A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) oficializou novos investimentos para fortalecer e promover a capacidade industrial, produtiva e tecnológica das empresas da Base Industrial de Defesa brasileira (BID). Os anúncios foram feitos nesta quarta-feira, 2/4, durante a 15ª edição da Laad Defence & Security – Feira Internacional de Defesa e Segurança, no Rio de Janeiro (RJ).
As ações são um desdobramento do Acordo de Cooperação Técnica entre a ABDI e a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), firmado em 2024.
A Agência contratou a Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP) para estruturar o monitoramento da Base Industrial de Defesa, o que inclui análises qualitativas e quantitativas de segmentos selecionados da BID, assim como a utilização de parâmetros e variáveis que serão atualizadas periodicamente.
O objetivo é que esses dados subsidiem a construção de políticas públicas assertivas para a BID e apoiem a tomada de decisões relacionadas às metas da Nova Indústria Brasil (NIB).
A diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida (foto), destacou a importância dos dados para a formulação de políticas públicas assertivas, principalmente em setores como a Defesa.
“A análise criteriosa de dados sobre cenários geopolíticos, capacidades tecnológicas e necessidades operacionais permite que os tomadores de decisão desenvolvam estratégias fundamentadas e alinhadas às prioridades nacionais. Isso reduz a margem de erro e otimiza o uso de recursos, direcionando esforços para áreas que realmente fortalecem a segurança e a soberania do país”, disse.
O professor Nelson Barizzelli, coordenador do projeto pela FIA/USP, falou do objetivo da iniciativa. “Nosso objetivo é desenvolver trabalhos e pesquisas que possam ajudar aqueles que estão ligados à defesa no Brasil na utilização das técnicas mais modernas e utilizadas com sucesso no exterior”.
Banco de offset
A segunda medida foi a contratação do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). O objetivo é a estruturação de modelagem de um banco offset ofertante para o Brasil.
No Brasil, o offset ofertante tem um papel estratégico no fortalecimento da Base Industrial de Defesa e na promoção da soberania nacional.
Esse mecanismo permite que a indústria brasileira se beneficie de tecnologias avançadas trazidas por empresas estrangeiras, reduzindo sua dependência de fornecedores internacionais. Além disso, o offset fomenta a modernização das Forças Armadas por meio de acordos que envolvem transferência de tecnologia e inovação, garantindo maior eficiência operacional e promovendo a capacitação técnica de profissionais locais.
O diretor-presidente do CGEE, Fernando Rizzo, ressaltou a parceria com a ABDI. “Eu acredito que a gente tem todas as condições de ampliar essa parceria para outros projetos nessa área de defesa,”, citou.
“A ABDI está cada vez mais perto da indústria nacional e olhando para a 6ª missão da NIB, que coloca a defesa e tecnologia de defesas como prioridade para o País. Nesse sentido, a nossa Agência fez hoje duas assinaturas importantes”, afirmou Perpétua. “Para o Brasil seguir soberano, precisa ter empresas fortes, desenvolver tecnologias e, nesse sentido, a ABDI começa fazendo um raio-x para ver onde a gente pode melhorar e como o Congresso brasileiro e as nossas instituições podem ajudar a pensar a indústria de defesa”, finalizou a diretora.