Por Márcio Padrão
Construído em 1983, o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, é mundialmente conhecido por sua localização privilegiada, próxima da linha do Equador, que permite reduzir em até 30% o combustível necessário para um voo especial.
Seu potencial, no entanto, foi pouco explorado até agora, porque havia uma limitação para o uso da base por outros países. Com, o novo Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que permite aos Estados Unidos lançarem satélites com fins pacíficos a partir de Alcântara, espera-se que haja mais investimentos na área.
Mas há quem veja ameaças à soberania nacional e uma aproximação exagerada do presidente Jair Bolsonaro com o presidente norte-americano Donald Trump, em torno de uma agenda conservadora, nacionalista e “antiglobalista”. Vale lembrar que Bolsonaro já defendeu a instalação de uma base militar americana em solo brasileiro.
Centenas de milhões
Os valores do negócio não foram divulgados, mas segundo o presidente da AEB (Agência Especial Brasileira), coronel Carlos Moura, são esperados aportes expressivos dos EUA no Brasil:
“Cifras na ordem de dezenas a centenas de milhões de dólares ao ano seriam uma estimativa conservadora e realizável num horizonte de médio prazo”
O acordo é chamado de “salvaguarda tecnológica” por estabelecer que apenas pessoas designadas pelas autoridades dos EUA terão acesso aos artefatos com tecnologia norte-americana. O país teme espionagem.
Em contrapartida, o Brasil receberá pagamento pelo aluguel da base para lançamentos.
Fala-se de um acordo do tipo desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, mas o texto foi barrado pelo Congresso Nacional. A proposta voltou a andar no governo Temer, mas sem conclusão. O texto agora precisa passar de novo pelo Congresso.
Por que importa tanto?
A base de Alcântara é cobiçada, porque fica num ponto estratégico. Voo que saem a partir dali rumo à órbita equatorial (onde o satélite artificial ou natural orbita baixo, na altura da linha do Equador) tem custos operacionais menores em relação a outras bases pelo mundo. Isso é uma diferencial para voos com cargas maiores, por exemplo, um foguete com grande quantidade de satélites.
Mas, mesmo com essa vantagem nas mãos o Brasil, ainda está atrás muito na corrida espacial do século 21. Parte desse atraso foi por causa de um grave acidente em 2003, quando o foguete brasileiro explodiu, que limitou seu uso ao lançamento de sondas, sem colocar em órbita nenhum satélite.
Nos últimos anos, a base de Alcântara ficou restrita a voos suborbitais (altitude de até 100 km acima do nível do mar) e a foguetes de testes, enquanto a iniciativa privada investe pesado em voos especiais já temos testes feitos pela SpaceX, de Elon Musk, a Virgin Galactic, de Richard Branson, e a Blue Origin, de Jeff Bezos.
Com o novo acordo, tanto países quanto empresas podem fazer lançamentos maiores a partir de Alcântara programas especiais que usam tecnologia americana também estavam impedidos de usar a base.
Empurrãozinho
Além de tentar abocanhar parte do rico mercado espacial, que movimentou US$ 3 bilhões em 2017, segundo dados da Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos (FAA), a questão principal para o Brasil é que o acordo pode ser um impulso no nosso programa.
Os EUA detêm cerca de 80% da tecnologia de lançamento de satélites, e para outro país usar essa tecnologia em projetos próprios era necessário um acordo como esse. Estima-se que, em todo o mundo, exista uma média de 42 lançamentos comerciais de satélites por ano.
Carlos Gurgel, professor do departamento de engenharia mecânica da UnB e ex-diretor de satélites da AEB, afirma que mais importante que o lucro da atividade espacial é a necessidade de se formar o que ele chama de uma “economia espacial brasileira”. Agora, diz ele, o país pode desenvolver mais tecnologia e inovação na área espacial.
Soberania ameaçada?
