Moscou – A Rússia, tradicional fornecedor de helicópteros militares para a América Latina, está procurando seu nicho na região para fornecer aeronaves, mas de uso civil, disse o diretor geral do grupo empresarial russo “Rússia helicópteros”, Andréi Boguinski.
“Estamos interessados em promover o fornecimento de helicópteros civis para o mercado latino-americano”, disse ele em uma conferência de imprensa realizada durante a MAKS 2021 em Zhukovskoie. A MAKS 2021, que terminará no próximo domingo, 291 empresas estrangeiras de 56 países participam pessoalmente ou de forma telemática. O diretor do Grupo empresarial lembrou que a América Latina “tradicionalmente utiliza helicópteros russos”, tanto para o transporte aéreo militar como para o combate”.
“No Peru, nossos parceiros têm um centro de reparo e manutenção de helicóptero da marca MI, onde cumprimos todos os nossos compromissos. Com o Brasil também há um centro de manutenção”, lembrou ele, apontando que os países como a Colômbia, o México e a Venezuela também adquiriram essas aeronaves.
“A experiência de exploração é muito grande e é por isso que vemos muitas possibilidades no mercado de helicópteros civis”, acrescentou. Nesse sentido, ele comentou que, devido às dificuldades impostas pela distância entre a Rússia e a América Latina, A Russian Helicopters busca “um parceiro de negociação forte” na região para vender e dar serviços pós-venda, reparação e manutenção. Entre os países latino-americanos que compraram helicópteros de fabricação russa, o Peru se destaca, com uma das maiores frotas da região.
Durante anos, este país andino emprega com sucesso as aeronaves da série MI-8/17 e MI-24/35 para missões nas áreas mais difíceis e inacessível do país. Helicópteros russos também são amplamente utilizados no México, que possui unidades de MI-8 e 24, unidades de Mi-17 e recebeu dispositivos MI-17V-5, uma versão modernizada do modelo MI-8T. Outro país da região que adquiriu helicópteros russos é a Argentina, que tem MI-35M, MI-28NE, KA-52 e MI-171E.
Em relação à Espanha, Boguinski recordou que, como país membro da União Europeia (UE), se deve aos regulamentos da Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA), e só pode receber helicópteros aprovados por esta entidade. “Só podemos exportar o KA-32, que tem o certificado europeu”, disse ele, apontando que a Espanha usa aeronaves russas para extinção de incêndio. Boguinsiki recordou que a nação ibérica usou helicópteros russos para o combate a incêndios florestais.
Além disso, ele disse que a Espanha e a Suíça participaram de várias propostas para extinguir incêndios na América Latina, e usaram aeronaves de fabricação russa.
“Russian Helicopters” faz parte da Corporação Estadual da Rússia Rostec, um dos maiores produtores do mundo de armas, aeronaves, helicópteros e outros equipamentos, atualmente a partir de 700 organizações. Em 2019, a empresa, para a qual corresponde a 10% das vendas globais, vendeu mais de 200 aeronaves, trinta e mais do que em 2018.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: EFE/Russian Helicopters