúde militar, além de implementar uma base industrial de defesa.
Ao final da reunião, o ministro Amorim disse que há inúmeras possibilidades de incrementar a cooperação. Ele lembrou dos cursos de formação das Forças, em especial, o de sargento da Aeronáutica, onde são formados especialistas em aviação, eletricistas, mecânicos, e que pode servir não só as organizações militares angolanas, mas a sociedade como um todo.
Visitas
Com o objetivo de incrementar a cooperação em defesa, a comitiva angolana realizou uma série de visitas a empresas brasileiras. Esta semana, a delegação visitou as instalações da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), da Marinha do Brasil. Os integrantes também conheceram as estruturas fabris da Embraer, onde conhecerão o projeto da aeronave cargueiro KC-390.
A comitiva também deverá visitar, em Brasília, o Hospital das Forças Armadas (HFA), com o intuito de promover cooperação na área de saúde.
Forças Armadas
Presente na reunião, o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, destacou a disposição da força terrestre em colaborar com a formação, em diversos níveis, de militares angolanos, inclusive, na área de engenharia. O general ainda apontou como soluções nacionais de defesa o projeto do blindado Guarani e o sistema de lançadores de foguetes Astros 2020.O chefe do Estado-Maior, almirante Carlos Augusto de Sousa (que representava o comandante da Marinha), reiterou a preocupação compartilhada da Marinha do Brasil em manter o Atlântico Sul livre de ameaças e ilícitos. O almirante disse que aguarda a resposta do governo angolano sobre cooperação entre os grupos de fuzileiros navais dos dois países. Como exemplo de sucesso da força naval, o almirante frisou o projeto de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAz).
O chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, brigadeiro Ricardo Machado Vieira, disse que aguarda as demandas das forças angolanas sobre as ofertas de cursos da Força Aérea para 2015. Ele lembrou aos angolanos que a FAB participa ativamente do projeto KC-390.
CPLP
A operação Felino, exercício militar realizado pelos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi assunto de destaque da fala do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), do Ministério da Defesa, o general José Carlos De Nardi. O chefe do EMCFA registrou que a Angola será sede da Operação em 2015, e que o Brasil está à disposição para subsidiar os colegas angolanos.
O secretário de Produtos de Defesa, do Ministério da Defesa, Murilo Barboza, convidou os militares angolanos para conhecerem a terceira edição da Mostra BID-Brasil, evento sobre os produtos de defesa, que ocorrerá em setembro, em Brasília.
FONTE: JB
Só acredito se for a iniciativa privada que executar o trabalho , pois a ENGEPRON não tem competência para construir e devia ter sido privatizada a tempos.
Gabriel, a EMGEPRON não constrói nada, portanto, não há pq ter este tipo de competência. Ela é uma empresa ligada a MB e sua função é gerenciar projetos e ofertar nossos produtos a outros clientes. OK?
As patrulhas de 500 toneladas vão ter que ser importadas, por que em 12 anos, os estaleiros brasileiros não conseguiram fabricar nem 5 barcos para a nossa Marinha, tudo vai a pleno passo de tartaruga, nestes 12 nos.
Não está na hora de dar prioridade para o planejamento da atualização dos nossos meios flutuantes???
Não está na hora de priorizar pelo menos 12 fragatas leves com um “minimo” de defesa para os VASTOS Recursos que temos no MAR?
Para ter bom senso, um contrato com a HYUNDAI Coreana, poderia proporcionar estes meios de maneira bem logica, quanto a recursos e prazos de entrega.
O Brasil tem que arranjar alguém para nos ajudar implementar nosso Programa Naval que está indo no ritmo mais lento do que uma lesma no caso do PROSUPER.
O Brasil é cheio de parcerias “caracu” . A única coisa de concreto que sai destas parcerias são finaciamentos não pagos do BNDES, doação de armamentos, treinamento de graça e mais nada. Há inumeros casos deste tipo
Com tanto lugar bom para Angola comprar navios, eles vem comprar aqui?? Deve ser porque ninguem quis financiar, mas o BNDES financia…
Se o EISA estivesse em plena atividade poderíamos até abraçar esses seis NaPa que Angola precisa, mas do jeito que está estou começando a duvidar até que vão entregar os cinco Patrulhas do segundo lote para a MB.
Incrível como uma má administração pode “afundar” um negócio promissor. A carteira de contratos do EISA é invejável (26 contratos) e a MB ainda precisa de mais 20 NaPa, mas os sócios não investem em ampliação e modernização, não conseguem cumprir os contratos, a receita não entra no caixa, vem as multas, some-se a isso problemas trabalhistas e por aí vai…Acho que o governo deveria intervir, o ramo é promissor e extremamente necessário, não pode deixar falir e ficar de braços cruzados…
É importante cooperar e criar laços com todos do outro lado do oceano!
Só que eu vejo muito isso de cooperação assinaturas de memorando de entendimento porém, as coisas não saem do papel!
Sds.