No entanto, há quem veja uma ameaça à nossa soberania nacional. O projeto foi bloqueado pelo Congresso brasileiro, no fim dos anos 2000, porque os parlamentares consideraram que a zona seria administrada pelos Estados Unidos, na prática. Havia muitas restrições no acesso brasileiro a qualquer tecnologia dos EUA.
O novo acordo traz uma cláusula estabelece que nada no AST pode prejudicar o desenvolvimento autônomo do programa espacial brasileiro, e os recursos vindos dos EUA em futuros acordos comerciais com o Brasil poderão ser usados em qualquer etapa do Programa Espacial Brasileiro, menos em veículos lançadores –ou seja, foguetes.
O embaixador do Brasil nos EUA, Sérgio Amaral, explicou que “nada impede que toda a receita obtida financie o Programa Espacial Brasileiro e o Tesouro Nacional arque só com o desenvolvimento de foguetes lançadores”.
Mas ainda não está claro os detalhes de como esses pontos seriam na prática.
“A soberania de maneira nenhuma é afetada. Isso é um tipo de acordo importante a ser feito e é feito em termos técnicos e não tem qualquer tipo de influência ou provocação à nossa soberania. Muito pelo contrário, vamos ganhar muito com isso”, afirmou o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia. “Imagina que você trouxe alguma tecnologia para dentro do seu quarto [de hotel] que, logicamente você controla. Você tem a chave do quarto, mas eu, como dono do hotel, posso entrar a hora que precisar. É algo mais ou menos nesse estilo”, explicou.
O Ministério disse que é importante assinar acordos com outros países, como o Japão e a Índia, para que o uso da base não fique limitado só aos EUA, mas também não há qualquer previsão para que isso aconteça.
O que se sabe é que estava prevista uma área exclusiva para os americanos dentro do centro de lançamento e a possibilidade de transitarem com material pela área sem passar por inspeção do Exército brasileiro. Mas isso foi eliminado do novo projeto, segundo o governo. Em contrapartida, os Estados Unidos exigiam que não houvesse transferência de tecnologia.
FONTE: BOL
O Brasil, deve unir-se com as grandes potências como acontece na Europa. O país receberá muitos dólares e tecnologia para sair desse atraso provocado pelos defensores de 4 dedos que queriam entregar Alcântara para Cuba e Venezuela. Acorda meu povo.
É…temos que esperar pra ver. O importante nos acordos e contratos muitas vezes não é o que está nas linhas, mas nas entrelinhas! Os americanos, especialmente no atual governo, nos veem como seu “quintal” e estão em posição de grande vantagem sobre nós para quebrar acordos e fazer pressões no futuro. Então toda atenção e cuidado é pouco com eles. Não se esqueçam dos escândalos de espionagem feitos a alguns anos por agencias americanas contra o Brasil e outros países aliados deles.
Ganha no máximo uma coleira de segunda mão e e um pouco de ração vencida.
Quanta viralatisse desdentada. Nem late esse vira latas
Humilhação submissão total
Essa é a nova ordem
Quanta imbecilidade Dário, então,fica com o cachorro com a coleira velhinha sem água e sem ração….
Que comentário sem sentido. Não sabem repetir outra coisa?
Ganhar dinheiro de arrendamento agora é ter coleira? Vamos crescer e para de repetir bobagens ditas por politiqueiros que estão na cadeia. Vamos virar adultos.
Dário o brasileiro foi doutrinado a ver os Estados Unidos como “imperialista”, e não por acaso a mídia é uma das responsáveis. Submissão é ler de organismos internacionais como a ONU imposições de que o Brasil deve atender determinada resolução, isso por achar que são eles quem definem por exemplo que um país é obrigado a receber imigrantes. Isso é imposição imperialista! Um núcleo central emanando ordens que países “soberanos” devem atender sob pena de serem difamados com adjetivos degradantes. Não querem nem saber de avaliação do Congresso. Você não justificou essas críticas que fez, qual é o argumento?
Mas de factível o que realmente o Brasil ganha?
Vi uma explicação sem muito parâmetros a cima.
Dinheiro que o EUA vão repassar?
Por que repassariam este dinheiro?
Tecnologia ninguém dá de graça, a não ser que compre ou desenvolva em parceria.
Até mesmo países de grande tradição histórica como a Inglaterra, não foi contemplado com transferência do F 35, então como eles dariam ao Brasil?
Não sou da área, porém vejo uma certo deslumbre sobre o EUA ou sentimento de incapacidade do estado brasileiro.
A matéria explica muita coisa…não tem muito mistério no aluguel de uma base. Tirando a choradeira de um pessoal alienado politicamente.
……………
Não só empresas dos EUA, mas outras empresas de outros países pagarão para usar a base que fica em uma localização privilegiada. Acho que o valor é exato não de saber…deve depender de vários fatores, a começar pela quantidade de lançamentos.
……………
Por que repassariam esse dinheiro
R: ora, por que nós estamos alugando…estranho se eles não pagassem.
…………….
Ninguém da tecnologia de graça
R: verdade… Principalmente empresas brasileiras. Sempre é assim, os EUA gastam anualmente centenas de bilhões de dólares em pesquisa, americanos queimando os cérebros para desenvolver produtos e serviços. Por que eles dariam de graça? Só se for na base da pirataria e espionagem industrial que é prática comum de chineses, por exemplo.
……………..
Mas por que as empresas americanos dariam algo de graça para os ingleses? As empresas americanas não dão doidas. Gastam uma fortuna em pessoal para dar aos ingleses?
Quanto ao F35, há inúmeros parceiros no projeto. Os ingleses são os parceiros mais próximos, depois vem Itália e outros. Várias empresas inglesas fazem parte do F35, há linha de montagem no Reino Unido, gerando expertise e empregos na Inglaterra.
F35 é um projeto, participa quem quer. Ingleses e italianos fazem parte, franceses e alemães não. Isso não tem problema…
……………
Com todo o respeito, mas parece que você está com uma visão romântica dessa base de Alcântara. O Brasil apenas quer alugar a base, ganhar dinheiro e se possível conseguir alguns parceiros. Ninguém vai ficar fazendo foguete para o Brasil ou nos presenteando. Nós não fazemos isso também, nossas empresas cuidam do rabo delas… Ninguém vai ficar dando nada de graça. Não devemos esperar de outros países aquilo que nos brasileiros não fazemos.
Abraço!
Quanto vc ganha pra falar tanta bobagem? Quando vc crescer e virar um homem com responsabilidades entenderá do que se trata. Aproveite os seus jogos de vídeo game garoto
O que o Brasil ganha?
R: Dinheiro, empregos, acesso a conhecimentos e oportunidades acadêmicas. Só pra citar alguma coisa…
Vc leu o acordo? Onde isso está escrito?
A econômia de combustível é excelente mas o melhor é que o veiculo (foquete) pode chegar a uma distancia que não podia antes por esta razão.
Prezado Sr. Luiz Padilha,
Algumas dúvidas:
– o presente acordo dá exclusividade aos USA ou outros paises, a criterio exclusivo do Brasil, poderão também utilizar as instalacões ?
– os USA utilizam as instalações da Guiana Francesa para lancámentos?
Grato
Att.
Pedro Henrique Garcia
Pedro, entenda o CLA como uma espécie de Alphaville (condomínio), onde você aluga o terreno, e faz seus lançamentos de lá. Esse mesmo tipo de acordo, pode ser feito com qualquer outro país, passando pelo mesmo processo de Salva-guardas.
Quanto à base na Guiana Francesa, não, os EUA não fazem lançamentos de lá, uma vez que o tipo de plataforma alí usado, é específico para o foguete que será utilizado – hoje Kourou possui cinco plataformas, estando uma desativada, uma onde operam os veículos Vega, outra para o Ariane 5, uma quarta para os veículos Soyuz e a quinta, ainda em construção, para o futuro veículo Ariane 6.
Espero ter ajudado.
Outro colega respondeu.